9-CASEI

ERIKA

Antes de ir à casa do senhor Thulio, melhor do vovô Thulio, havia recebido duas ligações.

A primeira era da equipe que trabalho, tudo estava atrasado, com a documentação do pessoal, com isso iriam atrasar, chegando apenas daqui vinte dias ou mais, por sorte já tenho o meu casamento definido, foi o que pensei.

A segunda ligação foi da minha família, dizendo que para garantir que estou a seguir tudo certo, teria que me mudar para a casa deles, nunca que faria isso, sei que o tal Murilo ofereceu um valor ainda maior que vovô Thulio pagou, para que eles enganassem vovô, e consigam levar-me para a cama dele.

Como já estava tudo certo com vovô Thulio, ia pedir para adiantarmos o casamento, mas não, agora estou aqui, com esse senhor me oferecendo o neto dele, mas para um casamento real.

Tudo bem, que dormindo em quarto separados, posso enrolar esse rapaz por muito tempo, mas ele quer filhos, isso complica tudo, inseminação, porque não Erika, você também quer filhos.

Consigo desarmar uma "Tsar Bomba", em segundos, mas ali diante dessa proposta congelei.

-Erika, o meu neto, sofreu muito, ele acredita que nunca irá se apaixonar novamente, mas é um homem de palavra, tenho certeza que fará você feliz, se tivesse alguma dúvida que isso não fosse possível, nunca teria feito essa proposta para vocês.

— Porque ele precisa casar, e ter filhos.

— A minha nora está doente, tem pouco tempo de vida, o meu neto e filho único.

Aquela informação, mexeu comigo, pois Rómulo sempre falava na amizade dela e mamãe, aquilo era covardia, usar dona Marcela.

— Tudo bem vovô, eu aceito, avise o seu neto que serei uma esposa fiel, respeitarei o nosso casamento, e farei ele um homem feliz, assim como ele me fará feliz.

Nem acreditei que essas palavras sairão da minha boca.

Combinamos que ele cuidaria de tudo, adiantando o casamento, pois sabia da minha situação.

Quando voltei para casa lembrei que nem sabia o nome do meu noivo, mas isso era de menos.

Casamento baseado em paixões momentanias, causam apenas sofrimentos, sabia o que estava esperando-me, um homem de palavra, sem amor, que prometeu ser fiel, isso já era muito, então decidi seguir.

Nessa a minha vida nunca pensei num relacionamento, já havia pensado em ter filhos, já havia até visto a questão de inseminação, mas ter uma criança num lar, onde ela terá avôs, bisavô, pai, acredito que deva ser bem melhor.

Conversei com Cristiny, sobre tudo, ela achou tudo uma loucura, mas prometeu apoiar.

Sem parte da equipe, fui a trabalhar com os que tínhamos aqui, éramos em poucos, mas já montamos a empresa de tecnologia de fachada, onde estarei a trabalhar.

Ainda não consigo fazer muitos movimentos, tenho usado roupas largas, para esconder os hematomas e inchaços, também a minha arma, são roupas confortáveis, estou até acostumando, como meio de transporte, o meu jeep wrangler, o meu pretinho não é nada feminino, mas muito prático.

Dez dias após definir o novo noivo, vovô ligou informando sobre a data e horário do casamento, disse para já levar a minha mudança.

Cristiny foi na rua e comprou uma roupa para mim, disse que mesmo sendo um casamento nada comum, teria que estar com uma roupa diferente.

Era um macacão rosé, longo de mangas longas, gola alta, bem largo, nem marcava a cintura, mas num tecido bonito, fiquei bem nela, até deixei o meu cabelo solto, passei uma maquinagem leve, salto baixo, pois a perna ainda doía.

Quando cheguei ao estacionamento do local, minutos antes do horário marcado, vejo vovô acenando para um carro que saia apressado, acho que o meu noivo desistiu, pensei, rindo da minha sorte.

Vovô veio ao meu encontro.

— Bom dia minha neta, você está linda.

— Bom dia vovô, obrigada! O casamento foi cancelado, parece que o noivo foi embora.

O sorriso de vovô apagou com a minha fala.

— Não foi cancelado, porém, o seu noivo, não poderá ver a linda noiva. Ele já assinou tudo, agora falta você. Houve uma explosão numa das construções dele, em outro estado, ele foi chamado as pressas.

-Vitimas? -Perguntei preocupada.

— Até o momento duas, porém, muitos funcionários estão presos dentro da construção.

— Como posso ajudar?

— No momento, sendo compreensiva, assinando o casamento sem a presença do noivo.

— Isso será possível, valido?

— Sim, ele já assinou, o juiz é meu amigo, entendeu a situação.

-Tudo bem, vamos.

Assim, casei, sem noivo, o que me importava era que agora, a minha família não poderia mais me ficar a seguir, posso continuar a trabalhar.

Após as assinaturas, vovô levou-me até um restaurante, onde o meu marido havia feito reservas, aproveitei o almoço na companhia animada de vovô.

-Erika, aqui está!

Vovô entregou-me um cartão de acesso, chaves, e um endereço.

— Esse vai ser a minha nova residência.

— Essa vai ser a sua nova vida, desejo que você e o meu neto consigam construir um lar, casa qualquer um faz, lar, apenas duas pessoas persistentes.

As palavras de vovô foram fortes, vamos ver como tudo vai ser, não serei apenas uma esposa – troféu, espero que não seja isso que o neto dele queira.

Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP