Acordei com o despertador berrando em meu ouvido, me sobressaltei, e ao olhar para frente quase tive um ataque. Ao vê-lo segurando o despertador em meu ouvido, para me acordar.
- temos uma viagem para fazer lembra? - o encarei incrédula.- que viagem?- estamos casados, temos uma lua de mel. - sorri desacreditada.- você acha mesmo que eu vou querer ir a qualquer lugar com você? Isso não é um casamento, não terá lua de mel! - ele ergueu uma sobrancelha e me fitou.- para todos os efeitos estamos casados, as pessoas precisam pensar que estamos casados! Então... Nós vamos sim à lua de mel.Continuei na cama.- você é idiota se pensa que vou fazer esse jogo. - Henry cruzou os braços e se aproximou mais da cama.- acho que você se esqueceu da conversa que tivemos ontem, deixe-me lembrá-la! Você não tem opção. - disse olhando em meus olhos, eu me empertiguei.- agora trate de vestir uma roupa, suas malas já estão prontas e o motorista está esperando. - sem mais nada a dizer ele saiu do quarto, me deixando furiosa e de mãos atadas.Fiz questão de tomar um banho muito longo, e demorar bastante para me vestir. Ao fim, coloquei apenas um vestido preto simples e deixei os cabelos soltos. Ele me fitou de cima a baixo, e respirou fundo.- você só prejudica a si mesma nesse jogo. - ele sequer fez questão de abrir a porta para mim, e saiu bufando de raiva. Eu o segui de imediato.Demoramos meia hora para chegar até o jatinho que nos levaria até Cancun, eu não conseguia acreditar que estava indo para minha lua de mel dos sonhos, ao lado de um homem que me odiava.Após muitas horas de voo, chegamos ao nosso destino.Ele fez questão de segurar minha mão, enquanto íamos até o hotel.Logo fizemos o check-in e fomos até o elevador.- poderia mudar essa cara?- é impossível!- talvez você deva lembrar que estamos em lua de mel.Voltei a rir sem felicidade.- você treinou para ser tão cínico assim? - pude ver uma risada de deboche em seu rosto, eu só quis poder saltar nele novamente.Enfim chegamos ao nosso quarto, para meu azar só tinha uma cama. Mas era grande o suficiente.- por que pediu um quarto com apenas uma cama?- somos marido e mulher, geralmente dormimos na mesma cama. - bufei enquanto ia até a sacada. O sol quente e a brisa do mar, beijaram meu rosto. Eu respirei fundo, tentando esquecer por um minuto tudo aquilo.Fui em direção a porta, mas ele me barrou antes que eu pudesse sair.- o que pensa que está fazendo?- vou até o mar.- não sozinha, deixe eu me trocar. - neguei de imediato.- eu quero distância de você, é por isso que estou indo! Ficou claro? - ele ergueu uma sobrancelha e logo me deu passagem.- fique à vontade. - sai de imediato, aquele homem parecia sugar todo o ar para si.Sem demora cheguei até a praia, olhei para aquela imensidão de mar. E fiquei mais triste ao lembrar de todos os planos que eu tinha feito até ali.- Kat? - me virei rapidamente ao reconhecer uma voz familiar, sorri ao reconhecer uma velha amiga de infância.- Mia! - ela se aproximou me abraçando fortemente.Mia era alta, tinha belas curvas, cabelos cacheados cheios, olhos castanhos e pele negra. Ela estava usando um biquíni azul que a valorizava muito.- eu soube que você se casou! Me desculpe não ter podido ir, eu também estava em lua de mel. - meu coração disparou.- é verdade, você se casou! Seu marido está aqui? - ela sorriu.- está surfando, nós tínhamos que sair um pouco do quarto não é? - eu sorri, mas ouvir aquilo me deixava tão mal.Ela olhou para todos os cantos.- e seu marido? Eu quero conhecê-lo. - engoli em seco.- ele está lá em cima, não quis descer comigo, nós... Acabamos de chegar. - ela sorriu segurando minhas mãos.- como está indo os primeiros dias? - ela me olhava com tanto entusiasmo, eu senti um nó na garganta.- até agora está tudo ótimo! Ele... Ele é... Maravilhoso. - ela me puxou para um abraço apertado me parabenizando, eu me sentia péssima por estar mentindo daquela forma.- tive uma ideia! Que tal se vocês fossem até a festa que vai ter hoje a noite? Eu e o Will vamos. - eu engoli em seco.- ah... Não acho que vai dar...- querida, aí está você. - ele se aproximou, Mia se voltou para ele de imediato. Eu queria que uma onde viesse e o pegasse.- então você é o famoso Henry? - eu me empertiguei, ele sorriu de uma forma tão cínica. Como ele conseguia atuar tão bem?- sou eu sim, é um prazer conhecê-la... ?- Mia, o prazer é meu. - os dois se cumprimentaram, logo ele se pôs ao meu lado e me segurou pela cintura me deixando desconfortável.- do que falavam?- nada demais...- eu estava convidando vocês dois para a festa que vai ter hoje a noite. Quase todos os dias eles dão essas festas aqui, é muito legal! Tem karaoke. E como estamos todos aqui em lua de mel, pensei que podíamos fazer uma coisa de casal sabe? - ele sorriu.- claro, vai ser um prazer ir.Tentei apertar seu braço, mas ele não deixou. Mia franziu o cenho.- tudo bem, lá vem meu marido! Vamos dar uma volta? - Henry assentiu ainda me segurando.- vai ser um prazer. - e logo fomos ao encontro de Will.Passamos algum tempo nadando com Mia, aquilo me ajudava a esquecer um pouco minha mais nova situação. Resolvemos parar um pouco e sentar na praia.- amor, passa protetor nas minhas costas? - ela questionou para Will, que logo se sentou atrás dela beijando sua nuca.- claro querida. - eles riram juntos, enquanto ele passava o protetor. Eu olhava para aquilo, e sentia um nó na garganta.- acho que você também deveria passar protetor querida. - ele sussurrou em meu ouvido, me empertiguei ao vê-lo ao meu lado.- não quero.- mas vai passar. - logo ele sentou atrás de mim na cadeira e tirou meu cabelo da frente, enquanto massageava minha pele, com suas mãos passando o protetor lentamente. Eu tentava lembrar que queria odiá-lo, mas cada toque de suas mãos em minhas costas me causava arrepios fora do normal.- prontinho. - sussurrou ao meu ouvido, eu estremeci.- vem, vamos nadar. - Mia me puxou para o mar novamente.Estava quase ao entardecer, quando ela se aproximou após muito banho.- você trouxe roupas pra calor?- tipo quais?- shorts, vestidos, regatas? - engoli em seco.- pouca coisa. - ela revirou os olhos.- você sendo você! - ela me puxou pela mão.- homens vamos dar uma voltinha, não sintam nossa falta! - disse enquanto íamos em direção às lojas.Lá dentro Mia começou a pegar um monte de roupas ousadas para mim. Eu quase perdi o fôlego quando me olhei no espelho com aquele vestido tão justo.- é esse que você deve usar na festa.- o que? Tá louca! Nem pensar. - ela sorriu.- por favor amiga, ele tá perfeito. - eu tentei abaixar.- meu corpo não é para esse tipo de vestido Mia. - ela negou de imediato.- amiga seu corpo é perfeito, esse vestido marca os lugares certos! Confia em mim. Desde quando você é insegura com seu corpo assim? - eu sorri enquanto ela me encorajava.- e sabe de mais? Eu tenho certeza que o Henry vai adorar. - e logo ela saiu da cabine. Continuei a me olhar no espelho durante mais um tempo, até que decidi sair e comprar ele.Saímos da loja cheias de sacola, e eu me sentia estranha andando com aquele vestido. Logo avistamos eles. Ao me ver, Henry franziu o cenho, me olhando de cima baixo.- o que você me diz Henry? Gostosa não é! - ele engoliu em seco.- claro, ela está linda. - ele estava se forçando a dizer aquilo.- disse a ela que deveria usar na festa, Enfim... Vemos vocês lá! Até mais. - nos despedimos deles e fomos até o elevador. Logo as portas se fecharam.- de modo algum você vai usar esse vestido hoje. - o encarei.- o que tem de errado com ele?Ele voltou a me encarar.- você não vai usar ele. - novamente ele voltou a me ignorar, eu ergui uma sobrancelha.- quer saber? Eu amei esse vestido. - ele se voltou para mim com intensidade.- você não irá sair do quarto vestida nisso. - sorri olhando para ele.- é o que veremos. - e logo o elevador parou, e eu saí com ele ao meu encalço.Chegamos em nosso quarto e Henry continuava a me encarar com aquela cara, me olhando de cima a baixo. Me voltei para ele cruzando os braços, e o fitando. - o que há? - tire esse vestido. - de modo algum! - ele se empertigou. - faça o que estou mandando Katherine. - eu vou com o vestido e ponto final. - fui até o banheiro com intenção de lavar o rosto, mas quando olhei para porta ele estava parado lá, me encarando. - você é uma mulher casada! É ridículo usar um vestido como esse. - peguei a escova de cabelo que estava na pia do banheiro, e joguei em direção a ele. Que apenas desviou. - se você não me deixar sozinha eu vou jogar aquele vaso na sua cabeça! - e logo tranquei a porta, sem ouvir mais nada do que ele estava falando. Me olhei no espelho, aquele vestido realmente era muito justo e curto. Meus seios estavam quase saltando para fora, e minhas coxas eram grossas demais para ele. Era obviamente um vestido para uma mulher magra, o que eu não era. Talvez ele tivesse razão,
Henry me segurava com força sobre seu ombro, enquanto andava a passos apressados pelo chão de terra. Eu tentava me debater, mas estava muito bêbada para tal. - me coloque no chão! - ele nada disse. Rapidamente chegamos a recepção do hotel, e logo seguimos em direção ao elevador. Mesmo lá dentro ele não me pôs no chão, continuou me prendendo contra si. Eu tinha que admitir que nunca imaginava que Henry era um homem tão forte. Após alguns instantes chegamos a nossa suite, ele adentrou por aquela porta bufando. De imediato ele me pôs no chão e se virou para fechar a porta. Procurei me equilibrar e logo me voltei para ele. - você está ficando louco? Aquela atitude foi totalmente grosseira da sua parte! Eu só estava dançando. - logo tratei de tirar os saltos, ele se voltou para mim. - e como você acha que aquela sua atitude iria repercutir? Você estava dançando com aquele Zé ninguém agarrada a ele! Todos podiam ver. - eu sorri sem felicidade. - eu não precisaria dançar com o "Zé ning
Após muitas horas de voo, chegamos a nossa cidade. Apenas saímos do jato para entrarmos em um táxi, e seguir em direção a um bairro que eu não conhecia. Eu e Henry não havíamos nos falado desde nossa discussão no jato. Tantos minutos após nossa chegada. Paramos em frente a um casarão. Era bonito, havia um pequeno muro. E nenhuma rosa, ou planta. Desci do táxi de imediato e fitei aquele lugar. Sem demora surgiram algumas mulheres, e homens na entrada da casa. - senhor e senhora taho, bem vindos. - a mulher que estava na frente disse, assenti prontamente. Henry apenas passou por mim, e rumamos em direção a casa. A porta de entrada era bem grande e marrom, o interior era branco. Sem cor, ou vida. Era uma enorme sala apenas com alguns sofás, mesas e candelabros para todos os cantos. Me empertiguei vendo aquilo. Henry passou por mim, enquanto os funcionários vinham ao seu encalço. Alguns pararam ao meu lado, e pareceram notar minha tristeza. - é uma decoração modesta, caso a senhor
Minha noite de sono havia sido péssima, me revirei na cama a noite inteira. Quando me pus de pé, o alarme estava disparando adoidado na cômoda. Sem demora desliguei, e tratei de descer até o andar de baixo. O café da manhã já estava posto na mesa, logo eu me sentei. Estava quase tomando o café, quando Henry surgiu e sentou-se na outra cadeira. - pensei que já havia ido para o trabalho. - ainda tenho tempo. - o fitei. - não quer demonstrar serviço? - não quero que seu amado pai pense que sou um puxa saco. - sorri sem felicidade, ficamos alguns instantes em silêncio. Quando me voltei para ele novamente. - Henry, meu pai é um homem poderoso, extremamente influente! Ele pode acabar com você em segundos se quiser. - ele bebeu mais um pouco de café, e logo me encarou. - por isso mesmo vai ser tão divertido ver ele no chão, junto com toda a escória de sua família. - me empertiguei, sentindo um aperto no coração. - quando você fala isso... Se refere a mim também? - ele não voltou a me
As palavras de Henry ecoaram em minha mente durante muito tempo, eu sabia que ele não me amava. E que tudo isso havia sido falso, mas... Em meu coração eu ainda tinha esperanças. E ao ouvir aquilo daquela forma tão dura, partiu meu coração de várias formas. Ele continuou a ir na empresa de papai durante semanas, a cada dia eu sabia de algo novo. De como ele estava ganhando sua confiança, em como ele estava indo bem. Detestava aquilo, queria poder gritar aos quatros cantos do mundo sobre. Mas eu só tinha Regina para desabar. Naquela tarde em específico, ele chegou em casa um pouco mais cedo. E me encontrou na sala de jantar, eu havia convidado-a para casa. E estávamos falando sobre uma nova decoração. - o que você acha do roxo para os quartos de hóspedes? - ah... Eu gosto da cor, mas é muito forte pra quarto de hóspedes, eu acho que... - olá. - me voltei para ele de imediato, seguida por Regina que se pôs de pé prontamente. Eu engoli em seco. - Regina. - Henry, oi. - ele franziu
Passei algumas horas pensando no que havia acontecido entre mim e Henry naquele quarto, eu obviamente não iria encher minha cabeça com falsas esperanças. Principalmente depois de tantas coisas. Resolvi continuar com os planos de decoração de mudança da casa, quando uma das funcionárias bateu na minha porta. - senhora taho, o senhor taho está falando que chegará em casa às sete para que vocês possam ir a um jantar na casa dos parentes dele. - me levantei de onde estava sentada imediatamente. - ele falou isso? - sim senhora. - me empertiguei, aquela conversa que havíamos tido. Voltou a minha mente. - obrigada... - Eva. - obrigada Eva, pode avisá-lo que estarei pronta. - ela assentiu e de imediato saiu do quarto. Eu fiquei andando em círculos ali durante um bom tempo, Henry havia falado de sua família de uma forma tão ruim. E Cristina também, talvez aquilo fosse mais uma de minhas burradas. Mas... Eu havia pedido por isso, eu deveria encarar. Peguei meu celular, e logo liguei para
Me olhei no retrovisor e me empertiguei, fechei os olhos por alguns instantes. E então sem pensar duas vezes, comecei a limpar o barrão de maquiagem no vestido. Não limparia tudo, mas era melhor do que entrar daquela forma. Henry me encarava com a mão estendida, ao fim ele me fitou. - não mudou nada. - eu segurei sua mão com tanta fúria, que só queria quebrar seus ossos um por um. Ele sorriu cheio de deboche, enquanto segurava minha mão e fechava a porta do carro. - sorria querida, será divertido. - engoli em seco enquanto íamos em direção a mansão. As portas eram gigantescas, estavam bem abertas. E eu só via os funcionários andando de um lado para o outro com bandejas. - isso não é um pouco demais? - ele sorriu ao me ouvir sussurrar. - meus parentes gostam de ser hospitaleiros, ainda mais depois de saberem de quem você é filha. - olhei para ele de esguelha, enfim havíamos adentrado. E de imediato eu percebi que todos realmente eram parentes de Henry. Não demorou muito para ele
Voltamos para casa em absoluto silêncio, Henry não disse uma palavra sequer sobre o que havia acontecido. Nem antes, e nem depois. Mas o fato dele ter ficado tão estranho ao ouvir sobre Emiho, com certeza havia ficado em minha mente. Mandei mensagem para Cristina ainda na outra noite, queria que ela viesse até nossa casa e falasse comigo sobre. Mas aparentemente ela estava ocupada com seu trabalho. O que não me impediu de ter uma péssima noite de sono, apenas pensando em tudo aquilo. Quando me coloquei de pé logo cedo, tratei de descer para tomar meu café. Me surpreendi ao notar que ele ainda estava em casa, desde que havia começado a trabalhar com meu pai. Ele sempre saia muito cedo, e chegava muito tarde. Sentei na mesa de imediato, enquanto os funcionários colocavam a mesa. Me empertiguei, olhando para ele disfarçadamente. - o que achou do jantar? - questionou baixinho, desviei o olhar. - sua família é como qualquer outra. - é mesmo? - pude ver que ele me fitou, eu não fiz o m