"Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém." —Nicholas Sparks
"Novos começos chegam, muitas vezes, disfarçados de finais dolorosos." Já faziam 3 meses desde a morte da minha mãe. Minha avó voltou para sua casa no dia anterior, eu estava em meu quarto arrumando minhas malas. Estava pronta para recomeçar. Mesmo com toda a dor que eu estava sentindo, sabia que um dia conseguiria sobrevive
Chegamos ao aeroporto 1 hora depois e ainda tínhamos pouco mais de 40 minutos livres até o horário de embarque. Aproveitamos a folga para já fazer o check -in e comer em seguida. Resolvemos comer nessas lanchonetes que tem no aeroporto mesmo, depois aproveitei para passar numa livraria que tinha em frente e pegar um livro para ler na viagem. Conhecendo a amiga que eu tinha, sabia que ficaria falando sozinho depois dos 10 primeiros minutos de decolagem do voo, ela sempre desmaiava em qualquer tipo de transporte. Maggie parece urso quando hiberna, deitou e dormiu. Faltando 15 minutos para o nosso horário, fomos para a plataforma de embarque. — Me liga assim que você chegar lá Maria Eduarda, por favor. — Meu pai dizia enquanto me abraçava, meio sem jeito, mas com muito amor. — Está bem pai, eu ligo. Prometo! — Peguei minha mala que estava no chão, subindo o puxador dela. — Pai, o senhor vai ficar bem na minha ausência? Se não for ficar, eu adio minha viage
O prédio da Jones Publicidade era grande, tinha cerca de 10 andares e Maggie me disse que cada andar era um setor diferente. Haviam 2 andares que era alugado para outras empresas e o restante era da Jones. Caminhei até o balcão. — Bom dia, sou Maria Eduarda de Albuquerque e vim para a entrevista com o... — Senhor Jones? — Ela complementou minha frase. A recepcionista era muito bonita, me deixando um pouco intimidada com sua beleza. Era ruiva, tinha os cabelos na cintura e olhos claros, um azul bem peculiar e sua pele, tão branca quanto uma folha de papel. Sua simpatia me fez sorrir, não aparentava ter mais do que 20 anos. — Só vou precisar do seu documento para fazer um pré-cadastro no sistema, para liberar sua entrada. — Entreguei o documento a ela, Maggie já havia subido para trabalhar. Estava tão nervosa que mal lembrava se havia se despedido de mim. — Olha aqui, por gentileza? — Disse a moça da recepção, me entregando o doc
Estava terminando de me arrumar, estava uma pilha de nervos, era meu primeiro dia de trabalho e ainda por cima com um chefe bem autoritário. Por experiência própria, convivendo com um filho de militar, sabia que isso não daria certo, mas não seria eu que jogaria a toalha. Uma coisa que meus pais me ensinaram foi a nunca desistir dos meus sonhos e nem das minhas escolhas. Era isso que iria fazer e daria o melhor por esse emprego. Terminei de pegar minhas coisas, hoje iria sozinha para o trabalho, Maggie saiu cedo de casa, tinha uma reunião com um cliente em potencial. Desci até a portaria para aguardar o carro chegar, enquanto isso mexia no celular da empresa, o notebook já estava na bolsa, esses dois aparelhos seriam meus melhores amigos a partir de hoje. Não percebi que o carro chegando, abri a porta de trás e me sentei, colocando as coisas no colo. Não tenho o hábito de sentar na frente, principalmente em carros de desconhecidos, sempre fui muito r
— Senhor Caleb? — Bati na porta, mesmo estando aberta. Caleb estava sentado em sua cadeira, de costa para mim, o terno estava no braço do sofá que havia na sala.— Só vou dizer uma vez Kalel, quero esse projeto na minha mesa hoje! Até o fim do expediente, do contrário nem precisa ir trabalhar amanhã! — Vociferou contra o telefone. Coitado do Kalel... Não havia percebido que ele estava ao telefone, estava prestes a ir para a minha mesa, — ou ao menos descobrir onde ficava— quando ele se virou e me viu, gesticulou com a mão para que entrasse e assim eu fiz. Fiquei em pé próximo a porta, esperando-o acabar a ligação, o que fez em menos de 2 minutos. — Vai continuar parada aí na porta, parecendo um vaso? — Não estava olhando para mim e sim para o computador. Bom dia para você também! — Desculpe, estava aguardando o senhor acabar a ligação, não queria interromper. O que deseja? — Me sentei na ca
Consegui encontrar minha mesa, depois de muito custo. Estava sentada ao lado da Maggie, pela graça de Deus e a minha frente tinham dois rapazes, que pela conversa, eram do mesmo setor que eu. — O que o filho do capiroto queria com você? — Realmente a Maggie estava tendo um mal dia, para xingar assim logo cedo. — Boa sorte para você, vai trabalhar diretamente com o dono do inferno. O que ele tem de lindo, tem de arrogante! Maggie estava na mesa dela, que por sinal estava uma bagunça e meu toc chegou a chorar com tamanha desorganização. Ela digitava alguma coisa no computador, enquanto seu pé batia continuamente no assoalho, o barulho do bico fino do seu salto 15 cm já estava começando a me irritar. — Nada, queria informar sobre a reunião e me tirar do sério logo cedo. Senhor! Que homem insuportáv
Cheguei na sala, Maggie e Nick já estavam sentados. Me sentei ao lado direito da Maggie, já que Nick estava do lado esquerdo e ao meu lado direito tinha uma cadeira vaga. Thomas entrou e se sentou ao meu lado dando uma piscadela para mim, me deixando desconcertada e em seguida se virou para organizar suas coisas na mesa. — Pela forma que você organiza tudo, dá para notar que alguém sofre de um leve toc. — Brinquei, fazendo ele rir. — É tão evidente assim minha mania de organização? — Perguntou enquanto se virava para mim. — Só um tiquinho. — Disse enquanto gesticulava com a mão. — Mas pode ficar tranquilo, seu segredo está guardado comigo. — Dei uma piscadela para ele. — Graças a Deus. — Ele colocou a mão no peito encenando alivio. — Guardei por tanto tempo esse segredo que não queria que depois de 2 anos na Jones, ele fosse descoberto. Que bom saber que você é ótima em guardar segredos. – El