BRIANANunca passei tanta vergonha, como Cristiny pode ser assim, amo ela.Thiago também não colabora com essa história de fazer o casamento dar certo, nem acredito que ele me pegou dançando.Acabei inventando que tinha que responder alguns email, na verdade, fui conversar com Hélio para que ele ajudasse, como deveria sair com o meu marido, pensando agora, nunca tive um encontro, nunca fui convidada para ir jantar, cinema, dançar, nunca recebi flores.Foco, Erika, ele é o seu disfarce, ele ainda ama a falecida.Fiquei quase toda a tarde, mostrando as roupas que tenho para Hélio e Otávio, aquilo estava-me a cansar.Uma era muito séria, outra deixava-me com cara de moleque, muito brilho, muito s***, a maioria das que eles gostaram mostrava muita pele, ainda roxa, então descartei.No final acabei colocando uma calça pantacourt preta, uma blusinha bem comportada nude, um casaquinho, nos pés um ténis branco, era uma roupa larga, mas coloquei a blusa por dentro da calça, marcando a minha ci
THIAGOFazia anos que não dormia tão bem.Devo admitir, esse casamento tem feito bem, ela tem feito bem.Porém, ainda fico com medo, vergonha, raiva dos sentimentos que começaram a nascer. As palavras de Alice, no momento fiz que nem liguei, fui firme, precisava ser assim, pois preciso priorizar Erika, mas sim em alguns momentos, sinto que estou a trair Aline.Prometi de demais para ela, e entreguei pouco.Sem falar que tenho feito algo que não queria, comparar as duas.Ontem no nosso passeio, fiz muito isso, sem perceber.Alice na nossa viagem foi junto ao shopping nas cidades onde passamos na Europa, mas entramos nas lojas mais caras, comprei tudo que ela quis, joias, bolsas, roupas. Ver a alegria dela com isso era a minha felicidade. Quando voltamos, e não pude continuar a dar todo esse luxo, fez com que ela ficasse doente, minha culpa.Estava preparado para usar o meu cartão, para agradar Erika ontem, mas não, até no momento do jantar, ela não escolheu um restaurante de luxo, esco
ERIKAO final de semana foi diferente de tudo que possa lembrar.Não lembro como era a vida com os meus pais, as recordações antes do acidente, são confusas até hoje.Estava no carro com eles, era para ter morrido com eles, mas se estou aqui, talvez a minha missão ainda não acabou.Lembro de canções, sabores, histórias infantis, risos, sim, risos, o som da risada de papai, a voz de mamãe cantando para eu dormir, vovô contando histórias.Após o acidente fiquei em coma por mais de quatro meses, os médicos disseram que ficaria com sequelas, esse foi um dos motivos que os parentes vivos usaram para não cuidar de mim, não teriam condições, num lar ficaria melhor, na verdade, fiquei.Por esses motivos, não lembro de finais de semana com a família.No colégio interno, orfanato, seja como quiserem chamar, finais de semana eram para faxinar o lugar, as que não tinham família, no caso eu e mais duas, que eram mais velhas e sempre deixavam mais serviço para mim.Foi por isso que estava na capela
THIAGOApesar de já ter sido casado, essa rotina de casado está bem diferente.Tomamos café e jantamos juntos todos os dias.Ela tem deixado-me na empresa, acompanhei ela até o médico, fiquei preocupado vendo os exames dela, o pouco que sei, percebi que foi muito sério o tal queda da escada.O almoço na casa do vovô, foi muito divertido, ele estava muito alegre, Erika diz que tem mulher no meio, nem acredito nisso, como pode.Na sexta-feira o meu carro ficou pronto, ela vai passar na empresa para me pegar, e irmos num restaurante, depois oficinal, foi bom isso, pois hoje ela tem uma reunião irá sair um pouco mais tarde, já combinei que o jantar serei eu que vou fazer.Quando ela chegou, ia descer, mas Luana e Filipe disseram que não, e já haviam liberado a entrada dela na empresa.Com a liberação da médica, ela já está a usar roupas mais coladas, que definem bem o seu corpo, que é perfeito. Hoje ela foi trabalhar com um conjunto alfaiataria verde-militar, onde a blusa mostrava um pouc
ERIKAO fim de semana ao lado de Thiago foi diferente de tudo que já vivi.Primeiro que não lembro muito de como era a vida com os meus pais e avô paterno.Lembro de palavras, músicas, cheiros, sons, sabores. A risada do meu pai, jogando-me para o alto, o toque da sua barba enquanto me fazia cocegas. A voz doce de mamãe, cantando enquanto cozinhava, ainda sinto o cheiro do seu arroz, nunca senti nada parecido. As histórias de vovô, antes de me colocar para dormir, e a frase de todas as noites, "Mesmo não estando aqui presente, estarei sempre aqui, no seu coração Fofinha."A família de mamãe, destruiu com quase todas as recordações deles, fiquei com um álbum de foto.Por isso não posso dizer como era nossos fins de semana.No orfanato, ou colégio interno, os fins de semana eram de faxina, as maiores sempre acabavam deixando mais serviço para mim, que fazia para não ser punida. Então todos os fins de semana trabalhava em algo, foi assim que conheci Thiago no velório, estava ali trabalha
THIAGOA minha cabeça doí, isso é bom, sinal que estou vivo, pois a única coisa que consigo lembrar nitidamente, e de estar a olhar para a sacada do prédio, pensar que seria bom pular dali e acabar com toda essa dúvida que estou.Que bom que não bebi o suficiente para fazer essa burrada!Sinto o perfume dela, aperto os meus olhos, e começo a lembrar de tudo.Sim, lembrei de tudo, não sou do tipo que tenho amnésia após uma bebedeira, se tudo que vem na minha cabeça é verdade, fiz mais besteira do que imaginei.Como irei entender-me com ela falando de outra.Tudo bem, a outra era, uma criança, quinze anos. Na época o seu idiota, agora, já deve ser uma mulher de vinte e um anos.Abri os meus olhos, o rosto de Erika deitada ali foi a primeira coisa que vi. Vou acostumar-me fácil, acordar e ter essa visão, ela é linda.Estou casado com uma mulher linda, forte, ao mesmo tempo, delicada, não vejo a hora de beijar essa boca, mas falando de outra, vai ser difícil.Comecei a analisar o rosto de
THIAGOFechar a porta do passado, talvez seja isso que eu preciso.Analisar de vez o meu casamento com Aline, as mentiras que envolveram ele, tirar todas as dúvidas, a primeira de todas, a resposta apenas eu posso dar, realmente foi amor? Realmente amei Aline? O nosso casamento foi real? Isso terei que resolver sozinho, mas as outras dúvidas irei tirar com toda a certeza.— Você mais uma vez está certa! Aceito a sua ajuda para ir mais afundo nessa história. Se vivi uma mentira quero saber o porquê. Mas, quero que entenda, isso não tem nada com nós dois. Quero realmente fazer o nosso casamento dar certo, quero fazer-te feliz, e ser feliz ao seu lado.-Vamos por passos. Acredito em você quando diz que não tem nada um casamento com o outro.Ela tirou a mão do meu rosto, dando um vazio ali, fiquei a olhar o rosto dela.— Obrigado, mais uma vez as suas palavras orientando a minha vida. Foram elas que deram forças para seguir, quando me achei perdido, acreditando que o meu mundo havia acaba
ERIKAAcordar com Thiago olhando para mim, foi estranho, mas um estranho bom.Ele contou uma história surreal, fiz uma análise rápida, e acredito que ele não é viúvo, com toda a certeza a loira Aline continua por aí.Com a autorização dele, irei descobrir tudo.Ele descobriu sozinho que sou a menina do velório, devo confessar, saber que ele ouviu realmente as minhas palavras, que elas foram importantes para ele, que ele ainda guarda o meu lenço, que foi procurar-me, nossa, muita informação e muito sentimento envolvido, está a ser difícil, não reagir a tudo isso.Para estragar o clima, que ficava quente, a ex-sogra aparece, com cobranças, ameaças, e falsas acusações, ele nem me deixou falar, já foi a dizer que sabia que era mentira, até porque estivemos juntos no horário do almoço.Pediu que colocasse uma roupa confortável, pois iríamos almoçar num lugar diferente, ao ar livre, logo após colocar a ex-sogra e ex-cunhada para fora da casa.Escolhi então um short de alfaiataria, um palmo