RimenaUm banho quentinho, uma sopa, um cobertor e um livro. É tudo que eu preciso nesse momento de clima frio.Minha mente me leva para ele enquanto a água desce pelo meu corpo.Nada de sexo. Você não tem limite corpo?Foram três vezes, só essa manhã.Preciso de descanso pelo menos algumas horas.Eu rio ao perceber que minha boceta não está nem ai para descanso. Ela quer ser esfolada, isso sim.Que loucura! O que eu me tornei?Saio do banheiro enrolada na toalha e vou até o pequeno guarda-roupa. Ainda uso o meu quarto, apesar de acordar todos os dias na cama de um certo lobo.Abro a porta do guarda-roupa e meu queixo cai.— O que?Abro a gaveta de calcinhas e está vazia.Só pode ser brincadeira.— Saymon! — grito e saio do quarto atrás da única pessoa que tem acesso as minhas coisas.Mas antes agarro as únicas três camisas que estavam penduras em cabides, solitárias, três camisas dele.O encontro na cozinha. Pelo cheiro está preparando a sopa que prometeu.— Aconteceu alguma coisa? E
Meses depoisDianaDeixo a garrafa de vinho e vou abrir a porta após ouvir as batidas características do feiticeiro.— Caralho, Dove! Meses. Achei que estava me enrolando — reclamo e dou espaço para que entre.O manto negro arrasta no chão. O rosto por baixo mal pode ser visto.— Você nunca me pede nada fácil. É um feitiço demorado. Sem contar que tive que praticamente fazer milagre catando os lugares onde ele já sangrou.— Milagre porra nenhuma. Eu te dei vários lugares onde já lutamos.— É, mas lutar não quer dizer sangrar, principalmente se você é o grande Alfa.— Bla bla bla... Fez ou não?Até o rei já desisti de mim. Os soldados dele estão procurando a vadia por toda parte sob o pretexto que ela é uma humana em nosso mundo. Até recompensa ofereceu. Não o culpo. Já que não consegui fazer meu trabalho em tempo hábil. Em pouco tempo o bebê vai nascer. Estamos correndo contra o tempo.— Fiz. Consegui recuperar sangue do lugar onde você o encontrou anos atrás. — Isso me surpreendeu. M
Havia uma profecia com uma princesa e um homem que se transforma em lobo. Assim o mundo que ruiu foi reconstruído.A profecia data do início de Estrela, que surgiu há milhares de anos de uma separação dos seres místicos dos humanos.Por inveja, os humanos se aproximavam cada vez mais da perfeição no que se referia a armas para destruí-los. A última invenção pretendia retirar de forma cirúrgica os poderes de qualquer ser e usar em humanos geneticamente criados. O que mais agravava a situação era que havia uma raça traidora entre os seres mágicos, essa raça eram os lobos, cujo único poder vinha de se transformar em um animal feroz e poder se comunicar com qualquer outro como ele através da mente. Eles também invejavam seus “iguais” por muitos terem maior poder. Por isso, se uniram aos humanos para roubar poder dos outros seres.Foi uma feiticeira que uniu os líderes dos seres sobrenaturais e cedeu sua vida para a criação desse mundo mágico chamado Estrela, para afastar todos do mal caus
— Nasceu, majestade. É uma menina.O rei fecha os olhos com força ao ouvir o anuncio da serva. Esperava que viesse um menino. Tudo estava seguindo conforme a profecia.“Não posso aceitar que essa piralha tire o meu trono. Muito menos que se una a escória do nosso mundo.”A serva lhe estende o pacote onde a bebê suja descansa em um tecido destinado apenas a realeza.— Ela não chorou? — pergunta ao ver a menina quieta. — Não escutei outro barulho além dos esforços da rainha.— Não senhor. Nenhum choro.“Isso é bom. É um sinal do destino.” Pensa.Em sua cabeça começa a se formar um plano.— Entendo. Leve-a para a parte mais afastada dos meus domínios. No Oeste, naquela cidade de mulheres sozinhas. Não quero nenhum homem perto dela até que comece suas regras. Quando começar, vou enviar um eunuco para que se passe pelo seu marido. Pagarei para que eles fiquem o mais distante possível de qualquer outra pessoa. Ela tem que morrer virgem. Não deve nem saber o significado da palavra sexo.O re
Dezoito anos depois...RIMENALevanto com a disposição de uma criança em seu aniversário. O que é quase fato, já que é meu aniversário, só não sou mais criança.Hoje é o dia. Ele prometeu me levar dessa vez, justamente por ser meu aniversário de dezoito anos.O sol mal nascia e eu já estava com café pronto para quando meu marido acordasse. Essa era a minha obrigação, cuidar da casa e da nossa alimentação, meu marido cuida para que não nos falte nada, indo até a cidade e comprando tudo que é necessário em casa.— Bom dia! — falo animada quando ele entra na cozinha.Meu marido não tem o melhor dos humores, mas já aprendi a lidar com isso. Eu cresci entre mulheres e elas me ensinaram que os homens são diferentes em vários aspectos. Eles são mais rabugentos, gostam de mandar, são mais fortes fisicamente, entre outras coisas.Só posso confirmar pelo que sei do Nicolai, pois é o único homem que já vi em toda minha vida.Luma, a senhora que me criou, dizia que o rei ordenou que nos casássemo
SAYMONOs lobos não são bem vistos pelas pessoas nesse mundo. São os parias. E eu sou mais que isso. Sou o renegado que sobreviveu quando a feiticeira amada por todos não voltou das chamas.Por isso escolhi algo em que sou bom e me tornei o melhor, alguém indispensável e temido. Não preciso que gostem de mim, basta que temam. A única pessoa que preciso do meu lado é a minha mulher, aquela que me estendeu a mão e me ajudou a ver quem eu era de verdade.— Quantos faltam? — questiono enquanto limpo a lâmina do meu punhal. O vermelho mancha meu lenço branco.— Apenas uma família — ela responde e recebe meu olhar de negação. — Sem crianças. — Trata de deixar claro.— Então vamos acabar com isso. Quero férias. Só nós três. — Guardo o punhal no coturno.— Três? — levanta a sobrancelha.— Você, eu e sua boceta gostosa.Ouço sua gargalhada. Ela sabe que não estou brincando. Transar com essa mulher é surreal. Considero sua boceta a melhor amiga do meu pau, uma melhor amiga bem safada.Dessa vez
RIMENAMeu marido falava muito sério quando disse que a cidade é longe. Mas exagerou para me assustar. Ficamos na carroça por quase um dia — não três —, parando para descansar e comer.Não reclamei em nenhum momento. Ele já não queria me levar. Se eu abrisse a boca era capaz de Nicolai dar meia volta.Sinto falta de um banho. Mesmo estando no inverno me acostumei a ter um banho todos os dias no mesmo horário. Essa é uma vantagem por ter um rio perto da nossa casa.Apesar do desconforto por não conseguir seguir minha rotina, eu me sentia eufórica, queria olhar tudo que via, principalmente porque pelo caminho, vez ou outra, surgia uma casa ou pessoas. Cheguei a ver crianças brincando, um garotinho... vários. Eu nunca tinha visto um garoto. O único homem que conheço é meu marido. Até quis um filho, mas sem a ajuda de Nicolai seria impossível.As mulheres que me criaram diziam que para ter um filho, bastava o casal desejar muito que ele surgia. A magia do nascimento, era assim que chamava
RIMENA— Nicolai, achei que não viria. O jogo já vai começar. — Um homem baixinho e barrigudo diz assim que nós entramos no lugar.É um grande espaço com várias mesas e cadeiras, todas ocupadas, além de ter pessoas andando de um lado para o outro e música alta envolvendo todo o lugar.Meu marido aperta a mão que o homem lhe estende e depois de cumprimentar diz:— Pode emprestar um quarto para minha mulher? Ela precisar descansar.— Claro — responde sorridente. — Carmem, leve a mulher do Nicolai até um dos quartos com banheiro. Ajude-a no que precisar, pelo nosso melhor cliente.— Vamos, querida. — A mulher me chama. Ela é meio que parecida com o homem. Também é baixinha e carrega uma barriga saliente. Ainda não consegui identificar o que eles são.Confesso que estou acanhada. Viver tanto tempo sozinha com Nicolai ou com as mulheres que me criaram me deixou meio que sem saber como reagir diante de outras pessoas... Meio nada, completamente sem saber como agir.Sigo a mulher corpulenta