THIAGO
SEIS ANOS!
Sim, fazem seis anos que estou sozinho, fiquei viúvo aos vinte anos.
Perdi o amor da minha vida, o filho que nunca conheci.
A família de Aline levou o corpo para a cidade deles.
Não me deixaram ir visitar, nada, cortaram contacto, quase todos, a irmã dela Alice continuou como a minha amiga, vejo nela uma irmã, um apoio nos momentos de solidão, uma apoia o outro.
Ainda mando uma pensão para a mãe dela, sei que isso é migalhas perto do que perdeu, mas não posso fazer nada.
Chego na minha casa já passa das dez da noite, a governanta, que era a doméstica no nosso apartamento, a senhora Norberto, continua por ali, cuida de tudo, ela decorou o lugar de acordo com o gosto de Aline, ela conhecia bem a minha esposa.
Mantive ela, que me ajudou decorar a casa, como Aline gostaria, na casa tem quadros dela por todos os lugares.
Uma pena que não consegui ficar com nem uma foto dela grávida.
A minha empresa, bem, cresceu, e muito, hoje se Aline estivesse aqui, poderia dar-lhe tudo que prometi.
A minha empresa, hoje vale mais do que a da minha família, na verdade, são ramos diferentes. Eles trabalham no ramo de importação, eu construção.
Vi as portas se abrindo para esse mercado e segui.
Tenho contratos em todo o país, por isso não tenho tempo para pensar em mais nada.
Pego um copo de bebida, fico parado na frente de um grande quadro dela:
— Você teria orgulho de mim, meu amor. Eu ainda te amo Aline.
Após varias dose subo para o meu quarto, lá verifico o meu telefone particular, respondo às mensagens dos meus pais, e avô.
Nem acredito, estou a seguir os conselhos daquela criança, quem nem sei o nome, acredito que comece com a letra "E', pois é essa letra que está bordada no lenço que ela me deu naquele dia.
Aquele dia, apesar de ter sido muito tumultuado, a conversa com aquela criança, deu-me forças para segui, tirando da cabeça a ideia louca de acabar com a minha vida, a menina fez-me lembrar que precisava prosperar, assim como prometi a Aline.
Quando sai do lado dela, fui até o responsável pelo funeral paguei tudo, fiz uma oração na capela, e fui embora.
Não queria que a família sofresse com a minha presença.
Respeitei a vontade deles.
Quando cheguei em casa recebi a ligação do meu pai, ele pediu perdão, disse que ficaram saber há poucas horas, do acidente, estava toda a família num cruzeiro, por isso não estiveram no velório.
Assim, que ouvi a voz do meu pai, quis gritar, acusar, então lembrei a voz da menina, fiquei em silêncio, e pude escutar a minha mãe chorando ao fundo, ela lamentava a perda do neto. Neto que ela renegou, expulsando a mãe da criança da sua casa, sendo superior, mas isso agora não traria a minha Aline de volta, nada poderia fazer isso.
Nunca toquei no assunto com a minha família, eles também nunca falaram nada. O meu casamento, a minha esposa, o meu filho, eram como assunto proibido, algo que todos sabiam mais ninguém falava.
Depois daquele dia, trabalho foi meu objetivo, vivi apenas para isso nos últimos anos.
Um ano depois voltei naquela capela, perguntei pela criança que me ajudou naquele dia.
O padre que estava ali, informou que era novo, é quem cuidava antes era um grupo de irmãs, com a ajuda de alunos do colégio interno para órfãos, que havia fechado, por falta de verbas.
Aquilo deixou-me triste, aquela criança, ali me consolando era uma órfã.
Ela não tinha ninguém para cuidar dela, mas estava ali, me ajudando, talvez por isso fez-me lembrar da importância da família, ela não tinha ninguém.
Tentei entrar em contacto com as irmãs, mas nem uma deu informações sobre a menina.
Algumas vezes sonho com ela, que continua a dar-me conselhos, nos sonhos conto como estou, minhas conquistas, a voz continua marcante, mas o rosto, cada dia mais fraco.
Não entendo o porquê disso, mas mantenho o lenço dela sempre do meu lado.
O que me deixa triste, é que sonho com essa desconhecida, que nem perguntei o nome, mas nunca sonhei com Aline ou com o meu filho, que também não sei se era menino ou menina.
Deve ser castigo, por não cuidar deles como deveria.
A minha vida está resumida em trabalho, apesar de ter crescido muito, não gosto de sair nas mídias, por isso evito eventos sociais.
Se Aline estivesse aqui, seria diferente, ela sempre quis ser famosa, brilhar, e sim ela merecia brilhar.
Os meus pais já tentaram apresentar algumas mulheres, não fico nem para ver ser rola uma t****, não quero compromisso.
O que mais escuto é o meu avô, ele mesmo sendo contra o meu relacionamento com Aline, sempre apoiou o meu crescimento.
Vou à casa dele sempre, pois sei que não anda bem de saúde.
Não tenho amigos, tenho conhecidos.
Sim, posso dizer que tenho um amigo, ele é bem mais que o meu assistente, começou a trabalhar comigo logo depois da morte de Aline, ele tem apoiado, ele e a esposa, os dois sempre estão do meu lado, um meu assistente, a outra minha secretária.
Eles sempre motivam para que eu saia, até tentei, sai com eles, mas nem sei como chegar numa mulher, o medo de prometer o que não poderei dar, que no caso agora seria, amor.
Sobre a minha vida s***, bem, para essa tenho na agenda, o número de um clube de acompanhantes, sem nome, num hotel discreto, sempre com proteção, e nunca uma acompanhante duas vez seguidas, pode ser que encontre ela meses depois, mas nunca em seguida, não quero dar ilusão para ninguém.
O meu coração já teve uma dona, agora, tem apenas dor.
Sigo a minha vida, tendo a solidão como companheira constante, nem a casa que construi aproveito direito, num nem nadei na piscina que tem aqui, não faço nem uma refeição aqui, venho apenas dormir, trabalho até nos fins de semana, talvez para ocupar a minha cabeça.
THIAGOHoje domingo, teremos a reunião na casa do vovô Thulio, ele é o pilar da nossa família.Não tenho nada contra os meus primos, mesmo que na época eles não aceitaram Aline como seria o certo.Ela queria apenas que eles a aceitassem.Sou o caçula da turma, no total seis primos.Vovô teve três filhos, tia Tabata a mais velha, que tem três filhos, os gémeos Lucas e Lincon, e a linda Leonora. Tio Timotio que tem dois filhos, os gémeos Hugo e Helena. E por fim papai Tales, sou filho único.Sempre tive tudo nessa família, éramos unidos, até conhecer Aline.Os meus primos me levavam nas festas, cuidavam de mim, apresentavam as mulheres mais quentes, mesmo eles já sendo comprometidos.Até hoje não entendo o que viram, ou melhor, o que não viram para não aceitá-la.Aline tentou fazer amizade com Helena e Leonora, que sempre foram muito simpáticas, sempre foram pessoas fáceis de aceitar os outros, são do tipo fazer amizade fácil, mas rejeitaram Aline.Podem pensar, a sua família é preconce
THIAGOA minha segunda-feira não poderia começar pior, estava irritado, a noite foi uma confusão, não dormi direito, o pouco que dormi sonhei com aquela menina, a nossa conversa, não lembro o rosto dela, mas a voz, não sai da minha cabeça, pedindo que eu siga.Era dez horas e o meu assistente Filipe e a minha secretária Luana entraram na minha sala, ficaram os dois me olhando, como se esperando que eu dissesse algo.— Fala Thiago, você hoje está mais azedo que o comum, o que aconteceu? -Luana, nunca teve medo de falar nada.— Nem eu sei direito. Porque o que tenho na cabeça são apenas dúvidas, ontem no domingo em família, foi difícil.— Arrumaram mais uma noiva para você? — Filipe perguntou rindo.— Antes fosse, pois isso já aprendi a lidar.— Então o que foi?— Os meus pais, estavam estranhos. Quando questionei o meu pai, ele veio com uma conversa sobre a gravidez de Aline.— Você contou, eles eram contra. -Luana lembrou.— Sim, mas ontem, o meu pai contou outra história. Que sabiam,
THIAGOSabia que já vinha uma história por ali.— Filha de um amigo de papai?— Sim, infelizmente ele e a esposa faleceram quando a pequena tinha cinco anos.— Ela ficou aos cuidados dos tios, que agora querem usá-la para conseguir dinheiro.— Mais ou menos, os tios, apenas querem a parte do dinheiro, mas nunca cuidaram da criança, deixaram num internato.— Agora querem o dinheiro, como seria isso.— Você não quer saber quem é ela?— O senhor a conhece, ela é de confiança?— Sim, conheço, é de confiança. Você também conhece, e como gosta de falar que cumpri as suas promessas, deveria casar realmente com ela, já que fez essa promessa.-O que?Vovô deu uma gargalhada, e pegou algo na gaveta e entregou-me.Era uma foto, quando peguei, foi automático, deixei um sorriso aparecer.— Fofinha, a minha noiva.-Isso, boa memoria garoto.— Vocês não me deixaram esquecer. Mas, sim, lembro do tio Jack e tia Glória. Estávamos a morar fora do país quando eles faleceram, a família escondeu a morte de
ERIKANão acredito que o b@b@ca do m@rginal caiu na carinha de menininha.O bom que consegui mais uma vez terminar a missão, não tive pena do bando dele, agora irão sofrem no fundo, de uma prisão que os direitos humanos nem sabem da existência, esse é o melhor fim para quem faz trafico humano.Olho no espelho, irei ficar com uma boa cicatriz na testa se não cuidar, mas preciso cuidar, pois agora terei que voltar para casa.Casa, para minha cidade natal, lugar que sai quando tinha apenas quinze anos, após ter sido recrutada por uma agência de espionagem, que trabalha secretamente com o governo.O meu nome é Erika, nasci num lar feliz, pais amorosos, que foram contra a ganância da família da minha mãe, e viveram o seu amor.Eles em dez anos de união construiram um império industrial, foram tirados de mim de uma forma covarde.Acidente de carro, foi o que disseram, hoje sei que, na verdade, foi um atentado, onde eu deveria ter morrido também.Por sorte, ou azar, sobreviví.Não tinha pare
ERIKAChegar na minha cidade não foi nada do que pensei, a família da minha mãe não está a colaborar.Voltei, pois estarei envolvida na investigação de criminosos internacionais, que tem a ramificação aqui na cidade.Também, vou estar a frente no recrutamento de novos agentes, treino.Nesse começo ficarei um pouco afastada, melhor atrás dos computadores, pois acabei ficando lesionada, estou com quatro costelas quebradas, um hematoma visível na testa, e muitos pelo corpo, precisavam ver os outros caras.A minha família marcou um almoço, onde fui apresentada para o tal Murilo Aço, homem nojento. Ficou o tempo todo olhando para mim, fazendo caras e bocas.O meu avô foi duro disse que terei direitos nessa família se casar com alguém indicado por ele, que precisa ser de uma grande família, e mais um monte de coisa.Para eles, falei que estou na casa de uma amiga, estou no meu apartamento aqui, uma cobertura, num prédio muito protegido, a minha ajudante pessoal veio junto comigo, Cristiny e
ERIKAAntes de ir à casa do senhor Thulio, melhor do vovô Thulio, havia recebido duas ligações.A primeira era da equipe que trabalho, tudo estava atrasado, com a documentação do pessoal, com isso iriam atrasar, chegando apenas daqui vinte dias ou mais, por sorte já tenho o meu casamento definido, foi o que pensei.A segunda ligação foi da minha família, dizendo que para garantir que estou a seguir tudo certo, teria que me mudar para a casa deles, nunca que faria isso, sei que o tal Murilo ofereceu um valor ainda maior que vovô Thulio pagou, para que eles enganassem vovô, e consigam levar-me para a cama dele.Como já estava tudo certo com vovô Thulio, ia pedir para adiantarmos o casamento, mas não, agora estou aqui, com esse senhor me oferecendo o neto dele, mas para um casamento real.Tudo bem, que dormindo em quarto separados, posso enrolar esse rapaz por muito tempo, mas ele quer filhos, isso complica tudo, inseminação, porque não Erika, você também quer filhos.Consigo desarmar um
THIAGOA minha cabeça estava a mil, quando sai da casa de vovô, mas sabia que precisava fazer algo por meus pais.Comprei então um pacote de viagem para eles, assim, quando voltassem já me encontrariam casado, acho que ficariam felizes, já que a noiva dessa vez era filha de conhecidos deles.No outro dia de manhã, fiz uma surpresa, fui tomar café da manhã com eles, que ficaram muito emocionados.Até os funcionários da casa ficaram contentes com a minha presença, pois ia até ali apenas em datas especiais, e com agendamento.O café foi animado, servido na varanda, onde contamos histórias da minha infância.Por fim entreguei o presente, eles ficaram muito felizes, já iriam viajar dentro de quatro dias.Na empresa tudo corria bem, sobre o casamento vovô quem organizaria tudo.Porém, dez dias depois ele ligou informando a data e horário, já seria no outro dia, as dez horas.Liguei para a minha casa, precisava falar com Norberta, a governanta.Quando Aline faleceu, deixei nas mãos dela a or
ERIKAComo o meu marido não estaria em casa me esperando, fui até o trabalho após o almoço, lá resolvi algumas situações.Fui para a casa, apenas as cinco da tarde, quando cheguei na entrada do condomínio foi tirada as minhas digitais, foto, tudo graças ao cartão de acesso que ele entregou, segui até a casa, e no portão de entra após ser identificada segui, deixando o meu carro na frente da porta principal.Tirei as minhas malas com dificuldade, e fui a entrar, tinha as chaves que ele havia mandado, nada me preparou para aquilo.Quando abri a porta, passando a primeira coisa que vi foi um quadro gigante com a foto de uma loira que sabia quem era, não era possível, que deixei passar isso.Quando o senhor Thulio quis conversar comigo, pesquisei sobre ele, não os seus netos.Olhei aquela sala, onde por todos os lados tinha fotos da loira, parecia até um santuário na sua homenagem, não podia ser, fiquei a olhar e tudo que saiu da minha boca foram palavrões.-QUE P*** É ESSA C*****. PQP!—