Capítulo 5

De volta à Paraisópolis, Gabriel tomou posse da casa que era do pai. Era um imóvel simples e discreto visto por fora, como a maioria das casas feitas de tijolo e coberta com telha eternit. No entanto, por dentro, a casa de três quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e garagem, estava equipada com móveis planejados, utensílios de cozinha Arno, geladeira inox duplex Brastemp, assim como o fogão Cooktop e o microondas cinza da mesma marca.

Todos os quartos tinham cama box de casal e home theater. Na sala, uma tv led de alta definição, ocupava toda uma parede de frente para o sofá de couro preto. A área de serviço também era funcional com tanque, máquina de lavar, secar, churrasqueira e um terraço com vista panorâmica de Paraisópolis.

Na casa espaçosa também tinha vários notebooks Apple com as imagens das câmeras de segurança e informações sobre o tráfico de drogas, como os nomes dos fornecedores, quem estava na lista negra, membros da facção presos e a hierarquia de comando do PCC. Também havia nomes de policiais civis e militares corruptos, que faziam parte da folha de pagamento da maior organização criminosa de São Paulo.

Gabriel ficou com o quarto ao lado do banheiro que era onde ele dormia quando passava o fim de semana na casa do pai. Max pulou na cama após ser bem alimentado e dormiu. O dono do morro amanheceu contando os pinos de cocaína e os papelotes. Ele fez a distribuição para os pontos de venda e tomou banho para começar o dia.

O celular tocou quando Gabriel saía do box secando o cabelo. Ele parou de frente ao espelho e desbloqueou a tela do iPhone 14 Pro Max preto. O dono do morro suspirou ao ver a ligação do que seria o seu gerente responsável pelos vapores e o financeiro.

- Fala, Renato.

- A equipe do MC Vida Loka quer a sua permissão para gravar um videoclipe no morro.

Gabriel se inclinou para frente e olhou a barba por fazer. Ele abriu o armário e pegou uma gilete fechada.

- Permissão negada por enquanto. Diga que eu ainda estou colocando a casa em ordem, e retorno a ligação quando for mais seguro para o Vida Loka.

Renato sorriu com o fuzil AK-47 na mão. Ele gostava mais de Gabriel do que de Pedro. O filho era mais firme nas decisões sem fazer questão de puxar o saco de ninguém, ao contrário do pai que dizia sim para tudo.

- Positivo, patrão.

Faltavam dez minutos para sete horas da manhã quando Gabriel saiu de casa. Max ficou latindo, mas depois ele se conformava. Como o posto era perto, Gabriel deixou a Hilux na garagem e foi a pé. Três soldados treinados e capacitados, faziam sua segurança pessoal disfarçados.

Gabriel entrou na viela estreita onde a casa de Ana ficava. Ele sentiu a onda de calor que percorreu o seu corpo ao vê-la com uma camisola branca do Mickey. Ela estava sem sutiã e as pernas roliças estavam à mostra. O cabelo preto estava preso em um coque frouxo mal feito. Ela estava fascinante.

Ana varria a frente da casa no fim da viela e tinha planos de ir no mercado comprar algumas frutas e legumes. Kelly era cuidadora de idosos e ainda não tinha chegado do turno da noite. Ana acordava cedo porque gostava e também para preparar o café da prima.

Ao erguer a cabeça para ver se Kelly estava chegando, Ana ficou em choque. Gabriel se aproximou com um sorriso no rosto perfeito.

- Bom dia. Passou bem de ontem?

A garota não encontrou a própria voz. Ela ficou segurando a vassoura com o coração aos pulos. Céus, ela estava mal vestida e descabelada. E não era possível que Gabriel estivesse logo ali aquela hora da manhã. Ele chegou mais perto com um sorriso encantador e um cheiro de amaciante de bebê.

- Eu estou morando aqui na favela porque é mais perto do trabalho. A casa do meu pai fica perto da sua.

Ana sabia que tinha que dizer alguma coisa. Ela não podia ficar parada lá com cara de idiota enquanto Gabriel falava com ela olhando em seus olhos.

- Bom dia. Eu passei bem. Que bom que você, digo, o doutor... vai morar aqui.

Gabriel colocou as mãos nos bolsos do jaleco branco antes que pudesse avançar em Ana, e fode-la ali mesmo. A timidez dela fazia ele ansiar para vê-la chorando e gemendo no seu pau.

Ele iria prescrever medicamentos para ela produzir leite em excesso.

Ele tossiu para aliviar a boca seca e sedenta. Mal podia esperar para ser amamentado.

- Você já tomou os remédios hoje?

- Sim, em jejum.

- Eu vou medir a sua pressão e aceito um copo de água gelada.

Ana não teve tempo para pensar. Ela entrou na casa quando Gabriel deu um passo para frente, a deixando sem escolha. Alto e forte, ele usou o corpo para comanda-la. Trêmula, ela colocou a vassoura de lado e foi até a geladeira. Sua pressão deveria estar nas nuvens.

Gabriel colocou a bolsa de couro preto sobre a mesa, abriu, afastou a pistola .40, pegou o medidor de pressão e o estetoscópio. Ele bebeu a água em um gole.

Ana sentou e apoiou o braço esquerdo na mesa. Sua camisola subiu e ela colocou a mão direita em cima do vão das coxas, onde a barra do jaleco de Gabriel encostou.

Ele também encostou as mãos no seu seio esquerdo ao colocar o medidor de pressão e começar a apertar. Ela fechou os olhos negros.

- 14x09. Eu acredito que a taquicardia seja porque você estava varrendo.

Ana abriu os olhos a tempo de ver Gabriel guardando o aparelho. Ela não tinha ingerido aquelas quantidades absurdas de sódio no jantar. Mesmo com a pressão até boa para alguém obesa como ela, Ana estava nervosa com a presença do médico na sua casa.

Ele entregou uma chave para ela.

- Rua 2, número 321. Eu vou te pagar quinhentos reais por semana para você fazer a minha comida. Eu vou almoçar meio dia. Eu tenho um rottweiler, mas não se preocupe. Ele não morde. Ele é manso e inofensivo igual ao dono.

Gabriel saiu com um sorriso safado, deixando uma Ana petrificada para trás. O pai tava on. Por enquanto, ele seria um perfeito cavalheiro. Depois de conquistar sua bebezinha linda, ele ficaria extremamente possessivo.

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