Capítulo 2

Lídia Martín

Eu já estava arrumada para ir ao shopping e Julia também.

ㅡ Eu acho que você não precisa levar a bengala, eu te levo, e você fica perto de mim.

Eu fico com receio mas ela tem razão, não preciso já que eu tenho ela pra me ajudar.

ㅡ Ok, vamos?

ㅡ Vamos.

Ela afirma alegre.

Depois de 1 hora de tanto andar no shopping eu já estou com duas sacolas nas mãos e Julia também.

ㅡ Lídia, eu só vou perguntar bem rápido nessa loja se tem um papel de parede, eu não demoro. Você pode ficar aqui?

ㅡ Tá, vai lá.

ㅡ Mas você fica parada, não sai do lugar tá?

ㅡ Ok.

Ela sai e fico sozinha.

Alguns segundos se passam e algumas pessoas esbarram em mim e eu me afasto pra trás.

Quando de repente eu sinto ter batido em algo, ou em alguém.

Ouço vidro quebrar e sinto um cheiro forte de perfume.

ㅡ Garota você não olha pra onde anda? Você é cega ou oque?

Uma voz grossa grita.

Fico assustada e me afasto.

Me seguro pra não deixar nenhuma lágrima cair. Bem na hora que eu ia falar alguma coisa pra esse cara idiota a Julia chega.

ㅡ Lídia, me perdoa! Eu não divia ter te deixado sozinha. Esse cara pode até ser gato mas é um grosso, vou falar com esse desgraçado.

ㅡ Não Julia, deixa pra lá.

Puxo ela pra irmos embora logo.

Chegamos em casa e quero tomar um banho e ir pro meu quarto.

ㅡ Sério Lídia, eu não fiz por mal, me perdoa eu nunca mais faço uma coisa dessas.

ㅡ Eu sei que você não fez nada de errado, você não tem culpa de eu ser cega.

ㅡ Não, a culpa foi minha eu te deixei sozinha.

ㅡ Tá bom, vamos esquecer isso, é passado, eu já tô acostumada. Tchau vou tomar um banho.

ㅡ Tá bom, tchau

Se despede preocupada.

Dylan Hale

Estou em mais um dia de trabalho na delegacia, estou com vários casos pra resolver mas minha irmã não para de me ligar desde que cheguei.

O telefone toca novamente.

Resolvo atender.

ㅡ Oque você quer Alice? Eu tô atolado com muitos casos aqui, por que o investigador principal está de folga à  dois dias e você não para de me ligar.

Tento falar calmo.

ㅡ Calma irmãozinho! Um minuto da sua vida dedicado a mim não vai te matar.

ㅡ Fala logo oque você quer.

Tô muito estressado.

ㅡ Dylan você esqueceu o aniversário da mamãe? Eu te avisei mil vezes!

Ela grita.

ㅡ Droga, esqueci completamente.

ㅡ Você comprou o presente dela?

ㅡ Não. Mas eu vou agora comprar.

ㅡ Tá vai logo.

Ela diz impaciente.

ㅡ Tchau.

E desligo o telefone antes dela falar mais alguma coisa.

Tenho que terminar uma ficha, depois eu saio pra comprar alguma coisa.

Alguém bate na porta.

ㅡ Entra.

A minha secretaria Ana, que tem os cabelos já grisalhos, já é minha secretaria a alguns anos.

Ela entra.

ㅡ O senhor me chamou?

ㅡ Sim. Eu tô precisando de uma assistente, estou atolado no trabalho e preciso de alguém que me ajude a me organizar melhor.

ㅡ Senhor Hale vou fazer as entrevistas para o emprego e já na próxima semana eu consigo uma.

ㅡ Está bem, mas preciso disso o mais rápido possível, pode ir agora.

Ela se levanta e sai da sala.

Logo me levanto e pego meu terno que está apoiado na cadeira e o coloco.

Saio do meu escritório rapidamente.

ㅡ Olá senhor Hale, vamos sair hoje novamente?

Ágata uma policial loira, me pergunta de um jeito malicioso.

Eu saí com a Ágata uma vez e a gente acabou durmindo juntos, gosto de sexo casual, mas eu nunca iludo nenhuma garota sempre deixei claro que não quero ter relacionamento sério.

ㅡ Estou de saída agora, não tenho tempo pra conversa.

Falo sério.

ㅡ Vou tá te esperando então.

Ela diz mordendo os lábios.

Até que eu gostaria de mais uma noite.Mas hoje não tenho tempo.

Vou direto para o meu carro e sigo em direção ao shopping.

No caminho decido dá pra minha mãe um perfume limitado, já que ela ama perfumes.

Entro na loja de perfumes e algumas mulheres me encaram e outras até piscam pra mim.

Tento ignorar e ir direto ao ponto.

Depois que escolho um perfume, e era o último, sinto que minha mãe vai adorar.

Saio da loja apressado, tenho que terminar muita coisa no trabalho.

Quando de repente uma garota esbarra em mim.

Vejo seus cabelos ruivos, a pele clara com sardas, e olhos verdes, fiquei impressionado com tamanha beleza.

Mas quando eu percebo, o perfume cai no chão e quebra.

ㅡ Garota você não olha pra onde anda?É cega ou oque?

Grito com raiva.

Pego o perfume quebrado no chão.

Vejo uma garota negra com ocosabelos cacheados vindo em direção e fala algo pra garota ruiva que está aparentemente assustada.

Meu telefone toca. Logo agora.

Mas quando vejo que é o investigador principal, atendo e  me levanto, ando rapidamente de volta pra loja de perfume pra comprar outro.

ㅡ Oi.

Escuto a voz do Eduardo.

ㅡ Cara, quando você voltar pro trabalho?

ㅡ Dylan, eu já tô aqui, depois da viagem voltei direto pra cá e tenho informações sobre o assassinato da senhora Merry.

ㅡ Está bem, daqui 30 minutos estou aí.

Depois que chego no meu escritório Eduardo entra pra conversarmos.

ㅡ Eduardo, eu tô cheio de trabalho pra fazer por culpa sua.

ㅡ Você sabe que era minha folga. Além disso que tal amanhã a noite a gente ir no bar novo que abriu aqui perto?

ㅡ Pode ser, tô precisando de lazer.

ㅡ De lazer ou de mulheres?

Eduardo faz um piada.

ㅡ Os dois. Mas mudando de assunto, e sobre o caso da Senhora Merry?

ㅡ Já temos quase certeza que o assassino é o ex marido, a última ligação do telefone dela é dele, e temos testemunhas que alegam que ele era agressivo e já houve queixas na polícia de violência doméstica.

Muitas mulheres ainda são refens e na maioria das vezes acontece em casa. Quem comete a violência costuma explicar o ato de diversas maneiras. A verdade é que para esses monstros qualquer motivo desencadeia uma agressão. E eu não os considero pessoas.

Bato minha mão na mesa com raiva.

ㅡ A gente tem que pegar esse desgraçado. Mas precisamos de mais provas.

ㅡ Sim, oque eu tenho não é suficiente.

ㅡ O marido dela não queria separar, ela pediu o divórcio várias vezes mas ele sempre negou. E eu posso achar os documentos que provam que ela pediu divórcio.

Falo abrindo o meu computador.

ㅡ Essa foi razão do assassinato, ele não quiz o divórcio, então decidiu matá-la. Se conseguirmos esses documentos já teríamos provas suficientes para um mandado de prisão.

ㅡ Olha aqui, consegui encontrar, ela fez três pedidos de divórcio e todos foram negados.

ㅡ Isso aí! Agora a gente pega esse babaca.

ㅡ Vou assinar agora o mandado de prisão, e você já pode pegar esse cara.

ㅡ É pra já!

Depois de um dia cansativo de trabalho, ainda tenho que passar na casa da minha mãe para desejar um feliz aniversário.

ㅡ Meu filho eu estava com tanta saudades.

Ela me abraça.

ㅡ Eu também mãe. E feliz aniversário.

Dou um beijo na sua testa e entrego o presente.

ㅡ Muito obrigado Dylan, não precisava, só de ter você aqui já fico muito feliz.

Meu padrasto chamado Victor Cooper também estava em casa para minha infelicidade. Nunca gostei dele, mas sei que minha mãe está feliz. Então oque importa é isso.

Já todos sentados na mesa de jantar, eu estou do lado da minha irmã Alice, e minha mãe e Victor estão a nossa frente um do lado do outro.

ㅡ Então Dylan, como foi o dia de trabalho?

Victor pergunta.

ㅡ Cansativo.

Falo apenas uma palavra, não estou afim de conversar.

ㅡ O Dylan quase não me atende hoje, ele tá obscecado em trabalhar.

Alice fala.

Já tô ficando sem paciência.

ㅡ Meu filho, você tem que aproveitar mais a vida, não trabalhe tanto.

ㅡ Mãe, eu estou bem.

ㅡ Eu sei que não está, depois que aquilo aconteceu, você nunca mais foi o mesmo e...

ㅡ Chega mãe! Não vamos falar sobre esse assunto.

Falo com raiva.

ㅡ Você precisa de alguém que te faça feliz.

Ela continua insistindo.

ㅡ Eu não quero ninguém, não preciso de ninguém, estou bem sozinho, eu já deixei isso bem claro.

Me levanto rapidamente.

ㅡ Sente, você não terminou de comer.

ㅡ Acho melhor eu ir, hoje o dia foi longo, estou cansado. Tchau.

ㅡ Está bem, te vejo amanhã filho.

Vou até ela, a abraço e vou embora.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo