ERIKA
Chegar na minha cidade não foi nada do que pensei, a família da minha mãe não está a colaborar.
Voltei, pois estarei envolvida na investigação de criminosos internacionais, que tem a ramificação aqui na cidade.
Também, vou estar a frente no recrutamento de novos agentes, treino.
Nesse começo ficarei um pouco afastada, melhor atrás dos computadores, pois acabei ficando lesionada, estou com quatro costelas quebradas, um hematoma visível na testa, e muitos pelo corpo, precisavam ver os outros caras.
A minha família marcou um almoço, onde fui apresentada para o tal Murilo Aço, homem nojento. Ficou o tempo todo olhando para mim, fazendo caras e bocas.
O meu avô foi duro disse que terei direitos nessa família se casar com alguém indicado por ele, que precisa ser de uma grande família, e mais um monte de coisa.
Para eles, falei que estou na casa de uma amiga, estou no meu apartamento aqui, uma cobertura, num prédio muito protegido, a minha ajudante pessoal veio junto comigo, Cristiny ela é um ser livre, sempre cuida da minha casa.
Quando sai da casa da família recebi a ligação do ex-mordomo da casa dos meus pais, ele foi o único que sempre perguntava por mim, pediu que encontrasse com ele num almoço, pois um amigo do meu outro avô queria ajudar-me.
Preciso de ajuda? Não, mas, não custa aceitar, eles eram amigos.
No outro dia fui no endereço marcado, era a residência do senhor Thulio, papai era amigo do filho dele, eles tentaram a minha guarda, mas como a família de mamãe escondeu onde estava, isso impediu que me ajudassem. Como sei tudo isso, pesquisei após adulta, para poder entender a minha vida, e não cair em armadilhas.
Fui recebida pelo senhor Thulio, ele muito alegre.
-Erika, você não merece mais o apelido que o meu neto deu-lhe quando era um bebê.
— Bom encontrá-lo senhor Thulio, sinto não lembrar do senhor, mas Romulo, o ex-mordomo sempre falou sobre a sua família. Mas, qual era o apelido?
— Fofinha. — Ele falou alegre entregando uma foto.
Eu tinha uma igual, onde estava toda de rosa, perto de um menino sorridente.
Se ele soubesse que ainda me acham fofinha, mas outro tipo de fofinha.
-Erika, Romulo me colocou a par da sua situação. Você voltou agora para o país, estudava fora. E aquela família de gananciosos querem forçá-la a se casar com o nojento do Murilo Aço.
— Sim, eu disse que tenho um relacionamento, mas para eles isso não importa. O que eles querem é o valor do dote.
— Sim, eu sei disso, e já resolvi essa parte. Paguei hoje de manhã um valor dobrado pelo dote.
O que? Eu olhava aquele senhor na minha frente, como, nunca ninguém fez nada assim por mim, o que ele quer por trás disso.
-Erika esse, na verdade, não é o seu real problema. Seja sincera filha, você realmente tem um relacionamento.
Cresci aprendendo a mentir, para ser uma boa espiã, mas ali na frente daquele senhor, resolvi ser sincera, até porque o agente que faria o papel do meu namorado, teve problemas e não chegará a tempo, nem ele, nem o namorado.
— Não tenho, apenas falei, achando que me deixariam em paz.
— Então, o casamento realmente precisa acontecer. Não quero que pense m@l de mim criança. Mas, o seu avô, pai do seu pai, salvou a minha vida, quando éramos jovens, vejo-me na obrigação de ajudá-la. Por isso, aceite, fazemos um casamento no civil, você vem morar aqui na minha casa, onde terá o seu quarto, vai poder viver confortável, não irei interferir na sua vida, de forma alguma olho para você com olhar que não seja de um avô por sua neta, quero apenas lhe salvar desse casamento com o tal Murilo, pois descobri que você tem até o fim do mês para apresentar uma certidão de casamento.
Eu já sabia dessa história do casamento até o fim do mês, como também sabia toda a história do senhor Thulio e o meu avô, via sinceridade nas suas palavras.
-Erika, ficamos casados até você completar vinte cinco anos, nesse tempo, você pode sair, ter os seus namorados, assim como também terei as minhas namoradas do clube de idosos. — Ele falou sorrindo.
Até que não seria uma ideia m@, pois o senhor Thulio iria dar-me um disfarce muito melhor que Hélio.
— Concordo senhor Thulio.
Assim combinamos mais algumas coisas, jogamos algumas partidas de xadrez, que deixei que ganhasse, e fui embora.
Ficamos em comunicação por uma semana, foi quando ele me chamou outra vez, disse que havia aparecido outra situação.
Puxa, o meu noivo perfeito, será que achou uma senhora no clube de idoso e agora desistiu do casamento.
Quando cheguei, ele estava ainda mais alegre, com certeza arrumou alguém da idade dele, bom para ele, azar o meu.
— Senhor Thulio qual a questão nova?
— Vamos começar com você chamando-me vovô.
Gostei disso.
— Então vovô, quais as novidades.
— Sabe o menino da foto, quando fomos visitar vocês, para conhecer a linda bebé, no caso você, ele ficou encantado com você, que tinha já dois meses, passamos uma semana na sua casa, e o meu neto ficava ao seu lado o tempo todo, cuidando conversando. Numa tarde, ele surpreendeu todos, pedindo para seus pais, se poderia casar com você, aquilo tirou risos de todos, claros que os seus pais aceitaram, quando tivemos que vir embora ele chorou, pois queria levar a noiva. O meu filho voltou lá todos os meses, até o meu neto completar seis anos, e eles irem morar fora do país.
— Coisas de crianças.
— Sim, coisas de criança, mas o meu neto tem uma mania, até perigosa, faz de tudo para cumprir as suas promessas.
— O que tem isso comigo? — Não entendia nada.
— Ele quer casar com você. Ele também precisa de um casamento, é apenas cinco anos mais velho que você, bonitão como o vovô aqui. Está solteiro, quando falei da sua situação, ele aceitou, com algumas condições.
— Condições? — Era o que faltava.
— Sim, ele disse que não quer algo de aparência, pois realmente precisa de um casamento, filhos. Uma das condições seria que vocês sejam fiéis mutuamente, respeite o relacionamento. Promete dar-lhe tudo de melhor que um marido pode dar, menos amor, pois tem o coração partido.
— Entendo. — Não eu não entendi.
— Ele promete respeitar o seu tempo, não ira forçar nada mais íntimo, até que vocês tenham um bom relacionamento de amigos. Você iria morar com ele, na casa dele, já no dia do casamento, onde vai ter o seu quarto e todo o conforto possível. Vocês apresentariam a nova situação ao meu filho e nora depois que já fossem mais conhecidos, e também quando esses voltassem da sua viagem. Então a minha neta, aceita o seu noivo?
ERIKAAntes de ir à casa do senhor Thulio, melhor do vovô Thulio, havia recebido duas ligações.A primeira era da equipe que trabalho, tudo estava atrasado, com a documentação do pessoal, com isso iriam atrasar, chegando apenas daqui vinte dias ou mais, por sorte já tenho o meu casamento definido, foi o que pensei.A segunda ligação foi da minha família, dizendo que para garantir que estou a seguir tudo certo, teria que me mudar para a casa deles, nunca que faria isso, sei que o tal Murilo ofereceu um valor ainda maior que vovô Thulio pagou, para que eles enganassem vovô, e consigam levar-me para a cama dele.Como já estava tudo certo com vovô Thulio, ia pedir para adiantarmos o casamento, mas não, agora estou aqui, com esse senhor me oferecendo o neto dele, mas para um casamento real.Tudo bem, que dormindo em quarto separados, posso enrolar esse rapaz por muito tempo, mas ele quer filhos, isso complica tudo, inseminação, porque não Erika, você também quer filhos.Consigo desarmar um
THIAGOA minha cabeça estava a mil, quando sai da casa de vovô, mas sabia que precisava fazer algo por meus pais.Comprei então um pacote de viagem para eles, assim, quando voltassem já me encontrariam casado, acho que ficariam felizes, já que a noiva dessa vez era filha de conhecidos deles.No outro dia de manhã, fiz uma surpresa, fui tomar café da manhã com eles, que ficaram muito emocionados.Até os funcionários da casa ficaram contentes com a minha presença, pois ia até ali apenas em datas especiais, e com agendamento.O café foi animado, servido na varanda, onde contamos histórias da minha infância.Por fim entreguei o presente, eles ficaram muito felizes, já iriam viajar dentro de quatro dias.Na empresa tudo corria bem, sobre o casamento vovô quem organizaria tudo.Porém, dez dias depois ele ligou informando a data e horário, já seria no outro dia, as dez horas.Liguei para a minha casa, precisava falar com Norberta, a governanta.Quando Aline faleceu, deixei nas mãos dela a or
ERIKAComo o meu marido não estaria em casa me esperando, fui até o trabalho após o almoço, lá resolvi algumas situações.Fui para a casa, apenas as cinco da tarde, quando cheguei na entrada do condomínio foi tirada as minhas digitais, foto, tudo graças ao cartão de acesso que ele entregou, segui até a casa, e no portão de entra após ser identificada segui, deixando o meu carro na frente da porta principal.Tirei as minhas malas com dificuldade, e fui a entrar, tinha as chaves que ele havia mandado, nada me preparou para aquilo.Quando abri a porta, passando a primeira coisa que vi foi um quadro gigante com a foto de uma loira que sabia quem era, não era possível, que deixei passar isso.Quando o senhor Thulio quis conversar comigo, pesquisei sobre ele, não os seus netos.Olhei aquela sala, onde por todos os lados tinha fotos da loira, parecia até um santuário na sua homenagem, não podia ser, fiquei a olhar e tudo que saiu da minha boca foram palavrões.-QUE P*** É ESSA C*****. PQP!—
THIAGOFiquei a resolver o problema do prédio ainda por mais de uma semana.Voltei para a cidade numa noite de chuva de segunda-feira, o voo atrasou, acabei chegando em casa passava das onze da noite.A casa estava em silêncio, achei estranho, ainda estava tudo como antes.Acreditei que a minha esposa fosse mudar tudo, começando tirando os quadros e fotos de Aline.Subi as escadas, não sabia qual era o seu quarto, mas também não iria acordá-la naquele horário, iria deixar para o café da manhã com ela.Estava muito cansado e acabei dormindo um pouco mais.Quando desci encontrei Norberta na sala toda sorridente.— Bom dia Norberta, a minha esposa.— Bom dia senhor Thiago, espero que tenha feito uma boa viagem, já preparei o seu café da manhã.Percebi que ela não respondeu sobre a minha esposa, o que está a acontecer.— A minha esposa?— Ela já saiu.Olhei no relógio ainda não era nem sete horas.Mas, não quis questionar.Não tomei o café da manhã, nunca tomava, comia sempre algo na empr
THIAGOEu nem acreditava no que via e ouvia.Alice não está no seu melhor, nunca lhe tratei diferente do que uma irmã, sempre olhei para ela como uma irmã.Estava parado ela nem ligou para minha cara de idi@ta, e foi sair, por extinto peguei o seu braço, fiz errado, eu sei, e o olhar dela deixou isso bem claro, ela parecia que iria matar-me apenas com um olhar.Soltei, e comecei:— Olha, Alice entendeu errado, irei conversar com ela, a culpa...-PARA! A culpa é da louca que acha que vai assumir o papel da irmã, isso no mínimo é loucura. Pare de assumir o que não é da sua conta. Agora deixa-me dormir, pois trabalho amanhã cedo.Ela voltou a subir a escada, mas parou no meio, sem olhar para mim falou:-A proposito. Erika! O meu nome é Erika! Vai pegar m@l você chamando-me "esposa" por não saber o meu nome.Ela sumiu, fui subindo logo atrás, e quando vi onde entrou, um ódio subiu na minha cabeça, o que está a acontecer aqui?Aquela noite, nem dormi direito, o pouco que dormi a menina do
DOR!DOR!Como definir a dor?Como refletir a dor do outro?Como calcular a dor do outro?Como acabar com a dor?Onde começa e termina a dor?Se existe um lugar onde a dor é algo totalmente presente, é num velório.Nunca é fácil dizer adeus, ainda mais um adeus definitivo.A chuva caia forte lá fora, vento, trovões, raios, o mundo parecia chorar.Dentro da pequena capela, o clima não era diferente.O silêncio em volta do caixão, olhares frios, olhares que acusavam, a dor pode ser sentida a quilómetros desse lugar.Ninguém quer falar, mas todos têm muito o que dizer.Num canto, uma jovem de quinze anos, observa tudo.Ela está ali para auxiliar o local, é seu serviço do dia, não gostava de cuidar da capela em dia de velório, porém, aquele ali parecia ainda mais sofrido, o clima ali dentro parecia ainda mais nublado e sombrio do que a chuva lá fora.A pequena garota prendi a sua visão, na pessoa que ela acredita ser a que mais sofre ali.Boa observadora, percebe que alguns estão com raiv
O jovem Thiago voltou a sua atenção para o caixão que estava na outra sala.— Se você não a traiu, apenas lhe deu amor. Fique em paz, você não tem culpa.— Olha criança, você não entenderia. Eu fiz promessas, não cumpri.-Promessas? São apenas palavras, prometeu amor, se deu ótimo. Se foram bens materiais, esses são falhos, passam, vira pó, o amor não, o amor esse tem valor infinito. Sei que tenho apenas quinze anos, mas acredito que você fez o seu melhor por ela.— Uma coisa está ligada a outra. Quando conheci Aline, ela já formada, independente, fiquei encantado, prometi dar uma vida de rainha, ilusão de um rapaz de dezessete anos.— Devo ser sincera, realmente fazer promessas aos dezessete anos, é definitivamente arriscado.— Sim, e foi isso que fiz arrisquei. A minha família foi contra o nosso relacionamento, fizeram ameaças. Eu como um tolo queria apenas viver o meu amor. Já trabalhava na empresa da família. Então decidimos, quando fiz dezoito anos, fugir e casar escondido. Prime
THIAGOSEIS ANOS!Sim, fazem seis anos que estou sozinho, fiquei viúvo aos vinte anos.Perdi o amor da minha vida, o filho que nunca conheci.A família de Aline levou o corpo para a cidade deles.Não me deixaram ir visitar, nada, cortaram contacto, quase todos, a irmã dela Alice continuou como a minha amiga, vejo nela uma irmã, um apoio nos momentos de solidão, uma apoia o outro.Ainda mando uma pensão para a mãe dela, sei que isso é migalhas perto do que perdeu, mas não posso fazer nada.Chego na minha casa já passa das dez da noite, a governanta, que era a doméstica no nosso apartamento, a senhora Norberto, continua por ali, cuida de tudo, ela decorou o lugar de acordo com o gosto de Aline, ela conhecia bem a minha esposa.Mantive ela, que me ajudou decorar a casa, como Aline gostaria, na casa tem quadros dela por todos os lugares.Uma pena que não consegui ficar com nem uma foto dela grávida.A minha empresa, bem, cresceu, e muito, hoje se Aline estivesse aqui, poderia dar-lhe tudo