Capitulo 7     

No momento em que tranquei a porta e nos dirigimos ao elevador, o meu estômago se apertou. Os meus sentidos já não estavam a cem por cento. Tinha sido má ideia beber aquele copo de vinho afinal. Quando as portas se fecharam comecei a ficar quente, olhei para os dois homens ao meu redor. Desta vez estavam inexpressivos, nenhum me olhava, mas notava a tensão que invadia aquele espaço fechado. Chegamos a porta de saída do prédio sem uma palavra. O silêncio era enervante, mas também era compreensível, não poderíamos falar do assunto que invadia a minha mente nestas últimas horas assim em qualquer lugar. Quando eu me ia a dirigir para a direita, Alexandre agarrou me o braço e congelou com uma expressão que nunca antes tinha visto. Imediatamente fechou os olhos respirou fundo me largando. 

__ O carro está do outro lado. – Disse Vasco olhando Alexandre preocupado.

__ Esta tudo bem com ele? - Sussurrei a Vasco, perplexa por ele reagir assim somente por me tocar, como se eu tivesse alguma doença contagiosa . 

__ Sim! Não te preocupes. Estou bem. – Alexandre respondeu imediatamente, me fazendo ruborizar, pois pensei que ele não me tivesse ouvido.

Entramos no carro, eu ia atrás sozinha. Por vezes  me olhavam pelo retrovisor, mas sempre muito tensos. Realmente havia algo perturbador no ambiente entre nós os três. 

Bocejei. Eu já sabia, o vinho estava a fazer o seu efeito. Não podia beber, ficava totalmente sonolenta. Passados uns minutos de caminho o meu corpo relaxou totalmente e encontrei-me a deslizar no mundo dos sonhos. 

__ Vasco! - Quando Alexandre estacionou em frente a casa, olhou para o banco de trás. Ângela dormia pacificamente. __ Vai ser difícil mas vamos ter que ir com calma. – Ele soava sério. __ Senão acabamos por a afugentar. 

__ Sim eu sei. – Vasco olhou a mulher  no  banco de trás, passando os dedos em seu cabelo, frustrado. __ Vou tentar, mas  meu lobo não quer esperar muito.

__ Mas vai ter que esperar. Ela ainda tem que se habituar a esta nova realidade, vampiros e lobisomens. E depois á realidade de provavelmente ser companheira de dois homens. – Ele rapidamente saiu do carro e pegou Ângela cautelosamente ao colo.

Os olhos imediatamente escureceram e as presas desceram como tinha acontecido no primeiro toque. Carinhosamente inalou perto do pescoço dela e suspirou. Ele ainda não tinha totalmente a certeza, seu perfume era delicioso, o estimulando de corpo e mente , mas havia algo que o perturbava, um bloqueio se dava quando começava a tocá-la. Seria seu irmão? Seria o receio de se deixar levar e não aceitar partilha-la? Respirando  fundo encara seu irmão pensativo.  

__ O melhor é leva-la rapidamente ao quarto e deixa-la dormir até de manha. 

Vasco acenou com a cabeça e dirigiram-se ao quarto. Alexandre deitou-a na cama lentamente para não a acordar. Era difícil ter aquele auto-controle, sentindo o calor e o odor dela no seu corpo. Ele sabia que Vasco também estava tenso e que se esforçava por se controlar. Para ele era mais difícil, o lobo queria reclama-la naquela hora, já ele preferia esperar apesar de estar completamente duro . Vê-la estendida na cama, na nossa casa, não ajudava muito. Alexandre virou-se para sair.

__ Não vamos deixa-la dormir assim, pois não? – Vasco disse perplexo.

__ Assim como? – Alexandre soava confuso.

__ Vestida? – Grunhiu.

__ E quem a vai despir? – Alexandre olhou-o surpreendido e levantou a sobrancelha.__ Se eu já estou assim só por a tocar...- Ele rosnou, apontando para a virilha inchada. __ Então se a dispo não há mais controlo para mim.

Realmente Vasco não tinha pensado nisso. Ele também estava excitado só de estar perto dela. O melhor era prevenir, ele aproximou-se e tirou-lhe só as sandálias devagar. Soltou um gemido baixo quando os dedos tocaram a pele nua de seus pés, o fazendo recuar de imediato quando Ambos se dirigiram á cozinha com um semblante carregado. Vasco serviu-se de uma cerveja, se sentando perto de  Alexandre.

__ Não vou conseguir dormir esta noite. – Suspirou Vasco enquanto olhava para a porta do quarto.

__ Eu sei. Mas temos que seguir um plano. Temos três dias para a convencer a ficar. Ela não está totalmente indiferente a nós, isso é um ponto a nosso favor. Temos que fazer as coisas como deve ser.

__ O que vamos fazer? 

__ Seduzi-la. – Alexandre disse como se fosse óbvio.

__ Só isso. – Vasco sorriu satisfeito. __ Isso será um enorme prazer.

__ Mas não vás faminto como um lobo atrás de um coelho. – Ele alertou.

__ Sim eu entendi. - O sorriso dele era predador. __ Agora e só esperar que a nossa companheira acorde e depois começa o primeiro dia das nossas vidas .

__ Bom, são seis da manha, ela é capaz de acordar tarde. Vou aproveitar ver se descubro algo sobre o vampiro que a atacou.

__  Temos que o pegar, ficarei mais descansado sabendo que não há mesmo perigo dele a procurar. – Vasco soava  preocupado, ele não podia perder sua companheira de vida. __ Já agora...

__ O que foi? – Alexandre já estava a preparar-se para sair quando se virou curioso,para seu irmão.

__ Em que quarto ela vai dormir?

__ Naquele. – Alexandre disse com o cenho franzido.

__ Mas aquele é o de hóspedes. – Vasco disse perplexo.

__ E? – Alexandre cruzou os braços.

__ E eu não vou dormir no quarto de hóspedes. – Ele bufou.

__ Nem eu. – Alexandre revirou os olhos, seu irmão nunco fora muito paciente. __ Mas não lhe vamos dizer para decidir isso amanha ou vamos?

__ Entendi. – Vasco relaxou e abanou as sobrancelhas. __ Mas já podemos tratar de arranjar uma cama King Size.

__ Vasco! Não podemos colocar a carroça á frente dos bois. – Alexandre revirou os olhos enquanto batia a porta de saída.

__ Pois não... mas podemos estaciona-la num cantinho perto da porta enquanto esperamos. - Murmurou divertido enquanto olhava para o quarto onde Ângela dormia.

 

 

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