SAYMON
Os lobos não são bem vistos pelas pessoas nesse mundo. São os parias. E eu sou mais que isso. Sou o renegado que sobreviveu quando a feiticeira amada por todos não voltou das chamas.
Por isso escolhi algo em que sou bom e me tornei o melhor, alguém indispensável e temido. Não preciso que gostem de mim, basta que temam. A única pessoa que preciso do meu lado é a minha mulher, aquela que me estendeu a mão e me ajudou a ver quem eu era de verdade.
— Quantos faltam? — questiono enquanto limpo a lâmina do meu punhal. O vermelho mancha meu lenço branco.
— Apenas uma família — ela responde e recebe meu olhar de negação. — Sem crianças. — Trata de deixar claro.
— Então vamos acabar com isso. Quero férias. Só nós três. — Guardo o punhal no coturno.
— Três? — levanta a sobrancelha.
— Você, eu e sua boceta gostosa.
Ouço sua gargalhada. Ela sabe que não estou brincando. Transar com essa mulher é surreal. Considero sua boceta a melhor amiga do meu pau, uma melhor amiga bem safada.
Dessa vez fomos pagos para acabar com um grupo de cinco homens que aplicavam golpes em pessoas de posses. Uma delas não se contentou em denunciar as autoridades.
O que eu sei é que esses agora só aplicam golpes no inferno.
Diana passa por um corpo e vem até mim. Minha companheira há cinco anos. Alguém tão ambicioso e sanguinário quanto eu.
— Depois acabamos com isso. Pausa para assuntos pessoais.
Ela me empurra contra a parede de madeira. Os corpos no chão de testemunha do seu ato de se ajoelhar e abrir minha calça.
Matar a excita mais que tudo. Confesso que a mim também.
Meus olhos permanecem vidrados em cada gesto seu. Sua mão habilidosa segurando meu pau, sua boca indo de encontro a ele.
Uivo de prazer com sua boca me engolindo todo e pelo fato de uma lua cheia nos iluminar. A lua é como afrodisíaco para nossa espécie. E somando isso a Diana ser uma safada de primeira... Ah é a combinação perfeita para nos queimar.
Sou apaixonado por essa mulher desde o primeiro momento em que a vi. Ela me teve com seu rebolado provocante, a roupa justa que adora usar, sua jaqueta de couro e suas tatuagens quase tão numerosas quanto as minhas. Somos muito parecidos. Não tanto fisicamente, sou moreno de cabelos castanhos e ela é ruiva. Ela é bem alta, mas fica baixa diante dos meus exatos dois metros. Assim como eu, Diana é uma loba que escolheu ser temida a temer.
Ignoro tudo ao meu redor e foco na mulher que chupa meu pau. Claro que não me contento com sua garganta profunda, preciso estar dentro dela. Por isso a puxo pelos cabelos e ela me encara, lambendo os lábios.
Seu olhar lascivo é o suficiente. Inverto nossas posições e por um longo tempo só se escuta nossos sons pelo espaço no prédio abandonado.
*
Chegamos na casa onde quatro pessoas moravam. Sim, havia uma criança. Mas era justamente por ela que estávamos ali. O menino é um feiticeiro nobre que foi sequestrado quando bebê. Oito anos longe da família, vivendo como escravo por essas pessoas. Seus pais descobriram o paradeiro e pagaram para que o levássemos embora e acabasse com os sequestradores sem nenhuma piedade.
Não gosto de me envolver com crianças. Elas são frágeis demais. Mas Diana gostou do dinheiro oferecido, então decidi fazer sua vontade. Ela sabe como me convencer.
— Vá cuidar dos cavalos — ordeno ao garoto que me olha curioso e assustado.
Pelo jeito está acostumado a obedecer, ele nem questiona.
Enquanto ele sai, o homem que estava ao seu lado questiona:
— Quem pensa que é?
Na casa há um homem e duas mulheres, que nos encaram com hostilidade.
— Ainda não sabe?
— É ele, aquele assassino. — A mulher mais baixa diz em um sussurro.
Sinceramente, eu não tenho obrigação nem tempo para perder explicando o meu motivo para pessoas que logo estarão mortas.
Caminho até o homem e torço seu pescoço rapidamente. São elfos, uma espécie frágil. Ele cai em um baque no chão. Seu corpo não sabe mais o que é vida.
O ato assusta as mulheres que tentam fugir, mas minha loba se colocou na porta e rapidamente quebrou os pescoços delas.
— Essa foi rápido. Vamos pegar o garoto e ir receber nossa grana — diz empolgada. — Depois disso férias.
A sigo para fora da casa até o garotinho loiro que escova um cavalo negro.
Solto os cavalos para que não morram de fome e sede e levamos o garoto aos pais. Eles que se preocupem em explicar tudo isso ao menino.
Com o dinheiro na mão, acaba a minha participação.
RIMENAMeu marido falava muito sério quando disse que a cidade é longe. Mas exagerou para me assustar. Ficamos na carroça por quase um dia — não três —, parando para descansar e comer.Não reclamei em nenhum momento. Ele já não queria me levar. Se eu abrisse a boca era capaz de Nicolai dar meia volta.Sinto falta de um banho. Mesmo estando no inverno me acostumei a ter um banho todos os dias no mesmo horário. Essa é uma vantagem por ter um rio perto da nossa casa.Apesar do desconforto por não conseguir seguir minha rotina, eu me sentia eufórica, queria olhar tudo que via, principalmente porque pelo caminho, vez ou outra, surgia uma casa ou pessoas. Cheguei a ver crianças brincando, um garotinho... vários. Eu nunca tinha visto um garoto. O único homem que conheço é meu marido. Até quis um filho, mas sem a ajuda de Nicolai seria impossível.As mulheres que me criaram diziam que para ter um filho, bastava o casal desejar muito que ele surgia. A magia do nascimento, era assim que chamava
RIMENA— Nicolai, achei que não viria. O jogo já vai começar. — Um homem baixinho e barrigudo diz assim que nós entramos no lugar.É um grande espaço com várias mesas e cadeiras, todas ocupadas, além de ter pessoas andando de um lado para o outro e música alta envolvendo todo o lugar.Meu marido aperta a mão que o homem lhe estende e depois de cumprimentar diz:— Pode emprestar um quarto para minha mulher? Ela precisar descansar.— Claro — responde sorridente. — Carmem, leve a mulher do Nicolai até um dos quartos com banheiro. Ajude-a no que precisar, pelo nosso melhor cliente.— Vamos, querida. — A mulher me chama. Ela é meio que parecida com o homem. Também é baixinha e carrega uma barriga saliente. Ainda não consegui identificar o que eles são.Confesso que estou acanhada. Viver tanto tempo sozinha com Nicolai ou com as mulheres que me criaram me deixou meio que sem saber como reagir diante de outras pessoas... Meio nada, completamente sem saber como agir.Sigo a mulher corpulenta
NICOLAINão sei o que é pior; a minha vida no castelo ou nesse casamento falso com Rimena.Não, eu sei. A vida no casamento.No castelo eu podia ter minhas escapadas, agora só posso uma vez por mês no máximo. Quanto mais venho a cidade mais ela passa a ter interesse em vir também. É uma garota curiosa. Fica cada dia mais difícil afastá-la do mundo.O rei é um ser covarde. Deixar sua própria filha em uma situação assim. A garota nem pode ler, passa o dia com plantas e galinhas naquele lugar, naquele fim de mundo.Às vezes me pergunto porque ele me contou quem é essa menina. Poderia ter inventado qualquer desculpa, mas simplesmente disse: “Você vai morar com a minha filha, afastados de tudo e de todos. Meu conselheiro dará maiores detalhes”.E foi assim que eu soube que o rei tinha uma filha que ninguém suspeita.Tenho pena dela, mas não o bastante para mostrar o mundo que ela está perdendo. O que quero mesmo é um jeito de manter esse casamento que me rende uma grana e ter mais tempo pa
Acordei com o corpo um pouco dolorido por estar em uma cama diferente da minha. Apesar de que as duas são parecidas em questão de conforto. A minha só é menor.Estava sozinha no quarto, nem sinal de Nicolai.Estranho, ele costuma acordar depois de mim. Será que dormiu em um quarto separado da mesma forma que em casa? Eu devia esperar por isso, nunca dividimos o mesmo quarto.Saio do quarto e ando pelos corredores. Está tudo silencioso, muito diferente de durante a noite.Espero que aquelas pessoas que estavam pedindo socorro estejam bem.Encontro as escadas por onde passei ontem e desço. O movimento de ontem não existe mais, poucas pessoas limpando o lugar.— Com licença — chamo uma moça loira que está com uma vassoura varrendo vidros do chão debaixo de uma mesa.Ela me olha, vejo seus belos olhos cinza e pergunto:— Onde encontro a senhora Carmen?— Ela está dormindo. Só depois das onze da manhã.O tom da sua voz é meio cantado. Não sei explicar. Sua voz é linda.— Obrigada!
O tempo passa comigo aqui nesse lugar.Sinceramente, não demorou muito para que eu gostasse e começasse a desejar que Nicolai demorasse ou que nunca voltasse. É um sentimento feio, sei, porém não posso evitar.Aprendi tantas coisas, coisas absurdas, outras tão legais. Quero aprender mais, muito mais.Não posso ir embora, por vários motivos. Um deles, e o maior, é que não sei como voltar para casa. Ai vem o fato de que Nicolai meio que me vendeu por um mês.Quando eu o encontrar ele terá que me explicar muito bem essa história.Por falar em histórias... Aqui tem muitos livros. Eu nunca tinha visto um livro que não fosse o de regras das mulheres do Oeste. O que não faz muita diferença já que não sei ler. Ou melhor, não sabia.A senhora Carmen me ajuda muito, ela e Lilica estão me ensinando a ler e fazer os trabalhos do local onde terei que viver pelos próximos dias. Ela que seleciona os livros que posso ler, segundo ela, eu tenho que ir por partes. Já percebi que alguns livros com homen
SAYMON— Você achou que era brincadeira? — pergunto rindo dos seus olhos arregalado ao me ver desenrolando a corda.Quando ela entrou no quarto de motel, eu esperava só de roupão e com o sorriso de menino sapeca que sempre surgia em sua presença.— Achei — responde engolindo em seco.— E eu achei que já tivesse entendido que não brinco com coisa séria — falo de um jeito sarcástico. — Quer beber?— Preciso.Vou até ela sem o vinho. Ela acompanha meus movimentos com olhos curiosos e assustados. Me posiciono atrás dela e beijo seu pescoço, primeiro devagar, depois sugando com certa força e mordendo. Não resisto, sua pele clama pelos meus dentes. Ela geme e perde as forças das pernas. Está perto de gozar apenas com minhas mordidas. Isso nela é o que me deixa louco. É tão sensível.Desço lambendo e sugando suas costas nuas. Ela vai ficar cheia de chupões e marcas dos meus dentes, do jeito que gosto.A distraio com seus lábios até ela sentir a laçada firme em seus pulsos. A amarro com os br
— O que é isso? — acordo e a primeira coisa que vejo é Diana colocando roupa em uma mala em cima da cama. Ela está usando calça preta e jaqueta de couro por cima da blusa branca que cobrem seus fartos seios. Linda, mas prefiro como antes, nua, sentada na minha virilha e uivando de prazer.Ao ouvir a minha voz, ela vira, com um sorriso de empolgação, onde tem uma mensagem que não me dou ao trabalho de ler.— O rei me chama para uma missão. — Mostra seu celular.— Sem seu companheiro? — Sento na cama. E seu olhar fixa no meu pau ereto.Um sorriso maldoso desponta em meus lábios. Essa minha mulher é safada.Diana passa a língua pelos lábios. Chego a sentir sua boca engolindo tudo.Ela percebe e passa sua atenção para a mala.— Me desculpe, mas meu companheiro vai ter que morrer de saudade por alguns dias. Ele não mencionou você.— Impossível me afastar de você agora. A lua cheia é daqui a três dias, sabe como ficamos.Dane-se o rei. Não o considere meu rei. Aliás não considero ninguém su
RIMENAAntes...Odete me disse que meu futuro marido vem me buscar em poucos dias. Não sei muito bem o que sentir a esse respeito. Só conheço as mulheres do Oeste. Nunca vi um homem na minha vida.Ela me disse que não vai mudar muita coisa na minha vida, apenas que esse homem vai cuidar de mim, que devo obedecer assim como obedeço a ela. Ela cuida de mim desde sempre.Na verdade não obedeço tanto assim. Agora mesmo estou na beira do rio, nua e sentindo o sol em minha pele. Ela já me proibiu de fazer isso.Um movimento e meio seio direito roça minha roupa, que serve de manta no chão. A sensação é diferente, como se houvesse uma conexão com essa parte do meu corpo e entre minhas pernas.De olhos fechados, repito o movimento, e quando dou por mim estou tocando meus seios e entre minhas pernas. A sensação é tão boa, não tenho vontade de parar. Continuo esfregando até sentir meu corpo languido.Não sei o que é isso, mas gostei.Depois do meu passeio clandestino, volto para casa e encontro