Durante meses, Ana, Raquel e Fátima andavam aborrecidas por não aceitar uma saída à noite só para meninas. Mas mesmo relutante, finalmente decidi que não valia a pena perder a amizade delas por causa disso, e com o intuito de ter algum descanso, acabei aceitando. Então lá ia eu toda apaparicada e pronta para beber bastante, mesmo que estivesse atrasada. Ser empregada de mesa às vezes não nos dava a chance de sair à hora certa. Pelo menos para ver se esquecia um pouco da realidade da minha vida amorosa. Hoje ia predisposta a me divertir toda a noite. Rir, beber, dançar numa saudável noite com as amigas.
Nessa noite decidira usar um vestido de alças, justo, e simples de verão acompanhado por sandálias de salto alto. Me maquilhei suavemente e deixei o cabelo solto, já não me lembrava da última vez que me tinha arranjado assim. Isso me fez notar que me andava a desleixar nestes últimos tempos, como não tinha vida social, não ligava muito ao meu aspeto, o que era errado. Depois de me ver ao espelho, durante a semana quando me levantava para trabalhar, o reflexo era de uma mulher cansada e derrotada, mas agora não era isso que via, o que me incentivava a começar a me cuidar ,no fundo ainda era uma mulher jovem com muito para viver.
Bastou entrar no bar para me arrepender imediatamente de ter ido, estava apinhado de gente e sinceramente já não tinha paciência para aquele tipo de ambiente. Se eu pudesse escolher, iria para um bar calmo, quase vazio, com música suave, mas já que estava ali, ia tentar. As minhas esperanças de me divertir morreram quando me aproximei da mesa das minhas queridas e mentirosas amigas.
__ Oláaaaaaaaaaaaaaaa Ângela. - As três mulheres divertidas sentadas numa das mesas rapidamente gritam as palavras com euforia.
__ Olá. - Disse secamente encarando as três com uma sobrancelha arqueada. __ Não era uma noite só de mulheres?
Na mesa estavam três moços que não deviam ter mais de 20 anos, mas cheios de uma presunção que me fazia ficar ainda mais irritada com os homens. A minha última relação já tinha acabado há um ano, de um jeito não muito pacifico, algum stress acompanhavam a minha falta de pachorra para aturar mais homens arrogantes que não sabiam como tratar uma mulher.
__ Para quê desperdiçar tanta beleza só com mulheres? - Um dos garotos declara com um sorriso de orelha a orelha.
__ Bom...meninas… - Sorri sem muita vontade ao encará-los. Todos eles estavam vestidos de negro e exibiam muita simpatia, mas sombria, o que me deixava perturbada. Desviando o olhar para as minhas amigas que iriam ser fuziladas logo que estivéssemos a sós eu acrescento. __ O trato era noite de mulheres. - Piscando o olho volto a falar. __Visto que não é isso que vai ser...- Rapidamente me viro de costas , me preparando para sair.__Vou para casa.
__ Heiiiii...calma aí!!! - Ana se levanta rapidamente, segurando Ângela pelo braço. __ Eles se sentaram aqui, mas não significa que fiquem. - A puxando de volta para junto da mesa, ela sorri de lado. __ Não te livras de nós assim tão facilmente.
__ Esta noite é para apanhares uma daquelas bebedeiras bem feias. - Fátima acrescenta divertida. __ Andas muito eremita, ultimamente.
__Não sei ...mocinhas. - Um dos moços as encara sombrio. __ Penso que vocês não se livram assim tão facilmente ..- Esboçando um sorriso sarcástico ele acrescenta. __ De nós também.
__ Bom se querem uma noite só nossa...- Declaro irritada pela presunção daqueles garotos. Homens sempre pensavam que podiam manipular nossos desejos para que fossemos submissas as suas vontades.__ Então sugiro sairmos daqui e irmos a outro lado. - Nem esperei por resposta, virando costas de imediato solto as palavras um pouco farta daquela conversa .__ Se
não, vou para casa.- Me dirigindo à saída respiro fundo quando o ar da noite me refresca em oposição à temperatura alta e abafante daquele local. __Como é que elas gostam deste tipo de lugar, isso nunca vou perceber. - Murmurei estremecendo de imediato, não só pelo vento fresco mas também por alguns frequentadores que ali estavam a fumar perto da porta e que nos olhavam com sorriso predador.__ Porque o mistério do próprio local, nos estimula a viver um pouco de perigo. - Raquel surge por detrás de Ângela. __ Fizeste bem em vir. - A abraçando com carinho ela acrescenta .__Estava preocupada contigo.
__ Não pode ser só casa-trabalho, trabalho-casa. __ As meninas rodeiam Ângela , a abraçando também.
__Sabem, não ando com muita disposição para saídas ultimamente. - De imediato retribuo o abraço. __Mas obrigado pela preocupação e o carinho. - Sorrindo amplamente as encaro. __Vai me fazer bem estar convosco.
Logo que avançamos cem metros, o riso que nos unia cessou. À nossa frente aparecem de repente os três moços do bar. Vinham com umas expressões ameaçadoras e os rostos um pouco diferentes do que me lembrava. Eles avançam, mas nós não nos mexemos, colocando de imediato
uma postura de desafio. Éramos quatro e mesmo sendo mulheres, podíamos seguramente os colocar na ordem.__ Meninos! - Ana rapidamente declara soltando um suspiro.__Vocês têm que perceber uma rejeição.
Quando Ana falava assim, é porque estava a perder a paciência e com os seus trinta e cinco anos de vida,
já não tinha muita. Nós éramos um grupo que andávamos entre os vinte e os quarenta anos de idade. A Fátima tinha trinta e dois, a Raquel trinta e quatro eu já estava a caminho dos trinta . Eles rodearam-nos rapidamente e sem sequer dar conta, em segundos já estávamos a ser agarradas.Senti um puxão no meu braço e de imediato percebi que o moço que tinha falado comigo no bar me agarrava e me olhava com um sorriso irónico. Mas havia outra coisa nele que me chamou a atenção,seus dentes. "Presas? Aquilo
me pareciam presas?”. Eu arregalei os olhos e ofeguei.Não, não era possível .__ Então … - O garoto
empurra bruscamente a mulher que o tinha desprezado antes contra uma parede rosnando. __ És das que não gosta de homens ...- Se debruçando sobre ela lambe os lábios se mostrandoorgulhoso de seus caninos grandes e afiados. __ Vou te mostrar que não é assim tão mau.- Sorrindo malicioso seus olhos param em seus seios. __ Depois de mim não vais querer outra coisa.__ Sua besta arrogante !!!- Ao ouvir aquilo, uma onda de náusea se apoderou de mim. Com presas ou não, ele era um homem igual aos outros por isso nem hesitei. Depois de lhe acertar com o joelho entre as pernas com toda a força que tinha, ele solta um grito estrondoso, mas segundos depois uma dor profunda em meu rosto e corpo se manifesta também
ao ser lançada contra um caixote do lixo, naquele beco sujo e escuro.__ Ângela!!!Ângela!!!!-Raquel grita apavorada ao ver sua amigacompletamente inerte. __MeuDeus...-Se ajoelhando ao lado deÂngela, suavoz começa a tremer. __Diz qualquer..por favor… __ Temos um problema!- Alexandremurmura sem deixar de observaras quatro mulheres seafastando__ Um só???- Vascolevantaasobrancelha, apreciandoo rebolar de cada traseiro das quatro moças.__ Além de todasserem apetecíveis? - Ele sorri malicioso, levantando as sobrancelhas varias vezes divertido.__Qual éCapitulo 3
Ainda perplexa, pisco os olhos duas vezes, clareando a garganta, os encarando.__ Desculpem, mas eu disse que não precisavam de me seguir. - Eu falei assustada por ver os dois homens enormes, entroncados, sombrios na minha porta. __Como veem, estou completamente bem.__ Não queremos assustar-te... - Alexandredeclaracom tom sério. __ Mas precisamos falar. " Não!!!! "Não podia ter deixado vampiros entrar na minha própria casa. Preparada paracorrerdali, os encaro com receio, eles não se moviam, suas expressões suaves não me deixavam com a ideia de que iriam me atacar de alguma forma, mas como poderia confiar?__ Não corres qualquer perigo ... - Alexandre rapidamentedeclaraolhando Vasco que estranhamente se mantinhacalado e muito tenso. __Pelo contrário estamos aqui para te protegeCapitulo 5
Eu dirigi-me ao frigorífico e peguei na garrafa de vinho verde que só usava para cozinhar. Olhei-a fixamente, não era forte o suficiente, mas teria que servir. Até porque não precisava de muito para ficar logo ébria. Nunca tinha reagido bem a bebidas alcoólicas e bastava pouco para ficar relaxada."O que eu não daria hoje por um copo de vodka!!! Não teria que pensar tanto nas próximas horas."Enchi um copo de vinho, o copo m
No momento em que tranquei a porta e nos dirigimos ao elevador, o meu estômago se apertou. Os meus sentidos já não estavam a cem por cento. Tinha sido má ideia beber aquele copo de vinho afinal. Quando as portas se fecharam comecei a ficar quente, olhei para os dois homens ao meu redor. Desta vez estavam inexpressivos, nenhum me olhava, mas notava a tensão que invadia aquele espaço fechado. Chegamos a porta de saída do prédio sem uma palavra. O silêncio era enervante, mas também era compreensível, não poderíamos falar do assunto que invadia a minha mente nestas últimas horas assim em qualquer lugar. Quando eu me ia a dirigir para a direita, Alexandre agarrou me o braço e congelou com uma expressão que nunca antes tinha visto. Imediatamente fechou os olhos respirou fundo me largando. Acordei com o som do telemóvel. Estava cansada e num quarto desconhecido. Coloquei a mão na testa e esfreguei um pouco ,a cabeça latejava provocando dor. Era normal, sempre que bebia. Olhei para a tela e sorri.__ Olá Fátima.__Olá Ângela. Queria saber como estáCapitulo 8
Eu amaldiçoei por não me ter contido, eu não queria que ele parasse, devia , mas não era isso que desejava. Mas logo senti vontade de desaparecer dali quando vi Alexandre encostado à porta da cozinha nos observando. Ruborizei quando o vi aproximar-se de nós, imediatamente me levantei do colo de Vasco. Ele me segurou pela cintura e me virou de costas deslizando a calça de algodão que usava.__VASCO... - Gritei , tentando me recompor tanto da excitação como da vergonha de ser despida ali na frente dos dois.Último capítulo