A festa continuou por mais algum tempo, um tempo longo até demais. Eu estava exausta, e me sentia extremamente vencida e derrotada. Eu só queria sair dali, ir para casa. Estava ao lado de uma mesa de comes e bebes, olhando para todos que passavam. E só queria sair dali. - cansou da festa? - papai me questionou me dando um beijo na testa. - um pouco, só quero ir pra casa. - você costumava ser mais festiva querida. - convenhamos que esse tipo de festa nunca foi o que eu gostei. - ele sorriu, eu também. - é, você é igual a sua mãe nessa parte. Ela também detestava as festas da empresa. - senti um nó na garganta, e apertei sua mão. Ele se aproximou de mim e me abraçou, eu retribuí de imediato. Pude ver Henry no outro lado do salão, cumprimentando algumas pessoas e me afastei um pouco de meu pai, o olhando nos olhos. - pai o senhor... Conhecia Henry antes de eu o apresentar? - ele me fitou, confuso. - não, eu conhecia alguns taho de outros lugares, mas ele não. Por que essa pergu
Sequer notei quando, ou como fui para minha cama aquela noite. Apenas acordei no dia seguinte fraca, e exausta de tanto ter chorado. Quando levantei e fui até a sala de jantar, havia uma mulher loira, usando um terno azul elegante, sentada na mesa ao lado de Henry. Enquanto mostrava a ele o que pareciam ser os planos de decoração da casa, pensei em dar meia volta e sumir. Mas segui em frente, quando cheguei na mesa a mulher logo se pôs de pé. Henry me fitou de esguelha. - Emília, essa é minha esposa Katherine taho. - senhora taho, é um prazer. Ela me estendeu a mão, e de imediato eu retribui seu gesto. - estava falando com o senhor taho sobre o plano que idealizei para sua casa. Está tudo aqui, ele demonstrou ter gostado muito. Mas queria saber o que a senhora quer, e se gostaria que eu mudasse algo? - ela era uma mulher simpática, e estava fazendo apenas seu trabalho. Ela não tinha nada haver com aquela guerra entre mim e Henry. Olhei para os planos que estavam expostos em cima
Os dias que seguiram Emília tratou de começar os planos de reforma da casa. E eu estava dizendo a mim mesma que aquilo não importava mais, eu realmente havia cansado de toda aquela história. Eu só queria focar em outra coisa. Então estava dando tudo de mim no que queria que se tornasse meu jardim, mas eu admitia que até o momento estava sendo péssima. Eu não era boa naquilo, mesmo com pesquisas frequentes na internet não estava indo a lugar nenhum. Já estava começando a ficar furiosa comigo mesma. Naquela manhã estava no jardim toda suja de terra e suor, após tentar uma nova empreitada. Quando avistei o carro de Henry em frente a porta, franzi o cenho. Eu sequer havia me dado conta que ele havia chegado tão cedo, logo resolvi adentrar. Para meu azar, ele havia feito de uma sala vazia, seu mais novo escritório. Que ele vinha usando várias vezes nesses dias, conforme me aproximei da porta. Podia ouvir a voz dele, e a voz de uma mulher. Eu franzi o cenho. - então você já trabalhou com
Estava cavando aquela terra com fúria, imaginando que era o rosto de Henry. A cada golpe que eu dava. Aquele homem era um infeliz, eu só queria... - Katherine? - me sobressaltei me voltando para trás rapidamente, ao ver Cristina. Ela me encarou meio confusa. - tô atrapalhando alguma coisa? - ela parecia tão confusa, eu soltei a pá de imediato. - eu meio que estava imaginando que era o seu irmão. - seus olhos se arregalaram, ela sorriu. - eu tive essa impressão. - me desculpa Cristina, não sabia que você viria. - tudo bem, eu só queria dar uma passada, ver como você estava. - senti um alívio enorme em meu peito. - eu preciso muito! De uma conversa agora. - ela se empertigou sorrindo. - bem, vamos lá então. - subimos até o andar de cima, e logo tratei de tomar um banho. Enquanto falava com Cristina. Quando sai, ela já me esperava com uma roupa que havia escolhido para mim, em cima da cama. Sentei na poltrona, ela me fitou. - então ele não dispensou a empregada? - não, ela ain
Quando me pus de pé, já haviam mensagens de Erick em meu celular. Rapidamente tratei de vestir minha roupa de jardinagem, e descer para o café. Novamente ele ainda estava lá, sendo servido por Felipa. Eu tentei ignorar, enquanto sentava em meu canto da mesa. Respondendo as mensagens de Erick. - obrigado Felipa. - ele disse daquela forma cheio de si, Felipa sorriu como sempre e se retirou. Eu continuei respondendo as mensagens em meu celular, enquanto tomava meu café. Comecei a sorrir com as coisas que ele estava falando. Quando me dei conta, Henry estava me encarando com o rosto franzido. - que conversa interessante. Não lhe dei atenção, e apenas continuei a comer minha torrada sem desviar a atenção do celular. Vi Henry pegando seu celular também, mas não dei importância. Até que notei que as mensagens pararam de ser enviadas. - mas o que... - eu desliguei o wi-fi. - olhei para ele rapidamente. - não é educado ficar usando celular na mesa. - ri sem felicidade. - mas é educado
Subi para meu quarto rapidamente, tomei um banho antes de deitar. E pus minha camisola verde de sempre, já estava saindo do banheiro. Quando o vi ao lado de minha cama, olhando para meu celular que estava na cômoda. Eu me empertiguei. - o que você quer? - ele se voltou para mim, e me fitou de cima a baixo. - aquele homem não vai trabalhar aqui. - sorri ironicamente.- está achando engraçado? - estou achando hilário na verdade, pois eu falei a mesma coisa para você. E olha só quem está trabalhando aqui. - fui até a a outra cômoda que ficava ao lado da cama, seu olhar não se afastou de mim. - está fazendo isso para me desafiar novamente, será que você já esqueceu as consequências de fazer isso? Cruzei os braços e o fitei sem nenhuma vontade. - e por quê seria isso? - como assim? - por quê eu estaria desafiando você? O que você tem contra Erick? - seus olhos se mantiveram fixos em mim, eu respirei profundamente. E lentamente, sai de onde estava e fui andando até ele. Até ficar p
Após Henry sair, eu ainda fiquei em meu estado perplexo por um bom tempo. Até que percebi que Erick, havia chegado. De imediato, tratei de recebê-lo. Logo começamos nosso trabalho de jardinagem, mas eu com certeza estava estranha. E ele notou rapidamente. - tudo bem com você? - o encarei. - claro. - tem certeza? - assenti mais uma vez, ele fez uma cara de preocupação e se aproximou. - agora que sou seu jardineiro eu ainda tenho intimidade para falar com você? - o encarei novamente. - claro que sim. - ótimo, então... Me diga o que está acontecendo. - eu estava sobressaltada, meus nervos estavam à flor da pele. Eu detestava o poder que Henry tinha sobre mim, sobre meus mais profundos desejos e sentimentos. - você não vai querer saber, confie em mim. - ele franziu o cenho.- foi algo grave?- não, não foi. - ele ainda estava confuso, mas eu resolvi que guardaria tudo aquilo. Ele com certeza não precisava saber de nada que havia acontecido naquela manhã. Enquanto trabalhava com Er
Eu não aguentei ficar naquela casa naquela noite, eu precisava sair. Precisava ir a algum lugar bem longe de Henry, bem longe de tudo. Liguei para Cristina após toda aquela confusão, e sem avisar a ele. Me encontrei com ela na saída de casa. Ela me levou para seu apartamento que ficava do outro lado da cidade, era um apartamento grande. De luxo. Cristina era uma mulher elegante, e isso refletia em seu apartamento. - pode ficar a vontade. - eu assenti enquanto sentava no sofá, alguns minutos depois ela voltou com uma grande garrafa de vinho e duas taças. E prontamente sentou ao meu lado, eu sorri. - nós precisamos beber, muito. - de imediato ela abriu a garrafa. - eu concordo. - quando ela encheu a primeira taça, eu não parei mais. Eu só queria esquecer Henry. - seu irmão é um infeliz sabia? - ela sorriu assentindo. - eu sei. - como ele pode ser... Tão terrível? - não me pergunte, eu não tenho nada haver com isso. Gargalhei. Mas me voltei para ela novamente. - mas e você?