Capitulo 8   

Acordei com o som do telemóvel. Estava cansada e num quarto desconhecido. Coloquei a mão na testa e esfreguei um pouco ,a cabeça latejava provocando dor. Era normal, sempre que bebia. Olhei para a tela e sorri.

__ Olá Fátima.

__Olá Ângela. Queria saber como estás?

__ Estou bem. O susto já passou.

__ Mas estamos todas preocupadas. Fomos tomar café e soubemos que não foste trabalhar. Ligámos e não estavas em casa. 

Eu suspirei, como lhes poderia dizer que estava o fim-de-semana todo em casa de dois maravilhosos homens que só tinha conhecido ontem.

__ Achei melhor ficar por casa hoje, nunca faltei e estava a precisar de um tempo para mim. Mas vim almoçar fora.

__ Fizeste bem. Logo eu e as meninas levamos o jantar, assim descansas mais um pouco.

__ NÃO! - Gritei em pânico. 

Dei um pulo da cama quando de repente a porta se abriu e duas das mais bonitas visões que eu já tinha tido na minha vida entraram com ar preocupado.

__ Ângela! - Fátima soava desconfiada. __ O que se passa?

Eu mordi o lábio quando vi Vasco aproximar-se da cama sentando-se ao meu lado. Alexandre cruzou os braços e me olhava com a sobrancelha levantada.

__ Ouve Fátima. - Suspirei. __ Vocês não podem vir a minha casa logo porque não estou lá...todo o fim-de-semana.

__ Então estás onde? - Ela soava perplexa.

__ Bom! - Estava a ficar nervosa não só por ter que explicar o que se passava, mas também com aqueles olhos inquisidores que não paravam de me fitar. __ Lembras-te do Alexandre e do Vasco?

__ Sim! O que tem? - Ela soava cada vez mais curiosa. Eu fiz uma pausa e pensei um pouco.

__ Eles apareceram lá em casa ontem e me convenceram a fazer queixa á polícia.

__ Ainda bem, ele tem que ser apanhado.

__ Pois, mas acontece que ao fazer queixa á polícia eles acharam melhor eu passar o fim-de-semana fora de casa, pelo menos ate terem a certeza que não há perigo de saberem onde moro.

__ O quê? - Fátima temia pela minha segurança. __ Então estás onde? Podes vir para cá.

__ Eles disseram para ficar em casa deles, já que era tarde e não vos queria assustar. 

__ Tu estas em casa daqueles dois marmanjos lindos de morrer? - Fátima disse perplexa. Olhei para o meu lado e Vasco estava com um sorriso satisfeito.

__ Fátima avisa as meninas que segunda-feira já vou para casa e depois falamos, está bem. Liguem para o telemóvel.

__ Ai, ligo...ligo. Quero pormenores menina.

__ Idiota . - Eu ruborizei quando vi Alexandre me olhando pensativo.

__ Ângela! Não sejas tonta, aproveita a vida ....são dois dias. - Ela despediu-se rindo. __ Beijinhos e não te preocupes eu seguro as meninas.

__ Deves estar com fome porque não desces para comer.-Vasco me deu um terno sorriso, segurando a minha mão, beijndo a palma sensualmente. 

__ Sim estou esfomeada. Eu já desço, só preciso de ir ao banheiro . - Retirei a mão e corri para a primeira porta que vi dentro do quarto aberta. Esperava que não fosse um armário.

__ Nós esperamos-te lá em baixo.

Ouvi a voz forte e sombria de Alexandre.

__ Eu...eu não demoro.

Lavei a cara e olhei-me ao espelho. Como podia meu  corpo reagir assim com um simples toque de Vasco, esquentando com um simples olhar de Alexandre. O que droga se passava comigo. Não podia estar atraida pelos dois, não, não era certo ! Mas seguramente eles mexiam comigo, não havia maneira de controlar algo assim. Será que eles viviam juntos?

Arregalei os olhos, eu teria que sair dali o mais rápido possível. Alexandre tinha falado que Vasco era irmão dele. Como podiam ser? Um vampiro e um lobisomem? Abri a porta devagar e em silêncio tentei procurar a cozinha. Não vi ninguém, ate ouvir uma voz.

__ Estamos na porta á direita.

Ofeguei e parei uns segundos .Como é que sabiam que eu estava ali no corredor, eu ia em absoluto silencio. Avancei cautelosamente e entrei numa espaçosa cozinha. Eles estavam sentados à mesa,  uma cadeira livre pronta para mim, a única livre. Na mesa tinha croissants, queijo, doce de morango. E a acompanhar tinha café, sumo e leite. Uau! Aquela mesa abria o apetite, mesmo que eu não estivesse com fome.

__ Senta-te. - Vasco disse com um sorriso convidativo. Minha nuca se arrepiou ao ver seus olhos mudarem suavemente de cor enquanto olhava meu  corpo subtilmente. Piscando suavemente , o azul marinho surge de novo segurando meu olhar . __ Serve-te daquilo que te apetecer.

Olhei para ambos e agradeci quando me sentei. Servi-me de um café com leite e um croissant com queijo. Antes da primeira dentada, olhei Vasco.

__ Vocês não comem? - Olhei timidamente para Alexandre, com a dúvida na minha mente.

__ Desculpa, já comi. Pensamos que acordavas mais tarde já que te deitaste pela manha. - Vasco imediatamente respondeu, sua voz forte vibrava  na minha pele, me deliciando com o som nos meus ouvidos.

__ Não faz mal, fizeram bem. - Clareei a garganta tentando anular todas as sensações que me invadiam .__Se não fosse o telemóvel, provavelmente ainda estaria na cama.

Dei umas dentadas e bebi um gole do café. Reparei que ambos me fitaram o que me fez começar a ficar nervosa. Eram tão diferentes um do outro, mas emanavam ambos uma sensualidade que me atraia. "Os dois!" 

Ofeguei com o pensamento, ruborizando quando  meu  corpo simplesmente me deixa mais quente que um vulcão. Reparei que Alexandre ficou tenso e me olhava cautelosamente como se me estivesse a ler. Eu estava a ficar depravada, só podia.

"Como podia desejar dois homens ao mesmo tempo, ainda por cima irmãos?" Abanei a cabeça como se isso fosse apagar todos os pensamentos depravados.

__ Estas bem? - Vasco inalou e perguntou com um sorriso mascarado.

__ Sim...sim. - Eu aclarei a garganta. __ Posso vos perguntar algo pessoal?

__ Podes! - Imediatamente Alexandre respondeu.

__ Como podem ser irmãos? Vampiro! - Apontei para Alexandre depois para Vasco. __ Lobisomem!

__ A nossa mãe era uma loba. - Vasco disse sorrindo.

__ Mas o meu pai era Vampiro. - Nenhuma expressão cruzou o rosto de Alexandre no momento que ele disse aquilo. 

__ Ah ...bom! - Olhei Alexandre surpreendida. __ Não tinha colocado essa hipótese.

Ele estava me analisando, me deixando desconfortável e excitada com seu olhar  hipnótico no meu. Sua calma, quietude e semblante sempre inexpressivo , olhando para as pessoas de frente com uma segurança extraordinária me atraia tanto como a personalidade extrovertida de Vasco e sua expressão sempre sorridente. Ele inalou e eu engoli em seco ao ver  seu rosto mudar um pouco.

__ Os teus olhos...- Eu disse alarmada.__ Mudaram ...de repente. 

__  Já volto. - Alexandre rapidamente se levantou e numa velocidade incrível desapareceu.

__ Disse algo que não devia? - Perguntei apreensiva a Vasco.

__ Não, claro que não. - Ele puxou a minha cadeira , me colocando de frente ,agarrando meus quadris me levantou como uma pena, me sentando em seu colo. Sustentei a respiração pelo ato, mas não me mexi quando ele simplesmente respira fundo no meu pescoço, rosnando baixinho.

Esse som foi diretamente ao meu centro que já estava bastante excitado pela tensão sexual que eles exerciam sobre mim. Arrepiei-me rapidamente quando Vasco passou a língua na minha pele atrás da orelha, engolindo um gemido com o arrepio que me invadiu dos pés a cabeça.

__ Só precisa de se alimentar,  - Vasco roçou  seus lábios na curva do meu pescoço, subindo atrás da orelha , sussurrando.__ Ele volta logo!

__ Por isso ...ficou com ....os olhos negros? - Gaguejei as palavras quando ele soprou suavemente na minha nuca. Droga , porque não me afastava dele? Não  devia sucumbir assim por um homem, fui acusada de ser frígida, não disposta por meu ex, como podia estar ali, desejando mais caricias de um estranho, um... homem-lobo.

__  Sim, os vampiros só ficam com os olhos negros e as presas salientes quando estão com fome, agressivos...ou excitados. - Vasco acrescentou.

Essa última palavra murmurou muito perto dos meus lábios, seus olhos se fixaram nos meus , como um pedido silencioso para avançar. O fôlego quente me deixava arrepiada e a minha resposta se deu rapidamente num gemido de prazer antecipado, mesmo sem eu dar conta . Ele roçou seus lábios nos meus ,o que enviou um choque maravilhoso em todo o meu corpo. Depois do primeiro toque suave, ele apanhou a boca num beijo faminto, ele me explorava intensamente como se esperasse há muito tempo por esse momento. A língua dele era quente, excitante, sabia a algo exótico. Ele apertou o abraço na minha cintura me puxando mais para seu corpo,no seu colo, me aconchego nesse calor maravilhoso gemendo com o prazer que sua boca me fazia sentir. Ele desejava-me, podia sentir o volume incrível sob  meu traseiro. Ele desceu uma mão para a minha nádega e a apertou sensualmente sobre o tecido da calça. Eu gemi mais alto e ele parou abruptamente o beijo. Vasco me olhou com luxúria,mas com uma preocupação latente em seu rosto . Aquele gemido não era de prazer, mas sim de dor.

 

 

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