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Todos os capítulos do Amor entre Sombras e Brisas: Capítulo 61 - Capítulo 70
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Capítulo 58: Trevas Tempestuosas
As sombras na câmara quase respiravam. Moviam-se como criaturas famintas, dançando pelas paredes em um espetáculo de malevolência pulsante. No centro, Naaldlooyee permanecia imóvel, mas sua presença era tudo, como um olho de tempestade que atraía o caos ao seu redor. Ele controlava as trevas como um maestro oculto, cada movimento calculado com uma precisão arrepiante.Tupã sentia a opressão do lugar como se o ar tivesse se tornado líquido e denso e tenebroso. Era mais do que o peso físico: era uma mordaça que sufocava seus pensamentos, sua ligação com a floresta, seu próprio espírito. Ele tentou buscar força nas lições espirituais que aprendera — na energia das árvores, no sussurro da terra — mas o silêncio do mundo natural era ensurdecedor.Ele respirou fundo, forçando-se a não sucumbir ao desespero.— Agora você entende — a voz de Naaldlooyee cortou o silêncio como uma lâmina fria, reverberando pela câmara como trovões distantes. — Sua floresta o abandonou, guerreiro. Você não é nada
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Capítulo 59: Guardião da Luz
O caos reinava na câmara. As sombras de Naaldlooyee serpenteavam como víboras famintas, envolvendo Tupã em um redemoinho de escuridão que parecia sugar não apenas sua força, mas também qualquer traço de esperança. O ar estava pesado, sufocante. Cada respiração era uma batalha, cada movimento, uma luta contra um oceano invisível que tentava tragá-lo.E, mesmo assim, no fundo de sua mente, entre os ruídos ensurdecedores da escuridão e a dor que atravessava seu corpo como lâminas, havia algo: um fio de luz.Tupã fechou os olhos por um instante. Ele precisava ignorar o tumulto em volta de si, o peso esmagador das trevas, a voz de Naaldlooyee zombando em sua mente. Ele precisava se lembrar.As palavras de Nagato, de Yara, e dos anciões ecoaram como sussurros na memória, carregadas de uma verdade simples, mas poderosa: a floresta não era apenas árvores e raízes. Era um espírito, uma força viva que conectava tudo.Você é parte dela, Yara havia lhe dito, sua voz tão clara em sua memória quant
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Capítulo 60: Comandante Matreiro
No coração das minas, o ar era pesado, impregnado de poeira e suor. As paredes de pedra, iluminadas por tochas escassas, pareciam apertar os corredores, transformando o lugar em uma prisão sufocante. Lá dentro, Hei e Kaena se flagravam perto de alcançar seu objetivo. Correntes se partiam, e as sombras nos rostos dos trabalhadores começavam a dar lugar a uma centelha esquecida: esperança. Kaena parou subitamente, seus sentidos aguçados detectando movimento no corredor escuro. — Eles estão vindo — alertou ela, apertando o cabo de suas lâminas gêmeas. Hei permaneceu sereno, mas seus olhos refletiam urgência. — Mantenha-os ocupados. Eu termino aqui. Sem hesitar, Kaena desapareceu na penumbra. Em segundos, o som do confronto irrompeu, aço contra aço ecoando pelas estreitas e íngremes passagens. Ela era uma tempestade em movimento, usando a estreiteza dos túneis a seu favor, cada golpe de suas lâminas certeiro, cada movimento, meticulosamente planejado, mas fluído. Os guardas caíam um a
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Capítulo 61: Feroz Combate
Os primeiros raios de sol infiltravam-se pela copa das árvores, tingindo o chão da floresta com um brilho dourado que contrastava com o caos em volta. O som metálico de lâminas cruzando o ar ecoava entre os troncos, misturando-se aos gritos abafados de esforço e dor. Tumbleweed movia-se como um vento, seus pés deslizando com agilidade quase sobrenatural conforme enfrentava os espadachins. Cada movimento era uma dança, uma luta desesperada por sobrevivência. Seu corpo estava no limite, cada músculo ardendo, cada respiração vindo carregada de dor, mas ele não podia parar. Não enquanto os jovens aldeões dependiam dele. Os olhos arregalados e cheios de pânico daqueles que tentavam fugir eram seu único impulso para continuar. — Vocês têm que fugir! — gritou ele, girando no ar para desferir um chute vigoroso, que arrancou a espada das mãos de um dos adversários. — E deixar você aqui? — protestou um dos jovens, hesitando, a voz tremendo de medo e preocupação. — Agora! — rugiu Tumbleweed,
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Capítulo 62: Homem Ambicioso
A luz dourada do amanhecer banhava o acampamento de Donaldo, transformando as tendas luxuosas e as pilhas de suprimentos em reluzentes promessas de poder. Porém, o brilho não passava de uma ilusão: por trás da ordem aparente, o caos sussurrava nos cantos.Dentro da tenda principal, o ar era preenchido pelo aroma adocicado de vinho e frutas frescas. Donaldo, reclinado em uma almofada de veludo, projetava uma imagem de soberania indolente. Duas mulheres adornadas com joias cintilantes massageavam seus ombros, conforme seus olhos analisavam mapas e anotações espalhados pela mesa à sua frente.Donaldo era o epítome da ambição: insaciável e inescrupuloso e teimoso. Sua crença em sua própria invencibilidade era quase tão grande quanto seu desejo por mais. Mais terras, mais ouro, mais poder.Ele ergueu uma taça de vinho, contemplando-a como se ali estivesse sua próxima conquista.— Minha querida Helena — disse, com um sorriso que não alcançava os olhos. — O que você diria de um homem que tra
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Capítulo 63: Naaldlooyee — o Lorde das Sombras Abissais
O sol nascente banhava a floresta com sua luz dourada, mas no alto das estepes sussurrantes, onde Naaldlooyee permanecia em vigília, a luz era apenas um intruso distante. Sombras densas dançavam ao seu redor, movendo-se em um ritmo que parecia sincronizado com sua respiração. Elas não eram simples ausências de luz, mas algo vivo, carregadas de uma essência que sussurrava segredos, mistérios inomináveis e promessas de poder eterno.O trono improvisado de Naaldlooyee, feito de rochas negras, parecia moldado pela própria escuridão. Assentado com as pernas cruzadas, as mãos pousadas sobre os joelhos, ele aparentava serenidade. Mas sua mente fervilhava com um turbilhão de pensamentos: estratégias intricadas, desejos ocultos e uma ambição que transcendia o tempo e o espaço.— Eles ainda não compreendem — murmurou, sua voz profunda reverberando como um eco pelas sombras. — Nem Donaldo com sua fome de ouro, nem o guerreiro com sua efêmera luz.Naaldlooyee fechou os olhos, mergulhando em um est
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Capítulo 64: Mortal Duelo
As sombras dançavam no chão irregular da floresta, acompanhando o movimento feroz de duas figuras no centro de uma clareira. Tupã e o Comandante Hargrove estavam frente a frente, rodeados pelo silêncio expectante de um público invisível — a floresta, que observava com seus olhos ancestrais. O confronto já durava tempo suficiente para que o suor escorresse profusamente pelo rosto de Tupã. Suas vestimentas estavam rasgadas, marcadas pelos lugares em que a lâmina de Hargrove quase o alcançara, e sua respiração era um som áspero, irregular, como ondas quebrando nas rochas. Hargrove, porém, mostrava-se inabalável. Sua postura firme e olhos de aço refletiam uma gélida confiança, que nenhum sinal de cansaço traía. Ele era precisão encarnada — cada golpe de sua espada uma mistura perfeita de técnica refinada e força brutal. — Esperava mais de você — provocou Hargrove, girando a lâmina com facilidade quase casual. — Dizem que você é um guardião, um protetor da floresta. Mas tudo que vejo é
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Capítulo 65: Cerco Mortal
Tupã não desferiu o golpe final. Em parte, foi o peso de um terrível pressentimento; em parte, a exaustão que dobrava seus braços; e, em parte, a clemência, que sussurrava alto em seu coração.O Comandante Hargrove jazia no chão, a espada caída ao lado. Sua mão ensanguentada pressionava o peito, enquanto sua respiração pesada carregava o som de um esforço exausto. Mesmo assim, seus olhos ainda brilhavam com aquele traço calculista, como se considerasse a derrota apenas mais um degrau em sua estratégia.Tupã o observava, imóvel. A flecha permanecia firmemente encaixada no arco, mas sua força para disparar parecia hesitar.— Você perdeu — disse ele, a voz baixa, rouca, como o eco de um trovão distante. — E, ainda assim, algo me diz que isso não acaba aqui.O sorriso que Hargrove esboçou foi gélido, desprovido de qualquer humor.— Você é esperto, selvagem. — Sua voz era um murmúrio cortante. — Mas nunca esperto o suficiente.E então Tupã ouviu.Primeiro, o som abafado de passos esmagando
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Capítulo 66: Premonição na Água
O esconderijo subterrâneo estava mergulhado em um silêncio pesado, quebrado apenas pela respiração irregular de Tumbleweed. Ele se contorcia sobre um improvisado leito de palha, conforme Kaena pressionava um tecido contra a ferida em sua perna, o sangue escorrendo lentamente pelos dedos dela.— Aguente firme, garoto. — Kaena falou, a voz baixa.Tumbleweed mordia um pedaço de madeira para conter os gritos, seus olhos apertados de dor. Hei estava ao lado, segurando firme o braço do garoto para que não se debatesse.— Você é mais forte do que pensa. — A voz de Hei tinha uma calma forçada, como se estivesse tentando conter o próprio desespero.Kaena ergueu os olhos por um momento, trocando um olhar ligeiro com Hei. Eles não precisavam falar para saber que o tempo era curto e as opções, limitadas.— Fique aqui com ele — disse Kaena, levantando-se de repente. — Vou até as minas. Ainda há gente presa lá.Hei hesitou, seu olhar fixo nela. Por um momento, pareceu prestes a argumentar, mas cedeu
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Capítulo 67: Papo de Exploradores
A manhã avançava preguiçosamente sobre as minas. O sol lutava para atravessar o céu carregado de poeira e fumaça que pairava como um véu opressor. As sombras das árvores próximas se alongavam no chão irregular, estendendo-se como garras ameaçadoras conforme Kaena deslizava silenciosamente entre os túneis e os abrigos improvisados.Seus olhos avaliavam cada centímetro do terreno, buscando tanto uma brecha para agir quanto sinais de perigo. As armadilhas deixadas pelos homens de Hargrove eram cruéis em sua simplicidade: cordas escondidas sob folhas secas, disparadores de dardos camuflados em troncos e buracos disfarçados por uma fina camada de terra. Cada passo era um risco medonho, transformando a floresta em um tabuleiro mortal.Kaena parou atrás de um tronco caído, observando a cena adiante. Três mercenários patrulhavam uma área onde um grupo de prisioneiros estava acorrentado, forçado a cavar incessantemente no solo endurecido. As expressões dos cativos variavam entre o cansaço absol
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