A segunda chance com o CEO
A segunda chance com o CEO
Por: aly
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O som estridente de um copo se estilhaçando contra a parede preencheu a sala. O peito de Elana subia e descia rapidamente, o coração martelando no peito como se quisesse escapar da dor que a sufocava. Diante dela, Michael mantinha os braços erguidos, como se pudesse se defender das acusações que caíam sobre ele como uma tempestade.

— Você acha que eu sou estúpida, Michael? — A voz dela saiu embargada, mas firme. — Eu vi as mensagens, eu vi as fotos. Não tem mais desculpas, não tem mais mentiras.

Michael passou a mão pelos cabelos escuros, o rosto contraído em uma expressão de exasperação. 

— Elana, não é o que você está pensando...

Ela soltou uma risada amarga. 

— Não? Então me explica, porque pelo que eu vi, você está com outra mulher! Faz tempo, não faz? — Seus olhos ardiam, mas ela se recusava a chorar. Não na frente dele.

O silêncio que se seguiu foi a confirmação que ela precisava. Michael desviou o olhar, os ombros caídos em derrota. Ele não tinha nada a dizer. Nenhuma justificativa, nenhuma tentativa de negar. E isso doía ainda mais do que se ele tivesse mentido.

Aproveitando o silêncio, Elana rolou as fotos do não tão novo casal, no celular do seu marido e parou em uma específica, sentindo seu coração parar.

— Ela está grávida... — ela murmura, erguendo o olhar molhado para ele. — Em dez anos de casamento, tudo o que eu mais pedi, foi um filho. Nunca estava na hora para termos um... bem, não estava na hora comigo, pelo visto.

Michael abriu a boca para falar algo, mas se conteve. O olhar dele, era a confirmação de tudo o que Elana temia. A traição não era apenas uma aventura passageira; ele tinha construído uma vida paralela, e agora havia uma vida crescendo disso.

Elana sentiu as pernas fraquejarem. Sua respiração ficou curta, um aperto sufocante em seu peito a fez cambalear para trás. Ela agarrou a beirada da mesa para se manter de pé. Não conseguia processar a magnitude daquilo. Todas as discussões, todas as vezes em que Michael dizia que não era o momento certo, que queriam coisas diferentes. E, no fim, ele queria sim um filho. Apenas não queria com ela.

— Elana... — Michael tentou se aproximar, mas ela levantou a mão, como se seu toque fosse tóxico. — Eu não queria te machucar.

— Não me toca. — Sua voz saiu trêmula, mas cheia de firmeza. — É um pouco tarde para você se preocupar comigo. Eu vou embora. Eu me recuso a passar mais um segundo sob o mesmo teto que você.

Ela não esperou resposta. Caminhou até o quarto, puxando uma mala debaixo da cama e atirando dentro dela algumas mudas de roupa. Seu corpo tremia, suas mãos estavam suadas, mas sua decisão estava tomada. Michael permaneceu na porta, assistindo, mas sem coragem de impedi-la. Ele sabia que não havia nada que pudesse dizer ou fazer para mudar aquela realidade.

Com a mala fechada, Elana cruzou a sala pela última vez. Olhou para Michael, que parecia menor, mais frágil, mas não sentiu pena. Apenas vazio. Ele havia destruído tudo.

Ao sair pela porta, uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Mas ela não olhou para trás. Elana desceu até a garagem do prédio e entrou na única coisa que a pertencia naquele casamento.

Seu carro.

Elana entrou no carro e fechou a porta com força, mas o som não conseguiu abafar o soluço que escapou de seus lábios. Seus dedos tremiam ao apertar o volante, enquanto as lágrimas que ela havia segurado por tanto tempo, finalmente rompeu a barreira do orgulho.

Ela se inclinou para frente, apoiando a testa no couro frio do volante, e deixou que a dor a atravessasse. O choro era silencioso no início, apenas lágrimas quentes escorrendo pelo seu rosto, mas logo se transformou em um pranto descontrolado. Seu peito subia e descia com dificuldade, como se o ar tivesse se tornado pesado demais para ser inspirado.

Por anos, ela acreditou em Michael. Acreditou que ele a amava, que estavam construindo uma vida juntos, que um dia seus sonhos se alinhariam e que teriam o futuro que sempre planejaram. Mas tudo isso tinha sido uma ilusão. Ela o amava — Deus, como o amava! — mas agora entendia que amar alguém não era suficiente quando essa pessoa não te escolhia de volta.

O nó em sua garganta apertou ainda mais ao lembrar das noites em que discutiram sobre ter filhos. Das vezes em que ele dizia que não era o momento certo, que precisavam esperar mais um pouco, que ela devia ser paciente. Mentiras. Tudo mentira. Ele queria um filho, sim, só não queria um com ela.

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