Fiquei parada naquele canto da sala, olhando para Henry. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, enquanto tentava raciocinar o que havia acabado de ouvir.
- amor, se isso for uma brincadeira, não tem graça.Ele não sorriu, ou expressou diversão em seu rosto. Apenas continuou me encarando com aqueles olhos tão cheios de raiva.- pareço estar brincando para você Katherine?- Henry... O que está acontecendo? - ele desabotoou a abotoadura de sua camiseta social, enquanto se aproximava.- o que está acontecendo é que sua família infeliz, e que seu maldito pai! Irão pagar por tudo que fizeram comigo e com minha irmã. - engoli em seco, enquanto apertava as mãos.- mas do que você está falando? - ele apenas me fitou.- foi o que você ouviu. - Henry passou por mim, eu só podia sentir seu ódio. Como se ele exalasse isso.Me voltei para ele novamente, com o coração apertado.- esse casamento foi um golpe, você se casou comigo só por meu dinheiro? - eu não acreditava que poderia ser isso, ele me encarou.- eu nunca precisei de dinheiro Katherine, muito menos da sua família. - mais ódio ao falar de minha família, eu respirei fundo.- Henry já chega!- já chega o que? Você não é burra, eu já falei o que está acontecendo! Eu me casei com você com um objetivo! Destruir seu pai! - ele me deu as costas, enquanto ia até a sacada. Eu me mantive onde estava.- eu vou embora, amanhã conversamos. - comecei a ir até a porta, eu precisava sair dali.- acho que você lembra dos papéis que assinou no nosso casamento, não é? - parei bruscamente, sem conseguir andar. Lentamente me voltei para ele mais uma vez, já trêmula.- sim, eu lembro! O que tem?Ele se virou para me encarar, suas mãos foram até seus bolsos enquanto ele me encarava.- você foi tão ingênua, que eu mesmo coloquei o que deveria ser assinado naqueles papéis. Eu pus meus termos, eu prendi você a mim. - ele andou até a cabeceira que estava ao lado da sacada, pegando alguns papéis de dentro da gaveta. Eles os trouxe para mim, os entregando em minhas mãos. Eu estremeci ao apertar as páginas.- está tudo aí. - meu coração disparava a cada letra que eu lia, a cada cláusula e termo. A cada linha meu coração se partia um poucoMais. Minhas lágrimas molhavam os papéis, enquanto ele olhava para mim.- se você se separar de mim, toda a sua parte da herança, ou seja... Metade das empresas de seu pai que estão em seu nome, praticamente todo o dinheiro, as casas, os carros, tudo! Fica para mim. E você... Não tem como recorrer a isso, pois assinou cada parágrafo de forma ingênua e sem ler nada. - tive que me sentar, enquanto as lágrimas escorriam por meu rosto. Ele continuou ali, olhando para mim cheio de si.Lentamente ele deu a volta, e se aproximou se agachando de frente para mim. Eu só queria esganar seu pescoço, até ele ficar sem ar.- e se você ousar contar a alguém da sua família, ou seja quem for! O mesmo acontece. Você está presa a mim, de todas as formas possíveis! - olhei para ele cheia de dor, e mágoa.- por quê fazer isso? Por que se manter casado comigo?- você é a porta de entrada até seu pai! É a única filha dele, aquela que tem tudo dele! Era o alvo perfeito. - ele acariciou meu rosto, eu respirei fundo.- isso tudo é mentira! Meu pai nunca teria feito nada a você! Ele nem o conhece, nem Regina! Isso tudo é mentira, você só quer o meu dinheiro! - ele me encarou cheio de desdém, e algo parecido com decepção, dando um sorriso de canto.- se eu quisesse seu dinheiro, eu pedia o divórcio a você e ficaria com tudo! Hoje mesmo. Eu quero destruir seu pai, o império dele de dentro para fora, quero que ele veja seu mundo desabar sem sequer saber o que o atingiu. Eu vou ganhar a confiança dele, eu vou me tornar seu braço direito! E no momento certo... Eu mostro ao mundo quem ele é. - a cada palavra dele eu ficava mais furiosa.- você é um mentiroso nojento! Meu pai é uma boa pessoa. - ele gargalhou se colocando de pé.- seu pai é o maior canalha desgraçado que já pisou nessa terra, e você... É a filha tola e emocionada dele! Eu...Antes que ele terminasse de falar, eu me pus de pé com fúria e saltei contra ele arranhando seu pescoço. Enquanto jogava meu corpo contra o seu, tentando feri-lo de todas as formas que eu queria. Ele tentou me afastar, enquanto eu o empurrava contra os móveis arranhando todo seu pescoço e seu rosto.- SEU DESGRAÇADO! - continuei a tentar o machucar aínda mais, mas ele me levantou do chão. Me segurando pela cintura.Ele me prendeu contra a parede da sala, me segurando fortemente contra si.Eu tentei me debater, mas ele segurou minhas mãos acima da cabeça. Seu rosto e pescoço estavam vermelhos e arranhados.- é melhor se controlar!- você é um infeliz.- sim, e você se casou com o infeliz. - ele continuou me olhando nos olhos, eu movi minhas mãos tentando me soltar, mas ele apertou meus pulsos com mais força.- já chega! Eu vou relevar pois foram muitas notícias para você, mas isso é inaceitável. - ele continuou a me olhar, enquanto minha respiração estava ofegante.Lentamente ele me soltou e me colocou no chão, eu sentia meu coração acelerado. eu era tão burra. As lágrimas voltaram a descer. Ele me fitou.- o quanto antes você aceitar as coisas, vai ficar mais fácil. - olhei para ele cheia de ódio, eu queria matá-lo.- você não vai se safar dessa! Meu pai irá vencer. - ele engoliu em seco, olhando para mim cheio de desdém.- vou tomar um banho, é melhor tirar esse vestido. É uma suíte com dois quartos, fique com o outro. - e logo ele andou em direção ao banheiro. Me deixando ali, eu só queria voltar no tempo.Algum tempo se passou, eu estava sentada no sofá. Agora usava uma camisola e um roupão simples. Ele enfim havia saído do banheiro, e logo olhou para mim.Olhei para ele e me pus de pé.- é melhor você trancar a porta, se não quiser que eu enfie uma faca em você durante a noite. - disse enquanto passava por ele, indo em direção ao meu quarto. Não ouvi nenhuma resposta, apenas entrei no meu próprio quarto e me joguei na cama. Minhas lágrimas começaram a molhar a almofada, enquanto eu me flagelava por ser tão estúpida. Por ter me apaixonado por alguém que nunca me amou, e o pior... Eu ainda o amava.Acordei com o despertador berrando em meu ouvido, me sobressaltei, e ao olhar para frente quase tive um ataque. Ao vê-lo segurando o despertador em meu ouvido, para me acordar. - temos uma viagem para fazer lembra? - o encarei incrédula. - que viagem? - estamos casados, temos uma lua de mel. - sorri desacreditada. - você acha mesmo que eu vou querer ir a qualquer lugar com você? Isso não é um casamento, não terá lua de mel! - ele ergueu uma sobrancelha e me fitou. - para todos os efeitos estamos casados, as pessoas precisam pensar que estamos casados! Então... Nós vamos sim à lua de mel. Continuei na cama. - você é idiota se pensa que vou fazer esse jogo. - Henry cruzou os braços e se aproximou mais da cama. - acho que você se esqueceu da conversa que tivemos ontem, deixe-me lembrá-la! Você não tem opção. - disse olhando em meus olhos, eu me empertiguei. - agora trate de vestir uma roupa, suas malas já estão prontas e o motorista está esperando. - sem mais nada a dizer ele sa
Chegamos em nosso quarto e Henry continuava a me encarar com aquela cara, me olhando de cima a baixo. Me voltei para ele cruzando os braços, e o fitando. - o que há? - tire esse vestido. - de modo algum! - ele se empertigou. - faça o que estou mandando Katherine. - eu vou com o vestido e ponto final. - fui até o banheiro com intenção de lavar o rosto, mas quando olhei para porta ele estava parado lá, me encarando. - você é uma mulher casada! É ridículo usar um vestido como esse. - peguei a escova de cabelo que estava na pia do banheiro, e joguei em direção a ele. Que apenas desviou. - se você não me deixar sozinha eu vou jogar aquele vaso na sua cabeça! - e logo tranquei a porta, sem ouvir mais nada do que ele estava falando. Me olhei no espelho, aquele vestido realmente era muito justo e curto. Meus seios estavam quase saltando para fora, e minhas coxas eram grossas demais para ele. Era obviamente um vestido para uma mulher magra, o que eu não era. Talvez ele tivesse razão,
Henry me segurava com força sobre seu ombro, enquanto andava a passos apressados pelo chão de terra. Eu tentava me debater, mas estava muito bêbada para tal. - me coloque no chão! - ele nada disse. Rapidamente chegamos a recepção do hotel, e logo seguimos em direção ao elevador. Mesmo lá dentro ele não me pôs no chão, continuou me prendendo contra si. Eu tinha que admitir que nunca imaginava que Henry era um homem tão forte. Após alguns instantes chegamos a nossa suite, ele adentrou por aquela porta bufando. De imediato ele me pôs no chão e se virou para fechar a porta. Procurei me equilibrar e logo me voltei para ele. - você está ficando louco? Aquela atitude foi totalmente grosseira da sua parte! Eu só estava dançando. - logo tratei de tirar os saltos, ele se voltou para mim. - e como você acha que aquela sua atitude iria repercutir? Você estava dançando com aquele Zé ninguém agarrada a ele! Todos podiam ver. - eu sorri sem felicidade. - eu não precisaria dançar com o "Zé ning
Após muitas horas de voo, chegamos a nossa cidade. Apenas saímos do jato para entrarmos em um táxi, e seguir em direção a um bairro que eu não conhecia. Eu e Henry não havíamos nos falado desde nossa discussão no jato. Tantos minutos após nossa chegada. Paramos em frente a um casarão. Era bonito, havia um pequeno muro. E nenhuma rosa, ou planta. Desci do táxi de imediato e fitei aquele lugar. Sem demora surgiram algumas mulheres, e homens na entrada da casa. - senhor e senhora taho, bem vindos. - a mulher que estava na frente disse, assenti prontamente. Henry apenas passou por mim, e rumamos em direção a casa. A porta de entrada era bem grande e marrom, o interior era branco. Sem cor, ou vida. Era uma enorme sala apenas com alguns sofás, mesas e candelabros para todos os cantos. Me empertiguei vendo aquilo. Henry passou por mim, enquanto os funcionários vinham ao seu encalço. Alguns pararam ao meu lado, e pareceram notar minha tristeza. - é uma decoração modesta, caso a senhor
Minha noite de sono havia sido péssima, me revirei na cama a noite inteira. Quando me pus de pé, o alarme estava disparando adoidado na cômoda. Sem demora desliguei, e tratei de descer até o andar de baixo. O café da manhã já estava posto na mesa, logo eu me sentei. Estava quase tomando o café, quando Henry surgiu e sentou-se na outra cadeira. - pensei que já havia ido para o trabalho. - ainda tenho tempo. - o fitei. - não quer demonstrar serviço? - não quero que seu amado pai pense que sou um puxa saco. - sorri sem felicidade, ficamos alguns instantes em silêncio. Quando me voltei para ele novamente. - Henry, meu pai é um homem poderoso, extremamente influente! Ele pode acabar com você em segundos se quiser. - ele bebeu mais um pouco de café, e logo me encarou. - por isso mesmo vai ser tão divertido ver ele no chão, junto com toda a escória de sua família. - me empertiguei, sentindo um aperto no coração. - quando você fala isso... Se refere a mim também? - ele não voltou a me
As palavras de Henry ecoaram em minha mente durante muito tempo, eu sabia que ele não me amava. E que tudo isso havia sido falso, mas... Em meu coração eu ainda tinha esperanças. E ao ouvir aquilo daquela forma tão dura, partiu meu coração de várias formas. Ele continuou a ir na empresa de papai durante semanas, a cada dia eu sabia de algo novo. De como ele estava ganhando sua confiança, em como ele estava indo bem. Detestava aquilo, queria poder gritar aos quatros cantos do mundo sobre. Mas eu só tinha Regina para desabar. Naquela tarde em específico, ele chegou em casa um pouco mais cedo. E me encontrou na sala de jantar, eu havia convidado-a para casa. E estávamos falando sobre uma nova decoração. - o que você acha do roxo para os quartos de hóspedes? - ah... Eu gosto da cor, mas é muito forte pra quarto de hóspedes, eu acho que... - olá. - me voltei para ele de imediato, seguida por Regina que se pôs de pé prontamente. Eu engoli em seco. - Regina. - Henry, oi. - ele franziu
Passei algumas horas pensando no que havia acontecido entre mim e Henry naquele quarto, eu obviamente não iria encher minha cabeça com falsas esperanças. Principalmente depois de tantas coisas. Resolvi continuar com os planos de decoração de mudança da casa, quando uma das funcionárias bateu na minha porta. - senhora taho, o senhor taho está falando que chegará em casa às sete para que vocês possam ir a um jantar na casa dos parentes dele. - me levantei de onde estava sentada imediatamente. - ele falou isso? - sim senhora. - me empertiguei, aquela conversa que havíamos tido. Voltou a minha mente. - obrigada... - Eva. - obrigada Eva, pode avisá-lo que estarei pronta. - ela assentiu e de imediato saiu do quarto. Eu fiquei andando em círculos ali durante um bom tempo, Henry havia falado de sua família de uma forma tão ruim. E Cristina também, talvez aquilo fosse mais uma de minhas burradas. Mas... Eu havia pedido por isso, eu deveria encarar. Peguei meu celular, e logo liguei para
Me olhei no retrovisor e me empertiguei, fechei os olhos por alguns instantes. E então sem pensar duas vezes, comecei a limpar o barrão de maquiagem no vestido. Não limparia tudo, mas era melhor do que entrar daquela forma. Henry me encarava com a mão estendida, ao fim ele me fitou. - não mudou nada. - eu segurei sua mão com tanta fúria, que só queria quebrar seus ossos um por um. Ele sorriu cheio de deboche, enquanto segurava minha mão e fechava a porta do carro. - sorria querida, será divertido. - engoli em seco enquanto íamos em direção a mansão. As portas eram gigantescas, estavam bem abertas. E eu só via os funcionários andando de um lado para o outro com bandejas. - isso não é um pouco demais? - ele sorriu ao me ouvir sussurrar. - meus parentes gostam de ser hospitaleiros, ainda mais depois de saberem de quem você é filha. - olhei para ele de esguelha, enfim havíamos adentrado. E de imediato eu percebi que todos realmente eram parentes de Henry. Não demorou muito para ele