Depois de ligar o computador e colocar os fones de ouvido, espero alguns minutos e escuto uma voz dizer.
ㅡ Você tem um novo email, click na tecla "enter" para abrir o email. ㅡ Eu já memorizei onde fica cada tecla em um computador, então logo em seguida clico na tecla.
ㅡ Email do Delegado Dylan Hale. Olá Lídia Martín, neste email, lhe envio coisas que tenho que fazer durante a semana, quero que você me lembre de todas elas, me mantenha informado. ㅡ Ok, eu posso fazer isso. O Senhor Hale me envia todos os seus compromissos e já memorizei todos.
Sexta, que no caso é hoje, pensando bem nunca imaginei começar a semana pela sexta- feira, amanhã já é final de semana!O tempo passa e fico repetindo em minha cabeça os seus compromissos não posso esquecer de nada.
Clico em uma tecla do computador que indica que horário é.ㅡ 9:45 da manhã.Me levanto lembrando que o Delegado tem um compromisso às 10:30. Tenho que ir em sua sala avisa-lo.Pego minha bengala que está ao lado da minha mesa, e vou em direção a sua sala. Ando uns 3 passos para frente, me lembrando que a Marisa tinha indicado minha mesa um pouco mais pro lado. Viro a direita e começo a andar mais 10 passos lentamente.ㅡ Eu já te avisei pra não se meter nos meus casos! ㅡ Escuto o Delegado gritar e a porta ser aberta brutalmente. E por instinto, dou dois passos para trás.
ㅡ Eu só quis ajudar! Não podiamos ficar parados. ㅡ Um homem fala.ㅡ Nós não estávamos parados! E sim sendo cautelosos, como você pode resolver esse problema agora?! ㅡ Resolvo voltar para minha mesa, depois que a poeira baixar eu volto.ㅡ É bom você já ir se acostumando. ㅡ Ana fala baixo atrás de mim.
ㅡ Nossa o Senhor Hale é muito grosso! ㅡ Falo surpresa, mas com a voz baixa.ㅡ Ele não suporta o agente Lucas Jones. ㅡ Mas porque? ㅡ O agente Jones, vive se metendo nos casos do Delegado Hale, e ele não suporta isso.ㅡ Eu acho que o Senhor Hale exagerou, ele foi muito grosso! Mas geralmente pessoas mais velhas são assim.ㅡ Velho? O delegado Hale? ㅡ Faz uma voz incrédula.ㅡ Sim, pelo que parece ele... ㅡ O jeito dele falar parece ser uma pessoa mais velha e ele é um delegado, delegados geralmente são mais velhos.ㅡ Você tá é louca. ㅡ Ela solta uma gargalhada. ㅡ Eu sei que você não pode ver, mas como não pode sentir?ㅡ Sentir o que? ㅡ Não estou entendendo mais nada.ㅡ O Delegado Hale não é velho! Todas as mulheres dessa Delegacia ou que já viram ele, querem levar ele pra cama. Ele tem 27 anos anos.ㅡ Uau. Nunca imaginei que ele tivesse essa idade! ㅡ Nunca mesmo.ㅡ Como você pode pensar que ele é velho? ㅡ Acho que por ele ser um delegado, geralmente delegados são velhos.ㅡ É mas, o Dylan Hale não é.Depois que a Ana me avisou que o Senhor Hale já tinha voltado para sua sala. Fui até a porta do seu escritório e bati duas vezes na porta.
ㅡ Pode entrar! ㅡ Ouço sua voz grossa, e tenho um leve arrepio, quando me lembro que todas as mulheres ali são afim dele. Ele quase grita, parece que continua irritado.
Abro a porta.
ㅡ Olá, Delegado Hale. Vim lhe avisar que às 10:30 o senhor tem uma reunião com presidente da empresa LLC, no restaurante Italiano Mamma Luisa.
Espero um tempo mas ele não diz nada.
ㅡ Delegado Hale? ㅡ Pergunto.
ㅡ Está bem, fique pronta, daqui 10 minutos iremos. ㅡ Ele diz depois de uma tosse seca. Homem estranho.ㅡ Iremos? ㅡ Como assim iremos? Não é somente ele que irá nessa tal reunião? ㅡ Sim iremos, ou você já está tá querendo pedir demissão? ㅡ Não, não, nada disso. Vou estar esperando em minha mesa.ㅡ Se não se importa, já pode sair.Saio da sala e vou pra minha mesa. Já que vou com ele pra essa reunião decido pesquisar sobre sobre esse presidente e sobre a empresa.
O computador ler pra mim:
ㅡ Heitor Clarke, tem 51 anos de idade, pai de três filhos, casado já com a quarta esposa, é presidente da empresa LLC, que vende ações de pessoas da alta sociedade.Pesquiso o máximo que eu consigo sobre.
ㅡ Vamos. ㅡ O Delegado Hale me chama.
ㅡ Sim, vamos.Me levanto e pego minha bengala. E escuto ele começar a andar, sigo ele, ouvindo os seus passos. Até que não escuto mais eles.ㅡ Consegui me acompanhar? ㅡ Pergunta.ㅡ Eu posso te seguir, ouvindo os seus passos e já sei como ir até a saída da delegacia.Ele começa a andar novamente.
Depois que chegamos do lado de fora, sinto o sol bater em meu rosto.
ㅡ Fique aqui, vou buscar o carro no estacionamento.ㅡ Logo após, assinto com a cabeça.
Um tempo se passa e ouço uma buzina de carro perto de mim.
ㅡ Entre. ㅡ Me acalmo quando percebo que é o Delegado Hale.
Ando pra frente e cinto a porta do carro, logo em seguida abro ela e me sento no banco.Pego o sinto de segurança no lado direito e passo pelo meu corpo, mas quando vou encaixar o cinto para fecha-lo, não consigo, tento mais uma vez, duas, três e nada. Que droga de cinto é esse?!Quando tô prestes a perder a paciência, sinto uma mão grande, tocar em minhas mãos. Parece que uma energia passou dela até as minhas. Assustada eu afasto as minhas mãos rapidamente e o cinto volta para o lugar pois soltei ele também.
ㅡ Calma, só vou te ajudar a colocar o cinto de segurança. ㅡ Ele fala.
Fico calada e não falo nada.
Ele chega mais perto, sinto um cheiro de menta e amadeirado vindo dele. Me seguro para não fechar meus olhos para sentir melhor o seu cheiro.
Ouço ele pegar o cinto e o barulho do click indicando que ele fechou.
ㅡ Obrigada. ㅡ Falo depois de alguns minutos na estrada.
ㅡ Pelo o que?ㅡ Por ter me ajudado com cinto. ㅡ Toco o cinto de de segurança com as mãos.ㅡ Esta reunião não vai ser uma reunião de negócios.ㅡ Se não vai ser uma reunião de negócios, vai ser de que? ㅡ Fico confusa.ㅡ É uma investigação, essa empresa está dando golpes em seus clientes.ㅡ Nunca imaginei isso, pesquisei sobre o presidente Heitor Clarke, ele já até fez vários eventos beneficentes. ㅡ Você não pode acreditar em tudo que vê na internet, e o pior que é nesses eventos que ele mais dá golpes. ㅡ Ele tem razão, a maioria dos golpes entre os ricos, são nos eventos beneficentes. ㅡ Vou fingir que vou vender minhas ações nessa reunião, quero que você siga o fluxo.Espero que nada dê errado, ainda mais hoje que é meu primeiro dia no trabalho!
Lídia MartínDepois que chegamos no restaurante, eu e o Delegado Hale nos sentamos em uma das mesas do restaurante. E ele não disse, mais nenhuma palavra, já está ficando desconfortável esse silêncio.ㅡ Lídia? ㅡ Escuto a voz da Julia me chamar.ㅡ Julia, o que você está fazendo aqui?ㅡ Me levanto da cadeira e ela me puxa pra longe da mesa.ㅡ Aqui é o restaurante que eu trabalho. ㅡ Agora que eu me lembrei que ela trabalhava em um restaurante , mas eu nem imaginei que ela trabalhava logo nesse.ㅡ Nossa, eu não fazia idéia!ㅡ Mas Lídia, por que você tá com esse... ㅡ Ela começa dizer algo com raiva, mas o Delegado Hale me chama.ㅡ Julia, eu tenho que ir, depois te explico tudo.Volto pra mesa e me sento na cadeira ao lado dele.ㅡ Ele chegou? ㅡ Pergunto em um tom baixo.ㅡ Olá, Dylan Hale. ㅡ Escuto uma voz masculina desconhecida.ㅡ Bom dia, senhor Heitor Clarke. ㅡ Dylan fala c
Lídia Martín ㅡ Eu vou te emprestar um vestido então. ㅡ Julia já estava pronta e eu não consegui escolher nenhuma roupa. Eu nunca fui em um bar, não sei que tipo de roupas usam lá.Ela vai no quarto dela e me entrega um vestido. ㅡ Eu só vou experimentar.ㅡ Você vai ficar linda. Ele é verde, vai super combinar com seu cabelo.Fecho a porta do quarto e coloco o vestido.Passo meus dedos pelo vestido, tem uma textura um pouco aspera, mangas longas, é um pouco curto e justo na cintura.Abro a porta do quarto pra mostrar para Julia.ㅡ Você tá perfeita! Meu Deus ficou muito linda! ㅡ Diz entusiasmada.ㅡ Você tem certeza? Não tá muito curto não? ㅡ Passo a mão na barra do vestido.ㅡ Claro que não, ele é curto, mas não é vulgar, ele é bem soltinho. Você ficou linda! Agora vou arrumar um salto alto para v
Dylan Haleㅡ Esse bar novo tá cheio de carne nova. ㅡ Eduardo fala quando paro o carro no estacionamento.ㅡ Hoje nem tô tão afim assim. ㅡ Depois de um dia longo como foi hoje, acabo desanimando.ㅡ Esse desânimo vai acabar logo. ㅡ Ele solta risada.Saímos do carro e vejo o bar.Todo seu exterior apesar de novo tem uma decoração mais rústica e o nome On Bars é feito de madeira.Entramos no interior e vejo pessoas dançando na pista de dança, outras já bêbadas, casais se pegando, vi até um homem bêbado chorando.Eu e Eduardo nos sentamos em uma das poucas mesas que estão vazias.ㅡ Dylan, volto daqui a pouco. ㅡ Já deve ter avistado alguma mulher.ㅡ Beleza, curta sua noite. ㅡ Acho melhor você nem me esperar quando for embora. ㅡ Fala enquanto se levanta.ㅡ Também acho.Algumas mulheres acabam dando em cima de mim, mas eu tô achando que me
Já faz faz quase uma semana desde que o Delegado Hale me tirou do sério, eu pensei que ele iria pelo menos se desculpar ou falar que não fazia idéia que eu era cega. Mas em vez disso ele gritou na minha cara praticamente dizendo que a culpa era minha. Sabe, eu nem deveria me importar ele só é mais um cara escroto mesmo.Estou sentada na minha mesa de trabalho, nós estamos trabalhando normalmente, nunca mais tocamos nesse assunto e em nenhum que não seja sobre trabalho.ㅡ Lydia, o Delegado Hale está chamando você em sua sala. ㅡ Marisa fala me despertando dos meus pensamentos.ㅡ Ok, já vou lá. ㅡ Me levanto logo em seguida indo em direção da sala.ㅡ Olá, você é a nova assistente do Delegado Hale? ㅡ Uma voz masculina um tanto familiar fala comigo quando estou quase chegando na sala e paro de andar.ㅡ Sim e o senhor é...?ㅡ Lucas Jones. Agente Jones.ㅡ Ah. Você é o homem que tava brigando com o Delegado Hale semana passada! ㅡ Quando eu percebo que falei alto e não
Lídia Martín O Delegado Hale me ajuda me guiando até dentro da faculdade.ㅡ Chegamos na recepção. ㅡ Ele fala depois de muito tempo sem falar nada.ㅡ Obrigada. Você já pode ir então. ㅡ Ele se despedi e sai.ㅡ Olá, eu gostaria de falar com o Mário Menezes. ㅡ Quem seria você e por que quer falar com ele? ㅡ Uma voz fina e despreocupada pergunta.ㅡ Lydia Martín. Quero resolver um problema com a minha matrícula.ㅡ Ele não pode falar com você. Tá muito ocupado. ㅡ Ela fala firme.ㅡ Tem certeza? Você não pode ir na sala dele e perguntar?ㅡ Se você insiste. ㅡ Ouço o barulho dos seus saltos começarem à dar alguns passos. Aproveito a situação para segui-la devagar, tenho que falar com esse homem.Depois de um tempo a seguindo, escuto uma porta abrir e logo em seguida fechar e o barulho do salto acabar.Ela entrou na sala.Chego mais perto da porta.ㅡ Aquela garota
Dylan Haleㅡ Eu quero falar com o diretor desta universidade. ㅡ Mostro meu distintivo para secretária. Preciso saber o que aconteceu, fiquei em choque em ver a Lydia naquela situação e não vou deixar isso passar.ㅡ O que quer falar com ele? ㅡ Pergunta desconfiada.ㅡ Isso convém a ele, não a você. ㅡ Falo firme.Ela pega o telefone e disca alguns números.ㅡ Um delegado quer falar com o senhor. Ok. Vou pedir para ele entrar. ㅡ Ela desliga o telefone.ㅡ A última sala, no fim do corredor...ㅡ Ela aponta o dedo na direção do corredor. Ela continua falando mais alguma coisa, mas começo a andar em passos largos até a sala.Entro na sala brutalmente sem bater na porta.ㅡ Preciso falar com você. ㅡ Fale. ㅡ Um homem baixinho, cabelos grisalhos.ㅡ Alguém veio aqui ontem? ㅡ Pergunto.ㅡ Muitas pessoas vem aqui todos os dias. ㅡ Ele fala em tom de deboche.ㅡ Uma garota veio aqui
Lídia Martín Depois de eu ter perdido a paciência, não falei mais com o Dylan, fiz algumas coisas que ele me pediu por email mas nada além disso. Talvez eu tenha exagerado, mas o problema é que não quero passar por aquilo novamente, talvez eu tenha que desistir do meu sonho de ser advogada, acho que não vou conseguir passar por algo assim.Enquanto lavo a pouca louça que sujei pra fazer um miojo, deixo um garfo cair quando me assusto com o som do meu celular tocando.Seco minhas mãos com um pano de prato e pego meu celular que está em cima da mesa.ㅡ Alô? ㅡ Pergunto quando percebo que é um número desconhecido.ㅡ Oi. ㅡ Escuto a voz de Dylan. E vários segundos de silêncio se passam.ㅡ Como conseguiu meu número? ㅡ Eu sou seu chefe, tenho informações sobre você. ㅡ Curto e grosso.ㅡ E por que me ligou? ㅡ Talvez ele queira pedir desculpas. Talvez.ㅡ Caso você não se lembre, amanhã s
Dylan HaleBato duas vezes na porta do apartamento da Lydia. Algum tempo se passa e a porta é aberta por sua amiga.Atrás dela vejo sua casa simples, com poucos móveis. Papel de parede neutro com algumas manchas, possivelmente por infiltração.ㅡ Entra aí. ㅡ Ela me dá passagem para passar, entro com relutância na pequena sala.ㅡ Hum, como você está elegante... ㅡ Ela fala me olhando dos pés a cabeça e sua expressão rapidamente muda pra raiva. ㅡ Isso tudo não me cheira nada bem. Se alguma coisa acontecer com a Lydia você vai tá...ㅡ Onde ela está? Combinamos que não haveria atraso. ㅡ A interrompo não querendo mais ouvi -la falar baboseiras.ㅡ Lydia! Aquele cara gato tá aqui na porta. ㅡ Ela grita.Ouço o barulho de uma porta ser aberta, em conjunto o familiar barulho de uma bengala sendo arrastada pelo chão.Olho na direção e fico paralisado.<