— Senhor Caleb? — Bati na porta, mesmo estando aberta.
Caleb estava sentado em sua cadeira, de costa para mim, o terno estava no braço do sofá que havia na sala.
— Só vou dizer uma vez Kalel, quero esse projeto na minha mesa hoje! Até o fim do expediente, do contrário nem precisa ir trabalhar amanhã! — Vociferou contra o telefone.Coitado do Kalel...
Não havia percebido que ele estava ao telefone, estava prestes a ir para a minha mesa, — ou ao menos descobrir onde ficava— quando ele se virou e me viu, gesticulou com a mão para que entrasse e assim eu fiz. Fiquei em pé próximo a porta, esperando-o acabar a ligação, o que fez em menos de 2 minutos.
— Vai continuar parada aí na porta, parecendo um vaso? — Não estava olhando para mim e sim para o computador.
Bom dia para você também!
— Desculpe, estava aguardando o senhor acabar a ligação, não queria interromper. O que deseja? — Me sentei na cadeira e fiquei de frente para ele.
— No momento o que desejo você não pode me dar.
Voltou a me olhar e me assustei com sua resposta e ele percebeu. Sua boca subiu em um leve sorriso sacana e senti minhas bochechas pegarem fogo.
M*****a vergonha.
— Você está atrasada! E não gosto de atrasos, ainda mais no primeiro dia de trabalho.
— Tecnicamente... Não estou atrasada, meu horário de trabalho começa às 8h e ainda são 7h45, então nesse caso. Estou adiantada. — Pela expressão dele, acho que não gostou muito da minha resposta.
Sempre fui bem bocuda e acho que essa minha característica não seria muito do seu agrado.
E estava cagando para isso.
— Está querendo ser comediante, é? Está no ramo errado então! Você disse que chegaria em 15 minutos e já se passaram 25 desde que te liguei, então... Sim, você está atrasada. — Ele apoiou os cotovelos na mesa e cruzou as mãos, me encarando com todo o desdém e arrogância que tinha.
— Ta, já entendi. — Revirei os olhos. — Já estou aqui! O que deseja? Dessa vez sem piadinhas.
Ele já estava me estressando e pelo sorriso que tinha nos lábios nesse momento, o meu estresse o divertia.
Ah pronto, virei motivo de entretenimento agora! Dá próxima vez venho com uma melancia no pescoço para fazer jus ao papel de bobo da corte!
— Mas não foi uma piada Eduarda. O que eu desejo você não pode me dar. Sorte sua... — Ele realmente estava achando graça da minha cara. — Mas continuando, te chamei aqui pois preciso que me faça algumas coisas, as 9h teremos uma reunião com nossos novos clientes para discutir sobre a campanha do marketing e quero você junto. Para já começar a pegar o jeito.
Ele se levantou e veio em minha direção, parando na minha frente encostando na mesa. Ficando apenas alguns poucos centímetros de mim.
— Você vai ficar responsável pelo planejamento desse projeto comigo. Quero ver como vai se sair no seu primeiro trabalho. — Ele cruzou os braços e continuou me encarando.
— Tudo bem... — Não conseguia pensar com muita clareza com ele tão próximo a mim.
Toda essa proximidade me impedia de raciocinar direito. Só agora percebi o quão forte ele era. No dia anterior não deu pra notar, pois estava de terno. Mas agora ele estava com a camisa dobrada até a altura dos cotovelos, marcando com exatidão o volume do seu bíceps. Os dois botões da frente da camisa estavam desabotoados, igual ao dia anterior. Só que dessa vez consegui uma visão melhor do seu peito e a camisa marcava todo o abdômen dele.
Percebi que ele me encarava, seus lábios sorriam maliciosamente e seus olhos tinham o tom mais azul do que no dia anterior, dava para perceber a malicia em seu olhar a quilômetros de distância. Seu cabelo estava penteado pra trás, de um jeito tão alinhado, que não havia um único fio solto e barba continuava bem desenhada e bem aparada.
Senti minhas bochechas ardendo e meu rosto pegando fogo, seu olhar ainda estava sob mim, me avaliando de cima a baixo. Ele desceu os olhos até minhas pernas — que ao contrário do dia anterior — hoje estavam a mostra, devido ao bom tempo lá fora.
Ao meu fogo no rabo também, que resolveu aparecer bem naquele momento, me fazendo apertar as coxas a procura de algum alivio ao calor que se instalava ali.
Meu vestido era até a altura do joelho, vermelho escarlate, com sandálias de salto alto da mesma cor, que quase me deixavam na mesma altura que ele. Aproveitava o fato de não ser tão alta — com os meus 1,70 cm — para abusar do salto.
O suor estava começando a escorrer pelo meu pescoço e sentia minha nuca molhada, fazendo meu cabelo começar a grudar no pescoço.
Porque diabos eu não vim de coque hoje?
Todo esse calor que estava sentindo não era só por conta do sol batendo lá fora e sim da temperatura que estava dentro daquela sala. Pelo visto toda essa proximidade com ele estava afetando não só meu corpo, mas o meu juízo também.
— Vou ir para a minha mesa, quando a reunião começar te encontro na sala. — Me levantei nos deixando ainda mais próximos.
Ele continuou a me encarar, os olhos tão penetrados em mim que poderia enxergar minha alma e nesse momento eu soube, que nossa relação seria mais complicada do que imaginava.
— Se precisar de mim Senhor Caleb, estarei na minha mesa! — Forcei as palavras para fora da minha boca.
Isso se conseguir encontrar.
— Tudo bem. — Ele ainda me encarava, me avaliando.
Me virei e caminhei em direção a porta, ou pelo menos tentei, mas minhas pernas se recusavam a me obedecer. Se tornando difícil o simples fato de andar.
É só colocar um pé na frente do outro, Eduarda. Vai! Direita, esquerda... Isso!
Quando estava quase chegando na porta — depois de muito custo — ele me chamou. Respirei fundo e me virei em sua direção.
— Você ainda vai me dar muita dor de cabeça Maria Eduarda! Soube disso no exato momento em que apareceu por essa porta... — Ele estava de costa para mim, sentado em sua cadeira — Te encontro na reunião. — Ele finalizou a conversa, me deixando mais confusa do que quando entrei pela porta.
Onde eu fui me meter?
Consegui encontrar minha mesa, depois de muito custo. Estava sentada ao lado da Maggie, pela graça de Deus e a minha frente tinham dois rapazes, que pela conversa, eram do mesmo setor que eu. — O que o filho do capiroto queria com você? — Realmente a Maggie estava tendo um mal dia, para xingar assim logo cedo. — Boa sorte para você, vai trabalhar diretamente com o dono do inferno. O que ele tem de lindo, tem de arrogante! Maggie estava na mesa dela, que por sinal estava uma bagunça e meu toc chegou a chorar com tamanha desorganização. Ela digitava alguma coisa no computador, enquanto seu pé batia continuamente no assoalho, o barulho do bico fino do seu salto 15 cm já estava começando a me irritar. — Nada, queria informar sobre a reunião e me tirar do sério logo cedo. Senhor! Que homem insuportáv
Cheguei na sala, Maggie e Nick já estavam sentados. Me sentei ao lado direito da Maggie, já que Nick estava do lado esquerdo e ao meu lado direito tinha uma cadeira vaga. Thomas entrou e se sentou ao meu lado dando uma piscadela para mim, me deixando desconcertada e em seguida se virou para organizar suas coisas na mesa. — Pela forma que você organiza tudo, dá para notar que alguém sofre de um leve toc. — Brinquei, fazendo ele rir. — É tão evidente assim minha mania de organização? — Perguntou enquanto se virava para mim. — Só um tiquinho. — Disse enquanto gesticulava com a mão. — Mas pode ficar tranquilo, seu segredo está guardado comigo. — Dei uma piscadela para ele. — Graças a Deus. — Ele colocou a mão no peito encenando alivio. — Guardei por tanto tempo esse segredo que não queria que depois de 2 anos na Jones, ele fosse descoberto. Que bom saber que você é ótima em guardar segredos. – El
Caminhávamos em direção a Jones, conversando no caminho. Thomas me explicou como conheceu Lina, ela é mãe de sua ex namorada; Beatrice. Luna é sua afilhada e sobrinha da sua ex. Eles tinham um bom relacionamento, mesmo depois do término, continuavam se dando bem, sempre com muito respeito e carinho. Nick e Maggie seguiam conversando também e pela forma que ela estava, a conversa estava indo muito bem. Sentei na minha mesa e comecei a planejar a campanha do nosso cliente. Vire e mexe o Thomas virava e fazia alguma gracinha ou me ajudava em algo relacionado ao trabalho. Ele era bem pró ativo. Caleb passou o resto do dia entre reuniões e ligações. Da minha mesa tinha visão para a sala dele e isso me deixou incomodada, principalmente por não conseguir parar de olhar para lá. Ele andava de um lado para outro e parecia irritado com alguém ao telefone, afrouxou a gravata, nem havia percebido que a tinha colocado novamente.
Os dois foram no banco de trás e eu na frente com o Thomas. A balada ficava a uns 30 minutos de distância, em menos de 10 minutos no carro os dois já estavam se pegando no banco de trás. — Caramba, esses dois não perdem a oportunidade, né? — Brinquei tentando diminuir o barulho da pegação deles. — Obvio que não. É do Nickolas que estamos falando, não perde a oportunidade, ainda mais quando tem mulher na parada. — Começamos a rir, ele sabia como deixar um clima amigável. Thomas colocou a mão em minha coxa, o contato da sua pele com a minha fez meus pelos arrepiarem, tentei relaxar e conter a respiração, acho que não deu muito certo. El
Quando os meninos nos deixaram em casa já passava da 01h da manhã, nem sabia como conseguiria trabalhar na manhã seguinte e ainda teria que ir viajar com Caleb para a reunião. — Te vejo amanhã gatinha. — Thomas me deu um beijo, se despedindo. — Se quiser, passo aqui amanhã para pegar vocês, moro aqui perto. — Ele brincava com uma mecha do meu cabelo enquanto falava. — Não precisa. Amanhã vou ter que ir com o Caleb para uma reunião. Não sei se volto a tempo para a Jones. — Reunião? Onde? — Thomas arqueou a sobrancelha, desconfiado. — Não sei, acho que é na cidade vizinha. — Dei de ombros sem muita importância. — Hum estranho, pois geralmente quem vai a essas reuniões sou eu ou Nick. — O vinco entre suas sobrancelhas entregava a preocupação em que estava. — Ordens do chefe manda quem pode, obedece quem tem juízo. — Bati o dedo na ponta do seu nariz,
Maggie estava no portão nos esperando e pelo seu olhar, percebeu que havia algo estranho. Me conhecia só de olhar. Saímos mudos pelo portão. — Você está bem? — Ela cochichou em meu ouvido enquanto seguíamos Caleb até o carro. — Não sei, mas vai ficar. Fica em paz. — Sorri tentando tranquiliza-la, mas pela cara não engoliu minhas desculpas, mas ficou em silêncio. Mas sabia que iria perguntar alguma hora. — Uau! Carro lindo, chefe. — Maggie ficou surpresa com o carro e confesso que também fiquei. — Que modelo é? — Uma suzuki s cross. Ser chefe tem seus prós também, não é somente dor de cabeça. — Não havia reparado que estava tão perto de mim, até sua voz me arrepiar. Um homem saiu do carro e me assustei. Ele era alto, tinha o rosto sério, estava de terno e com os braços para trás. — Meninas, esse é o Albert, meu motorista particular. — Albert acenou
Minhas mãos estavam entre seus cabelos, sua boca beijava cada centímetro do meu pescoço, como havia feito no elevador. Suas mãos estavam na minha bunda e por cima da sua calça já conseguia sentir sua ereção, tudo isso me deixava quase no ápice do desejo, já sentia a calcinha úmida. Ele subiu as mãos até meus seios os apertando, mesmo por cima da camisa dava para notar meus mamilos enrijecidos, não consegui conter o gemido que escapou de meus lábios. Caleb começou a abrir os botões da minha camisa, deixando meu sutiã visível. Joguei a cabeça para trás, aproveitando a sensação das suas mãos em mim. Ele apertava meus seios com tanta vontade que era nítido seu desejo, abaixou meu sutiã e meus mamilos puderam sentir a maravilhosa sensação da sua boca. Meus gemidos se tornaram mais altos, já não me importava se estávamos com o motorista no banco da frente. Não ligava. Só queria sentir Caleb em mim de todas as formas possíveis e inimagináveis. Pre
Chegamos ao Pallace Hotel, cerca de 20 minutos depois exatamente como o Albert havia informado. Albert abriu a porta e descemos do carro. O hotel era maravilhoso, sua fachada era num tom dourado, exalava luxo só na entrada, as portas de entrada eram de vidro. Tinham um segurança em cada lado da entrada e ao lado de um deles, havia um senhor que devia ser o manobrista. Avistamos a recepção do hotel assim que passamos pela porta, a decoração de dentro era dividida entre o dourado e o rosé, haviam algumas poltronas e mesinhas de centro espalhadas pelo local. Caleb me guiou até a recepção, reparei em volta e notei algumas funcionárias olhando para ele, não poderia culpa-las, era inevitável não perceber a presença dele, era o tipo de homem que arrancava suspiros em qualquer lugar que passasse. — Bom dia senhor Caleb! — A recepcionista o cumprimentou e acredito que minha presença foi ignorada propositalmente. — Sua suíte já está pronta e reservada pa