Ainda perplexa, pisco os olhos duas vezes, clareando a garganta, os encarando.
__ Desculpem, mas eu disse que não precisavam de me seguir. - Eu falei assustada por ver os dois homens enormes, entroncados, sombrios na minha porta. __Como veem, estou completamente bem.
__ Não queremos assustar-te... - Alexandre declara com tom sério. __ Mas precisamos falar.
__Não... não precisam.- De repente as minhas palavras mostram o quanto começava a ficar assustada. __ Ouçam... já viram as horas ? -Suspiro frustrada .__Eu nem sequer vos conheço. - Espreitando o corredor tento ver se algum vizinho estaria ali assistindo ao que estava acontecer. Seria o tema de conversa durante um mês se vissem aqueles dois homens na minha porta. Aliviada por não ver ninguém, desta vez os encaro firme , declarando. __ Agradeço a ajuda prestada naquela hora , mas têm que entender...
__Sabemos o que viste! - Alexandre insiste tentando segurar o olhar da fêmea .__ É real. Precisamos mesmo falar.
__ O quê?-Sustentando a respiração, de imediato congelo, e durante uns segundos não falo nada . Então sempre era verdade! Não tinha imaginado, aquela besta era mesmo um vampiro.
Analiso cautelosa o rosto atraente daquele estranho que me fitava com uma intensidade anormal. De repente fico presa nele e por momentos na minha mente as palavras " Deixa-nos entrar !" assumem um desejo irresistível.__Por favor entrem!- Mesmo sem perceber, retiro a corrente, com a porta escancarada, os convido a entrar para a única segurança que tinha no momento, o meu lar. Eles me olharam com cautela
andando em passos largos , um deles fechou a porta e a sensação de ser liberta por algo que me prendia se fez de imediato presente.__Mas que ... - Perplexa mordo o lábio, estranhando minha atitude. Como poderia ter aberto a porta a dois homens desconhecidos a altas horas da madrugada ,ainda mais sem dar importância ao que os vizinhos iam pensar .Mas de repente algo surge de novo no meu pensamento, ele falara que um vampiro me atacara ? Os encarando apavorada declaro mentalmente. "Meu...Deus...Vampiros existem!"Apreensiva mantive a distancia apontando para o sofá de dois lugares ,os dois praticamente ocupavam a pequena sala de estar que constituía um dos cómodos do meu apartamento T1. Suspirei me aproximando em alerta , embora se eles me quisessem fazer mal, eu não teria qualquer hipótese . Sentei-me no sofá individual de frente, gemendo de imediato quando a dor na anca se manifesta.
__Tu não estás tão bem como nos fizeste pensar, pois não? - Vasco encara a humana com preocupação.
__Não é grave!!!- Suspirando observo Vasco pela primeira vez com atenção. Notei que ele tinha uma beleza selvagem, cabelo castanho claro e olhos azuis. Com um rosto masculino expressivo, vestindo uns simples jeans e uma camiseta branca, ele emanava confiança e sensualidade. Alexandre era um contraste. Cabelo negro cortado em escadinha ate aos ombros e olhos verdes. Vestia calça e camisa preta, o rosto dele estava sempre com a mesma expressão... indecifrável. Como se mantivesse sempre controle das emoções. Mas emanava um poder e uma autoridade que me deixava perturbada, eu não sabia explicar.__ Então, expliquem- me. - Olhei um e depois ao outro. __ O que é que eu vi?
__ Tu sabes o que viste! – Alexandre declara num tom bruscos, sabia que a fêmea o queria testar, algo que raramente alguém tentava fazer.
__ Sim...eu sei... - Arqueei uma sobrancelha e o encarei em desafio. __ E tu? Como é que sabes o que eu vi?
__ Tu foste atacada por um vampiro.- Alexandre declara firme ignorando a pergunta da fêmea. __ Para nós será um problema se divulgares o que viste, mesmo que não te acreditem, acabara por começar haver rumores aqui e ali. – Ele cerrou os dentes mais irritado com ele próprio do que qualquer outro. __ E como eu não o apanhei hoje... ele poderá voltar.
Eu olhava-o de boca aberta, completamente abismada, como poderia ser tão direto com algo que me fazia questionar a minha realidade, mais ... que poderia colocar a minha existência, minha vida em risco. Engoli em seco abrindo a boca para questionar a razão de estarem ali quando uma palavra se destacou na sua frase.
__ Disseste …"para nós será um problema"? - Minha boca secou, o ar sendo
completamente sugado com o ofego que se fez sentir.Rapidamente
uma imagem surge na minha mente. Alexandre sorrindo sensualmente me mostrando o quanto suas presas eram afiadas antes de me atacar …e sugar…todinha.
" Não!!!! "Não podia ter deixado vampiros entrar na minha própria casa. Preparada paracorrerdali, os encaro com receio, eles não se moviam, suas expressões suaves não me deixavam com a ideia de que iriam me atacar de alguma forma, mas como poderia confiar?__ Não corres qualquer perigo ... - Alexandre rapidamentedeclaraolhando Vasco que estranhamente se mantinhacalado e muito tenso. __Pelo contrário estamos aqui para te protege
Eu dirigi-me ao frigorífico e peguei na garrafa de vinho verde que só usava para cozinhar. Olhei-a fixamente, não era forte o suficiente, mas teria que servir. Até porque não precisava de muito para ficar logo ébria. Nunca tinha reagido bem a bebidas alcoólicas e bastava pouco para ficar relaxada."O que eu não daria hoje por um copo de vodka!!! Não teria que pensar tanto nas próximas horas."Enchi um copo de vinho, o copo m
No momento em que tranquei a porta e nos dirigimos ao elevador, o meu estômago se apertou. Os meus sentidos já não estavam a cem por cento. Tinha sido má ideia beber aquele copo de vinho afinal. Quando as portas se fecharam comecei a ficar quente, olhei para os dois homens ao meu redor. Desta vez estavam inexpressivos, nenhum me olhava, mas notava a tensão que invadia aquele espaço fechado. Chegamos a porta de saída do prédio sem uma palavra. O silêncio era enervante, mas também era compreensível, não poderíamos falar do assunto que invadia a minha mente nestas últimas horas assim em qualquer lugar. Quando eu me ia a dirigir para a direita, Alexandre agarrou me o braço e congelou com uma expressão que nunca antes tinha visto. Imediatamente fechou os olhos respirou fundo me largando. Acordei com o som do telemóvel. Estava cansada e num quarto desconhecido. Coloquei a mão na testa e esfreguei um pouco ,a cabeça latejava provocando dor. Era normal, sempre que bebia. Olhei para a tela e sorri.__ Olá Fátima.__Olá Ângela. Queria saber como estáCapitulo 8
Eu amaldiçoei por não me ter contido, eu não queria que ele parasse, devia , mas não era isso que desejava. Mas logo senti vontade de desaparecer dali quando vi Alexandre encostado à porta da cozinha nos observando. Ruborizei quando o vi aproximar-se de nós, imediatamente me levantei do colo de Vasco. Ele me segurou pela cintura e me virou de costas deslizando a calça de algodão que usava.__VASCO... - Gritei , tentando me recompor tanto da excitação como da vergonha de ser despida ali na frente dos dois. Eu ainda estava ofegante quando Alexandre parou o beijo. Ele me encarou enigmaticamente , com um sorriso satisfeito, seus olhos ainda negros e suas presas completamente ameaçadoras. O analisei com calma, tão diferente de Vasco, no entanto, tão sensual e quente como seu irmão. Se continuasse ali cairia na tentação, não havia hipótese de resistir. Um sorriso carinhoso surge no momento em que sua mão desliza por meu rosto. "Meu Deus... carinho? Sempre pensara que podia perder o meu corpo em luxúria, mas nunca o meu coração."Ofeguei com este pensamento, acabaria me machucando, mais uma vez , seria a &uaCapitulo 10
Alexandre não conseguiu segurar o gemido que lhe saiu da boca. Esfregou a testa suspirando.__ O que foi? – Vasco disse preocupado enquanto se sentava na frente dele.__ Tenho que a bloquear senão vou explodir.__ Como tenho inveja do teu pode
Estava a tempo demais na banheira. A minha pele já estava a enrugar. Era impossível esconder-me naquele quarto o fim-de-semana todo. Mais cedo ou mais tarde tinha que enfrentar o que estava a sentir por eles. Talvez a Fátima tivesse razão. Porque não ser impulsiva uma vez na vida e pensar nas consequências depois. Eu tinha a mania de pensar em tudo antes e sofria sempre por antecipação. Devido a isso tinha deixado passar ao lado algumas coisas na minha vida. Mas tão irreal que era toda aquela situação, eu devia aproveitar, não era todos os dias que um vampiro e um lobisomem me desejavam.Suspirei, peguei na toalha e enxaguei-me devagar.