SAYMONA menina que mandaram é pequena e lenta. Quando a vi sua beleza natural me agradou. Cabelos negros e ondulados, até o meio das costas. Estão soltos e perfeitos para puxar. E os olhos azuis como duas safiras me analisam sem pudor. O vestido não é como o das outras, é mais como da dona do lugar. Se for um papel que ela interpreta é o momento errado. Eu preciso de alguém com fogo e disposição. Não quero uma personagem tímida e inexperiente.— Por que ainda está vestida? — questiono. Quero que ela entenda o que desejo. Sem joguinhos, sem fantasias, apensas o puro e cru sexo.— O que? — Pelo jeito que se faz de sonsa, a mulher quer ficar no personagem. Droga! Onde estão as profissionais dispostas apenas a satisfazer?— Eu te ajudo. — Como ela não entendeu, um vestido rasgado deve ajudar.— O que está fazendo? — se afasta bruscamente.Nem ligo, volto ao seu vestido. Chego a sentir espasmos pelo tesão que a lua causa.— Te deixando nua. — Acabo de rasgar até o vestido cair.O Uau fica
RIMENAEu sai correndo do quarto. Porque, apesar do medo e da dor, ainda havia uma parte maluca em mim que cogitou a possibilidade de continuar aquilo. Deve ter algo errado comigo... ou eu devia mesmo gostar daquilo?Tirando algumas poucas palavras eu não fiz nada para colocar um fim naquilo. E eu juro que não sei porque. Nicolai está certo, eu sou uma burra que nem sabe perguntar e discutir. Guardo para mim as perguntas e me torno mais ignorante a cada respirar.Quando finalmente cheguei no andar de baixo, encontro o olhar de Carmen. Parece... horrorizada. Ela vem em minha direção e me puxa com certa grosseria em direção ao escritório.Ainda vejo seu marido balançando a cabeça negativamente. Eu quando tenho certeza que fiz algo errado. Na hora me vem a lembrança de Odete me advertindo sobre o perigo de me sentir bem com tais toques. Ai minha Estrela!Não resisto ao impulso de chorar. Dói entre minhas pernas e nunca estive mais confusa.— O que você fez? — ela pergunta me segurando pe
Havia uma profecia com uma princesa e um homem que se transforma em lobo. Assim o mundo que ruiu foi reconstruído.A profecia data do início de Estrela, que surgiu há milhares de anos de uma separação dos seres místicos dos humanos.Por inveja, os humanos se aproximavam cada vez mais da perfeição no que se referia a armas para destruí-los. A última invenção pretendia retirar de forma cirúrgica os poderes de qualquer ser e usar em humanos geneticamente criados. O que mais agravava a situação era que havia uma raça traidora entre os seres mágicos, essa raça eram os lobos, cujo único poder vinha de se transformar em um animal feroz e poder se comunicar com qualquer outro como ele através da mente. Eles também invejavam seus “iguais” por muitos terem maior poder. Por isso, se uniram aos humanos para roubar poder dos outros seres.Foi uma feiticeira que uniu os líderes dos seres sobrenaturais e cedeu sua vida para a criação desse mundo mágico chamado Estrela, para afastar todos do mal caus
— Nasceu, majestade. É uma menina.O rei fecha os olhos com força ao ouvir o anuncio da serva. Esperava que viesse um menino. Tudo estava seguindo conforme a profecia.“Não posso aceitar que essa piralha tire o meu trono. Muito menos que se una a escória do nosso mundo.”A serva lhe estende o pacote onde a bebê suja descansa em um tecido destinado apenas a realeza.— Ela não chorou? — pergunta ao ver a menina quieta. — Não escutei outro barulho além dos esforços da rainha.— Não senhor. Nenhum choro.“Isso é bom. É um sinal do destino.” Pensa.Em sua cabeça começa a se formar um plano.— Entendo. Leve-a para a parte mais afastada dos meus domínios. No Oeste, naquela cidade de mulheres sozinhas. Não quero nenhum homem perto dela até que comece suas regras. Quando começar, vou enviar um eunuco para que se passe pelo seu marido. Pagarei para que eles fiquem o mais distante possível de qualquer outra pessoa. Ela tem que morrer virgem. Não deve nem saber o significado da palavra sexo.O re
Dezoito anos depois...RIMENALevanto com a disposição de uma criança em seu aniversário. O que é quase fato, já que é meu aniversário, só não sou mais criança.Hoje é o dia. Ele prometeu me levar dessa vez, justamente por ser meu aniversário de dezoito anos.O sol mal nascia e eu já estava com café pronto para quando meu marido acordasse. Essa era a minha obrigação, cuidar da casa e da nossa alimentação, meu marido cuida para que não nos falte nada, indo até a cidade e comprando tudo que é necessário em casa.— Bom dia! — falo animada quando ele entra na cozinha.Meu marido não tem o melhor dos humores, mas já aprendi a lidar com isso. Eu cresci entre mulheres e elas me ensinaram que os homens são diferentes em vários aspectos. Eles são mais rabugentos, gostam de mandar, são mais fortes fisicamente, entre outras coisas.Só posso confirmar pelo que sei do Nicolai, pois é o único homem que já vi em toda minha vida.Luma, a senhora que me criou, dizia que o rei ordenou que nos casássemo
SAYMONOs lobos não são bem vistos pelas pessoas nesse mundo. São os parias. E eu sou mais que isso. Sou o renegado que sobreviveu quando a feiticeira amada por todos não voltou das chamas.Por isso escolhi algo em que sou bom e me tornei o melhor, alguém indispensável e temido. Não preciso que gostem de mim, basta que temam. A única pessoa que preciso do meu lado é a minha mulher, aquela que me estendeu a mão e me ajudou a ver quem eu era de verdade.— Quantos faltam? — questiono enquanto limpo a lâmina do meu punhal. O vermelho mancha meu lenço branco.— Apenas uma família — ela responde e recebe meu olhar de negação. — Sem crianças. — Trata de deixar claro.— Então vamos acabar com isso. Quero férias. Só nós três. — Guardo o punhal no coturno.— Três? — levanta a sobrancelha.— Você, eu e sua boceta gostosa.Ouço sua gargalhada. Ela sabe que não estou brincando. Transar com essa mulher é surreal. Considero sua boceta a melhor amiga do meu pau, uma melhor amiga bem safada.Dessa vez
RIMENAMeu marido falava muito sério quando disse que a cidade é longe. Mas exagerou para me assustar. Ficamos na carroça por quase um dia — não três —, parando para descansar e comer.Não reclamei em nenhum momento. Ele já não queria me levar. Se eu abrisse a boca era capaz de Nicolai dar meia volta.Sinto falta de um banho. Mesmo estando no inverno me acostumei a ter um banho todos os dias no mesmo horário. Essa é uma vantagem por ter um rio perto da nossa casa.Apesar do desconforto por não conseguir seguir minha rotina, eu me sentia eufórica, queria olhar tudo que via, principalmente porque pelo caminho, vez ou outra, surgia uma casa ou pessoas. Cheguei a ver crianças brincando, um garotinho... vários. Eu nunca tinha visto um garoto. O único homem que conheço é meu marido. Até quis um filho, mas sem a ajuda de Nicolai seria impossível.As mulheres que me criaram diziam que para ter um filho, bastava o casal desejar muito que ele surgia. A magia do nascimento, era assim que chamava
RIMENA— Nicolai, achei que não viria. O jogo já vai começar. — Um homem baixinho e barrigudo diz assim que nós entramos no lugar.É um grande espaço com várias mesas e cadeiras, todas ocupadas, além de ter pessoas andando de um lado para o outro e música alta envolvendo todo o lugar.Meu marido aperta a mão que o homem lhe estende e depois de cumprimentar diz:— Pode emprestar um quarto para minha mulher? Ela precisar descansar.— Claro — responde sorridente. — Carmem, leve a mulher do Nicolai até um dos quartos com banheiro. Ajude-a no que precisar, pelo nosso melhor cliente.— Vamos, querida. — A mulher me chama. Ela é meio que parecida com o homem. Também é baixinha e carrega uma barriga saliente. Ainda não consegui identificar o que eles são.Confesso que estou acanhada. Viver tanto tempo sozinha com Nicolai ou com as mulheres que me criaram me deixou meio que sem saber como reagir diante de outras pessoas... Meio nada, completamente sem saber como agir.Sigo a mulher corpulenta