ERIKA
Como o meu marido não estaria em casa me esperando, fui até o trabalho após o almoço, lá resolvi algumas situações.
Fui para a casa, apenas as cinco da tarde, quando cheguei na entrada do condomínio foi tirada as minhas digitais, foto, tudo graças ao cartão de acesso que ele entregou, segui até a casa, e no portão de entra após ser identificada segui, deixando o meu carro na frente da porta principal.
Tirei as minhas malas com dificuldade, e fui a entrar, tinha as chaves que ele havia mandado, nada me preparou para aquilo.
Quando abri a porta, passando a primeira coisa que vi foi um quadro gigante com a foto de uma loira que sabia quem era, não era possível, que deixei passar isso.
Quando o senhor Thulio quis conversar comigo, pesquisei sobre ele, não os seus netos.
Olhei aquela sala, onde por todos os lados tinha fotos da loira, parecia até um santuário na sua homenagem, não podia ser, fiquei a olhar e tudo que saiu da minha boca foram palavrões.
-QUE P*** É ESSA C*****. PQP!
— Cuide com o seu vocabulário senhora! Isso não é tolerado na casa de madame Aline.
Pulei ao ouvir a voz da mulher, que mais parecia um fantasma ali
Pronto, se eu tinha alguma dúvida, acabou de ser esclarecida com essa fala, acabo de casar com o viúvo da loira, Aline, Thiago, o viúvo.
A mulher, a minha frente, usava um tipo de uniforme preto, era um loira, muito magra, sem uma expressão se quer no rosto, olhava para mim como se estivesse com nojo.
— Oi, eu sou Erika,...
— Sei quem você é, uma interesseira que acha que pode ser dona dessa casa. Mas deixe me avisa, a dona, quem manda, quem dá as ordens aqui, e madame Aline. Nada aqui pode ser mudado, você vai seguir as regras colocadas por ela. Não deve entrar na cozinha, escritório, academia, biblioteca, atelie, sala de cinema, quarto do senhor Thiago, área do jardim de rosas de dona Aline, o seu veículo não combina com a casa, por isso deverá ficar com os veículos dos funcionários dos condomínios, o pessoal da segurança irá indicar-lhe. O seu quarto é a esquerda subindo a escada, no final do corredor. As refeições são servidas, as oito, meio-dia e vinte horas, hoje não haverá refeição, pois a cozinheira pediu demissão, não irei cozinhar para você, pois para mim, não passa de uma intrometida, fora do lugar. Seja rápida em tirar o seu carro da frente da casa.
Eu queria dizer muitas coisas para aquele modelo de zumbi, mas ela nem esperou. Como assim, irei viver numa casa onde quem manda é uma mulher morta. Esse Thiago vai escutar de mim.
Poderia ligar para o senhor Thulio, poderia, com toda a certeza ele viria salvar-me dessa louca, mas não farei isso, Thiago agora está com muitos problemas não quero causar mais. Foi o que pensei.
Deixei as malas, voltei para o caro, dirigi até a saída, o pessoal da segurança foram muito legais, ficaram e guardar o meu carro, disseram não entender o porquê não deixar na garagem da casa, disse que isso o patrão que teria que ver depois.
Foi um sofrimento subir aquelas escadas com as malas, mas terminei.
O quarto era pequeno, com uma cama de solteiro, um guarda-roupa pequeno, um banheiro, isso já era bom, já fiquei em acomodações bem piores, isso aqui era cinco estrelas.
A noite, pedi um lanche, e peguei na portaria.
No outro dia de manhã, a mordoma zumbi informou que ainda não tínhamos cozinheira, perguntei se poderia preparar o meu alimento, disse que a cozinha não era permitida para mim.
Então sai cedo, e fui tomar café numa lanchonete ali perto, de lá segui para o trabalho, tinha muito o que fazer.
Aproveitei para ver como estava a situação de Thiago, entrei em contacto com informantes, resolvi ajudar o meu marido.
A situação dele era difícil, e por sorte não foi pior, mas ao menos agora ele sabe que foi sabotagem, ou melhor, um atentado.
Segui assim por alguns dias, até chegar no sábado, onde trabalhei até meio-dia, saía quando recebi uma ligação.
— Bom dia, quem fala? — Perguntei firme. Sem receber resposta -Era o que faltava, um trote, vou desligar.
— Não espera, sou eu, Thiago, seu esposo. — Que voz é essa, nossa, aquilo foi estranho, ouvir a voz dele, outra vez, parecia ainda mais grossa, e quente, como assim quente.
— Liguei para saber como você está. Pedir desculpas por tudo que aconteceu.
— Não foi sua culpa. Estou bem, e a situação aí, está a conseguir resolver. — Nem sabia o que dizer para ele.
— Na verdade, está muito difícil aqui, está a ser tudo investigado, acredito que ainda irei ficar alguns dias. Espero que entenda, irei recompensá-la de alguma forma.
— Fique tranquilo, quando chegar conversamos direito.
— Então até a minha chegada.
— Até! — Terminei a ligação estranha, não sabia o que dizer para ele, o que falar tinha e muito, mas naquele momento não era o momento.
Voltei para o santuário Aline, melhor casa, não a minha.
Quando cheguei, percebi um carro estacionado na porta, era um BMW, lindo.
Ao abrir a porta vi um loira, que a minha memória sabia quem era, irmã de Aline, estava sentada na sala, onde era servido um chá da tarde para ela, com muitos pratos, logo na casa, onde não consegui comer nada a semana toda, ela parecia uma visita ali. Talvez tenha vindo visitar a irmã, fiz uma piada de m@l gosto na minha cabeça, não me julguem.
-Boa tarde!
-Quem é você? Como se atreve entrar na casa da minha irmã?
Sério isso, mais uma louca.
— Essa é a intrometida, esposa do senhor Thiago. — A mordoma zumbi respondeu.
— Ela, é muito abusada mesmo, ainda não percebeu, que esse casamento com toda a certeza foi uma armação da família dele, que ela não tem espaço aqui. Sei menina, veja ele nem apareceu na casa desde que foi obrigado a assinar o casamento, mandou você para o pior quarto da casa, bem longe do quarto dele, então saia antes que ele te expulse. Pois, se alguém, tem o direito de assumir o papel de esposa dele, esse alguém sou eu, que estou do seu lado há tantos anos. Não percebeu isso.
— Isso é no mínimo macabro sabia. Você continua velando o luto dele. E agora ele aparece casado com outra. Sinto muito por você. Espero que ao menos tenha conseguido uma t*** com ele, porque agora ele é um homem casado, e a esposa sou eu.
Falei mostrando a aliança e o anel.
Ela quis vir para o meu lado, mas fui rápida subindo as escadas, não queria bater na cunhada do meu marido, isso é estranho.
Na verdade, tudo essa semana tem sido uma louca.
THIAGOFiquei a resolver o problema do prédio ainda por mais de uma semana.Voltei para a cidade numa noite de chuva de segunda-feira, o voo atrasou, acabei chegando em casa passava das onze da noite.A casa estava em silêncio, achei estranho, ainda estava tudo como antes.Acreditei que a minha esposa fosse mudar tudo, começando tirando os quadros e fotos de Aline.Subi as escadas, não sabia qual era o seu quarto, mas também não iria acordá-la naquele horário, iria deixar para o café da manhã com ela.Estava muito cansado e acabei dormindo um pouco mais.Quando desci encontrei Norberta na sala toda sorridente.— Bom dia Norberta, a minha esposa.— Bom dia senhor Thiago, espero que tenha feito uma boa viagem, já preparei o seu café da manhã.Percebi que ela não respondeu sobre a minha esposa, o que está a acontecer.— A minha esposa?— Ela já saiu.Olhei no relógio ainda não era nem sete horas.Mas, não quis questionar.Não tomei o café da manhã, nunca tomava, comia sempre algo na empr
THIAGOEu nem acreditava no que via e ouvia.Alice não está no seu melhor, nunca lhe tratei diferente do que uma irmã, sempre olhei para ela como uma irmã.Estava parado ela nem ligou para minha cara de idi@ta, e foi sair, por extinto peguei o seu braço, fiz errado, eu sei, e o olhar dela deixou isso bem claro, ela parecia que iria matar-me apenas com um olhar.Soltei, e comecei:— Olha, Alice entendeu errado, irei conversar com ela, a culpa...-PARA! A culpa é da louca que acha que vai assumir o papel da irmã, isso no mínimo é loucura. Pare de assumir o que não é da sua conta. Agora deixa-me dormir, pois trabalho amanhã cedo.Ela voltou a subir a escada, mas parou no meio, sem olhar para mim falou:-A proposito. Erika! O meu nome é Erika! Vai pegar m@l você chamando-me "esposa" por não saber o meu nome.Ela sumiu, fui subindo logo atrás, e quando vi onde entrou, um ódio subiu na minha cabeça, o que está a acontecer aqui?Aquela noite, nem dormi direito, o pouco que dormi a menina do
ERIKAThiago é muito inocente, como pode não ter percebido que a ex-cunhada quer assumir o papel de esposa.Como tenho saído cedo e voltado tarde ela aproveitou os fins de semana para atormentar a minha vida.Conseguiu o meu número, e ficou a mandar prints de conversas dos dois.Ele trata ela como uma irmã, mas a iludida vê amor, paixão.Andei a visitar vovô Thulio, ele tem sido ótimo para mim, não falo do que ando a passar na mão da governata zumbi e da cunhada/amante.Na verdade, ela acha que é amante, não estou a ser ingénua, ele não tem olhos para outra mulher, a prova disso é essa casa.Consegui ajudar na investigação do atentado do prédio dele.Descobri que ele é um dos mocinhos, dos que fazem tudo dentro da lei.Porém, num mundo onde o que manda é o m@l, quem faz o bem é perseguido.Irei ajudar o meu marido, enquanto ele for bom para mim.Mas ele abandonou-te no altar? Não, ele foi socorrer quem precisava naquele momento, sem falar que sei que ele tentou se redimir.Na primeira
THIAGOVoltei do almoço mais leve, calmo, conversar com Erika foi ótimo.Há muitos anos, não sorria como fiz hoje, com ela, não sei o que me levou a fazer aquilo, provocar ela com o apelido, e o beijo na sua cabeça.— O que aconteceu? Que sorriso leve é esse? -Luana, sendo Luana.— Nada, resolvi tudo com a minha esposa, ela aceitou as minhas desculpas, mas não quer ficar na casa.— Ela está certa, aquilo lá parece mais um santuário para a sua falecida.— Foi o que ela falou, achei que iria apenas mudar tudo, mas sem conversa.— Então ela vai embora, por isso você está feliz?— Vou com ela, irei para o apartamento dela, depois construimos uma casa como ela desejar. Mudamos amanhã.— Gostei dessa menina. Então Thiago, diz logo, ela é bonita? Corpão, magrinha, gordinha, cor do cabelo, olhos.Lá vem ela com essas perguntas novamente.— Olha, semana que vem trago ela aqui, ai você diz-me.— Nem se ela e gorda, magra você quer dizer.— Olha, nunca fui de reparar no peso de uma mulher, mulhe
ERIKAO almoço com Thiago foi agradável, ele parece esforçado nessa questão ser um bom marido, pediu muitas desculpas, esclareceu as coisas.Eu já sabia das armações das duas, sim, mas foi bom ouvir dele.Claro que ainda não consigo explicar isso de beijo no rosto, sei que o nosso casamento vai ser de verdade, mas não consigo explicar o que senti com aquele beijo, aquele contacto.A tarde no trabalho, precisei lidar com um bandido que conseguimos prender, ele não queria falar, mas usei de muito 'dialogo' com ele, estava ocupada com isso, e quando voltei para o escritório falso, todos olhavam para mim, nem acreditei, na minha mesa um vaso de flores, sim, eu sei que ele já havia enviado flores antes, mas nem uma chegou nas minhas mãos.O bilhete com a letra dele, convidando para jantar pizza, muito fofo, ou eu estou a ver de mais.Os meus amigos Helio e Otavio, falaram um monte, claro que aceitei o convite.Outra coisa que fiz, foi dar uma passada em casa, conversei com Cristiny, pedi p
THIAGOQuando decidimos mudar para o apartamento de Erika, perguntei o que deveria fazer com a casa, e as coisas de Aline, ela ficou surpresa quando pedi a opinião dela, mas se somos casados, precisamos partilhar tudo, não amo Erika, mas irei respeitá-la, cuidar, e fazer o meu melhor para fazê-la feliz.Luana sempre falou que precisava seguir, que era triste ter perdido a mulher da minha vida, mas que havia mais pessoas que me amavam ao meu lado.Demorei tempo de mais para perceber isso, os meus pais, foram sempre maravilhosos comigo, não percebi que quando me fechei, também fechei a continuidade da nossa família.Acredito que nunca iria sair, encontrar alguém, namorar, noivar e casar, como é o esperado, mas esse casamento por conveniência, farei dar certo.Não imaginei que Alice e Norberta pensavam em assumir o posto da minha esposa, elas nunca foram uma opção, olhando a mulher aqui ao meu lado, o pouco que já conheci dela, acredito que vovô foi sábio em nós unir, sem falar, que ela
THIAGOCristiny havia deixado um belo café da manhã, comemos em silêncio, quando estávamos satisfeitos ela resolveu falar.— Acho que agora, devo apresentar o nosso apartamento para você.— Vamos começar pela cozinha, já vou deixar organizado.— Pode ser.Assim, levamos tudo para a cozinha que ficava num conceito aberto com a sala de jantar, onde estávamos, e a sala de visita.Fiz questão de lavar a louça, ela foi a guardar tudo.-Cristiny deixou a geladeira abastecida, não vamos precisar ir ao mercado. Você tem intolerância a algum alimento, ou você não gosta de comer algo.— Eu como de tudo, uma época tentei ser veg@no, mas não consegui.Com tudo organizado ela começou a mostrar o lugar.Começou pela área de serviço, onde tinha dois quartos confortáveis, maior do que ela estava na minha casa. O apartamento tinha um escritório onde tinha duas mesas, ela disse que havia pedido para colocar uma ali, com um armário para o meu uso, sala de cinema com poltronas que fazem massagem, um quar
BRIANANunca passei tanta vergonha, como Cristiny pode ser assim, amo ela.Thiago também não colabora com essa história de fazer o casamento dar certo, nem acredito que ele me pegou dançando.Acabei inventando que tinha que responder alguns email, na verdade, fui conversar com Hélio para que ele ajudasse, como deveria sair com o meu marido, pensando agora, nunca tive um encontro, nunca fui convidada para ir jantar, cinema, dançar, nunca recebi flores.Foco, Erika, ele é o seu disfarce, ele ainda ama a falecida.Fiquei quase toda a tarde, mostrando as roupas que tenho para Hélio e Otávio, aquilo estava-me a cansar.Uma era muito séria, outra deixava-me com cara de moleque, muito brilho, muito s***, a maioria das que eles gostaram mostrava muita pele, ainda roxa, então descartei.No final acabei colocando uma calça pantacourt preta, uma blusinha bem comportada nude, um casaquinho, nos pés um ténis branco, era uma roupa larga, mas coloquei a blusa por dentro da calça, marcando a minha ci