Lídia Martín
Depois que chegamos no restaurante, eu e o Delegado Hale nos sentamos em uma das mesas do restaurante.
E ele não disse, mais nenhuma palavra, já está ficando desconfortável esse silêncio.ㅡ Lídia? ㅡ Escuto a voz da Julia me chamar.
ㅡ Julia, o que você está fazendo aqui?ㅡ Me levanto da cadeira e ela me puxa pra longe da mesa.ㅡ Aqui é o restaurante que eu trabalho. ㅡ Agora que eu me lembrei que ela trabalhava em um restaurante , mas eu nem imaginei que ela trabalhava logo nesse.ㅡ Nossa, eu não fazia idéia!ㅡ Mas Lídia, por que você tá com esse... ㅡ Ela começa dizer algo com raiva, mas o Delegado Hale me chama.ㅡ Julia, eu tenho que ir, depois te explico tudo.Volto pra mesa e me sento na cadeira ao lado dele.
ㅡ Ele chegou? ㅡ Pergunto em um tom baixo.
ㅡ Olá, Dylan Hale. ㅡ Escuto uma voz masculina desconhecida.ㅡ Bom dia, senhor Heitor Clarke. ㅡ Dylan fala com a voz amigável. Ouço ele se levantar e me levanto logo em seguida.ㅡ Oi. Senhor Clarke. ㅡ Coloco um sorriso no rosto e abaixo levemente a cabeça em cumprimento, já que é meio difícil um aperto de mão.ㅡ Que moça bonita. Mas também, um homem como o Dylan não poderia escolher alguém que não seja a sua altura. Ela deve ser sua namorada, né?ㅡ Sim. ㅡ O Delegado assenti.ㅡ Namorada?! ㅡ Pergunto incrédula. Esse homem está ficando louco. Como ele pôde dizer sim, pra uma coisa dessas?ㅡ Em breve esposa. ㅡ Esposa? Não é possível! Estou sem entender nada. ㅡ Como eu disse, segui o fluxo. ㅡ Cochicha no meu ouvido.Faço uma tosse falsa.
ㅡ Aaaa, não gosto de ser chamada de namorada. Estamos noivos. ㅡ Tento colocar um sorriso no rosto, mas não sou muito boa em mentir.
ㅡ Jovens apaixonados é uma coisa linda de ver. Vamos, sentem em seus lugares. ㅡ O Senhor Clarke solta uma risada em quanto fala.Me sento na cadeira e fico calada, não quero estragar nada.
ㅡ Então, Senhor Clarke à respeito das ações que quero vender, preciso vende-las o mais rápido possível. ㅡ Até que ele sabe entrar mesmo no personagem. ㅡ Eu e minha noiva, queremos nos casar o mais rápido possível! Com o dinheiro das ações, iremos fazer a festa de casamento e a viagem de lua mel. ㅡ Acho que acabei ficando vermelha, quando ele disse sobre a lua de mel.
ㅡ Não se preocupe com isso, depois do evento beneficente, suas ações já estarão vendidas.ㅡ Mas quando vai acontecer o evento?ㅡ No próximo final de semana. Falando nisso, este ano será um pouco diferente. Faremos um baile de máscaras, todos com trajes de gala. E quero que vocês como uma casal, estejam no baile e não aceito um não como resposta! ㅡ Senhor Clarke fala entusiasmado. Ele não parece um homem que roubaria de seus clientes, mas não posso me enganar tão facilmente.ㅡ Claro que vamos! Amor, você está de acordo? ㅡ Amor? Que estranho nenhum homem nunca me chamou de amor.Foco Lídia! É um personagem.
ㅡ Concerteza! Não podemos perder este baile por nada! ㅡ Tento soar animada, mas não sei se deu muito certo. ㅡ Sua esposa também estará no baile? Sou muito fã dela. ㅡ A esposa do Senhor Clarke é uma das minhas escritoras favoritos, se eu me encontrasse com ela nem saberia como reagir!
ㅡ Concerteza, ela ama organizar os eventos beneficentes! Ela vai adorar conhecer você. Não é sempre que jovens como você, gostam dos tipos de livros da Marie.ㅡ Eu leio os livros da Marie Clarke, não, ouço. ㅡ Me corrijo. ㅡ Desde que eu era pequena, minha mãe adorava ler para mim, eles me trazem lembranças boas. ㅡ Me seguro para nenhuma lágrima cair dos meus olhos, com a lembrança da minha mãe.Depois de algum tempo de conversa, o Senhor Clarke chama um garçom.
ㅡ O que vocês desejam para o Almoço? ㅡ O garçom pergunta.
ㅡ Vou querer de entrada crostini de cogumelos e o prato principal risoto milanês. ㅡ O Senhor Clarke fala.ㅡ Arancini de Bacalhau e nhoque ao molho branco. ㅡ Dylan fala direto.ㅡ E você senhorita? ㅡ O garçom pergunta impaciente.ㅡ Hum... ㅡ Não faço idéia. ㅡ Tem estrogonofe de frango com batata palha? ㅡ Pergunto animada, imaginando o sabor, faz tanto tempo que eu não como, desde que eu sai do orfanato.ㅡ Desculpe, mas aqui é um restaurante italiano. ㅡ Lá se vai meu desejo de comer estrogonofe, estou decepcionada.ㅡ Então o mesmo que o Delegado Hale.ㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡㅡ
ㅡ Cheguei! ㅡ Grito abrindo a porta de casa.
ㅡ Lídia, você vai me explicar essa história.ㅡ Que história? Ah... Eu estava naquele restaurante por trabalho.ㅡ Não Lídia, por que você tava com aquele homem?! ㅡ Ela tá irritada e eu não faço ideia o porque.ㅡ Por que eu sou assistente dele. ㅡ Não é óbvio? A Julia é meio doidinha.ㅡ Você não tá entendendo Lídia. Como você pode ser assistente desse idiota! Eu não posso deixar você perto dessa cara.ㅡ Eu não tô entendendo nada, você bebeu? ㅡ Chego perto dela pra ver se sinto cheiro de álcool, mas não sinto nada.ㅡ Lídia, esse cara que estava com você naquele restaurante e naquela mesa...ㅡ É o Dylan Hale, Delegado Hale. ㅡ Falo o óbvio.ㅡ É o mesmo cara que foi super grosso com você, naquele dia no shopping!ㅡ Como eu sou burra! Claro que era ele, por isso eu achei a voz dele super familiar. ㅡ Aí que ódio, ele teve a cara de pau de me ver na sala dele e nem falar nada. Por isso que ele ficou tão nervoso!ㅡ Ele não te pediu desculpas, quando viu que você era deficiente visual e percebeu como foi um idiota com você no shopping?ㅡ Não.ㅡ Nossa que babaca, desde aquele dia eu já odiei esse cara e agora isso. ㅡ Ela suspira.ㅡ Pelo que eu percebi ele é assim mesmo, já até ouvi hoje um barraco no meio da delegacia. ㅡ Falo me lembrando da gritaria.ㅡ Tenta ficar longe dele, ele não vai ser nada bom pra você.ㅡ Mas eu não julgo ele Julia, as vezes coisas que acontecem na nossa vida, mudam a gente. E não precisa se preocupar.ㅡ Como hoje foi seu primeiro dia no trabalho, que tal comemorarmos? ㅡ Julia pergunta alegre.ㅡ Mas como vamos comemorar?ㅡ Tava pensando da gente ir no bar novo que abriu perto do restaurante que eu trabalho.ㅡ Bar? Não, eu nunca fui em um bar e além disso eu tô cansada.ㅡ Como assim você nunca foi em um bar? Esse "nunca" vai desaparecer, hoje nós vamos mudar isso. ㅡ Eu nunca fui em bar e nem tenho vontade de ir, pelo que eu já ouvi, só tem um monte de gente em lugar, música e muita bebida. Odeio lugares cheio de gente.ㅡ Não Julia, nem ensista, eu só quero agora tomar um banho e ir direto pra cama.ㅡ Hoje é sexta, não precisa se preocupar. Vamos por favor, a gente tem que curtir um pouco.ㅡ Não.ㅡ Sim! ㅡ Insiste.ㅡ Não. ㅡ Repito novamente.ㅡ Por favorzinho, faz isso por mim Lídia.ㅡ Faz uma voz chorosa.ㅡ Tá, mas se eu não gostar de ficar lá, eu vou pra casa na hora. ㅡ Eu nem terminei de falar e ela me abraça forte.ㅡ Obrigada! Vamos nos arrumar, a gente tem que ficar gatissimas!Eu não tô nem acreditando que eu vou em um bar, se as freiras souberem disso, elas não ficariam nenhum pouco felizes, mas até que a Julia tem razão, a gente tem que se divertir um pouco.
Lídia Martín ㅡ Eu vou te emprestar um vestido então. ㅡ Julia já estava pronta e eu não consegui escolher nenhuma roupa. Eu nunca fui em um bar, não sei que tipo de roupas usam lá.Ela vai no quarto dela e me entrega um vestido. ㅡ Eu só vou experimentar.ㅡ Você vai ficar linda. Ele é verde, vai super combinar com seu cabelo.Fecho a porta do quarto e coloco o vestido.Passo meus dedos pelo vestido, tem uma textura um pouco aspera, mangas longas, é um pouco curto e justo na cintura.Abro a porta do quarto pra mostrar para Julia.ㅡ Você tá perfeita! Meu Deus ficou muito linda! ㅡ Diz entusiasmada.ㅡ Você tem certeza? Não tá muito curto não? ㅡ Passo a mão na barra do vestido.ㅡ Claro que não, ele é curto, mas não é vulgar, ele é bem soltinho. Você ficou linda! Agora vou arrumar um salto alto para v
Dylan Haleㅡ Esse bar novo tá cheio de carne nova. ㅡ Eduardo fala quando paro o carro no estacionamento.ㅡ Hoje nem tô tão afim assim. ㅡ Depois de um dia longo como foi hoje, acabo desanimando.ㅡ Esse desânimo vai acabar logo. ㅡ Ele solta risada.Saímos do carro e vejo o bar.Todo seu exterior apesar de novo tem uma decoração mais rústica e o nome On Bars é feito de madeira.Entramos no interior e vejo pessoas dançando na pista de dança, outras já bêbadas, casais se pegando, vi até um homem bêbado chorando.Eu e Eduardo nos sentamos em uma das poucas mesas que estão vazias.ㅡ Dylan, volto daqui a pouco. ㅡ Já deve ter avistado alguma mulher.ㅡ Beleza, curta sua noite. ㅡ Acho melhor você nem me esperar quando for embora. ㅡ Fala enquanto se levanta.ㅡ Também acho.Algumas mulheres acabam dando em cima de mim, mas eu tô achando que me
Já faz faz quase uma semana desde que o Delegado Hale me tirou do sério, eu pensei que ele iria pelo menos se desculpar ou falar que não fazia idéia que eu era cega. Mas em vez disso ele gritou na minha cara praticamente dizendo que a culpa era minha. Sabe, eu nem deveria me importar ele só é mais um cara escroto mesmo.Estou sentada na minha mesa de trabalho, nós estamos trabalhando normalmente, nunca mais tocamos nesse assunto e em nenhum que não seja sobre trabalho.ㅡ Lydia, o Delegado Hale está chamando você em sua sala. ㅡ Marisa fala me despertando dos meus pensamentos.ㅡ Ok, já vou lá. ㅡ Me levanto logo em seguida indo em direção da sala.ㅡ Olá, você é a nova assistente do Delegado Hale? ㅡ Uma voz masculina um tanto familiar fala comigo quando estou quase chegando na sala e paro de andar.ㅡ Sim e o senhor é...?ㅡ Lucas Jones. Agente Jones.ㅡ Ah. Você é o homem que tava brigando com o Delegado Hale semana passada! ㅡ Quando eu percebo que falei alto e não
Lídia Martín O Delegado Hale me ajuda me guiando até dentro da faculdade.ㅡ Chegamos na recepção. ㅡ Ele fala depois de muito tempo sem falar nada.ㅡ Obrigada. Você já pode ir então. ㅡ Ele se despedi e sai.ㅡ Olá, eu gostaria de falar com o Mário Menezes. ㅡ Quem seria você e por que quer falar com ele? ㅡ Uma voz fina e despreocupada pergunta.ㅡ Lydia Martín. Quero resolver um problema com a minha matrícula.ㅡ Ele não pode falar com você. Tá muito ocupado. ㅡ Ela fala firme.ㅡ Tem certeza? Você não pode ir na sala dele e perguntar?ㅡ Se você insiste. ㅡ Ouço o barulho dos seus saltos começarem à dar alguns passos. Aproveito a situação para segui-la devagar, tenho que falar com esse homem.Depois de um tempo a seguindo, escuto uma porta abrir e logo em seguida fechar e o barulho do salto acabar.Ela entrou na sala.Chego mais perto da porta.ㅡ Aquela garota
Dylan Haleㅡ Eu quero falar com o diretor desta universidade. ㅡ Mostro meu distintivo para secretária. Preciso saber o que aconteceu, fiquei em choque em ver a Lydia naquela situação e não vou deixar isso passar.ㅡ O que quer falar com ele? ㅡ Pergunta desconfiada.ㅡ Isso convém a ele, não a você. ㅡ Falo firme.Ela pega o telefone e disca alguns números.ㅡ Um delegado quer falar com o senhor. Ok. Vou pedir para ele entrar. ㅡ Ela desliga o telefone.ㅡ A última sala, no fim do corredor...ㅡ Ela aponta o dedo na direção do corredor. Ela continua falando mais alguma coisa, mas começo a andar em passos largos até a sala.Entro na sala brutalmente sem bater na porta.ㅡ Preciso falar com você. ㅡ Fale. ㅡ Um homem baixinho, cabelos grisalhos.ㅡ Alguém veio aqui ontem? ㅡ Pergunto.ㅡ Muitas pessoas vem aqui todos os dias. ㅡ Ele fala em tom de deboche.ㅡ Uma garota veio aqui
Lídia Martín Depois de eu ter perdido a paciência, não falei mais com o Dylan, fiz algumas coisas que ele me pediu por email mas nada além disso. Talvez eu tenha exagerado, mas o problema é que não quero passar por aquilo novamente, talvez eu tenha que desistir do meu sonho de ser advogada, acho que não vou conseguir passar por algo assim.Enquanto lavo a pouca louça que sujei pra fazer um miojo, deixo um garfo cair quando me assusto com o som do meu celular tocando.Seco minhas mãos com um pano de prato e pego meu celular que está em cima da mesa.ㅡ Alô? ㅡ Pergunto quando percebo que é um número desconhecido.ㅡ Oi. ㅡ Escuto a voz de Dylan. E vários segundos de silêncio se passam.ㅡ Como conseguiu meu número? ㅡ Eu sou seu chefe, tenho informações sobre você. ㅡ Curto e grosso.ㅡ E por que me ligou? ㅡ Talvez ele queira pedir desculpas. Talvez.ㅡ Caso você não se lembre, amanhã s
Dylan HaleBato duas vezes na porta do apartamento da Lydia. Algum tempo se passa e a porta é aberta por sua amiga.Atrás dela vejo sua casa simples, com poucos móveis. Papel de parede neutro com algumas manchas, possivelmente por infiltração.ㅡ Entra aí. ㅡ Ela me dá passagem para passar, entro com relutância na pequena sala.ㅡ Hum, como você está elegante... ㅡ Ela fala me olhando dos pés a cabeça e sua expressão rapidamente muda pra raiva. ㅡ Isso tudo não me cheira nada bem. Se alguma coisa acontecer com a Lydia você vai tá...ㅡ Onde ela está? Combinamos que não haveria atraso. ㅡ A interrompo não querendo mais ouvi -la falar baboseiras.ㅡ Lydia! Aquele cara gato tá aqui na porta. ㅡ Ela grita.Ouço o barulho de uma porta ser aberta, em conjunto o familiar barulho de uma bengala sendo arrastada pelo chão.Olho na direção e fico paralisado.<
Lídia Martín Esse dia, já está bem estressante, aquelas coisas que os jornalistas perguntavam eram tão invasivas.Nunca imaginei que o Delegado Dylan Hale já tivesse sido casado, mas o que me deixou intrigada é a dúvida: qual o motivo da separação.Falar com a Mary sobre minha mãe foi bem difícil, eu não falo muito dela, falava apenas com as freiras do orfanato e mais ninguém, mas pelo menos eu consegui com que eu não chorasse, seria horrível no meio de tantas pessoas que estão aqui. O barulho não está alto mas eu consigo perceber muitas conversas de todos os lados.No momento que Dylan deu um beijo na minha bochecha eu fiquei totalmente sem reação, eu não sabia o que pensar e nem o por que de eu ter ficado tão nervosa, sendo que nós estamos fingindo ser um casal.ㅡ Aí eu acabei com a garota, pois não se mete com homem de outra...Essa é a Bia, filha do Senhor