Estava terminando de me arrumar, estava uma pilha de nervos, era meu primeiro dia de trabalho e ainda por cima com um chefe bem autoritário. Por experiência própria, convivendo com um filho de militar, sabia que isso não daria certo, mas não seria eu que jogaria a toalha. Uma coisa que meus pais me ensinaram foi a nunca desistir dos meus sonhos e nem das minhas escolhas. Era isso que iria fazer e daria o melhor por esse emprego. Terminei de pegar minhas coisas, hoje iria sozinha para o trabalho, Maggie saiu cedo de casa, tinha uma reunião com um cliente em potencial.
Desci até a portaria para aguardar o carro chegar, enquanto isso mexia no celular da empresa, o notebook já estava na bolsa, esses dois aparelhos seriam meus melhores amigos a partir de hoje. Não percebi que o carro chegando, abri a porta de trás e me sentei, colocando as coisas no colo.
Não tenho o hábito de sentar na frente, principalmente em carros de desconhecidos, sempre fui muito reservada com isso. Nunca fui de conversa fiada, falava o essencial, sempre com educação e seguia a viagem toda calada.
Sempre fui a introspectiva da turma.
— Bom dia Cláudio. — O motorista era um senho, era notável pelos cabelos brancos e a barba de mesma cor, devia ser um pouco mais velho que meu pai, por volta de uns 55 anos. Parecia simpático, lembrava meu avô materno, já falecido a três anos. — Tudo bem com o senhor? — Resolvi quebrar o protocolo e conversar.
— Bom dia, Maria Eduarda. Tudo bem sim e com a senhorita? — Fechei a porta e seguimos viagem.
— Estou bem, indo para meu primeiro dia de trabalho. Estou nervosa. — Minhas mãos suavam de nervosismo. — Tomara que... — O barulho do celular tocando me interrompeu, o peguei dentro da bolsa, era o celular da empresa e no visor estava escrito; chefe e pelo visto o número dele já estava salvo na agenda.
É claro que ele ia fazer isso.
— Alô!
—Bom dia, já está a caminho? Temos uma reunião hoje as 9h e gostaria que participasse, para começar a se familiarizar com o trabalho. Chega em quanto tempo? — A voz dele era mais grossa pelo telefone, ou ele não estava tendo um bom dia. — Posso saber qual é a graça?
— Nada, senhor. — Nem havia percebido que estava rindo, minhas bochechas queimavam de vergonha. Agradeci a Deus por ele está do outro lado da linha e não na minha frente — Chego em 15 minutos, já estou a caminho.
— Ok. Assim que chegar venha até minha sala. — Nem me deixou responder desligando em seguida.
Meu coração acelerava, ele realmente me intimidava, mas iria aprender a conviver com isso. De um jeito ou de outro.
— Desculpa a intromissão, mas a senhorita trabalha na Jones? — Claudio olhava pelo retrovisor, com um olhar carinhoso.— Vou começar hoje.
— Vejo que a senhorita está bem nervosa, por acaso, trabalha com Caleb?
Eita, como ele sabia? Pelo visto meu chefe era mais conhecido do que a própria empresa.
— Sim, serei a assistente dele, como sabia?
— Imaginei pelo seu estado de nervos e pelo endereço da corrida... — Apontou para o celular. —Minha neta trabalha lá, na recepção. Ela trabalhava diretamente com ele, mas não aguentou a pressão e pediu transferência. Ela se chama Rebecca. Você deve ter a conhecido, um amor de pessoa.
— Conheci sim, ela mora no meu prédio, não é? — Percebi algumas semelhanças entre ele e a Becca. A simpatia era uma delas e tinham o mesmo sorriso. — Realmente um amor de pessoa, as únicas pessoas que me trataram bem ali foram, ela e a Maggie até agora, mas a Maggie já conheço a anos, mora comigo e foi quem me conseguiu o emprego. Sinceramente não sei se agradeço a ela ou se choro por isso. — Ambos começamos a rir.
— Mas tenho certeza que tirará isso de letra, você aparenta ser bem mais forte do que acha. — Ele me deu uma piscadela.
— Por que você acha isso? — Perguntei, curiosa.
— Pessoas que passam por uma perda tem outro modo de ver a vida e não desistem fácil daquilo que quer, sabem que não tem mais nada a perder já que perdeu quem mais amava. Quem passa por isso acaba aprendendo a reconhecer a mesma dor no outro.
Ele desviou os olhos do retrovisor, escondendo a sua dor. Ele havia passado por uma grande perda também, mesmo curiosa sabia que seria uma pergunta muito invasiva de fazer, então engoli minha curiosidade.
— Chegamos. — Mal havia reparado que já estávamos parados em frente a Jones.
— Meus pêsames, mesmo sem saber quem perdeu. Desejo meus sentimentos.Coloquei minha mão em seu ombro, tentando reconforta-lo. Ele sorriu e toda demonstração de sua dor havia sumido, como se tivesse subido a armadura novamente, deixando as emoções no fundo. Onde ninguém conseguiria encontrar, sei disso, porque é algo que também faço, mais vezes do que o necessário.
Paguei a corrida e comecei a pegar minhas coisas para sair do carro, e começar meu primeiro dia.
— Foi um prazer te conhecer Claudio, o senhor é muito simpático, me lembra muito meu falecido avô. É bom encontrar rostos amigos em locais novos, reconforta... — Ele sorriu novamente, fazendo os olhos seguir o sorriso, retribui e pela primeira vez em 3 meses, esse sorriso não foi forçado.
— Espero que fique bem e que não deixe a dor da perda te levar para o abismo, esse é um buraco sem fim. Experimentei a sensação e aconselho que não é nada bom... — Ele deu um suspiro.
— Obrigada, algum dia ficarei bem. Enquanto isso vou recomeçando minha vida e seguindo meu caminho. Afinal, a vida continua para nós, querendo ou não, né? — Ele riu e sai do carro.
— Eduarda... — Olhei para ele, quase na calçada fechando a porta. — A vida é feita de recomeços. Mas, para cada recomeço o capítulo anterior, ou o livro, precisa ser encerrado. Para enfim, poder começar outra história, espero que consiga recomeçar o seu, você merece ser feliz.
— Também espero Claudio...
Meus olhos estavam marejados, como pode um estranho me fazer chorar, em menos de 1 hora ele parece me conhecer melhor do que ninguém. Agradeci mais uma vez, e segui para dentro do prédio.
A Becca estava no saguão, corria de um lado para o outro parecendo perdida.
— Bom dia, está tudo bem? — perguntei, contendo o riso. — Precisa de ajuda?
— Bom dia Duda! Menina, to desesperada! Senhor Caleb está furioso e está descontando em todos, o que não é novidade... Tem cliente novo na empresa, a recepção está uma loucura, tanto aqui, como lá no 7° andar, principalmente lá... Então se prepare viu, porque hoje o dia vai ser longo! Agora deixa eu ir, senão daqui a pouco ele desce com a minha demissão. E ah, quase me esqueci — Ela parou de andar e se virou para mim — Parabéns pela contratação, espero que aguente mais do que a maioria. — Ela passou a catraca com tanta pressa que quase tombou pra trás.
É realmente o meu chefe não era um mar de rosas, parecia ser odiado por muita gente.
Enquanto chamava o elevador, meu celular tocou novamente o procurei na bolsa e dessa vez era o meu pessoal, era a Maggie.
— MADU, PELO AMOR DE DEUS, ME DIZ QUE VOCÊ JÁ ESTÁ CHEGANDO? — Pelo desespero da Maggie, dava para perceber que as coisas não estavam muito boas lá em cima.
— Estou esperando o elevador chegar, por quê? O que houve? — Ao fundo dava para ouvir as vozes do pessoal e pela altura em que estavam falando, pareciam bem irritados.
— O Caleb quer te ver imediatamente! Disse que está atrasada e não gosta de atrasos, então pelo amor de Nossa Senhora da pontualidade... Sobe logo! — Não sabia se ria ou se chorava pelo desespero dela.
— Já estou subindo, elevador acabou de chegar. — Desliguei a ligação e entrei no elevador.
Assim que a porta do elevador abriu no 7º, dei de cara com a Maggie.
— Juro por Deus que se ele gritar comigo mais uma vez, vou mandá-lo tomar onde o sol não b**e! Ah tudo tem limite e o meu já acabou. Perco meu emprego, mas ao menos saio daqui feliz... — Estava reclamando para uma moça, que ainda não conhecia. — Graças a Deus, você chegou! — Maggie me abraçou e quase me derrubou de tanta força. — Entra logo lá, para falar com esse homem e quem sabe você consegue acalma-lo.
Eu? Impossível!
Resolvi permanecer calada, só confirmei com a cabeça e segui até a sala do amado chefe.
— Senhor Caleb? — Bati na porta, mesmo estando aberta. Caleb estava sentado em sua cadeira, de costa para mim, o terno estava no braço do sofá que havia na sala.— Só vou dizer uma vez Kalel, quero esse projeto na minha mesa hoje! Até o fim do expediente, do contrário nem precisa ir trabalhar amanhã! — Vociferou contra o telefone. Coitado do Kalel... Não havia percebido que ele estava ao telefone, estava prestes a ir para a minha mesa, — ou ao menos descobrir onde ficava— quando ele se virou e me viu, gesticulou com a mão para que entrasse e assim eu fiz. Fiquei em pé próximo a porta, esperando-o acabar a ligação, o que fez em menos de 2 minutos. — Vai continuar parada aí na porta, parecendo um vaso? — Não estava olhando para mim e sim para o computador. Bom dia para você também! — Desculpe, estava aguardando o senhor acabar a ligação, não queria interromper. O que deseja? — Me sentei na ca
Consegui encontrar minha mesa, depois de muito custo. Estava sentada ao lado da Maggie, pela graça de Deus e a minha frente tinham dois rapazes, que pela conversa, eram do mesmo setor que eu. — O que o filho do capiroto queria com você? — Realmente a Maggie estava tendo um mal dia, para xingar assim logo cedo. — Boa sorte para você, vai trabalhar diretamente com o dono do inferno. O que ele tem de lindo, tem de arrogante! Maggie estava na mesa dela, que por sinal estava uma bagunça e meu toc chegou a chorar com tamanha desorganização. Ela digitava alguma coisa no computador, enquanto seu pé batia continuamente no assoalho, o barulho do bico fino do seu salto 15 cm já estava começando a me irritar. — Nada, queria informar sobre a reunião e me tirar do sério logo cedo. Senhor! Que homem insuportáv
Cheguei na sala, Maggie e Nick já estavam sentados. Me sentei ao lado direito da Maggie, já que Nick estava do lado esquerdo e ao meu lado direito tinha uma cadeira vaga. Thomas entrou e se sentou ao meu lado dando uma piscadela para mim, me deixando desconcertada e em seguida se virou para organizar suas coisas na mesa. — Pela forma que você organiza tudo, dá para notar que alguém sofre de um leve toc. — Brinquei, fazendo ele rir. — É tão evidente assim minha mania de organização? — Perguntou enquanto se virava para mim. — Só um tiquinho. — Disse enquanto gesticulava com a mão. — Mas pode ficar tranquilo, seu segredo está guardado comigo. — Dei uma piscadela para ele. — Graças a Deus. — Ele colocou a mão no peito encenando alivio. — Guardei por tanto tempo esse segredo que não queria que depois de 2 anos na Jones, ele fosse descoberto. Que bom saber que você é ótima em guardar segredos. – El
Caminhávamos em direção a Jones, conversando no caminho. Thomas me explicou como conheceu Lina, ela é mãe de sua ex namorada; Beatrice. Luna é sua afilhada e sobrinha da sua ex. Eles tinham um bom relacionamento, mesmo depois do término, continuavam se dando bem, sempre com muito respeito e carinho. Nick e Maggie seguiam conversando também e pela forma que ela estava, a conversa estava indo muito bem. Sentei na minha mesa e comecei a planejar a campanha do nosso cliente. Vire e mexe o Thomas virava e fazia alguma gracinha ou me ajudava em algo relacionado ao trabalho. Ele era bem pró ativo. Caleb passou o resto do dia entre reuniões e ligações. Da minha mesa tinha visão para a sala dele e isso me deixou incomodada, principalmente por não conseguir parar de olhar para lá. Ele andava de um lado para outro e parecia irritado com alguém ao telefone, afrouxou a gravata, nem havia percebido que a tinha colocado novamente.
Os dois foram no banco de trás e eu na frente com o Thomas. A balada ficava a uns 30 minutos de distância, em menos de 10 minutos no carro os dois já estavam se pegando no banco de trás. — Caramba, esses dois não perdem a oportunidade, né? — Brinquei tentando diminuir o barulho da pegação deles. — Obvio que não. É do Nickolas que estamos falando, não perde a oportunidade, ainda mais quando tem mulher na parada. — Começamos a rir, ele sabia como deixar um clima amigável. Thomas colocou a mão em minha coxa, o contato da sua pele com a minha fez meus pelos arrepiarem, tentei relaxar e conter a respiração, acho que não deu muito certo. El
Quando os meninos nos deixaram em casa já passava da 01h da manhã, nem sabia como conseguiria trabalhar na manhã seguinte e ainda teria que ir viajar com Caleb para a reunião. — Te vejo amanhã gatinha. — Thomas me deu um beijo, se despedindo. — Se quiser, passo aqui amanhã para pegar vocês, moro aqui perto. — Ele brincava com uma mecha do meu cabelo enquanto falava. — Não precisa. Amanhã vou ter que ir com o Caleb para uma reunião. Não sei se volto a tempo para a Jones. — Reunião? Onde? — Thomas arqueou a sobrancelha, desconfiado. — Não sei, acho que é na cidade vizinha. — Dei de ombros sem muita importância. — Hum estranho, pois geralmente quem vai a essas reuniões sou eu ou Nick. — O vinco entre suas sobrancelhas entregava a preocupação em que estava. — Ordens do chefe manda quem pode, obedece quem tem juízo. — Bati o dedo na ponta do seu nariz,
Maggie estava no portão nos esperando e pelo seu olhar, percebeu que havia algo estranho. Me conhecia só de olhar. Saímos mudos pelo portão. — Você está bem? — Ela cochichou em meu ouvido enquanto seguíamos Caleb até o carro. — Não sei, mas vai ficar. Fica em paz. — Sorri tentando tranquiliza-la, mas pela cara não engoliu minhas desculpas, mas ficou em silêncio. Mas sabia que iria perguntar alguma hora. — Uau! Carro lindo, chefe. — Maggie ficou surpresa com o carro e confesso que também fiquei. — Que modelo é? — Uma suzuki s cross. Ser chefe tem seus prós também, não é somente dor de cabeça. — Não havia reparado que estava tão perto de mim, até sua voz me arrepiar. Um homem saiu do carro e me assustei. Ele era alto, tinha o rosto sério, estava de terno e com os braços para trás. — Meninas, esse é o Albert, meu motorista particular. — Albert acenou
Minhas mãos estavam entre seus cabelos, sua boca beijava cada centímetro do meu pescoço, como havia feito no elevador. Suas mãos estavam na minha bunda e por cima da sua calça já conseguia sentir sua ereção, tudo isso me deixava quase no ápice do desejo, já sentia a calcinha úmida. Ele subiu as mãos até meus seios os apertando, mesmo por cima da camisa dava para notar meus mamilos enrijecidos, não consegui conter o gemido que escapou de meus lábios. Caleb começou a abrir os botões da minha camisa, deixando meu sutiã visível. Joguei a cabeça para trás, aproveitando a sensação das suas mãos em mim. Ele apertava meus seios com tanta vontade que era nítido seu desejo, abaixou meu sutiã e meus mamilos puderam sentir a maravilhosa sensação da sua boca. Meus gemidos se tornaram mais altos, já não me importava se estávamos com o motorista no banco da frente. Não ligava. Só queria sentir Caleb em mim de todas as formas possíveis e inimagináveis. Pre