A subida pelas montanhas era um desafio tanto para o corpo quanto para a mente. Cada passo exigia mais de Yara, com o terreno traiçoeiro e os ventos cortantes que traziam o cheiro de pedras e silêncio. As encostas eram íngremes, com pedras soltas que ameaçavam ceder a qualquer instante, e ravinas profundas parecendo olhos negros, espreitando das profundezas.Yara avançava com cuidado, o olhar atento, as mãos firmes em seu arco. Cada som, por menor que fosse, parecia amplificado. O chilrear distante de um pássaro, o estalo de galhos secos ao vento, até mesmo sua respiração, tudo se transformava em um lembrete constante de que ela estava sozinha e vulnerável.Os sinais de presença humana tornavam a jornada ainda mais perturbadora. Aqui e ali, ela encontrava marcas deixadas por exploradores: pegadas recentes, ferramentas abandonadas, garrafas de bebida alcoólica, e até mesmo restos de acampamentos. O cheiro de fumaça velha e de água de fogo e ferro impregnava o ar em certos trechos, desto
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