Vingança

VingançaPT

Realista
ABDENAL CARVALHO  concluído
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Resumo
Índice

VINGANÇA é a história uma adolescente que se vê forçada a cometer um crime enquanto tenta salvar sua mãe das garras um terrível agressor, e desde então sua trajetória de vida passa a ser feita apenas de dor, sofrimento e perseguição, até conhecer um homem que por amor decide ajudá-la a encontrar paz, liberdade e total felicidade

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Capítulo 1 - Infância
Era uma manhã fria de inverno, quando ouviu-se bater à porta. Adelaide, uma mulher com mais de quarenta anos, visivelmente sofrida na aparência desgastada pelo tempo, devido a vida difícil que levava ao lado do esposo viciado em drogas e de quem constantemente sofria agressões, abriu a porta, deparando-se com um pequeno cesto e nele uma linda criança envolvida em lençóis rotos e sujos. O choro daquela minúscula vida comoveu-lhe a alma, enchendo seu coração angustiado de alegria, pois trazia em si o desejo de ser mãe.  O que infelizmente nunca lhe foi possível alcançar, devido um aborto involuntário sofrido após ter sido barbaramente espancada pelo companheiro. Sem refletir bem sobre que decisão tomar naquele momento, levou a criança para o interior da casa e providenciou-lhe um banho, envolvendo-a em lençóis limpos para mantê-la aquecida.  Porém, a fome que atormentava a pequena menina de pele clara e olhos azuis lhe fazia chorar incansavelmente, o que desp
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Capítulo 2 - Fugitiva
O caminho que seguiu após o bárbaro crime cometido contra o pai adotivo dentro de sua própria casa, ao tentar evitar que ele continuasse a espancar violentamente sua mãe era incerto. A menina fugiu pela floresta sem rumo. Durante a fuga perguntava-se sobre o que teria de fato acontecido com Damásio, indagava em seus pensamentos se ele estaria mesmo morto ou sobrevivido ao esfaqueamento no peito.  A densa floresta que seguiu depois de deixar a estrada por onde esteve caminhando por várias horas, para evitar que fosse facilmente localizada por aqueles que porventura viessem ao seu encalço., era escura e fria, apesar de ainda ser dia e o sol está com seus raios a queimar a pele.  Era um caminhar como se estivesse andando às cegas, tanto pela escuridão que se formava a cada passo dado para o interior da mata, como pelo fato de desconhecer inteiramente o lugar.  Só era possível ouvir o cântico dos insetos e de corujas que ali era noite permanente, parecia que nunca
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Capítulo 3 - O Prostíbulo
Depois daquela densa floresta havia um pequeno vilarejo, onde habitavam pessoas de má índole que sua mãe sempre advertida para que se mantivesse distante. Eram prostíbulos, onde viviam homens e mulheres escravizados pelo álcool e na prostituição. Mas não tinha outra solução que não fosse a de ir lá e tentar conseguir alguma ajuda, afinal, estava faminta, suja e precisando descansar da longa jornada. A casa vista ao longe era diferente das que costumava ver nas vezes que esteve na cidade, totalmente feita de madeira, com um salão amplo cheio de mesas e cadeiras, além de um enorme balcão. Por detrás a prateleira cheia de muitas garrafas de bebidas fortes. A casa estava estranhamente vazia e sem nenhuma pessoa por perto. A porta era bem larga e estava aberta, a passos lentos e cautelosos entrou no lugar bem iluminado por lampiões, um tipo de lâmpadas caseiras, que funcionava a base de gás, geralmente usado nos locais onde não há energia elétrica. Destemida passou a anda
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Capítulo 4 - Uma Nova Amiga
Na manhã seguinte chegou no bordel uma nova meretriz, seu nome era Rute. Jovem, linda e bastante delicada, veio da capital a convite da Madame na pretensão de animar o recinto e fazer novos espetáculos, visto que era uma cantora das melhores boates paraenses. Ao ver a adolescente num dos quartos da casa, quando passava aos aposentos que lhe foi reservado.  Admirou-se do fato de uma criança estar ali e indagou para aquela que a acompanhava se a menina era filha da patroa. Sabendo de imediato que se tratava de uma desvalida que apareceu por lá de repente, sendo acolhida pela dona do ambiente. Segundo a informação recebida, ela estaria cuidando da garota até que aparecesse algum familiar, mas como uma experiente mulher na vida noturna dos prostíbulos.  Rute percebeu de imediato a verdadeira intenção da dona do ambiente para com a pobre infeliz, principalmente porque ela mesma foi vítima de situação semelhante, quando foi obrigada a viver num orfanato e sem par
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Capítulo 5 - A Perseguição
Na manhã seguinte tomou as devidas providências de localizar os currais dos animais, como lhe havia solicitado a amiga, afim de que as duas pudessem encontrarem-se logo mais na madrugada. Tendo feito isso e escolhido o local exato onde deveria estar no momento da fuga o ideal agora seria voltar para a casa e aguardar a hora adequada para se evadir dali sem que ninguém percebesse e ocultar-se até que Rute fosse ao seu encontro.  Entretanto, a asquerosa Noêmia estava atenta aos movimentos da menina e achou estranho seu interesse em andar próximo as cocheiras onde eram guardados os cavalos. Ainda na casa, ela permaneceu na cozinha, ajudando Rosa a preparar os alimentos para o almoço da mesma forma fez no início da noite durante o jantar. Neste interim, Rute limitou-se a não ter qualquer contato com a garota para não levantar qualquer suspeita em relação ao plano traçado pelas duas.  Era meia noite de sábado e o prostíbulo como sempre se encontrava lotado de pe
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Capítulo 6 - A Morte de Rute
Na manhã seguinte partiram na esperança de chegarem ao destino antes do meio dia, porém João Miro mudou os planos e alertou as duas passageiras que deveria antes entregar a carga que transportava no caminhão numa fazenda próxima e somente depois prosseguiriam viagem. Sem desconfiar das más intenções do infame traidor concordaram plenamente com a decisão do motorista, afinal, já teria sido uma grande gentileza dar-lhes carona sem nada pedi em troca. Na verdade, mal sabiam o que planejavam seus inimigos. Chegando a tal fazenda, foram recebidos por vários homens, todos muito bem armados, e levados para dentro de uma casa grande e luxuosa. Às mulheres ficaram desconfiadas da maneira como se deu a recepção, pois o que sabiam era de estarem ali para deixar uma carga.  E não para serem recebidas daquela forma. Nas dependências do imenso casarão existiam diversos móveis feitos em madeiras de lei, tudo de primeiríssima qualidade e bem lustrados. No teto, forrado de gesso
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Capítulo 7 - O Plano
Depois do terrível episódio, onde foi obrigada a presenciar a covarde morte de sua única amiga e após alguns dias de tolerância dada por Santiago para restabelecer-se do que passou lhe foi dada a permissão para andar livremente pela casa sem uma vigilância muito ortodoxa. No entanto, sob o olhar atento da mulher com aparência de homem que seguia seus passos de longe, sem sufocá-la.  Um semblante triste pairava no seu rosto e o olhar sem brilho ou qualquer emoção deixava claro para quem a observasse que interiormente estava apagada. Como uma morta viva, faltava-lhe motivações para sentir prazer em viver. Por muitos meses foi abusada sexualmente pelo insensível Coronel, que tinha nas mãos o poder de fazer o que bem entendesse, visto que era um homem extremamente rico e ninguém seria estúpido para contradizer suas decisões. Seu filho mais novo, Carlos Eduardo, gerado num dos vários relacionamentos desfeitos era diferente do pai, mas sua covardia o impedia de contra
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Capítulo 8 - Fugitivos
Naquela mesma noite os dois encontraram-se naquele local da propriedade, exatamente como haviam combinado, na hora que acontecia o jantar dos funcionários da fazenda. Como a casa era espaçosa e cheia de cômodos era fácil se ocultar nela sem que alguém percebesse sua ausência, além do que era costume não descer a qualquer uma das salas se o Coronel estivesse viajando a negócios e seus observadores relaxavam na vigilância. Acreditavam que sendo noite a menina não ousaria tentar fugir naquela escuridão sem conhecer bem a região. Aquele era o momento exato para tentar uma fuga, contando com a parceria de Carlos Eduardo que mesmo acovardado seria de grande valia, pois cresceu naquelas terras e as conhecia muito bem. Mostrando-se competente, o medroso rapaz providenciou duas montarias para escaparem, que se encontravam escondidos a pelo menos um quilômetro de onde estavam. Após ter certeza de que o caminho estaria realmente livre para seguirem viagem, partiram o mais breve
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Capítulo 9 - A Morte de Eduardo
epois de serem apreendidos pelos policiais corruptos a delegacia em Castanhal e entregues a seus inimigos os dois amigos foram levados de volta à fazenda de onde fugiram dias antes. Enquanto ela foi trancafiada no seu quarto sob forte vigilância, Carlos Eduardo foi grandemente espancado por ordens de Santiago e em seguida lançado num porão escuro e cheio de ratos, amarrado pés e mãos, para que morresse aos poucos, sem alimentar-se e contaminado com as doenças transmitidas pelos roedores.  Durante vários dias Walquíria permaneceu presa dentro de seus aposentos sem receber qualquer visita, nem mesmo do Coronel, para que pudesse ter notícias do amigo. Sua alimentação lhe era entregue por uma pequena passagem localizada por baixo da porta e ao gritar para que alguém a ouvisse e lhe prestasse ajuda, a resposta era um total silêncio. Ouvia passos no corredor, mas pareciam ser de fantasmas que nunca respondiam a seus clamores, as janelas fechadas e o teto forrado de ge
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Capítulo 10 - Uma Nova Esperança
Amanheceu e percebia-se um grande alvoroço na fazenda, com os empregados correndo de um lado para o outro, matavam-se bezerros, organizava-se a casa, espalhavam-se muitas mesas e cadeiras por todo o grande terreiro da propriedade, bebidas, muitas frutas e comidas diversas eram preparadas na espaçosa cozinha... Ela apenas observava tudo por trás do vidro escuro da janela do quarto de horrores onde vivia trancada como um animal enjaulado, aguardando o dia da matança. Completava naquele domingo de primavera mais um ano de vida, aqueles preparativos eram para a festa que aconteceria em sua homenagem.  Cinicamente o Coronel decidiu comemorar seus dezesseis anos e trazer vários de seus convidados para conhecer aquela que dizia ser sua “sobrinha”, filha de uma irmã distante. Mentira que era confirmada pelos subalternos, que não correriam o risco de perder a vida caso falassem o contrário. Somente os amigos mais próximos dele, igualmente pedófilos, sabiam a verdade. Por
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