CAPÍTULO 3

SAYMON

Os lobos não são bem vistos pelas pessoas nesse mundo. São os parias. E eu sou mais que isso. Sou o renegado que sobreviveu quando a feiticeira amada por todos não voltou das chamas.

Por isso escolhi algo em que sou bom e me tornei o melhor, alguém indispensável e temido. Não preciso que gostem de mim, basta que temam. A única pessoa que preciso do meu lado é a minha mulher, aquela que me estendeu a mão e me ajudou a ver quem eu era de verdade.

— Quantos faltam? — questiono enquanto limpo a lâmina do meu punhal. O vermelho mancha meu lenço branco.

— Apenas uma família — ela responde e recebe meu olhar de negação. — Sem crianças. — Trata de deixar claro.

— Então vamos acabar com isso. Quero férias. Só nós três. — Guardo o punhal no coturno.

— Três? — levanta a sobrancelha.

— Você, eu e sua boceta gostosa.

Ouço sua gargalhada. Ela sabe que não estou brincando. Transar com essa mulher é surreal. Considero sua boceta a melhor amiga do meu pau, uma melhor amiga bem safada.

Dessa vez fomos pagos para acabar com um grupo de cinco homens que aplicavam golpes em pessoas de posses. Uma delas não se contentou em denunciar as autoridades.

O que eu sei é que esses agora só aplicam golpes no inferno.

Diana passa por um corpo e vem até mim. Minha companheira há cinco anos. Alguém tão ambicioso e sanguinário quanto eu.

— Depois acabamos com isso. Pausa para assuntos pessoais.

Ela me empurra contra a parede de madeira. Os corpos no chão de testemunha do seu ato de se ajoelhar e abrir minha calça.

Matar a excita mais que tudo. Confesso que a mim também.

Meus olhos permanecem vidrados em cada gesto seu. Sua mão habilidosa segurando meu pau, sua boca indo de encontro a ele.

Uivo de prazer com sua boca me engolindo todo e pelo fato de uma lua cheia nos iluminar. A lua é como afrodisíaco para nossa espécie. E somando isso a Diana ser uma safada de primeira... Ah é a combinação perfeita para nos queimar.

Sou apaixonado por essa mulher desde o primeiro momento em que a vi. Ela me teve com seu rebolado provocante, a roupa justa que adora usar, sua jaqueta de couro e suas tatuagens quase tão numerosas quanto as minhas. Somos muito parecidos. Não tanto fisicamente, sou moreno de cabelos castanhos e ela é ruiva. Ela é bem alta, mas fica baixa diante dos meus exatos dois metros. Assim como eu, Diana é uma loba que escolheu ser temida a temer.

Ignoro tudo ao meu redor e foco na mulher que chupa meu pau. Claro que não me contento com sua garganta profunda, preciso estar dentro dela. Por isso a puxo pelos cabelos e ela me encara, lambendo os lábios.

Seu olhar lascivo é o suficiente. Inverto nossas posições e por um longo tempo só se escuta nossos sons pelo espaço no prédio abandonado.

*

Chegamos na casa onde quatro pessoas moravam. Sim, havia uma criança. Mas era justamente por ela que estávamos ali. O menino é um feiticeiro nobre que foi sequestrado quando bebê. Oito anos longe da família, vivendo como escravo por essas pessoas. Seus pais descobriram o paradeiro e pagaram para que o levássemos embora e acabasse com os sequestradores sem nenhuma piedade.

Não gosto de me envolver com crianças. Elas são frágeis demais. Mas Diana gostou do dinheiro oferecido, então decidi fazer sua vontade. Ela sabe como me convencer.

— Vá cuidar dos cavalos — ordeno ao garoto que me olha curioso e assustado.

Pelo jeito está acostumado a obedecer, ele nem questiona.

Enquanto ele sai, o homem que estava ao seu lado questiona:

— Quem pensa que é?

Na casa há um homem e duas mulheres, que nos encaram com hostilidade.

— Ainda não sabe?

— É ele, aquele assassino. — A mulher mais baixa diz em um sussurro.

Sinceramente, eu não tenho obrigação nem tempo para perder explicando o meu motivo para pessoas que logo estarão mortas.

Caminho até o homem e torço seu pescoço rapidamente. São elfos, uma espécie frágil. Ele cai em um baque no chão. Seu corpo não sabe mais o que é vida.

O ato assusta as mulheres que tentam fugir, mas minha loba se colocou na porta e rapidamente quebrou os pescoços delas.

— Essa foi rápido. Vamos pegar o garoto e ir receber nossa grana — diz empolgada. — Depois disso férias.

A sigo para fora da casa até o garotinho loiro que escova um cavalo negro.

Solto os cavalos para que não morram de fome e sede e levamos o garoto aos pais. Eles que se preocupem em explicar tudo isso ao menino.

Com o dinheiro na mão, acaba a minha participação.

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