Lídia Martin
Uma mão envolve a minha direita, me puxando levemente para segui-lo. À aperto para senti-la entre meus dedos, ( a minha mão fica tão pequena perto da dele) penso tentando segurar um sorriso.
ㅡ Nós temos que entrar na água, o dia tá perfeito pra isso. ㅡ Fala entusiasmado, raramente o vejo assim.
ㅡ Mas não trouxemos roupas de banho... ㅡ Falo tentando lembrá-lo, mas o sol quente batendo na minha cara e o suor já escorrendo me fez repensar.
De repente ele solta minha mão e escuto barulho de roupa: Ele tirou a camiseta.
ㅡ Calminha aí, vai ficar nu aqui?
ㅡ Não tem ninguém aqui perto, não podemos perder a oportunidade de entrar nessa água ㅡ Escuto o barulho dele abrindo o cinto da calça e jogando no chão. ㅡ E não vou ficar nu, eu uso cueca, é como uma sunga e serve o mesmo pra você.
Minha cabeça estava prestes à explodir com a ideia de nós
Dylan Haleㅡ Ficamos apreensivos pensando que vocês estavam perdidos. ㅡ Julia falou quando já estávamos saindo do estábulo indo em direção à enorme casa azul da fazenda.ㅡ Não precisava ter se preocupado. ㅡ Lídia fala finalmente depois de longos minutos de silêncio. Eu que tive que responder todas as perguntas que Eduardo e Julia faziam.Olhei para Lídia, ela estava com os cabelos ainda úmidos e usando minha camiseta que ficou nela como um vestido curto. As cenas que ocorreram à alguns minutos reacenderam na minha mente novamente e a vontade de agarra- lá ali mesmo surgiu.ㅡ Eles estão vindo! ㅡ Ela fala desesperada, percebi que ela não queria ser encontrada assim.Peguei ela e à joguei em meu colo fazendo ela soltar um grito e cumprimindo ele com a mão rapidamente.Subi os degraus de píer rápido e fui até onde nossa roupas estavam e a coloquei em pé no chão.
Lídia MartínBati três vezes na porta com as mãos suando de nervoso. Hoje pela manhã meu pai me ligou, me convidando para um jantar em sua casa com sua esposa. Julia me trouxe e a pedi para ir embora assim que cheguei até a porta.ㅡ Oi, Lídia né? ㅡ Escuto a voz de uma mulher, depois que a porta é aberta.ㅡ Sim. Vanessa? ㅡ Esse é o nome da esposa do meu pai, eles se casaram 2 anos depois que tudo aconteceu com a gente.ㅡ Isso, sou eu. Entre ㅡ Ela parece dar alguns passos e eu entro devagar. ㅡ William saiu para comprar ㅡ Ela fala animada ㅡ sorvete de flocos para a sobremesa.Meu sabor de sorvete favorito... Isso me fez lembrar nossos momentos assistindo filmes e comendo sorvete de flocos. A mamãe sempre brigava com ele por me fazer comer muito doce.Coloquei um sorriso no rosto.ㅡ Me dá seu casaco, o dia hoje está bem frio, então liguei o aquecedor
Dylan HaleAcordei hoje mais disposto do que nunca. Planejei chamar a Lídia para um encontro e não iria falhar.Liguei em seu celular mas ela não me atendeu.Fui até o banheiro e tomei um banho quente rápido. Se não poderia falar com ela por telefone, talvez uma visitinha não faria mal.Já pronto, entrei em meu carro, coloquei as chaves para ligar o carro.Escutei meu telefone tocar, o peguei rapidamente pra ver se é a Lídia, mas vejo um número desconhecido.ㅡ Dylan? ㅡ Escuto a voz da Julia, depois que atendi.E uma sensação ruim transpareceu em minha mente.ㅡ Julia?ㅡ Ontem a Lídia foi jantar na casa do pai dela, mas não apareceu aqui em casa. ㅡ Fala preocupada.ㅡ O que? Falou com o William?ㅡ Eu não tenho o número dele, consegui o seu por meio do Eduardo. Ela me ligou 3 vezes ontem
Dylan HaleAfundei meu pé no acelerador, quando Eduardo enviou as coordenadas para meu GPS da localização do celular da Lídia.Eu já estava há mais de 1 quilômetro da cidade de Newport quando finalmente cheguei ao local do celular. Olhei ao redor e não havia nada. Apenas a estrada que parecia ser infinita e deserta.Desci rapidamente do carro, segurando meu telefone seguindo o GPS. Andei alguns metros pra direita, até o acostamento e avistei um telefone próximo à um mato. Corri até ele e o peguei.ㅡ É o celular dela. ㅡ Falei pra mim mesmo frustado.Se o telefone tá aqui, como eu vou encontrá-la? Um sentimento de impotência surgiu.Mas logo lembrei de algo que tinha esquecido completamente.Pra chegar aqui eu passei pela praia e pelo local do casamento.Liguei para o número do William e ele logo me atendeu.
Lídia MartínO vento batia pela minha pele, meu cabelo ruivo em um coque se desmanchava aos poucos por conta do vento forte.Sentada em uma pedra lendo um livro, vejo meu pai William de longe brincando na areia com minha irmã Dafne, os dois riam e estavam muito felizes.Admirei por uns segundos o mar, aproveitava o dia ensolarado em Newport pois era difícil dias quentes.Continuei lendo o livro, viro pra trás ouvindo uma movimentação, vejo um carro preto e uns homens vestidos de preto saindo dele, olhei de volta ao mar e me deparo com minha irmã sozinha.Comecei a andar em sua direção e quando faltava alguns passos, ouço um barulho alto e reconheço como tiro.Procuro com o olhar para todos os lados meu pai mas não o encontro, e quando viro pra minha irmã eu paraliso, deparo com minha irmã caída no chão e ensanguentada.Ouço outro tiro e dessa vez
Lídia Martín Eu já estava arrumada para ir ao shopping e Julia também.ㅡ Eu acho que você não precisa levar a bengala, eu te levo, e você fica perto de mim.Eu fico com receio mas ela tem razão, não preciso já que eu tenho ela pra me ajudar.ㅡ Ok, vamos?ㅡ Vamos.Ela afirma alegre.Depois de 1 hora de tanto andar no shopping eu já estou com duas sacolas nas mãos e Julia também.ㅡ Lídia, eu só vou perguntar bem rápido nessa loja se tem um papel de parede, eu não demoro. Você pode ficar aqui?ㅡ Tá, vai lá.ㅡ Mas você fica parada, não sai do lugar tá?ㅡ Ok.Ela sai e fico sozinha.Alguns segundos se passam e algumas pessoas esbarram em mim e eu me afasto pra trás.Quando de repente eu sinto ter batido em algo, ou em alguém.Ouço vidro
Lídia MartínSangue, e sangue, vejo sangue por todos os lados, ele sai pela a porta do meu quarto, eu tento gritar mas não consigo, como se em vez de eu ser cega eu fosse muda, e vejo minha irmã com o corpo cheio de sangue.ㅡ Você é a culpada, você não fez nada, A CULPA É TODA SUA.Ela grita.Sinto alguém me chacoalhar.ㅡ Acorda Lídia! Você tá tendo um pesadelo.Percebo que tudo foi mais um de meus pesadelos, e sinto minhas bochechas com lágrimas.ㅡ Eu estou bem Julia, eu sempre tenho pesadelos.ㅡ Você tem certeza que está bem? Escutei você gritar, pensei que alguém tinha invadido a casa.ㅡ Não, tá tudo bem, obrigada por ter me acordado, você pode voltar a dormir.ㅡ Vou durmir então, mas qualquer coisas me chama.ㅡ Tá.Ela sai do quarto e ouço a porta ser fechada.
Dylan Hale Já entrevistei cinco garotas, mas até agora não estou satisfeito com nenhuma, duas delas não sabem nada de assistente e as outras só vieram pra dar em cima de mim, até que eu gostei, mas eu preciso de alguém que realmente me ajude e não me atrapalhe.A secretária Marisa me avisou que temos mais uma opção, mas já não estou muito animado.Enquanto espero a garota chegar, resolvo terminar de preencher umas fichas que eu tinha que entregar ainda hoje.Alguns minutos se passam e ouço alguém bater na porta. Creio que seja a garota.ㅡ Entra.Falo em um tom alto.Continuo a preencher as fichas.Escuto a porta abrir.ㅡ A senhorita pode se sentar.Falo enquanto termino a última palavra que falta na ficha.ㅡ Oi, vim pra entrevista de emprego.Escuto uma voz doce e delicada.E meus olhos desviam das fic