Após muitas horas de voo, chegamos a nossa cidade.
Apenas saímos do jato para entrarmos em um táxi, e seguir em direção a um bairro que eu não conhecia. Eu e Henry não havíamos nos falado desde nossa discussão no jato.Tantos minutos após nossa chegada. Paramos em frente a um casarão. Era bonito, havia um pequeno muro. E nenhuma rosa, ou planta.Desci do táxi de imediato e fitei aquele lugar.Sem demora surgiram algumas mulheres, e homens na entrada da casa.- senhor e senhora taho, bem vindos. - a mulher que estava na frente disse, assenti prontamente.Henry apenas passou por mim, e rumamos em direção a casa. A porta de entrada era bem grande e marrom, o interior era branco. Sem cor, ou vida. Era uma enorme sala apenas com alguns sofás, mesas e candelabros para todos os cantos. Me empertiguei vendo aquilo.Henry passou por mim, enquanto os funcionários vinham ao seu encalço. Alguns pararam ao meu lado, e pareceram notar minha tristeza.- é uma decoração modesta, caso a senhora decida mudar alguma coisa. - uma gentil senhora disse, eu sorri assentindo.- obrigada. - logo dei uma volta pela casa, era um lugar muito grande. Com várias salas, e comôdos. O andar de cima era igual, para todos os cantos era a mesma coisa. Eu já não estava aguentando aquela monotonia, e me obriguei a abrir todas as janelas como se estivesse ficando sem ar.Eu andei pela casa toda, resolvi sentar nas escadas e respirar um pouco. Henry estava subindo quando parou ao meu lado.- venha comigo. - olhei para ele, quis continuar ali. Mas me obriguei a levantar e o seguir.Chegamos a um grande corredor, havia uma porta. Que logo ele abriu e adentrou, eu fiz o mesmo. Era um quarto grande, com uma cama de casal. Me empertiguei.- este é seu quarto. - franzi o cenho.- você ficou com um papo de estarmos casados, de mantermos as aparências! Mas vamos dormir em quartos diferentes? - ele se voltou para mim.- os funcionários estão aqui sob contrato, não podem falar nada do que acontece nessa casa para ninguém. - sorri sem felicidade.- você e seus contratos.- eu não tenho tempo para birra. - ele passou por mim, antes que ele pudesse sair eu segurei sua mão. O fazendo se voltar para mim.- quando nós namorávamos! Eu vivia falando para você como isso era importante para mim, ter uma casa! Decorar minha casa, cuidar dos assuntos da minha! Casa. Eu perdi a conta de quantas vezes falei isso para você, e você compra essa casa, em um bairro que nem conheço... Uma casa tão grande um espaço tão desnecessário! Por que? Só para me ferir? - olhei dentro de seus olhos, ele não tinha nenhuma expressão.- pense o que quiser. - logo ele se afastou de mim e saiu do quarto, eu me mantive ali. Me ajoelhei e sentei no chão, não aguentando mais nada daquilo. ****Tentei conhecer os funcionários, e sair um pouco da cama. Mas estava difícil, aquele lugar parecia levar toda a minha energia.Eu estava dando uma volta pelo quintal do lugar, logo eu reparei que era muito grande. Havia um bom espaço, logo imaginei que poderia tentar fazer algo ali.- seu pai vem jantar conosco hoje a noite. - o encarei rapidamente.- não, por quê?- ele quer ver você! Saber como está.- eu não quero que ele venha.- ele vai vir. - cruzei os braços.- diga a ele que não dá para ser hoje.- por quê eu faria isso?- você só quer piorar tudo.- Katherine se vista e esteja pronta para receber seu pai.E como sempre ele me deu as costas, sem sequer ouvir o que eu estava falando.Avistei uma pedra no chão próxima de mim, pensei muito em jogar aquela pedra nele. Mas respirei fundo e não o fiz.A noite chegou muito rapidamente, para nossa sorte, os funcionários trataram de fazer um jantar simples e rápido. Logo eles também montaram a mesa, e tudo estava pronto.Eu estava usando um vestido azul que ia até os joelhos, meus cabelos estavam soltos. Henry usava um terno verde informal.Meu pai enfim havia chegado, eu me coloquei de pé e sem aviso ele se colocou ao meu lado. Segurando em minha cintura.- lembre-se, estamos apaixonados.- claro que estamos. - desgosto tomou minha voz.- não esqueça do que está em jogo querida. - olhei para ele de canto de olho, engoli em seco quando papai adentrou por aquela porta. Deixando apenas seu segurança do lado de fora. Corri em direção a ele rapidamente, o abraçando intensamente.- minha pequena.- senti saudades. - ele beijou o topo de minha cabeça.- deixe-me olhar para você.Ele segurou meu queixo.- está bronzeada. - sorri.- senhor wilborn, é um prazer recebê-lo em nossa casa. - me afastei de papai, e logo lhe dei espaço para falar com Henry. Ele o olhou de cima a baixo, e logo o cumprimentou.- venha papai, a sala de jantar fica por aqui. - seguimos todos juntos. Quando lá chegamos, eu tive que sentar ao lado de Henry e papai sentou no outro canto da mesa.- boa essa casa Henry.- obrigado senhor, ela estava em um bom preço. - papai o fitou.- poderia ter falado comigo, eu poderia ter vendido a você uma de minhas casas! Poderia escolher qualquer uma, e ainda morar perto de mim. - Henry sorriu, eu franzi o cenho. Ele era um ótimo ator.- obrigado pela oferta senhor, mas eu e sua filha acabamos de nos casar precisamos de um espaço e... Eu havia feito alguns investimentos. - ele segurou minha mão, e me deu um beijo. Eu sorri meio nervosa, papai me fitou.Alguns minutos depois, enfim o jantar chegou.Eu tinha certeza que havia um clima estranho ali, mas eu não sabia ao certo porque. Henry parecia tão contido, e meu pai estava desconfiado de algo. Eu tinha certeza.- sabe Henry eu andei vendo seus trabalhos anteriores em empresas grandes no exterior, você tem uma ficha impecável. - ele assentiu.- já esteve em contato com gerência de algo?- algumas vezes senhor, mas é muito desafiador. - papai assentiu, eu o fitei.- é sim, um pouco. - ele me encarou de volta.- eu estou trabalhando em novos projetos recentemente sabe? Duas grandes empresas, e é uma coisa mais familiar sabe, quero apenas pessoas de minha confiança, pessoas de perto.Eu senti meu coração acelerado, meu pai não poderia fazer aquilo.- você está casado com minha única filha, minha princesa! Tudo para mim. Quero que ela tenha sempre o melhor. - Henry assentiu de forma cínica, enquanto segurava minha mão.- o senhor pode ter a certeza que ela terá o melhor. - quase me engasguei com tamanha falsidade.- gostaria que você fizesse parte desse projeto, que estivesse a frente dele! Quero fazer um período de teste com você, acha que consegue? - Henry pareceu animado de certa forma, eu engoli em seco.- é claro senhor, trabalhar com o senhor nas empresas wilborn! É outro patamar, eu estou disposto. - papai sorriu e assentiu. Eu me empertiguei naquela cadeira, não era possível.Henry estava conseguindo exatamente o que ele queria, ele iria entrar na empresa do meu pai como um vírus.Após algumas horas de jantar, meu pai se pôs de pé.- me acompanha até a porta querida? - assenti de imediato, enquanto ia com ele. Henry me lançou um olhar de canto, eu sentia meu coração acelerado. Chegamos ao seu carro, ele me olhou de cima a baixo.- olhe bem em meus olhos Katherine, e me diga que está tudo bem. - meu corpo tremeu, minhas mãos estavam suando.- eu só preciso de uma palavra contrária, e eu acabo com ele. - queria gritar ao meu pai, mas eu não podia. Não assim, toquei seu rosto.- pai está tudo bem, eu só estou cansada da viagem. - ele me olhou de cima a baixo.- não minta para mim.- é sério papai. - me aproximei e o abracei fortemente, eu havia entrado nisso eu iria sair.- me avise quando chegar em casa. - beijei sua bochecha e logo me despedi.Apertei minhas mãos e fiz uma presse em meu coração, para que eu conseguisse enfrentar isso tudo.Minha noite de sono havia sido péssima, me revirei na cama a noite inteira. Quando me pus de pé, o alarme estava disparando adoidado na cômoda. Sem demora desliguei, e tratei de descer até o andar de baixo. O café da manhã já estava posto na mesa, logo eu me sentei. Estava quase tomando o café, quando Henry surgiu e sentou-se na outra cadeira. - pensei que já havia ido para o trabalho. - ainda tenho tempo. - o fitei. - não quer demonstrar serviço? - não quero que seu amado pai pense que sou um puxa saco. - sorri sem felicidade, ficamos alguns instantes em silêncio. Quando me voltei para ele novamente. - Henry, meu pai é um homem poderoso, extremamente influente! Ele pode acabar com você em segundos se quiser. - ele bebeu mais um pouco de café, e logo me encarou. - por isso mesmo vai ser tão divertido ver ele no chão, junto com toda a escória de sua família. - me empertiguei, sentindo um aperto no coração. - quando você fala isso... Se refere a mim também? - ele não voltou a me
As palavras de Henry ecoaram em minha mente durante muito tempo, eu sabia que ele não me amava. E que tudo isso havia sido falso, mas... Em meu coração eu ainda tinha esperanças. E ao ouvir aquilo daquela forma tão dura, partiu meu coração de várias formas. Ele continuou a ir na empresa de papai durante semanas, a cada dia eu sabia de algo novo. De como ele estava ganhando sua confiança, em como ele estava indo bem. Detestava aquilo, queria poder gritar aos quatros cantos do mundo sobre. Mas eu só tinha Regina para desabar. Naquela tarde em específico, ele chegou em casa um pouco mais cedo. E me encontrou na sala de jantar, eu havia convidado-a para casa. E estávamos falando sobre uma nova decoração. - o que você acha do roxo para os quartos de hóspedes? - ah... Eu gosto da cor, mas é muito forte pra quarto de hóspedes, eu acho que... - olá. - me voltei para ele de imediato, seguida por Regina que se pôs de pé prontamente. Eu engoli em seco. - Regina. - Henry, oi. - ele franziu
Passei algumas horas pensando no que havia acontecido entre mim e Henry naquele quarto, eu obviamente não iria encher minha cabeça com falsas esperanças. Principalmente depois de tantas coisas. Resolvi continuar com os planos de decoração de mudança da casa, quando uma das funcionárias bateu na minha porta. - senhora taho, o senhor taho está falando que chegará em casa às sete para que vocês possam ir a um jantar na casa dos parentes dele. - me levantei de onde estava sentada imediatamente. - ele falou isso? - sim senhora. - me empertiguei, aquela conversa que havíamos tido. Voltou a minha mente. - obrigada... - Eva. - obrigada Eva, pode avisá-lo que estarei pronta. - ela assentiu e de imediato saiu do quarto. Eu fiquei andando em círculos ali durante um bom tempo, Henry havia falado de sua família de uma forma tão ruim. E Cristina também, talvez aquilo fosse mais uma de minhas burradas. Mas... Eu havia pedido por isso, eu deveria encarar. Peguei meu celular, e logo liguei para
Me olhei no retrovisor e me empertiguei, fechei os olhos por alguns instantes. E então sem pensar duas vezes, comecei a limpar o barrão de maquiagem no vestido. Não limparia tudo, mas era melhor do que entrar daquela forma. Henry me encarava com a mão estendida, ao fim ele me fitou. - não mudou nada. - eu segurei sua mão com tanta fúria, que só queria quebrar seus ossos um por um. Ele sorriu cheio de deboche, enquanto segurava minha mão e fechava a porta do carro. - sorria querida, será divertido. - engoli em seco enquanto íamos em direção a mansão. As portas eram gigantescas, estavam bem abertas. E eu só via os funcionários andando de um lado para o outro com bandejas. - isso não é um pouco demais? - ele sorriu ao me ouvir sussurrar. - meus parentes gostam de ser hospitaleiros, ainda mais depois de saberem de quem você é filha. - olhei para ele de esguelha, enfim havíamos adentrado. E de imediato eu percebi que todos realmente eram parentes de Henry. Não demorou muito para ele
Voltamos para casa em absoluto silêncio, Henry não disse uma palavra sequer sobre o que havia acontecido. Nem antes, e nem depois. Mas o fato dele ter ficado tão estranho ao ouvir sobre Emiho, com certeza havia ficado em minha mente. Mandei mensagem para Cristina ainda na outra noite, queria que ela viesse até nossa casa e falasse comigo sobre. Mas aparentemente ela estava ocupada com seu trabalho. O que não me impediu de ter uma péssima noite de sono, apenas pensando em tudo aquilo. Quando me coloquei de pé logo cedo, tratei de descer para tomar meu café. Me surpreendi ao notar que ele ainda estava em casa, desde que havia começado a trabalhar com meu pai. Ele sempre saia muito cedo, e chegava muito tarde. Sentei na mesa de imediato, enquanto os funcionários colocavam a mesa. Me empertiguei, olhando para ele disfarçadamente. - o que achou do jantar? - questionou baixinho, desviei o olhar. - sua família é como qualquer outra. - é mesmo? - pude ver que ele me fitou, eu não fiz o m
Subi as escadas praticamente correndo indo atrás dele. Adentrei em seu quarto, sem sequer bater. Ele estava sentado na poltrona apenas de calças. E tirando seus sapatos, de imediato ele me encarou. - é falta de educação não bater antes de entrar. - o que você disse lá em baixo? - que seu pai me promoveu. - você agora é CEO da empresa dele? - de uma das, querida. - ele ainda estava com aquele maldito sorriso irónico no rosto. Me aproximei furiosa. - você não vai fazer isso. - ele se empertigou na poltrona. - não vou fazer o que exatamente? - não vai entrar na empresa dessa forma! Você não pode ter esse tipo de poder. - ele ergueu uma sobrancelha, e se recostou na poltrona me fitando. - eu já tinha esse poder no dia em que me casei com você Katherine, será que não consegue entender? Eu fui promovido, e serei apresentado essa noite para todos! - eu continuei me aproximando. - se você realmente levar isso pra frente eu... - você vai o que? Agora eu fiquei curioso. - ele se pôs
Henry me encarou da forma mais assustadora e furiosa possível, mas o sorriso vingativo não sumiu de meu rosto. Eu me aproximei dele, e acariciei seu queixo. - vamos marido, temos uma festa para participar. - ele engoliu em seco, eu podia sentir a fúria dele. Sem demora, peguei em seu braço e olhei em direção aos fotógrafos. Que de imediato, começaram a nos fotografar. Eu não parei de sorrir, conforme andávamos, era notável como ele estava se contorcendo para continuar comigo ao seu lado. - você vai se arrepender por isso. - sussurrou quase sem voz, eu ergui uma sobrancelha. - só estou querendo lhe agradar meu amor, não gostou? - ironizei sem piedade, ele me olhou de esguelha. Seguimos em frente, enfim adentrando pelas portas da empresa. Para todo canto haviam investidores, e funcionários que trabalhavam com meu pai há anos. Eu conhecia muitos deles. Lá também haviam fotógrafos, tentando tirar uma casquinha do alto escalão. Uma música lenta e clássica tocava ao fundo, enquanto
A festa continuou por mais algum tempo, um tempo longo até demais. Eu estava exausta, e me sentia extremamente vencida e derrotada. Eu só queria sair dali, ir para casa. Estava ao lado de uma mesa de comes e bebes, olhando para todos que passavam. E só queria sair dali. - cansou da festa? - papai me questionou me dando um beijo na testa. - um pouco, só quero ir pra casa. - você costumava ser mais festiva querida. - convenhamos que esse tipo de festa nunca foi o que eu gostei. - ele sorriu, eu também. - é, você é igual a sua mãe nessa parte. Ela também detestava as festas da empresa. - senti um nó na garganta, e apertei sua mão. Ele se aproximou de mim e me abraçou, eu retribuí de imediato. Pude ver Henry no outro lado do salão, cumprimentando algumas pessoas e me afastei um pouco de meu pai, o olhando nos olhos. - pai o senhor... Conhecia Henry antes de eu o apresentar? - ele me fitou, confuso. - não, eu conhecia alguns taho de outros lugares, mas ele não. Por que essa pergu