THIAGO
A minha cabeça estava a mil, quando sai da casa de vovô, mas sabia que precisava fazer algo por meus pais.
Comprei então um pacote de viagem para eles, assim, quando voltassem já me encontrariam casado, acho que ficariam felizes, já que a noiva dessa vez era filha de conhecidos deles.
No outro dia de manhã, fiz uma surpresa, fui tomar café da manhã com eles, que ficaram muito emocionados.
Até os funcionários da casa ficaram contentes com a minha presença, pois ia até ali apenas em datas especiais, e com agendamento.
O café foi animado, servido na varanda, onde contamos histórias da minha infância.
Por fim entreguei o presente, eles ficaram muito felizes, já iriam viajar dentro de quatro dias.
Na empresa tudo corria bem, sobre o casamento vovô quem organizaria tudo.
Porém, dez dias depois ele ligou informando a data e horário, já seria no outro dia, as dez horas.
Liguei para a minha casa, precisava falar com Norberta, a governanta.
Quando Aline faleceu, deixei nas mãos dela a organização da casa, da forma que ela conhecia os gostos de Aline.
— Bom dia senhor Thiago!
— Bom dia Norberta, estou a ligar para informar que a partir de amanhã a casa terá uma nova organização. Estarei-me casando, e a minha futura esposa poderá fazer as mudanças que achar necessário na casa, seja na rotina ou decoração.
— Senhor Thiago, mas as coisas de madame Aline.
-Norberta, estou a comunicar você, não estou a pedir permissão. Respeite as ordens da minha esposa. Outra coisa, prepare o melhor quarto para ela, nesse começo não iremos dividir o mesmo quarto, quero tudo arrumado e preparado para recebê-la.
— Sim senhor!
Encerrei a ligação, espero que Norbeta não cause problemas para a minha esposa, não quero ter que demiti-la, mas agora preciso pensar no meu futuro, e nele estará essa mulher que ainda nem sei o nome.
Sai mais cedo do escritório, comprei bombons, o anel e aliança, espero que ela goste.
No outro dia passeia antes na empresa, Filipe e Luana acompanharam-me até onde seria o casamento, seriam as testemunhas.
Quando cheguei, encontrei vovô conversando com o responsável pelo casamento, o homem olhou sorrindo para mim.
— Bom dia rapaz, parece nervoso.
— Bom dia, devo confessar que estou nervoso.
— Isso porque nem é o seu primeiro casamento. — Vovô fez piada, e lembrei que no primeiro casamento não fiquei tão nervoso.
Enquanto conversávamos, percebi Filipe atendendo o celular nervoso, eu havia desligado o meu, em respeito a minha noiva.
-Desulpe Thiago, temos problemas graves e urgentes.
— Fale de uma vez.
— A construção do prédio no litoral, houve um acidente, duas pessoas mortas, muitos funcionários presos dentro do prédio que ameaça desabar.
Por um momento eu gelei, e agora, sabia que o nosso casamento deveria ser hoje, mas precisava ir o mais rápido para lá.
— Já consegui um helicóptero para levá-lo até lá, já aguardando na empresa. -Luana já falou.
— Rapaz a situação é urgente. Pergunto, você está a ser forçado a esse casamento. — O homem que faria o casamento falou.
-Não!
— Você aceita a sua noiva de livre vontade?
-Sim!
— Você quer realmente se casar?
-Sim!
— Então você e a suas testemunhas assinem, o seu avô conversa com a sua noiva, se ela realmente, quer o casamento irá entender.
Assinamos os papeis e já sai conversando no celular, no carro, acenei para vovô, e vi quando ele acenava para um jeep que chegava, será minha noiva, melhor esposa, se for, preciso providenciar um carro melhor para ela.
Já na empresa, Filipe iria comigo e Luana cuidaria da empresa.
-Luana, por favor, encomende um arranjo de flores e mande entregar para minha esposa em casa, também, mande entregar o cartão e senha, por favor enquanto estiver fora, mande entregar flores todos os dias para minha esposa, bombons também.
-Thiago, qual o nome da sua esposa?
Não acredito, eu não sei o nome da mulher com quem casei, assinei tão nervoso que nem li o nome dela, e nessa confusão, nem perguntei para o meu avô.
— Tomara que ela seja bem feia, e nada cheirosa, para ser um castigo para você, por nem querer conhecê-la antes, vão eu cuido de tudo aqui.
Luana estava certa, eu deveria ter ao menos conhecido a minha esposa antes, um almoço já seria o suficiente, se é bonita ou não, na verdade, não me interessa, pois não estou a entrar nisso por amor, na verdade, é por amor, por amor aos meus pais.
A situação do acidente era grave, levaram mais de vinte e quatro horas para tirarem os feridos.
Foi descoberto que, na verdade, o que aconteceu era um atentado, os dois que morreram eram os responsáveis.
Fiquei enrolado nisso por dias, mas no quarto dia vovô ligou, e disse que seria bom conversar com a minha esposa.
Ele enviou o contacto dela que estava salvo como Fofinha, e agora, não sei o nome da minha esposa. Fiz a ligação:
— Bom dia, quem fala? — Uma voz doce, e firme atendeu.
Eu congelei, ouvindo aquela voz.
— Era o que faltava, um trote, vou desligar. — Ela irritou-se.
— Não espera, sou eu, Thiago, seu esposo. — Enfim consegui falar. — Liguei para saber como você está. Pedir desculpas por tudo que aconteceu.
— Não foi sua culpa. Estou bem, e a situação aí, está a conseguir resolver.
— Na verdade, está muito difícil aqui, tudo sendo investigado, acredito que ainda irei ficar alguns dias. Espero que entenda, irei recompensá-la de alguma forma.
— Fique tranquilo, quando chegar conversamos direito.
— Então até a minha chegada.
— Até!
Ela desligou, nem falou das flores que mandei, deve estar chateada, com razão.
A voz dela, deu um arrepio no meu corpo, coisa que nunca havia sentido antes, o que é isso. Talvez a minha culpa, por deixar ela no dia do casamento.
Preciso resolver logo tudo aqui, e voltar para conhecer a minha esposa.
ERIKAComo o meu marido não estaria em casa me esperando, fui até o trabalho após o almoço, lá resolvi algumas situações.Fui para a casa, apenas as cinco da tarde, quando cheguei na entrada do condomínio foi tirada as minhas digitais, foto, tudo graças ao cartão de acesso que ele entregou, segui até a casa, e no portão de entra após ser identificada segui, deixando o meu carro na frente da porta principal.Tirei as minhas malas com dificuldade, e fui a entrar, tinha as chaves que ele havia mandado, nada me preparou para aquilo.Quando abri a porta, passando a primeira coisa que vi foi um quadro gigante com a foto de uma loira que sabia quem era, não era possível, que deixei passar isso.Quando o senhor Thulio quis conversar comigo, pesquisei sobre ele, não os seus netos.Olhei aquela sala, onde por todos os lados tinha fotos da loira, parecia até um santuário na sua homenagem, não podia ser, fiquei a olhar e tudo que saiu da minha boca foram palavrões.-QUE P*** É ESSA C*****. PQP!—
THIAGOFiquei a resolver o problema do prédio ainda por mais de uma semana.Voltei para a cidade numa noite de chuva de segunda-feira, o voo atrasou, acabei chegando em casa passava das onze da noite.A casa estava em silêncio, achei estranho, ainda estava tudo como antes.Acreditei que a minha esposa fosse mudar tudo, começando tirando os quadros e fotos de Aline.Subi as escadas, não sabia qual era o seu quarto, mas também não iria acordá-la naquele horário, iria deixar para o café da manhã com ela.Estava muito cansado e acabei dormindo um pouco mais.Quando desci encontrei Norberta na sala toda sorridente.— Bom dia Norberta, a minha esposa.— Bom dia senhor Thiago, espero que tenha feito uma boa viagem, já preparei o seu café da manhã.Percebi que ela não respondeu sobre a minha esposa, o que está a acontecer.— A minha esposa?— Ela já saiu.Olhei no relógio ainda não era nem sete horas.Mas, não quis questionar.Não tomei o café da manhã, nunca tomava, comia sempre algo na empr
THIAGOEu nem acreditava no que via e ouvia.Alice não está no seu melhor, nunca lhe tratei diferente do que uma irmã, sempre olhei para ela como uma irmã.Estava parado ela nem ligou para minha cara de idi@ta, e foi sair, por extinto peguei o seu braço, fiz errado, eu sei, e o olhar dela deixou isso bem claro, ela parecia que iria matar-me apenas com um olhar.Soltei, e comecei:— Olha, Alice entendeu errado, irei conversar com ela, a culpa...-PARA! A culpa é da louca que acha que vai assumir o papel da irmã, isso no mínimo é loucura. Pare de assumir o que não é da sua conta. Agora deixa-me dormir, pois trabalho amanhã cedo.Ela voltou a subir a escada, mas parou no meio, sem olhar para mim falou:-A proposito. Erika! O meu nome é Erika! Vai pegar m@l você chamando-me "esposa" por não saber o meu nome.Ela sumiu, fui subindo logo atrás, e quando vi onde entrou, um ódio subiu na minha cabeça, o que está a acontecer aqui?Aquela noite, nem dormi direito, o pouco que dormi a menina do
ERIKAThiago é muito inocente, como pode não ter percebido que a ex-cunhada quer assumir o papel de esposa.Como tenho saído cedo e voltado tarde ela aproveitou os fins de semana para atormentar a minha vida.Conseguiu o meu número, e ficou a mandar prints de conversas dos dois.Ele trata ela como uma irmã, mas a iludida vê amor, paixão.Andei a visitar vovô Thulio, ele tem sido ótimo para mim, não falo do que ando a passar na mão da governata zumbi e da cunhada/amante.Na verdade, ela acha que é amante, não estou a ser ingénua, ele não tem olhos para outra mulher, a prova disso é essa casa.Consegui ajudar na investigação do atentado do prédio dele.Descobri que ele é um dos mocinhos, dos que fazem tudo dentro da lei.Porém, num mundo onde o que manda é o m@l, quem faz o bem é perseguido.Irei ajudar o meu marido, enquanto ele for bom para mim.Mas ele abandonou-te no altar? Não, ele foi socorrer quem precisava naquele momento, sem falar que sei que ele tentou se redimir.Na primeira
THIAGOVoltei do almoço mais leve, calmo, conversar com Erika foi ótimo.Há muitos anos, não sorria como fiz hoje, com ela, não sei o que me levou a fazer aquilo, provocar ela com o apelido, e o beijo na sua cabeça.— O que aconteceu? Que sorriso leve é esse? -Luana, sendo Luana.— Nada, resolvi tudo com a minha esposa, ela aceitou as minhas desculpas, mas não quer ficar na casa.— Ela está certa, aquilo lá parece mais um santuário para a sua falecida.— Foi o que ela falou, achei que iria apenas mudar tudo, mas sem conversa.— Então ela vai embora, por isso você está feliz?— Vou com ela, irei para o apartamento dela, depois construimos uma casa como ela desejar. Mudamos amanhã.— Gostei dessa menina. Então Thiago, diz logo, ela é bonita? Corpão, magrinha, gordinha, cor do cabelo, olhos.Lá vem ela com essas perguntas novamente.— Olha, semana que vem trago ela aqui, ai você diz-me.— Nem se ela e gorda, magra você quer dizer.— Olha, nunca fui de reparar no peso de uma mulher, mulhe
ERIKAO almoço com Thiago foi agradável, ele parece esforçado nessa questão ser um bom marido, pediu muitas desculpas, esclareceu as coisas.Eu já sabia das armações das duas, sim, mas foi bom ouvir dele.Claro que ainda não consigo explicar isso de beijo no rosto, sei que o nosso casamento vai ser de verdade, mas não consigo explicar o que senti com aquele beijo, aquele contacto.A tarde no trabalho, precisei lidar com um bandido que conseguimos prender, ele não queria falar, mas usei de muito 'dialogo' com ele, estava ocupada com isso, e quando voltei para o escritório falso, todos olhavam para mim, nem acreditei, na minha mesa um vaso de flores, sim, eu sei que ele já havia enviado flores antes, mas nem uma chegou nas minhas mãos.O bilhete com a letra dele, convidando para jantar pizza, muito fofo, ou eu estou a ver de mais.Os meus amigos Helio e Otavio, falaram um monte, claro que aceitei o convite.Outra coisa que fiz, foi dar uma passada em casa, conversei com Cristiny, pedi p
THIAGOQuando decidimos mudar para o apartamento de Erika, perguntei o que deveria fazer com a casa, e as coisas de Aline, ela ficou surpresa quando pedi a opinião dela, mas se somos casados, precisamos partilhar tudo, não amo Erika, mas irei respeitá-la, cuidar, e fazer o meu melhor para fazê-la feliz.Luana sempre falou que precisava seguir, que era triste ter perdido a mulher da minha vida, mas que havia mais pessoas que me amavam ao meu lado.Demorei tempo de mais para perceber isso, os meus pais, foram sempre maravilhosos comigo, não percebi que quando me fechei, também fechei a continuidade da nossa família.Acredito que nunca iria sair, encontrar alguém, namorar, noivar e casar, como é o esperado, mas esse casamento por conveniência, farei dar certo.Não imaginei que Alice e Norberta pensavam em assumir o posto da minha esposa, elas nunca foram uma opção, olhando a mulher aqui ao meu lado, o pouco que já conheci dela, acredito que vovô foi sábio em nós unir, sem falar, que ela
THIAGOCristiny havia deixado um belo café da manhã, comemos em silêncio, quando estávamos satisfeitos ela resolveu falar.— Acho que agora, devo apresentar o nosso apartamento para você.— Vamos começar pela cozinha, já vou deixar organizado.— Pode ser.Assim, levamos tudo para a cozinha que ficava num conceito aberto com a sala de jantar, onde estávamos, e a sala de visita.Fiz questão de lavar a louça, ela foi a guardar tudo.-Cristiny deixou a geladeira abastecida, não vamos precisar ir ao mercado. Você tem intolerância a algum alimento, ou você não gosta de comer algo.— Eu como de tudo, uma época tentei ser veg@no, mas não consegui.Com tudo organizado ela começou a mostrar o lugar.Começou pela área de serviço, onde tinha dois quartos confortáveis, maior do que ela estava na minha casa. O apartamento tinha um escritório onde tinha duas mesas, ela disse que havia pedido para colocar uma ali, com um armário para o meu uso, sala de cinema com poltronas que fazem massagem, um quar