Recebi um vídeo pornográfico. — Você gosta disso? O homem falando no vídeo era meu marido, o Mark, a quem eu não via a vários meses. Ele estava nu, com a camisa e as calças deitadas no chão, metendo com força na mulher que eu mal conseguia ver a cara, que tinha os seios carnudos e redondos dela balançando vigorosamente. No vídeo, Eu ouvia claramente o som das palmadas, misturado com gemidos e grunhidos lascivos. — Sim, sim, me fode mais forte, amor. — A mulher gritava extaticamente em resposta. — Sua safada! — Mark se levantou e virou ela ao contrário, dando uma palmada na bunda dela enquanto dizia: — Empina essa bunda para cima! A mulher deu uma risadinha, balançou a bundinha dela e ficou de quatro na cama. Eu me sentia como se alguém tivesse deitado um balde de água gelada na minha cabeça. Já era demais que o meu marido estava me traindo, mas o pior de tudo, era que a outra mulher era a minha própria irmã, a Bella. *** — Mark, eu quero o divórcio! — Eu repeti em caso ele não me tivesse ouvido pela primeira vez, apesar de saber que ele me tinha ouvido claramente. Ele olhou para mim com o cenho franzido, antes de me responder friamente: — Não é você quem decide! Eu estou muito ocupado, não me incomode com esses assuntos sem nexo, e nem tente atrair minha atenção! A última coisa que ia fazer era discutir com ele. — Eu vou deixar o meu advogado enviar o acordo para você! — Foi tudo o que eu falei, da forma mais calma que eu pude falar. Ele não disse mais nada, entrou pela porta de onde ele esteve parado, batendo com força depois de ter entrado. Meus olhos se focaram na maçaneta da porta distraidamente, antes de eu remover o anel de casamento do meu dedo e o deixar na mesa.
Leer másPONTO DE VISTA DO AUTORAna suspirou profundamente ao entrar no quarto de Dennis e se sentar ao lado dele. Tirou um livro da bolsa e começou a ler.De vez em quando, pegava o celular para ver o Justin dormindo ou brincando pela casa enquanto a babá cuidava das tarefas, ou o via todo enroscado em um dos sofás, com um livro nas mãos e de olho no pequeno.Aquilo já tinha virado uma espécie de rotina para Ana.Nos dias em que passava a noite no hospital, saía cedo para cuidar de Justin e depois voltava. Sempre ao lado de Dennis, seus dedos quentes entrelaçados aos dele, frios e imóveis, ela lia.Dennis ainda estava em coma e, a cada dia que passava, o medo de Ana só aumentava... o medo de que ele permanecesse assim até o fim. Tudo por culpa dela.Ela queria vê-lo abrir os olhos e olhá-la com aquele amor que ele sempre teve por ela. Precisava dizer o quanto o amava e era grata por tê-lo em sua vida. Mas, acima de tudo, precisava pedir perdão.Tinha sido egoísta, achando que sua dor era maio
PONTO DE VISTA DO AUTORSharon foi declarada inocente de envolvimento direto na morte de Amie, mas culpada por conspiração. Teve sorte de conseguir uma sentença mais leve, uma pena reduzida. Seu advogado garantiu isso, graças à influência de seu pai.Apesar da decepção com as escolhas da filha, ele não a abandonaria, ela ainda era sua herdeira, a única digna de continuar o legado da família.Enquanto Sharon cumpria sua pena, contando os dias para sair dali, recebeu os papéis do divórcio.Naquela manhã, Sharon sentiu que o frio era incomum para a estação. Sua cela parecia menor, sufocante. Encostou a cabeça nas grades, tentando respirar melhor, quando uma agente penitenciária a chamou.Foi levada para uma sala com uma mesa de ferro. Ali, sobre a mesa, repousavam os documentos de divórcio e uma caneta.O motivo pelo qual Sharon havia se envolvido em todas aquelas tramoias era para evitar que Aiden a deixasse. Ironicamente, tudo terminou exatamente como ela temia — só que pior.Seus olhos
PONTO DE VISTA DO AUTOR— Pare! — A voz de Ana falhou quando ela gritou para o motorista do táxi.Naquele instante, tudo dentro dela pareceu desmoronar. Ela virou-se para trás, o pavor estampado no rosto.— O que foi que eu fiz? — murmurou, com a respiração trêmula, enquanto abria a porta do carro às pressas e tropeçava para fora, com as pernas bambas.— Dennis! — gritou ao cair de joelhos no chão duro, com os olhos fixos no carro destruído. — Por favor, não... — sussurrou, com as lágrimas caindo em seu rosto. — Dennis, por favor, esteja vivo.Rastejando-se até o carro retorcido, tentou ver através dos estilhaços e da sombra no interior do veículo, mas tudo era escuridão. Suas lágrimas aumentaram.— Por que eu fugi? Por que não esperei por ele? — soluçou.Limpando o rosto com as costas da mão, ela sussurrou:— Eu prometo... — fungou. — Eu prometo que não vou mais atrás da Amie, Dennis. Por favor, só... saia daí, por favor...Ela se lembrava vagamente das palavras de Dennis, dizendo que
PONTO DE VISTA DO AUTORAssim que ouviu aquelas palavras, Aiden não pensou duas vezes antes de sair do tribunal.O coração de Sharon se despedaçou ao ver Aiden se afastando, tempestuoso. Será que ele a desprezava tanto a ponto de não suportar assistir ao seu julgamento? Uma lágrima solitária escapou pelo seu rosto, e ela a limpou rapidamente antes que seu pai percebesse.Mais cedo, ele havia dito:— Chega, Sharon. Não chore por homens como ele.Mas isso foi depois de tê-la repreendido por tudo o que ela havia feito.— Já houve uma decisão, Sr. Aiden? Vai pagar a fiança da sua esposa?As perguntas lançadas não chegaram nem a registrá-lo. Aiden simplesmente atravessou o estacionamento e entrou no carro, saindo velozmente do tribunal.No caminho para o hospital, ele ligou para sua equipe de segurança, que o seguia de perto desde que ele havia saído.— Anastasia acabou de fugir do sanatório. Quero que encontrem ela — ordenou. — Vou enviar uma foto agora.— Entendido — respondeu um dos segu
AIDENCom o tempo, o caso de Amie ganhou grande atenção da mídia. Todos os canais de notícias exibiam a foto da pobre menina enquanto falavam de sua morte trágica e de como todos os responsáveis deveriam ser punidos severamente.No meio de toda essa comoção, o foco da imprensa passou de Amie para Sharon e para mim. De alguma forma, vazaram informações sobre nosso casamento e a falsa gravidez dela.Comecei a receber ligações de vários números desconhecidos, com perguntas absurdas, todos em busca de algo direto da fonte. Acabei trocando o chip do meu celular pelo do meu assistente. Se houvesse algo importante, ele me repassaria. Eu estava farto daquelas ligações incessantes.Quando Sharon teve alta e foi levada de volta à delegacia, havia uma multidão de repórteres na porta.Os policiais a escoltavam, mas isso não impediu que os jornalistas gritassem perguntas:— Você realmente fingiu uma gravidez, Sra. Aiden?— A senhora ainda é uma mulher casada?— Onde está seu marido? Ele ainda te am
DENNISAna foi internada em um centro de crise psiquiátrica, e eu passei a maior parte dos meus dias lá. Apesar de tentar equilibrar meu tempo entre o trabalho, Justin e Amie, me pegava passando a maior parte do tempo ao lado de Ana.No trabalho, as coisas iam muito bem. Eu ganhava bem mais do que antes de ter sido enganado, mas não me sentia feliz. O amor da minha vida estava em uma clínica psiquiátrica. Todos os dias em que eu a visitava, torcia para que seu quadro finalmente começasse a melhorar. Metade do tempo, ela parecia bem, sentada sozinha com uma expressão neutra, sem falar com ninguém por horas. Na outra metade, chorava e me implorava para levá-la até Amie.O médico dizia que ela estava melhorando, mas para mim não parecia.Justin estava bem. Não parecia estar sofrendo tanto como Aiden sugeriu. Às vezes chorava sem parar e só se acalmava ao adormecer, mas eu sabia que era saudade da mãe.Me esforcei para sempre estar presente para ele, assim como fazia com Ana, mesmo quando
AIDENO detetive me enviou o endereço do hospital para onde Sharon foi levada.Quando entrei no quarto, ela estava encolhida, o máximo que as algemas à grade da cama permitiam. Assim que me viu, se endireitou de repente, com os olhos arregalados de medo.— Aiden — sussurrou, trêmula.— Então, além de criminosa, você também é uma mentirosa? Uma fraude! — cuspi as palavras, e meus olhos foram direto para o estômago dela, agora plano. Soltei uma risada seca enquanto me jogava na cadeira em frente à cama. Me sentia exausto demais para sequer permanecer de pé.Ela balançou a cabeça, as lágrimas desciam como no dia em que foi presa.— Não é o que você está pensando, eu juro, eu... — ela desabou, os ombros tremendo.Inclinei a cabeça, observando-a com frieza. Não senti um pingo de pena.— Então me diz, Sharon. Se não é o que estou pensando, o que é?— Por meses você fingiu estar grávida! — minha risada amarga ecoou pelo quarto. Mesmo com todas as evidências, parecia uma piada de mau gosto.Ap
AIDENFiquei paralisado com as palavras de Dennis. Ele já sabia?Mas, claro, Dennis também estava envolvido na investigação, embora não tão ativo quanto eu. Não deveria ser surpresa que ele estivesse a par da situação. Era o caso da própria filha, afinal. Ele tinha todo o direito de saber.Mesmo assim, tentei ignorar a hostilidade. O que me preocupava agora era Ana. Uma clínica psiquiátrica? Como ela chegou a esse ponto? Como Dennis permitiu isso? A vontade de confrontá-lo era grande, mas me contive. No fundo, tudo isso era minha culpa... e de Sharon.— Em qual hospital ela está? — minha voz saiu sem força, como se a pergunta não fosse real. Eu sabia que Ana amava Amie com todo o coração, mas nunca imaginei que a perda a afetaria tão profundamente.Dennis me encarou, cerrando os olhos com raiva.— Por que quer saber? Vai correr pra contar pra sua esposa?Maldito seja... senti meus punhos se fechando sozinhos.Respirei fundo.— Eu tentei ligar para vocês, mas ninguém atendeu. Quando o c
AIDEN— Está tudo bem — disse Sharon, abraçando-me pelos ombros. — Você precisa parar de se culpar, amor. Não foi sua culpa e se afundar nessa investigação não vai te ajudar.— Eu preciso encontrar os responsáveis, Sharon. Descobrir quem fez isso é a única coisa que pode tornar essa culpa menos insuportável.— Se essa é a única forma, então faça isso — ela me encorajou. — Vou garantir que meu pai continue envolvido no caso, prometo.O pai dela já havia me ligado uma vez para me consolar pela morte da minha filha — que não era filha da Sharon — e o tom dele não soava muito disposto a ajudar. Fiquei surpreso que ela tenha contado algo para ele. Duvido que queira se envolver na busca pelo assassino de uma criança com quem ele não tem nenhuma relação. Mas guardei esse pensamento para mim.— Obrigado — agradeci.Ela me abraçou de leve e, dessa vez, não se afastou imediatamente. Eram dias assim, raros, que ela não recuava como se eu tivesse alguma doença sempre que eu tentava tocá-la.— Agor