Recebi um vídeo pornográfico. — Você gosta disso? O homem falando no vídeo era meu marido, o Mark, a quem eu não via a vários meses. Ele estava nu, com a camisa e as calças deitadas no chão, metendo com força na mulher que eu mal conseguia ver a cara, que tinha os seios carnudos e redondos dela balançando vigorosamente. No vídeo, Eu ouvia claramente o som das palmadas, misturado com gemidos e grunhidos lascivos. — Sim, sim, me fode mais forte, amor. — A mulher gritava extaticamente em resposta. — Sua safada! — Mark se levantou e virou ela ao contrário, dando uma palmada na bunda dela enquanto dizia: — Empina essa bunda para cima! A mulher deu uma risadinha, balançou a bundinha dela e ficou de quatro na cama. Eu me sentia como se alguém tivesse deitado um balde de água gelada na minha cabeça. Já era demais que o meu marido estava me traindo, mas o pior de tudo, era que a outra mulher era a minha própria irmã, a Bella. *** — Mark, eu quero o divórcio! — Eu repeti em caso ele não me tivesse ouvido pela primeira vez, apesar de saber que ele me tinha ouvido claramente. Ele olhou para mim com o cenho franzido, antes de me responder friamente: — Não é você quem decide! Eu estou muito ocupado, não me incomode com esses assuntos sem nexo, e nem tente atrair minha atenção! A última coisa que ia fazer era discutir com ele. — Eu vou deixar o meu advogado enviar o acordo para você! — Foi tudo o que eu falei, da forma mais calma que eu pude falar. Ele não disse mais nada, entrou pela porta de onde ele esteve parado, batendo com força depois de ter entrado. Meus olhos se focaram na maçaneta da porta distraidamente, antes de eu remover o anel de casamento do meu dedo e o deixar na mesa.
Leer másANASTASIADessa vez, Dennis ficou completamente rígido. Um silêncio tenso pairou no ar antes que ele lentamente se afastasse de mim, suas mãos ainda pousadas levemente na minha cintura. Com a testa franzida, ele perguntou: — O que você quer dizer com “ele cuidou das contas”? Ele enfatizou as palavras “cuidou”.Franzi a testa, confusa. — Quero dizer que ele pagou as contas do hospital. — De quem? — Perguntou, enquanto deixava as mãos caírem para os lados. Uma risadinha nervosa escapou dos meus lábios. — Da Amie, claro. De quem mais seria? — Por quê? Havia um tom cortante em sua voz, que me alertou a agir com cautela.Comecei devagar: — Eu não sei, só que...— Você pediu para ele pagar as contas? — Eu...— Anastasia, eu sou o seu marido. Sou eu quem cuida de você e da Amie desde que nos casamos. Tenho pago todas as despesas. Por que pediria ajuda a ele? Eu te disse alguma vez que estava sobrecarregado?Me encolhi, surpresa com o tom dele. Apesar da voz baixa, era impossí
ANASTASIAMeus lábios se curvaram em um sorriso ao mesmo tempo que minhas sobrancelhas se uniram. — O Dennis está em casa? — Murmurei para mim mesma, com o olhar fixo no carro dele enquanto me afastava do táxi.Caminhando em direção à casa, me perguntei se o motivo de ele ter saído tão cedo era o mesmo para ter voltado mais cedo. As razões para o sumiço inesperado dele me incomodaram o dia todo.Foi bom finalmente chegar a uma justificativa aceitável, mas eu não queria uma justificativa "aceitável". Eu queria saber por que ele saiu com tanta pressa daquele jeito. Não era algo típico dele. Será que ele sequer tomou banho? Ou será que voltou para casa depois que saí e acabou nem indo a lugar nenhum?Ou talvez ele...Bem, chega! Me repreendi mentalmente. Esse assunto já ocupou espaço demais na minha cabeça, não me prenderia a isso agora.— Dennis? — Chamei suavemente ao empurrar a porta destrancada e entrar em casa.Sem resposta. Subi as escadas. Conforme me aproximava do nosso quarto
DENNIS— E aí, cara, está ocupado? Balancei a cabeça antes de lembrar que ele não podia me ver. — Não. — Beleza, acabei de te encaminhar o contato do cara que vai falar com você sobre o investimento. — Ah. — Respondi, sem esconder o desinteresse. Eu até tinha esquecido disso. Ouvi a risada despreocupada dele ecoar pelos alto-falantes do celular. — Dá pra ver que você continua sem vontade nenhuma. — Eu já te falei, cara, não posso arriscar nada financeiramente agora. Tinha contas sérias para pagar. Afastei o celular da orelha e o deixei sobre a mesa. — Eu entendo, mas você precisa saber que a vida é sobre correr riscos, Dennis. Respondi com um murmúrio enquanto continuava folheando os relatórios de inventário, escalas de funcionários e demonstrativos financeiros que o gerente de um dos meus bares tinha acabado de me enviar. Fazia um bom tempo que eu não visitava essa filial.— Dennis? — Estou ouvindo. — Achei que tinha te perdido. — Murmurou. — Já falei com ele so
ANASTASIAPela enésima vez, me inclinei rapidamente em direção à pia e engasguei várias vezes, mas nada saiu. Suspirei e voltei para onde estava sentada, no chão do banheiro. Mal consegui me arrastar para fora da cama essa manhã. Acordei me sentindo muito enjoada. Embora meu corpo doesse terrivelmente e minha cabeça estivesse latejando, a vontade de vomitar foi o que me deu forças para saltar da cama e correr para o banheiro. Para minha decepção, tudo o que consegui fazer foi engasgar na pia. Era frustrante. Eu queria deitar meu corpo e cabeça doloridos, mas não conseguia parar de ter ânsia. Sempre que reunia forças para voltar para o quarto, um cheiro horrível me atingia e eu corria de novo para a pia. Enquanto torcia para não ter acordado Dennis, já que ele não havia entrado no banheiro até então, me levantei de repente quando o gosto amargo subiu pela garganta. Dessa vez, consegui vomitar, mas me senti ainda mais fraca do que já estava. Parecia que tinha jogado minhas
AIDENGirei na cadeira giratória enquanto repetia mentalmente a ligação que acabara de ter. Ela soava tímida, mas a empolgação e o alívio eram claros em sua voz. — Oi, oi. — Disse ela. Eu permaneci em silêncio, incapaz de confiar na minha própria voz. — Aiden, você está aí? Limpei a garganta. — Estou ouvindo. — Ok. Eu só liguei para te contar que o procedimento funcionou. Meu coração deu um salto antes que ela completasse: — Eu estou grávida.Fiquei em silêncio por um longo tempo, sem saber como reagir àquela notícia. Me surpreendi por ela não ter encerrado a ligação logo de cara. — Isso é uma boa notícia. — Consegui dizer por fim. — É. — Ela respondeu de forma arrastada. Houve um breve silêncio antes da chamada terminar com um clique seco.Depois daquela ligação, não consegui mais voltar ao trabalho. As palavras dela não paravam de ecoar na minha cabeça. Eu estava feliz, sem dúvida. Minha filha agora tinha uma chance maior de ser salva. Uma chance de me conhecer
DENNISAgora que eu a ouvi dizer aquelas palavras, soube que não conseguiria esconder a tristeza que curvava meus lábios. Ainda assim, forçando um sorriso no rosto, assenti na direção de Cole e me levantei da cadeira. Caminhei lentamente até a mesa de sinuca abandonada, perto da porta que dava para fora do bar. Ali, longe de olhares conhecidos, deixei o sorriso falso desaparecer. — Dennis? — A voz dela soou menos animada. Eu não queria que sua felicidade diminuísse por minha causa. — Tá me ouvindo? Desculpa, é a rede. — Eu também achei. Tudo bem, agora tô te ouvindo. — Eu disse que estou grávida. — Ela arfou. Eu podia imaginá-la sorrindo e cobrindo a boca com as mãos, como ela sempre fazia quando estava feliz. — Você acredita nisso?Sorri com a imagem que criei dela em minha mente. — Que notícia maravilhosa. Estou muito feliz por você, amor. — Falei com sinceridade. Na verdade, estava aliviado com a notícia. A semana toda ela havia estado tensa, preocupada com a possibi
DENNIS— O retorno do investimento é enorme, Dennis. — Disse Cole, os olhos brilhando enquanto tomava um gole de seu vinho. Depois de beber, apontou a taça na minha direção. — Você só precisa tentar.— Eu vou pensar nisso. — Falei pela milésima vez. Eu realmente queria que ele parasse de falar sobre esse "negócio". Se eu soubesse que a tal ideia de investimento era sobre isso, não teria desmarcado meus compromissos para encontrá-lo. Estaria muito mais feliz passando esse tempo com Amie ou Ana, e não aqui, tomando esse vinho sem gosto e ouvindo sobre um investimento que podia me fazer perder mais do que podia bancar.— Não, Dennis. Não tem tempo para pensar. — Ele articulou cada palavra, batendo a mão direita na palma da esquerda. — Então deixa eu ver se entendi. Esse projeto do governo é uma requalificação que foca em revitalizar áreas que estão com baixo desempenho econômico, certo?Ele assentiu, dando outro gole rápido. — A iniciativa vai melhorar infraestruturas, como estradas
ANASTASIA— Olá, senhora, você está bem?A voz parecia distante, vinda de algum lugar longe… Então outra surgiu, mais próxima dessa vez. — Meu Deus. Acho que não podemos mais esperar que ela acorde, liga pro 192... — Era uma mulher, e o tom carregava uma preocupação genuína. — Senhora, por favor, acorde. — Chega! Vou ligar pro 192.192pra quê? Pensei, enquanto abria os olhos. Quando o rosto do homem ficou nítido, ele arfou: — Ah, ela acordou!Pisquei para ele. Reconheci o rosto. Antes de chegar minha vez na fila, ele parecia entediado enquanto atendia os clientes do banco. Agora, estava radiante. — Graças a Deus.Banco. Meu Deus! Estava no banco. Meu depósito! Tentei me levantar, mas o homem já estava ao meu lado, me ajudando. — Obrigada. — Minha voz saiu rouca e eu tive que pigarrear.— Você está bem? Olhei ao redor e vi todos me rodeando. — Estou bem. Obrigada.— Ótimo! Agora será que você pode atender o resto de nós, que não desmaiou? — Alguém disse no fundo.
ANASTASIAJá se passaram semanas desde o implante. Semanas! Meu Deus. Só de pensar nisso, eu já sentia um estresse maior do que deveria.O médico atencioso havia dito que levaria apenas alguns dias, no máximo uma semana, para sabermos se o procedimento tinha funcionado ou não.Depois da primeira semana, fui até ele, lutando para conter as lágrimas enquanto perguntava se havia algo de errado. — Não precisa se preocupar, senhora. — Disse ele com um sorriso compassivo. — Uma semana é o mínimo. Se levar mais de alguns meses, aí sim pode haver um problema.Eu realmente esperava que não levasse meses. Rezava para que não durasse nem um mês, mas aqui estava eu, a poucos dias de completar um mês, ainda esperando e torcendo.O médico havia enfatizado que eu não deveria me estressar e que precisava descansar bastante, mas como fazer isso quando eu precisava estar constantemente ao lado da minha filha?Fiquei com Amie dia e noite. Para fugir da angústia constante de ainda estarmos aguardando