Henry me segurava com força sobre seu ombro, enquanto andava a passos apressados pelo chão de terra. Eu tentava me debater, mas estava muito bêbada para tal.
- me coloque no chão! - ele nada disse. Rapidamente chegamos a recepção do hotel, e logo seguimos em direção ao elevador. Mesmo lá dentro ele não me pôs no chão, continuou me prendendo contra si. Eu tinha que admitir que nunca imaginava que Henry era um homem tão forte.Após alguns instantes chegamos a nossa suite, ele adentrou por aquela porta bufando. De imediato ele me pôs no chão e se virou para fechar a porta.Procurei me equilibrar e logo me voltei para ele.- você está ficando louco? Aquela atitude foi totalmente grosseira da sua parte! Eu só estava dançando. - logo tratei de tirar os saltos, ele se voltou para mim.- e como você acha que aquela sua atitude iria repercutir? Você estava dançando com aquele Zé ninguém agarrada a ele! Todos podiam ver. - eu sorri sem felicidade.- eu não precisaria dançar com o "Zé ninguém" se você tivesse dançado comigo! - seu rosto ficou cheio daquele velho desdém.- mais que bela desculpa essa sua, agindo como uma qualquer! - dei de ombros.- se você não gosta do que vê, outros homens gostam! - lhe dei as costas furiosa e andei em direção ao banheiro, eu já estava quase chegando lá. Quando ele agarrou meu braço, fazendo-me virar de frente para ele. Eu engoli em seco, seu rosto estava franzido e rígido.- tire a porcaria desse vestido e queime!- eu não vou jogá-lo fora! Eu gostei dele.- apenas por cima do meu cadáver você vai usar isso novamente. - voltei a sorrir.- você quer apostar?- você faz papel de ridícula usando isso!- o Erick discorda muito de você! - tentei me afastar, mas ele me puxou para mais perto. Eu estava furiosa e bati em seu peito, mas ele segurou meu queixo e sem aviso me tascou um beijo.E não um beijo qualquer, eu podia sentir nossos dentes colidindo um contra o outro, enquanto sua língua se movia contra minha boca. Eu já estava ofegante quando ele se afastou, quebrando totalmente o momento. Eu fiquei imóvel o encarando, ele sequer disse uma palavra. Apenas saiu do quarto batendo a porta, sem dar qualquer explicação.Tive que acariciar meus lábios, seu toque era tão intenso. Eu me odiei muito por sorrir de forma abobalhada por aquilo. ****A manhã seguinte enfim chegou, eu havia dormido sozinha naquele quarto aparentemente. Pois não lembrava dele ter voltado em algum momento da madrugada. Eu sentia minha cabeça a mil, com uma forte dor de cabeça. Logo tratei de ir até o banheiro e tomar um bom banho, quando sai resolvi que iria tomar um belo café da manhã.Algumas pessoas circulavam pelo salão, eu via alguns casais, o que sempre me deixava com um nó na garganta.Peguei um prato pequeno com algumas coisas e logo tratei de procurar uma mesa, mas enquanto procurava avistei Henry. Ele estava sentado sozinho, tomando um café enquanto olhava para a praia, hesitei em me aproximar por alguns instantes. Até que o fiz, sequer perguntei se podia sentar. Ele não olhou para mim.- bom dia. - ousei falar enquanto pegava uma torrada, ele olhou para mim apenas um pouco.- voltamos para casa amanhã. - eu franzi o cenho.- o que? Só isso de lua de mel! Por que? - logo ele se endireitou na cadeira e me olhou de frente.- tenho assuntos para tratar, o quanto antes começar... Melhor. - eu me empertiguei na cadeira.- Henry você ainda quer levar isso pra frente? Mesmo depois de ontem. - ele franziu o cenho.- o que você acha que aconteceu ontem Katherine?- nós... Nos beijamos. Você me beijou. - ele sorriu cheio de sarcasmo.- foi um momento!- mas pode significar outra coisa. - ele continuou a zombar.- e o que exatamente?- que... Que nós podemos resolver isso! Esse casamento ele... - ele bebeu mais um pouco de café e me fitou com intensidade.- aquilo foi um mero beijo, algo que eu fiz porque estava bêbado! Algo que não irá mais se repetir porque isso aqui não é um casamento! E quanto antes você entender isso será mais fácil. Não fique acreditando em contos de fadas Katherine, você já é grandinha o suficiente para isso. - sem mais nada a dizer, ele se levantou e foi embora. Me deixando sozinha. Meu coração se apertou dentro do peito, eu era tão idiota. Tão imbecil.Após um café da manhã deprimente, resolvi dar uma volta na praia e observar o mar. Eu lembrava de tantos momentos que tive com Henry, tantos momentos que ele não foi um homem horrível para mim. Aquilo me destruía.- olha o que eu achei. - ouvi uma voz familiar, ao me virar dei de cara com Erick. Ele estava sem camiseta, carregando apenas sua prancha.- Buenos dias chica. - sorri.- me desculpe, mas... Quem é você? - ele franziu o cenho.- qual é... Você vai vir com essa de que não lembra de mim?- desculpa amigo mas se você continuar eu vou chamar a polícia. - fiz menção de me afastar, ele continuou confuso. Até que comecei a rir.- que engraçada você é!- eu precisava fazer isso, desculpa. - ele me fitou.- você não apareceu pra tomar o café, fiquei magoado.- ah... Eu tinha outros planos. - ele assentiu ainda me encarando. Quando me dei conta, estávamos andando lado a lado pela praia.- e como ficaram as coisas com aquele cara?- estranhas. - ele ergueu uma sobrancelha.- ele é meu marido.- isso eu notei.- as coisas estão meio estranhas entre nós. - cruzei os braços, ele continuou a me fitar de canto de olho.- ele te agrediu?- não, de maneira alguma. Só... Que eu acho que me casei rápido demais, sabe? - ele assentiu meio confuso.- você o ama?- amo, é claro. - senti tantas coisas ao admitir aquilo em voz alta. Ele ficou alguns instantes em silêncio.- detesto ser o cara das perguntas. - eu sorri.- como você me desapontou hoje cedo, deixa eu te mostrar meu surfe. - ele segurou minha mão, me guiando até o mar.Ficamos boa parte do dia ali, Erick era ótimo naquilo. Tentei subir na prancha algumas vezes, mas eu era péssima. Mas eu o agradecia tanto por me fazer esquecer do que eu estava passando.Ao entardecer sentamos na beira da praia.- me desculpa ser intrometido, mas... Parece que as coisas realmente não estão boas entre vocês. - respirei profundamente.- e isso é porque você não gosta de ser o cara das perguntas. - ele gargalhou.- é que eu não consigo entender, você é uma mulher linda, divertida e parece que seu marido não vê isso. - olhei para ele de canto de olho.- como disse, nos casamos muito cedo. - voltei a encarar o mar, ele assentiu mesmo confuso.- e quando você volta para casa?- daqui há algumas semanas, e você? - engoli em seco.- amanhã. - ele franziu o cenho.- é que... Temos coisas a resolver em casa. - ele continuou me olhando de forma suspeita, eu tentei parecer convincente.- mas... Além de surfista você faz o que mais? - tentei mudar de assunto rapidamente.- eu gosto de jardinagem, sou um bom jardineiro. - franzi o cenho e o fitei.- mas você não trabalha com isso.- não, mas é um bom hobbie.- você é cheio de hobbies.- sou bom com isso, fazer o que. - sorrimos um para o outro, eu me empertiguei.Olhei para o horizonte, e vi o quão tarde estava.- droga, tenho que ir. - rapidamente me coloquei de pé, ele fez o mesmo.Voltamos até o hotel juntos, eu já estava quase me despedindo quando ele segurou minha mão. De imediato me voltei para ele.- eu poderia te convidar para um jantar, mas você não vai.Assenti de rapidamente.- então é um adeus?- talvez... A gente se encontre outra vez. - ele pareceu tão triste, eu engoli em seco quando ele se aproximou e beijou minha bochecha.- você é uma mulher incrível Katherine, não deixe que ninguém te diga o contrário.Eu assenti, lentamente ele soltou minha mão. E nos afastamos.Dormi aquela noite pensando em tudo o que Erick havia me dito, quando acordei Henry já estava pronto para voltarmos.Ele sequer quis discutir sobre, apenas entramos no jatinho e seguimos em direção ao nosso destino.- aonde ficaremos?- eu já tratei de comprar uma casa para nós. - franzi o cenho.- o que?- foi o que ouviu.- Henry você sabe como eu queria montar minha casa, arrumar essas coisas! Como pôde ter feito isso? - ele se empertigou.- Katherine escute, quando voltarmos para casa. Nossa vida de casados finalmente irá começar, eu não me importo com esses detalhes. Como já disse, apenas aceite.E logo ele virou a cara, eu apertei as mãos.Eu não podia acreditar, logo eu estaria presa a ele para sempre. Henry havia me prendido em sua teia, e não havia como eu sair. Aquele era meu marido.Após muitas horas de voo, chegamos a nossa cidade. Apenas saímos do jato para entrarmos em um táxi, e seguir em direção a um bairro que eu não conhecia. Eu e Henry não havíamos nos falado desde nossa discussão no jato. Tantos minutos após nossa chegada. Paramos em frente a um casarão. Era bonito, havia um pequeno muro. E nenhuma rosa, ou planta. Desci do táxi de imediato e fitei aquele lugar. Sem demora surgiram algumas mulheres, e homens na entrada da casa. - senhor e senhora taho, bem vindos. - a mulher que estava na frente disse, assenti prontamente. Henry apenas passou por mim, e rumamos em direção a casa. A porta de entrada era bem grande e marrom, o interior era branco. Sem cor, ou vida. Era uma enorme sala apenas com alguns sofás, mesas e candelabros para todos os cantos. Me empertiguei vendo aquilo. Henry passou por mim, enquanto os funcionários vinham ao seu encalço. Alguns pararam ao meu lado, e pareceram notar minha tristeza. - é uma decoração modesta, caso a senhor
Minha noite de sono havia sido péssima, me revirei na cama a noite inteira. Quando me pus de pé, o alarme estava disparando adoidado na cômoda. Sem demora desliguei, e tratei de descer até o andar de baixo. O café da manhã já estava posto na mesa, logo eu me sentei. Estava quase tomando o café, quando Henry surgiu e sentou-se na outra cadeira. - pensei que já havia ido para o trabalho. - ainda tenho tempo. - o fitei. - não quer demonstrar serviço? - não quero que seu amado pai pense que sou um puxa saco. - sorri sem felicidade, ficamos alguns instantes em silêncio. Quando me voltei para ele novamente. - Henry, meu pai é um homem poderoso, extremamente influente! Ele pode acabar com você em segundos se quiser. - ele bebeu mais um pouco de café, e logo me encarou. - por isso mesmo vai ser tão divertido ver ele no chão, junto com toda a escória de sua família. - me empertiguei, sentindo um aperto no coração. - quando você fala isso... Se refere a mim também? - ele não voltou a me
As palavras de Henry ecoaram em minha mente durante muito tempo, eu sabia que ele não me amava. E que tudo isso havia sido falso, mas... Em meu coração eu ainda tinha esperanças. E ao ouvir aquilo daquela forma tão dura, partiu meu coração de várias formas. Ele continuou a ir na empresa de papai durante semanas, a cada dia eu sabia de algo novo. De como ele estava ganhando sua confiança, em como ele estava indo bem. Detestava aquilo, queria poder gritar aos quatros cantos do mundo sobre. Mas eu só tinha Regina para desabar. Naquela tarde em específico, ele chegou em casa um pouco mais cedo. E me encontrou na sala de jantar, eu havia convidado-a para casa. E estávamos falando sobre uma nova decoração. - o que você acha do roxo para os quartos de hóspedes? - ah... Eu gosto da cor, mas é muito forte pra quarto de hóspedes, eu acho que... - olá. - me voltei para ele de imediato, seguida por Regina que se pôs de pé prontamente. Eu engoli em seco. - Regina. - Henry, oi. - ele franziu
Passei algumas horas pensando no que havia acontecido entre mim e Henry naquele quarto, eu obviamente não iria encher minha cabeça com falsas esperanças. Principalmente depois de tantas coisas. Resolvi continuar com os planos de decoração de mudança da casa, quando uma das funcionárias bateu na minha porta. - senhora taho, o senhor taho está falando que chegará em casa às sete para que vocês possam ir a um jantar na casa dos parentes dele. - me levantei de onde estava sentada imediatamente. - ele falou isso? - sim senhora. - me empertiguei, aquela conversa que havíamos tido. Voltou a minha mente. - obrigada... - Eva. - obrigada Eva, pode avisá-lo que estarei pronta. - ela assentiu e de imediato saiu do quarto. Eu fiquei andando em círculos ali durante um bom tempo, Henry havia falado de sua família de uma forma tão ruim. E Cristina também, talvez aquilo fosse mais uma de minhas burradas. Mas... Eu havia pedido por isso, eu deveria encarar. Peguei meu celular, e logo liguei para
Me olhei no retrovisor e me empertiguei, fechei os olhos por alguns instantes. E então sem pensar duas vezes, comecei a limpar o barrão de maquiagem no vestido. Não limparia tudo, mas era melhor do que entrar daquela forma. Henry me encarava com a mão estendida, ao fim ele me fitou. - não mudou nada. - eu segurei sua mão com tanta fúria, que só queria quebrar seus ossos um por um. Ele sorriu cheio de deboche, enquanto segurava minha mão e fechava a porta do carro. - sorria querida, será divertido. - engoli em seco enquanto íamos em direção a mansão. As portas eram gigantescas, estavam bem abertas. E eu só via os funcionários andando de um lado para o outro com bandejas. - isso não é um pouco demais? - ele sorriu ao me ouvir sussurrar. - meus parentes gostam de ser hospitaleiros, ainda mais depois de saberem de quem você é filha. - olhei para ele de esguelha, enfim havíamos adentrado. E de imediato eu percebi que todos realmente eram parentes de Henry. Não demorou muito para ele
Voltamos para casa em absoluto silêncio, Henry não disse uma palavra sequer sobre o que havia acontecido. Nem antes, e nem depois. Mas o fato dele ter ficado tão estranho ao ouvir sobre Emiho, com certeza havia ficado em minha mente. Mandei mensagem para Cristina ainda na outra noite, queria que ela viesse até nossa casa e falasse comigo sobre. Mas aparentemente ela estava ocupada com seu trabalho. O que não me impediu de ter uma péssima noite de sono, apenas pensando em tudo aquilo. Quando me coloquei de pé logo cedo, tratei de descer para tomar meu café. Me surpreendi ao notar que ele ainda estava em casa, desde que havia começado a trabalhar com meu pai. Ele sempre saia muito cedo, e chegava muito tarde. Sentei na mesa de imediato, enquanto os funcionários colocavam a mesa. Me empertiguei, olhando para ele disfarçadamente. - o que achou do jantar? - questionou baixinho, desviei o olhar. - sua família é como qualquer outra. - é mesmo? - pude ver que ele me fitou, eu não fiz o m
Subi as escadas praticamente correndo indo atrás dele. Adentrei em seu quarto, sem sequer bater. Ele estava sentado na poltrona apenas de calças. E tirando seus sapatos, de imediato ele me encarou. - é falta de educação não bater antes de entrar. - o que você disse lá em baixo? - que seu pai me promoveu. - você agora é CEO da empresa dele? - de uma das, querida. - ele ainda estava com aquele maldito sorriso irónico no rosto. Me aproximei furiosa. - você não vai fazer isso. - ele se empertigou na poltrona. - não vou fazer o que exatamente? - não vai entrar na empresa dessa forma! Você não pode ter esse tipo de poder. - ele ergueu uma sobrancelha, e se recostou na poltrona me fitando. - eu já tinha esse poder no dia em que me casei com você Katherine, será que não consegue entender? Eu fui promovido, e serei apresentado essa noite para todos! - eu continuei me aproximando. - se você realmente levar isso pra frente eu... - você vai o que? Agora eu fiquei curioso. - ele se pôs
Henry me encarou da forma mais assustadora e furiosa possível, mas o sorriso vingativo não sumiu de meu rosto. Eu me aproximei dele, e acariciei seu queixo. - vamos marido, temos uma festa para participar. - ele engoliu em seco, eu podia sentir a fúria dele. Sem demora, peguei em seu braço e olhei em direção aos fotógrafos. Que de imediato, começaram a nos fotografar. Eu não parei de sorrir, conforme andávamos, era notável como ele estava se contorcendo para continuar comigo ao seu lado. - você vai se arrepender por isso. - sussurrou quase sem voz, eu ergui uma sobrancelha. - só estou querendo lhe agradar meu amor, não gostou? - ironizei sem piedade, ele me olhou de esguelha. Seguimos em frente, enfim adentrando pelas portas da empresa. Para todo canto haviam investidores, e funcionários que trabalhavam com meu pai há anos. Eu conhecia muitos deles. Lá também haviam fotógrafos, tentando tirar uma casquinha do alto escalão. Uma música lenta e clássica tocava ao fundo, enquanto