Depois de tanta insistência e implorar bastante, meu pai havia deixado eu viajar. Mesmo que eu já fosse adulta o suficiente para isso.
Eu já havia viajado para vários países diferentes, estava buscando inspirações para meu primeiro livro. Meu sonho desde pequena era ser uma escritora, não a mais famosa de todas. Mas queria que as pessoas certas conhecessem meu trabalho. E é claro... Esse sonho estava ao lado da minha vontade de ter uma família um dia.Eu estava sentada em uma lanchonete ao ar livre, sentindo o cheiro das flores que tinham ao meu redor. Enquanto as pessoas iam de lá para cá, a Coreia certamente era um lugar lindíssimo e agitado. Ele era a minha última parada, sempre havia sido um sonho visitar esse lugar tão lindo.Eu usava um sobretudo azul, com uma calça preta. Meus cabelos pretos estavam soltos. Coloquei o copo de café na mesa, e peguei meu caderno de anotações para pôr alguns pensamentos em dia. Quando uma atendente veio até mim, ela começou a falar. mas eu era péssima no idioma.- ah... Em inglês por favor. - disse nervosa, ela me encarou meio confusa.- só um minuto. - acabei derrubando minha mochila ao tentar pegar meu celular, eu com certeza estava passando uma vergonha e tanto.- meu Deus mil desculpas...Já estava pegando o celular, quando um homem se aproximou.Ele era alto, tinha cabelos pretos e um corte social muito bonito. Usava um terno escuro, com um sobretudo cinza. Ele aparentava ter por volta dos 30 anos, eu engoli em seco. O homem era asiático, e falava de forma elegante com a atendente. Ela assentiu, e logo saiu.- meu Deus... Muito obrigada por isso. - ele olhou para mim.- eu nem sei como te agradecer.- talvez me deixando sentar aqui com você. - eu sorri e logo fiz um gesto para que ele sentasse, ele o fez de imediato.- eu meio que sou péssima nisso, só sei algumas coisas.- e olha onde você está. - sorri novamente, um pouco envergonhada.- tuchê! - a atendente voltou minutos depois com mais um café, que logo ele começou a tomar. Eu me sentia muito envergonhada perto dele, talvez por ele ser mais velho. Eu não sabia.- então você vai me falar seu nome? - coloquei o cabelo atrás da orelha.- acha que merece saber meu nome? - questionei dando sorrisinhos.- eu acho o mínimo. - ele tomou mais um gole.- sou Katherine wilborn, é um prazer. - estendi a mão, que logo ele cumprimentou.- Henry taho, o prazer é meu. "Wilborn?" É a filha daquele empresário famoso? - assenti.- meio que sim.- meio?- é que as pessoas sempre falam disso.- bem, me perdoe... Vamos mudar de assunto. - sorri novamente.Passamos muito tempo conversando, e quando me dei conta, ele já estava me acompanhando até meu hotel. Paramos na entrada.- muito obrigada, por tudo.- não há de quê. - ele me encarou por alguns instantes, eu engoli em seco e logo me virei. mas ele segurou minha mão, eu me voltei pra ele de imediato.- esse é meu número, vou esperar pela sua mensagem.Ele me entregou o papel, eu segurei com força.- boa noite. - disse olhando em meus olhos, e logo se virou indo embora.Meu coração disparou segurando aquele número, e rapidamente corri até meu quarto. ****Eu sequer sabia como as coisas haviam acontecido, o que era pra ser apenas uma viagem de dois meses a Coreia, se tornou um namoro com um homem lindo, gentil e cavalheiro. Passamos oito meses namorando, nos conhecendo melhor. Quando Henry, em uma noite em um restaurante, me pediu em em casamento. Eu estava completamente apaixonada por aquele homem, e minha resposta não poderia ser outra. A não ser sim.Eu sequer precisei me preocupar com a papelada do casamento, ele tratou de fazer tudo.Quando voltei para casa, meu pai me encheu de perguntas. Além de ter passado horas conversando com Henry, eu tinha certeza que ele não gostava da minha decisão. Mas eu não me importava, eu estava apaixonada.Eu estava testando vestidos de noiva, quando papai surgiu. Ele era um dos homens mais requisitados sempre, sua fortuna não era a toa.- você está linda. - ele beijou o topo de minha cabeça. Ele era um homem alto, negro, de cabelos castanhos e olhos verdes. Que eu havia puxado.- sua mãe estaria tão emocionada por ver este momento. - senti o coração apertado.- ela deveria estar aqui comigo.- sim, deveria. - o abracei fortemente. Ele me encarou nos olhos.- Katherine, tem certeza disso?- papai eu já falei que o amo!- é muito pouco tempo para amar. - me afastei.- não é assim que funciona, ele é o homem da minha vida. O senhor sabe que nunca tive ninguém antes dele, eu sei que é ele! Confie em mim. - toquei seu rosto gentilmente.- só não quero que se machuque, muitos deles se aproximam de você apenas por seu dinheiro.- com ele não é assim, confie em mim. - disse sem nenhuma dúvida, ele me puxou para um abraço apertado. Eu queria que ele entendesse, Henry era o amor da minha vida.Alguns dias se passaram, tudo estava pronto. Resolvemos nos casar na capela de família wilborn, tudo estava perfeito. Haviam muitos convidados, eu estava na entrada esperando por meu pai. Quando avistei uma jovem de cabelos loiros, vestindo um vestido rosa. Ela era asiática, e parecia ter a minha idade.- Olá, você não me conhece. Mas eu conheço você. - engoli em seco.- Sou Cristina, irmã de Henry. logo estendi a mão para ela.- meu Deus! Ele falou de você, é um prazer conhecê-la. - ela sorriu meio nervosa aparentemente.- sinta-se a vontade, eu estou meio ansiosa com o casamento. - sorri, ela me encarou de uma forma estranha. Eu estava quase dando um passo para frente, quando ela me olhou nos olhos e segurou meu braço.- Katherine, Henry não é a melhor pessoa para se casar com você ele é... - meu coração disparou, ela parecia tão nervosa, em conflito.- me perdoe, eu desejo felicidades a você! E força. - e logo ela sumiu como se não tivesse dito nada, eu fiquei parada ali sem entender nada.Mas logo meu pai surgiu, e adentramos na capela.Estavam todos olhando para mim, mas meus olhos estavam fixos nele. Que estava no altar, olhando para mim com aqueles olhos tão intensos. E de repente, todas as coisas que Cristina disse, sumiram de minha mente.Chegamos ao altar, e segurei a mão de Henry.O reverendo começou a cerimônia, mas eu não ouvia nada. Meus olhos, meus pensamentos e meu coração só se importavam com ele.- Katherine wilborn, você aceita Henry taho como seu marido? - apertei suas mãos, ele sorriu.- eu aceito com todo meu coração.- e você Henry taho, aceita Katherine como sua esposa?Ele esticou o braço e acariciou meu rosto.- eu esperei por esse momento por muito tempo, é claro que aceito. - colocamos as alianças e logo assinamos os papéis, eu sequer li o que estava escrito. Eu sabia que Henry tinha feito tudo certo, meu coração estava acelerado.- eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.Sem demora ele se aproximou, me segurando pela cintura e me beijando fortemente. Quando nos afastamos, ele beijou minha testa.Em nossa festa, eu não parava de sorrir. Enquanto dançavamos abraçados.- mal posso esperar para irmos embora daqui. - ele sussurrou em meu ouvido.- eu também não. - ele apertou minha cintura.- pois bem meu amor, vamos lá. - assenti abobalhada, me despedi de meus parentes. Meu pai ainda me olhava com certa estranheza, mas não havia mais nada que ele pudesse fazer. Procurei por Regina, mas não a vi.Logo rumei até nosso carro, Henry havia alugado uma suíte para nós em um hotel de luxo.Não demoramos muito para chegarmos lá, eu desci do carro de imediato. Enquanto segurava sua mão. Ele não me carregou quando passamos pela porta, mas eu não me importei. Rapidamente corri até a sacada do hotel, e olhei a vista.- meu amor esse lugar é lindo. - ele assentiu fechando a porta.Me voltei para ele de imediato. Ele estava parado ao lado da mesa, pegando um pouco de whisky. Eu sorri. Enquanto tirava o véu do vestido.- que tal começarmos a aproveitar de verdade? - disse maliciosamente.Me aproximei por trás, e toquei sua nuca. Ele segurou minha mão e se virou de frente para mim, lentamente. Meu sorriso se desfez, quando vi seu rosto.- é melhor se afastar de mim. - ele soltou minha mão, meu coração acelerou.- Henry?- você vai descobrir que o que aconteceu ali, foi tudo! Menos um casamento. - comecei a dar para trás, sem acreditar no que estava ouvindo.Fiquei parada naquele canto da sala, olhando para Henry. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, enquanto tentava raciocinar o que havia acabado de ouvir. - amor, se isso for uma brincadeira, não tem graça. Ele não sorriu, ou expressou diversão em seu rosto. Apenas continuou me encarando com aqueles olhos tão cheios de raiva. - pareço estar brincando para você Katherine? - Henry... O que está acontecendo? - ele desabotoou a abotoadura de sua camiseta social, enquanto se aproximava. - o que está acontecendo é que sua família infeliz, e que seu maldito pai! Irão pagar por tudo que fizeram comigo e com minha irmã. - engoli em seco, enquanto apertava as mãos. - mas do que você está falando? - ele apenas me fitou. - foi o que você ouviu. - Henry passou por mim, eu só podia sentir seu ódio. Como se ele exalasse isso. Me voltei para ele novamente, com o coração apertado. - esse casamento foi um golpe, você se casou comigo só por meu dinheiro? - eu não acreditava que poderia ser isso,
Acordei com o despertador berrando em meu ouvido, me sobressaltei, e ao olhar para frente quase tive um ataque. Ao vê-lo segurando o despertador em meu ouvido, para me acordar. - temos uma viagem para fazer lembra? - o encarei incrédula. - que viagem? - estamos casados, temos uma lua de mel. - sorri desacreditada. - você acha mesmo que eu vou querer ir a qualquer lugar com você? Isso não é um casamento, não terá lua de mel! - ele ergueu uma sobrancelha e me fitou. - para todos os efeitos estamos casados, as pessoas precisam pensar que estamos casados! Então... Nós vamos sim à lua de mel. Continuei na cama. - você é idiota se pensa que vou fazer esse jogo. - Henry cruzou os braços e se aproximou mais da cama. - acho que você se esqueceu da conversa que tivemos ontem, deixe-me lembrá-la! Você não tem opção. - disse olhando em meus olhos, eu me empertiguei. - agora trate de vestir uma roupa, suas malas já estão prontas e o motorista está esperando. - sem mais nada a dizer ele sa
Chegamos em nosso quarto e Henry continuava a me encarar com aquela cara, me olhando de cima a baixo. Me voltei para ele cruzando os braços, e o fitando. - o que há? - tire esse vestido. - de modo algum! - ele se empertigou. - faça o que estou mandando Katherine. - eu vou com o vestido e ponto final. - fui até o banheiro com intenção de lavar o rosto, mas quando olhei para porta ele estava parado lá, me encarando. - você é uma mulher casada! É ridículo usar um vestido como esse. - peguei a escova de cabelo que estava na pia do banheiro, e joguei em direção a ele. Que apenas desviou. - se você não me deixar sozinha eu vou jogar aquele vaso na sua cabeça! - e logo tranquei a porta, sem ouvir mais nada do que ele estava falando. Me olhei no espelho, aquele vestido realmente era muito justo e curto. Meus seios estavam quase saltando para fora, e minhas coxas eram grossas demais para ele. Era obviamente um vestido para uma mulher magra, o que eu não era. Talvez ele tivesse razão,
Henry me segurava com força sobre seu ombro, enquanto andava a passos apressados pelo chão de terra. Eu tentava me debater, mas estava muito bêbada para tal. - me coloque no chão! - ele nada disse. Rapidamente chegamos a recepção do hotel, e logo seguimos em direção ao elevador. Mesmo lá dentro ele não me pôs no chão, continuou me prendendo contra si. Eu tinha que admitir que nunca imaginava que Henry era um homem tão forte. Após alguns instantes chegamos a nossa suite, ele adentrou por aquela porta bufando. De imediato ele me pôs no chão e se virou para fechar a porta. Procurei me equilibrar e logo me voltei para ele. - você está ficando louco? Aquela atitude foi totalmente grosseira da sua parte! Eu só estava dançando. - logo tratei de tirar os saltos, ele se voltou para mim. - e como você acha que aquela sua atitude iria repercutir? Você estava dançando com aquele Zé ninguém agarrada a ele! Todos podiam ver. - eu sorri sem felicidade. - eu não precisaria dançar com o "Zé ning
Após muitas horas de voo, chegamos a nossa cidade. Apenas saímos do jato para entrarmos em um táxi, e seguir em direção a um bairro que eu não conhecia. Eu e Henry não havíamos nos falado desde nossa discussão no jato. Tantos minutos após nossa chegada. Paramos em frente a um casarão. Era bonito, havia um pequeno muro. E nenhuma rosa, ou planta. Desci do táxi de imediato e fitei aquele lugar. Sem demora surgiram algumas mulheres, e homens na entrada da casa. - senhor e senhora taho, bem vindos. - a mulher que estava na frente disse, assenti prontamente. Henry apenas passou por mim, e rumamos em direção a casa. A porta de entrada era bem grande e marrom, o interior era branco. Sem cor, ou vida. Era uma enorme sala apenas com alguns sofás, mesas e candelabros para todos os cantos. Me empertiguei vendo aquilo. Henry passou por mim, enquanto os funcionários vinham ao seu encalço. Alguns pararam ao meu lado, e pareceram notar minha tristeza. - é uma decoração modesta, caso a senhor
Minha noite de sono havia sido péssima, me revirei na cama a noite inteira. Quando me pus de pé, o alarme estava disparando adoidado na cômoda. Sem demora desliguei, e tratei de descer até o andar de baixo. O café da manhã já estava posto na mesa, logo eu me sentei. Estava quase tomando o café, quando Henry surgiu e sentou-se na outra cadeira. - pensei que já havia ido para o trabalho. - ainda tenho tempo. - o fitei. - não quer demonstrar serviço? - não quero que seu amado pai pense que sou um puxa saco. - sorri sem felicidade, ficamos alguns instantes em silêncio. Quando me voltei para ele novamente. - Henry, meu pai é um homem poderoso, extremamente influente! Ele pode acabar com você em segundos se quiser. - ele bebeu mais um pouco de café, e logo me encarou. - por isso mesmo vai ser tão divertido ver ele no chão, junto com toda a escória de sua família. - me empertiguei, sentindo um aperto no coração. - quando você fala isso... Se refere a mim também? - ele não voltou a me
As palavras de Henry ecoaram em minha mente durante muito tempo, eu sabia que ele não me amava. E que tudo isso havia sido falso, mas... Em meu coração eu ainda tinha esperanças. E ao ouvir aquilo daquela forma tão dura, partiu meu coração de várias formas. Ele continuou a ir na empresa de papai durante semanas, a cada dia eu sabia de algo novo. De como ele estava ganhando sua confiança, em como ele estava indo bem. Detestava aquilo, queria poder gritar aos quatros cantos do mundo sobre. Mas eu só tinha Regina para desabar. Naquela tarde em específico, ele chegou em casa um pouco mais cedo. E me encontrou na sala de jantar, eu havia convidado-a para casa. E estávamos falando sobre uma nova decoração. - o que você acha do roxo para os quartos de hóspedes? - ah... Eu gosto da cor, mas é muito forte pra quarto de hóspedes, eu acho que... - olá. - me voltei para ele de imediato, seguida por Regina que se pôs de pé prontamente. Eu engoli em seco. - Regina. - Henry, oi. - ele franziu
Passei algumas horas pensando no que havia acontecido entre mim e Henry naquele quarto, eu obviamente não iria encher minha cabeça com falsas esperanças. Principalmente depois de tantas coisas. Resolvi continuar com os planos de decoração de mudança da casa, quando uma das funcionárias bateu na minha porta. - senhora taho, o senhor taho está falando que chegará em casa às sete para que vocês possam ir a um jantar na casa dos parentes dele. - me levantei de onde estava sentada imediatamente. - ele falou isso? - sim senhora. - me empertiguei, aquela conversa que havíamos tido. Voltou a minha mente. - obrigada... - Eva. - obrigada Eva, pode avisá-lo que estarei pronta. - ela assentiu e de imediato saiu do quarto. Eu fiquei andando em círculos ali durante um bom tempo, Henry havia falado de sua família de uma forma tão ruim. E Cristina também, talvez aquilo fosse mais uma de minhas burradas. Mas... Eu havia pedido por isso, eu deveria encarar. Peguei meu celular, e logo liguei para