Início / Outros / Amor entre Sombras e Brisas / Capítulo 51 - Capítulo 60
Todos os capítulos do Amor entre Sombras e Brisas: Capítulo 51 - Capítulo 60
73 chapters
Capítulo 49: Sombra na Noite
Depois de dias avançando, Tupã começou a farejar sinais de presença humana. Primeiramente, eram pegadas mal apagadas na lama, acompanhadas por cinzas de fogueiras antigas. Mais adiante, encontrou galhos quebrados em ângulos que não eram naturais — marcas claras de atividades recentes.Finalmente, ao cair da noite, ele percebeu uma luz fraca piscando ao longe. Era um acampamento, escondido parcialmente entre as árvores mais ralas do norte. A fumaça de uma fogueira subia em espirais finas, misturando-se ao céu escuro e estrelado.Tupã respirou fundo, ajustou a aljava de flechas em suas costas, então começou a se aproximar. Seus passos eram leves, e ele se movia com a fluidez de um rio calmo, evitando galhos secos que poderiam traí-lo. Não podia ser visto nem ouvido.Quando finalmente chegou a uma distância segura, Tupã se abaixou, escondendo-se atrás de uma árvore gro
Ler mais
Capítulo 50: A Caçada Começa
O silêncio da floresta era enganoso. Tupã movia-se com a destreza de um espírito Asanbosam, os olhos atentos aos menores detalhes. Cada folha amassada, cada galho partido era uma pista deixada pelos caçadores. A floresta contava histórias para aqueles que sabiam escutá-la, e Tupã era um mestre em decifrar seus sussurros.Os planos de Donaldo não saíam de sua mente. O desejo de vingança daquele homem e sua insistência em explorar o desconhecido representavam um perigo para tudo que Tupã defendia. Se Donaldo realmente tinha caçadores em campo para buscar "esquisitices", o tempo era inimigo dos guardiões, e Tupã precisava entender o terreno antes que fosse tarde demais.Os primeiros sinais não demoraram a surgir. Pegadas na terra, com sulcos profundos, indicavam botas pesadas. Um galho quebrado revelava que pelo menos um dos homens carregava uma arma longa, talvez um rifle. Tupã seguiu esses rastros com paciência, como uma sombra que observa sem ser vista.O caminho o levou a um trecho d
Ler mais
Capítulo 51: Perigosa Caçada
O ar na base das montanhas parecia mais denso, a floresta, com sua habitual vitalidade, agora carregando uma estranha tensão, como se ela mesma estivesse prendendo o fôlego. Yara movia-se com prudência, cada passo silencioso, mas repleto de propósito. Estava reunindo provisões: raízes comestíveis, pequenas frutas, e analisando o terreno para futuras necessidades da tribo.Mas havia algo diferente naquele dia.Conforme examinava um arbusto de folhas largas, sentiu uma presença. Não era um som ou um movimento perceptível, mas algo mais sutil, uma sensação de que os olhos da própria floresta grudavam-se sobre si. O vento parecia mudar de direção, sussurrando advertências que ela não conseguia compreender.Endireitando-se devagar, Yara olhou em volta, seus olhos compenetrados vasculhando as sombras. O silêncio era profundo, porém não reconfortante.— Quem está aí? — perguntou ela em voz baixa, a mão já tocando seu arco.Nenhuma resposta veio, mas as folhas de um galho próximo tremularam, e
Ler mais
Capítulo 52: Sussurros das Sombras
A floresta parecia tensa, como se aguardasse o desenrolar de algo que transcendia o tempo, conforme Tupã movia-se com precisão, os olhos fixos nos sinais de fumaça que dançavam no céu distante, conforme os decifrava como se fossem palavras escritas em um antigo idioma, cada curva e ondulação contando uma história.As informações transmitidas por Yara o levaram a uma clareira isolada, onde ele se ajoelhou para criar um novo mapa. Usando papel artesanal e carvão improvisado, o jovem guardião recriou os detalhes simbólicos que Yara havia passado. As linhas tomavam forma, cada traço uma promessa de que estavam mais próximos do coração dos planos de Donaldo.Mas Tupã sabia que mapas eram apenas guias. O verdadeiro desafio seria atravessar o território hostil, onde caçadores e sombras aguardavam.Enquanto isso, Yara enfrentava seus próprios perigos. Movendo-se com a graça de uma Iara, ela explorava uma trilha próxima a um rio, verificando se os caçadores de Donaldo haviam se aproximado mais
Ler mais
Especial 03 — Memórias de Hei Zhuang
O silêncio do esconderijo subterrâneo envolvia Hei e Kaena como um manto. As tochas projetavam sombras suaves nas paredes de pedra, e o calor dos corpos deles parecia ser a única coisa viva naquele momento de tranquilidade roubada. Hei acariciava o rosto de Kaena com delicadeza, como se temesse que ela pudesse desaparecer como um sonho ao amanhecer.Conforme a observava, os pensamentos de Hei começaram a se afastar, mergulhando nas águas turvas de sua memória. Ele fechou os olhos por um instante, permitindo que as lembranças o levassem de volta a um tempo distante, a uma terra onde o céu sempre parecia em guerra com a terra.A terra natal de Hei era um lugar de vastas planícies e montanhas altivas, onde o vento carregava o cheiro das flores de cerejeira misturado com a poeira da batalha. A guerra parecia uma constante, uma sombra que se recusava a dissipar-se, movendo-se de um vilarejo para o próximo, como um incêndio insaciável.Hei, mesmo jovem, fora reconhecido por sua mente afiada.
Ler mais
Capítulo 53: Sob o Manto das Trevas
A noite havia caído como um manto espesso, cobrindo a terra em sombras profundas. O vento sussurrava segredos antigos pelas árvores, e as estrelas cintilavam como olhos curiosos, observando o destino de todos que caminhavam sob seu tênue brilho.Em um esconderijo subterrâneo próximo às minas, Kaena e Hei flagravam-se juntos. O abrigo era rudimentar, feito de pedras e vigas improvisadas, mas proporcionava o mínimo de segurança contra os homens de Donaldo.Hei, um jovem de olhos puxados e pele dourada como o trigo ao sol, ajeitava cuidadosamente a cama feita de folhas e tecidos desgastados. Ele era ágil e astuto, um estrategista por natureza, sempre pensando alguns passos à frente. Kaena, com seu olhar intenso e presença magnética, observava-o conforme retirava o capuz que lhe cobria os cabelos negros.— Hei, você nunca para de pensar, não é? — Kaena sorriu, sentando-se ao lado dele. — Mesmo aqui, você parece estar montando um plano.Ele sorriu de volta, embora houvesse algo pensativo e
Ler mais
Capítulo 54: Tensão
O ar carregava um silêncio inquietante. Tupã avançava pela trilha estreita, cercado por pedras que pareciam mais vivas do que nunca, como se sussurrassem entre si. O peso do ambiente pressionava seus ombros, não de cansaço, mas de uma certeza: algo medonho o aguardava, algo que mudaria o curso da sua jornada.Ele havia sentido a mudança desde que cruzara a passagem. Os espíritos estavam inquietos, como se advertissem sobre um perigo iminente. Seus instintos confirmavam isso, cada som amplificado, cada sombra mais ameaçadora...Tupã chegou a uma alcova, onde parou para observar. Dali, podia ver mercenários de Donaldo e figuras encapuzadas, envoltas em uma aura quase sobrenatural.Essas figuras chamaram sua atenção imediatamente. Vestiam mantos escuros que se misturavam com as sombras, e seus movimentos eram lentos, quase ritualísticos. Era evidente que não eram apenas guardas; eram ocultistas da seita do bruxo que Tumbleweed mencionara.Tupã abaixou-se, analisando o território.Pelos es
Ler mais
Capítulo 55: Armadilha
Ele mapeava mentalmente o local, observando a disposição das pedras, padrões de patrulha e pontos vulneráveis.As passagens escuras pareciam se estreitar a cada passo de Tupã, como se o próprio caminho conspirasse para prendê-lo. As paredes de pedra bruta, úmidas e irregulares, exalavam um cheiro de terra velha e mofo, enquanto os ecos de seus passos, mesmo tão leves quanto podia fazê-los, ricocheteavam pelo labirinto.Ele ajustou a aljava nas costas e apertou o arco com mais força. Algo o incomodava, uma sensação persistente de que estava sendo guiado — não pelo destino, mas por algo ou alguém que o observava de longe.— Nada aqui é por acaso — murmurou para si mesmo, atento a cada sombra que parecia se mover ao seu redor.Seu instinto não estava errado.Ao dobrar um corredor, Tupã ouviu um som pesado, como uma rocha sendo empurrada. Ele congelou, os sentidos aguçados, e então percebeu: não estava sozinho.Emergindo da escuridão, um homem enorme surgiu. Ele tinha a postura de um tour
Ler mais
Capítulo 56: O Encontro com a Escuridão
A escuridão pulsava nas passagens, quase viva, valsando ao ritmo de um coração oculto nas profundezas da terra. Cada passo de Tupã era meticulosamente calculado, mas, apesar de sua vasta experiência como caçador, a sensação de ser observado era inescapável. Algo antigo e insidioso espreitava das sombras, algo que nenhuma presa antes enfrentada poderia igualar.O ar estava denso, saturado por um peso invisível que pressionava seus pulmões. Tupã mantinha a mão firme no arco, os olhos atentos ao menor movimento. A energia da floresta, outrora um guia gentil, parecia dividida dentro dele. Era como se duas forças conflitantes duelassem em sua mente: uma que o chamava à luz e outra, mais tentadora, que o atraía para as sombras.Após uma curva inesperada, revelou-se uma câmara oculta. Tupã parou, os sentidos em alerta máximo. O espaço era vasto, iluminado por tochas que emanavam uma luz azulada e dançante, projetando sombras inquietas pelas paredes. No centro, um altar rudimentar, cercado po
Ler mais
Capítulo 57: Espadachins Ocultos
A noite era um véu de penumbra, mas no horizonte surgiam traços sutis de cinza, anunciando a chegada do amanhecer. As estrelas persistiam, desafiando o avanço da luz, conforme o ar pesado carregava a promessa de algo iminente. O silêncio parecia vivo, pulsando como o prelúdio de uma tempestade.Hei e Kaena moviam-se como sombras pelos arredores das minas, seus passos tão leves quanto uma brisa noturna. A escuridão era uma aliada caprichosa, revelando contornos traiçoeiros de detritos e buracos escavados por trabalhadores exauridos. Guiados pela luz tênue e os sons abafados que vinham das cavernas, eles avançavam com precisão meticulosa, cada gesto um reflexo de seu treinamento.— É mais cruel do que eu imaginava — murmurou Hei, a voz carregada de incredulidade. Ele observava um grupo de homens acorrentados carregando pedras grotescamente grandes. Seus ombros estavam arqueados como galhos quebrados, os olhos opacos e distantes, drenados de qualquer brilho de vida. — Estão sendo esmagado
Ler mais