ERIKAConversei com Thiago, explicando o que iria fazer agora, pedi que fosse para casa de vovó^, sabia que ele estaria seguro lá, com Cristiny. Se pudesse não deixava ele sair do meu lado nesse momento como esse.Fui até o depósito de Baltazar, precisava decifrar as anotações, que ele havia roubado dela.Consegui identificar dois possíveis esconderijos.Dividi a equipe e fui para o local provável.Era uma fazenda próximo da cidade, o local estava abandonado para os que viam de fora.Mas no centro existia uma construção protegida por muros.Infelizmente, não foi possível evitar os detectores de movimento, que acionaram os alarmes.Quando isso aconteceu, dei ordem para invasão.Não fomos rápidos o suficiente, o local, foi difícil de invadir, foi necessário uso de explosivos, para colocar o portão de mais de três metro no chão.Eram muitos atiradores protegendo o local, sim, ela estava ali, mas fugiu num Helicóptero de pequeno porte.Conseguimos eliminar muitos dos seus capangas, neutra
ERIKAEstava aflita, mas graças as cameras de rua conseguimos identificar, o trajeto que os bandidos tomaram após levar Thiago.Como o vídeo chegou rápido conclui que eles estavam próximos, eliminei todas as possibilidades.Descobri um armazém que tinha um porão, na sua planta original.Segui para lá, de moto, queria ser a primeira a chegar no local.Sim, era o local, precisaria ser silenciosa, estava sozinha a minha equipe, não iria poder chegar perto, pois Aline iria desconfiar.Desarmei os alarmes, que eram com sensores invisíveis.Na entra, eles tinham dois capangas, armados, disfarçando.Peguei o caso de um andarilho, cobri a minha cabeça com um chapéu rasgado, fui a caminhar com uma garrafa de bebida na mão, fingindo estar alcoolizada.Perto do que estava na cadeira, cai no chão, e rápido, atirei tranquilizante, nele que não saiu do lugar, e no outro, que nem viu nada, deixei os dois ali, com o rosto coberto.Desativei o sistema de cameras, e fui entrando.Logo depois da porta,
THIAGOFicar mais de uma semana sem ver ela, está a ser difícil, sei que é o seu trabalho, mas a saudade não entendi essa parte.Fico na casa de vovô, onde a segurança é grande.Dei para Filipe e Luana ferias com tudo pago, para levar as crianças e os pais, ficando longe de todo esse perigo.Por esse motivo tenho ido até a empresa.A equipe que faz a minha segurança é muito competente, três carros blindados, seguranças armados, cada dia fazemos um trajeto diferente.Na empresa, foi instalado detector de metais, aumentei a segurança.Todos os dias na sua folga que acontece a cada doze horas, Erika liga, deixa-me informado.O lado bom que já conseguiram eliminar quase todos os pontos onde Aline conseguia tirar dinheiro.Cada nova descoberta, fico ainda mais enojado dessa mulher.Erika mandou a foto do pequeno 'santuário' que ela tinha do meu pai, desde a época que ela conheceu ele, ela era uma criança ainda, mesmo assim persegui ele desde então.Já ia para oito dias sem ver a minha Fofi
THIAGOA chegada do tal Capitão mudou todo o ambiente, o homem tinha presença forte, poder, sem dizer nada.-Bom dia! Sou o Capitão aposentado Fernando! O senhor deve ser o senhor Thiago, esposo de Erika, sei que dizer que tudo ficará bem nesse momento, apenas aumenta a aflição. Estou aqui para alguns esclarecimentos.— O capitão chegou rápido! -Cristiny perguntou desconfiada.— Na verdade, já estava a caminho. Ontem conversei com Erika, que já tinha a missão como terminada, por isso vim para os procedimentos finais, claro que nunca que iria imaginar encontrar a nossa melhor em campo numa mesa de cirurgia. Esse é um dos motivos para esclarecimento.— Esclarecimento? O senhor quer dizer que suspeita de algo? — Falei irritado, ele duvidava do que aconteceu.— Não pense muito rapaz, o que acontece que não havia ninguém no local, então você é a única testemunha. Porém, também era marido da bandida Aline.— Sim, o meu filho teve um relacionamento com essa louca, que o enganou, para poder a
THIAGOTodos entraram novamente no quarto, para aguardar o médico.— Precisamos ser positivos, a minha filha irá ficar bem! — Mamãe sempre pensando o melhor, isso ajuda.Papai e Cristiny que sempre fazem piada de tudo, estavam calados.O médico entrou, sério, o que não é um bom sinal.-Boa tarde! Todos aqui são da família da senhora Erika.-Boa tarde! Sim, sou esposo dela, essa é nossa família.— Pois bem, a bala atingiu o pulmão direito de Erika, ela perdeu muito sangue. Por esse motivo acabou entrando em choque, o que levou a ficar desacordada. Essa situação é delicada, por isso vamos mantê-la em sedação, por alguns dias, pois o seu corpo precisa estar bem recuperado, devido ao seu estado.-Estado? Que estado, houve mais complicações? — Perguntei preocupado.— Acho que comecei a relatar o estado clínico de Erika da forma contraria, por suas expressões, vocês não sabem do estado dela.— O que a minha filha tem? Por favor, doutor seja claro! — Mamãe que era a mais calma, entrou em des
ERIKACautela, sigilo, precisão, silenciosa, prudente, prevenida e eficiente, isso é o que sempre escutei após cada missão.Nunca sai para campo, sem proteção adequada.O medo, de perder ele, fez com que o meu emocional, falasse mais alto, subi na moto, e parti direto para o endereço.A última coisa que vi, os olhos deles, lágrimas saindo ali, o desespero dele, doía mais que o tiro.Dava para sentir o sangue saindo do meu corpo.O que aconteceu depois, não sei.Mas estou presa, num lugar todo branco.Estou com um vestido branco, ando, olho, tudo que vejo é um infinito branco.Num momento tudo muda, um campo de flores, continuo de branco, mas o lugar agora tem flores, um balanço.Vem uma recordação, antes de entrar no carro naquele dia, olhei para a árvore grande do nosso quintal, pedi para papai, faz um balanço, para poder ir lá no céu. Ele disse que faria na nossa volta, nunca voltamos.Sento no balanço, naquele lugar lindo, com diferentes cores de margaridas.Sinto o meu corpo ser e
THIAGOJá se passaram mais de três meses, desde que Erika levou o tiro para salvar a minha vida.Muita coisa mudou.A casa dos meus pais, recebeu um ar de modernidade e segurança, nessa parte vovô Fernando ajudou muito.Estamos a morar na casa, a parte da decoração, já adiantei, por sorte, Erika e eu sempre conversamos sobre ter uma casa, quando os filhos chegassem, cores claras e alegres.O jardim deixei que mamãe e Cristiny organizassem.Papai pediu uma piscina infantil, e proteção na piscina de adulto, claro coloquei proteção nas duas.Como o espaço do terreno era grande, fiz uma nova área de lazer, com churrasqueira, fogão a lenha, pia, mesa rústica, como havia na casa dos pais de Erika.Todos os dias vou no hospital, de manhã, antes de ir ao trabalho, no horário do almoço, levo uma marmita e fico do lado dela, quando saiu do trabalho, fico mais tempo lá.O que faço, conto histórias, converso, falo da reforma, aliso muito a sua barriga, dou risada, e choro, sim, choro.Os médicos
DOR!DOR!Como definir a dor?Como refletir a dor do outro?Como calcular a dor do outro?Como acabar com a dor?Onde começa e termina a dor?Se existe um lugar onde a dor é algo totalmente presente, é num velório.Nunca é fácil dizer adeus, ainda mais um adeus definitivo.A chuva caia forte lá fora, vento, trovões, raios, o mundo parecia chorar.Dentro da pequena capela, o clima não era diferente.O silêncio em volta do caixão, olhares frios, olhares que acusavam, a dor pode ser sentida a quilómetros desse lugar.Ninguém quer falar, mas todos têm muito o que dizer.Num canto, uma jovem de quinze anos, observa tudo.Ela está ali para auxiliar o local, é seu serviço do dia, não gostava de cuidar da capela em dia de velório, porém, aquele ali parecia ainda mais sofrido, o clima ali dentro parecia ainda mais nublado e sombrio do que a chuva lá fora.A pequena garota prendi a sua visão, na pessoa que ela acredita ser a que mais sofre ali.Boa observadora, percebe que alguns estão com raiv