THIAGO
Sabia que já vinha uma história por ali.
— Filha de um amigo de papai?
— Sim, infelizmente ele e a esposa faleceram quando a pequena tinha cinco anos.
— Ela ficou aos cuidados dos tios, que agora querem usá-la para conseguir dinheiro.
— Mais ou menos, os tios, apenas querem a parte do dinheiro, mas nunca cuidaram da criança, deixaram num internato.
— Agora querem o dinheiro, como seria isso.
— Você não quer saber quem é ela?
— O senhor a conhece, ela é de confiança?
— Sim, conheço, é de confiança. Você também conhece, e como gosta de falar que cumpri as suas promessas, deveria casar realmente com ela, já que fez essa promessa.
-O que?
Vovô deu uma gargalhada, e pegou algo na gaveta e entregou-me.
Era uma foto, quando peguei, foi automático, deixei um sorriso aparecer.
— Fofinha, a minha noiva.
-Isso, boa memoria garoto.
— Vocês não me deixaram esquecer. Mas, sim, lembro do tio Jack e tia Glória. Estávamos a morar fora do país quando eles faleceram, a família escondeu a morte deles, coisa mais estranha, lembro de papai e mamãe muito triste quando souberam, pois queriam ficar com a guarda de Fofinha.
— Espero que não chame a sua esposa assim, nada s***.
— Vovô lembro de papai falar da família da tia Glória, eu tinha apenas doze anos, mas lembro, eles não irão aceitar esse acordo.
— Sim, irão, pois a moça para escapar do casamento com Murilo, inventou que estava num relacionamento, o antigo mordomo da casa, é meu amigo quando ele contou a história, entrei em contacto com ela e disse que iria ajudar, já dei o dote para casar com ela.
-O que?
— Sim, não quis preocupar o seu pai, que acabaria fazendo um grande estrago naquela família, então estou a resolver a situação, se você não aceitar casar com ela, eu irei me casar.
— O senhor, casando com uma menina de vinte anos.
— Vinte e um, sim, seria apenas um casamento no papel, ela faz questão que seja um casamento com separação total de bens. Não quero nada com ela, além de ajudar a neta de um amigo, pois o pai de Jack era meu amigo. Caso com ela e daqui alguns anos separamos, pronto.
— Ou eu caso com ela, tenho um filho, faço os meus pais felizes, ajudo a moça.
— E ainda cumpri com a sua promessa de casar com ela.
— Sim, cumpro a promessa.
— Ela não tem muito tempo.
— Nem eu, até porque não pretendo fazer um filho nela já na nossa noite de núpcias, não sou desse tipo. Quero realmente criar um vínculo de amizade e respeito, antes de consumar o nosso casamento. Sem falar que também não quero isso de casamento com hora marcada para terminar, serei fiel, e quero apenas o mesmo da parte dela. Aceito casar-me com Fofinha. E sim, vai ser assim que irei chamá-la.
— Não vai querer nem conhecer a moça antes.
— Teremos a vida toda para conhecermos um ao outro. Porém, quero que deixe claro para ela que quero a fidelidade dela, pois serei fiel, outra coisa, diga que darei todo o luxo que uma mulher merece, serei o melhor marido, mas que ela não e espere amor da minha parte, pois ainda amo Aline, o meu coração é dela.
— Filho, amei a sua avó, amei muito. Quando ela morreu, dez anos atrás, no seu leito ela tirou a minha aliança, e disse, era até aqui o meu querido, agora siga, saia com outras, namore muito. Sim, vivi o meu luto por dois anos, mas depois, sim, sai namorei, já até pensei em casar novamente.
-Vovô?
— O que foi, acha que o seu avô não é capaz de dar prazer a uma mulher ainda, estou velho, não morto.
Acabamos rindo.
— Neto, desejo toda a felicidade do mundo para vocês, irei conversar com ela. Você vai estar a casar com um mulher muito linda, inteligente, acho que ela lhe fará bem, e você fará bem para ela. Sobre consumar o casamento, não sei se você vai querer esperar muito tempo para isso acontecer.
— Respeito com a minha noiva, Fofinha agora é sua neta.
Ri do meu avô, sim, preciso rir para não surta com tudo isso, irei casar com uma total desconhecida.
— Você irá querer um casamento grandioso ou apenas assinar os papeis?
— Apenas assinar os papeis por hora, após casados, e com um certo grau de convivência apresento para meus pais, que espero que aceitem essa.
— Eles irão aceitar. Acho que ela também irá querer apenas um casamento no civil, irei arrumar tudo e aviso a data é horário.
— Tudo bem, diga ela que no mesmo dia do casamento ela irá para a minha casa, mas providenciarei um quarto para ela, em algum momento iremos dormir no mesmo quarto, mas por hora irei respeitá-la. Vinte e um anos, o que as meninas de vinte e um anos fazem hoje em dia.
— O que você fazia nessa idade?
-Vivia o meu luto vovô.
— Desculpe Thiago, mas acredito que elas vão a bares, t**** com desconhecidos, fazem faculdade, t*** com mais desconhecidos, gastam dinheiro, t*** com desconhecidos.
— Já entendi a parte de t*** com desconhecidos, não consigo imaginar Fofinha t*** com desconhecidos. — Falei olhando na foto, onde eu com um sorriso enorme estava do lado de uma bebé toda de rosa, bochechas rosadas e redondas, um bebé lindo, ao menos os meus filhos serão bonitos.
Vovô ergueu a cabeça, olhou a foto, e riu.
— Essa bebé aí não. Mas, a sua Fofinha de vinte um anos, deve atrair muitos olhares.
— Só espero não me arrepender. Lembre de falar sobre a fidelidade, exijo respeito, pois irei respeitá-la.
Ainda conversei com vovô, e sai da sua casa, com a cabeça ainda pior do que cheguei, a minha mãe está doente, irei casar em menos de um mês.
ERIKANão acredito que o b@b@ca do m@rginal caiu na carinha de menininha.O bom que consegui mais uma vez terminar a missão, não tive pena do bando dele, agora irão sofrem no fundo, de uma prisão que os direitos humanos nem sabem da existência, esse é o melhor fim para quem faz trafico humano.Olho no espelho, irei ficar com uma boa cicatriz na testa se não cuidar, mas preciso cuidar, pois agora terei que voltar para casa.Casa, para minha cidade natal, lugar que sai quando tinha apenas quinze anos, após ter sido recrutada por uma agência de espionagem, que trabalha secretamente com o governo.O meu nome é Erika, nasci num lar feliz, pais amorosos, que foram contra a ganância da família da minha mãe, e viveram o seu amor.Eles em dez anos de união construiram um império industrial, foram tirados de mim de uma forma covarde.Acidente de carro, foi o que disseram, hoje sei que, na verdade, foi um atentado, onde eu deveria ter morrido também.Por sorte, ou azar, sobreviví.Não tinha pare
ERIKAChegar na minha cidade não foi nada do que pensei, a família da minha mãe não está a colaborar.Voltei, pois estarei envolvida na investigação de criminosos internacionais, que tem a ramificação aqui na cidade.Também, vou estar a frente no recrutamento de novos agentes, treino.Nesse começo ficarei um pouco afastada, melhor atrás dos computadores, pois acabei ficando lesionada, estou com quatro costelas quebradas, um hematoma visível na testa, e muitos pelo corpo, precisavam ver os outros caras.A minha família marcou um almoço, onde fui apresentada para o tal Murilo Aço, homem nojento. Ficou o tempo todo olhando para mim, fazendo caras e bocas.O meu avô foi duro disse que terei direitos nessa família se casar com alguém indicado por ele, que precisa ser de uma grande família, e mais um monte de coisa.Para eles, falei que estou na casa de uma amiga, estou no meu apartamento aqui, uma cobertura, num prédio muito protegido, a minha ajudante pessoal veio junto comigo, Cristiny e
ERIKAAntes de ir à casa do senhor Thulio, melhor do vovô Thulio, havia recebido duas ligações.A primeira era da equipe que trabalho, tudo estava atrasado, com a documentação do pessoal, com isso iriam atrasar, chegando apenas daqui vinte dias ou mais, por sorte já tenho o meu casamento definido, foi o que pensei.A segunda ligação foi da minha família, dizendo que para garantir que estou a seguir tudo certo, teria que me mudar para a casa deles, nunca que faria isso, sei que o tal Murilo ofereceu um valor ainda maior que vovô Thulio pagou, para que eles enganassem vovô, e consigam levar-me para a cama dele.Como já estava tudo certo com vovô Thulio, ia pedir para adiantarmos o casamento, mas não, agora estou aqui, com esse senhor me oferecendo o neto dele, mas para um casamento real.Tudo bem, que dormindo em quarto separados, posso enrolar esse rapaz por muito tempo, mas ele quer filhos, isso complica tudo, inseminação, porque não Erika, você também quer filhos.Consigo desarmar um
THIAGOA minha cabeça estava a mil, quando sai da casa de vovô, mas sabia que precisava fazer algo por meus pais.Comprei então um pacote de viagem para eles, assim, quando voltassem já me encontrariam casado, acho que ficariam felizes, já que a noiva dessa vez era filha de conhecidos deles.No outro dia de manhã, fiz uma surpresa, fui tomar café da manhã com eles, que ficaram muito emocionados.Até os funcionários da casa ficaram contentes com a minha presença, pois ia até ali apenas em datas especiais, e com agendamento.O café foi animado, servido na varanda, onde contamos histórias da minha infância.Por fim entreguei o presente, eles ficaram muito felizes, já iriam viajar dentro de quatro dias.Na empresa tudo corria bem, sobre o casamento vovô quem organizaria tudo.Porém, dez dias depois ele ligou informando a data e horário, já seria no outro dia, as dez horas.Liguei para a minha casa, precisava falar com Norberta, a governanta.Quando Aline faleceu, deixei nas mãos dela a or
ERIKAComo o meu marido não estaria em casa me esperando, fui até o trabalho após o almoço, lá resolvi algumas situações.Fui para a casa, apenas as cinco da tarde, quando cheguei na entrada do condomínio foi tirada as minhas digitais, foto, tudo graças ao cartão de acesso que ele entregou, segui até a casa, e no portão de entra após ser identificada segui, deixando o meu carro na frente da porta principal.Tirei as minhas malas com dificuldade, e fui a entrar, tinha as chaves que ele havia mandado, nada me preparou para aquilo.Quando abri a porta, passando a primeira coisa que vi foi um quadro gigante com a foto de uma loira que sabia quem era, não era possível, que deixei passar isso.Quando o senhor Thulio quis conversar comigo, pesquisei sobre ele, não os seus netos.Olhei aquela sala, onde por todos os lados tinha fotos da loira, parecia até um santuário na sua homenagem, não podia ser, fiquei a olhar e tudo que saiu da minha boca foram palavrões.-QUE P*** É ESSA C*****. PQP!—
THIAGOFiquei a resolver o problema do prédio ainda por mais de uma semana.Voltei para a cidade numa noite de chuva de segunda-feira, o voo atrasou, acabei chegando em casa passava das onze da noite.A casa estava em silêncio, achei estranho, ainda estava tudo como antes.Acreditei que a minha esposa fosse mudar tudo, começando tirando os quadros e fotos de Aline.Subi as escadas, não sabia qual era o seu quarto, mas também não iria acordá-la naquele horário, iria deixar para o café da manhã com ela.Estava muito cansado e acabei dormindo um pouco mais.Quando desci encontrei Norberta na sala toda sorridente.— Bom dia Norberta, a minha esposa.— Bom dia senhor Thiago, espero que tenha feito uma boa viagem, já preparei o seu café da manhã.Percebi que ela não respondeu sobre a minha esposa, o que está a acontecer.— A minha esposa?— Ela já saiu.Olhei no relógio ainda não era nem sete horas.Mas, não quis questionar.Não tomei o café da manhã, nunca tomava, comia sempre algo na empr
THIAGOEu nem acreditava no que via e ouvia.Alice não está no seu melhor, nunca lhe tratei diferente do que uma irmã, sempre olhei para ela como uma irmã.Estava parado ela nem ligou para minha cara de idi@ta, e foi sair, por extinto peguei o seu braço, fiz errado, eu sei, e o olhar dela deixou isso bem claro, ela parecia que iria matar-me apenas com um olhar.Soltei, e comecei:— Olha, Alice entendeu errado, irei conversar com ela, a culpa...-PARA! A culpa é da louca que acha que vai assumir o papel da irmã, isso no mínimo é loucura. Pare de assumir o que não é da sua conta. Agora deixa-me dormir, pois trabalho amanhã cedo.Ela voltou a subir a escada, mas parou no meio, sem olhar para mim falou:-A proposito. Erika! O meu nome é Erika! Vai pegar m@l você chamando-me "esposa" por não saber o meu nome.Ela sumiu, fui subindo logo atrás, e quando vi onde entrou, um ódio subiu na minha cabeça, o que está a acontecer aqui?Aquela noite, nem dormi direito, o pouco que dormi a menina do
DOR!DOR!Como definir a dor?Como refletir a dor do outro?Como calcular a dor do outro?Como acabar com a dor?Onde começa e termina a dor?Se existe um lugar onde a dor é algo totalmente presente, é num velório.Nunca é fácil dizer adeus, ainda mais um adeus definitivo.A chuva caia forte lá fora, vento, trovões, raios, o mundo parecia chorar.Dentro da pequena capela, o clima não era diferente.O silêncio em volta do caixão, olhares frios, olhares que acusavam, a dor pode ser sentida a quilómetros desse lugar.Ninguém quer falar, mas todos têm muito o que dizer.Num canto, uma jovem de quinze anos, observa tudo.Ela está ali para auxiliar o local, é seu serviço do dia, não gostava de cuidar da capela em dia de velório, porém, aquele ali parecia ainda mais sofrido, o clima ali dentro parecia ainda mais nublado e sombrio do que a chuva lá fora.A pequena garota prendi a sua visão, na pessoa que ela acredita ser a que mais sofre ali.Boa observadora, percebe que alguns estão com raiv