Sabrina estava sentada à mesa, tomando café, quando a porta da frente se abriu, e uma figura familiar entrou.
— Henrique! — exclamou Sabrina, levantando-se. — O que faz aqui tão cedo? Henrique Menezes, aos 30 anos, era um homem alto, cerca de 1,80 m, com cabelos loiros bem cortados e olhos azuis intensos. Sua aparência jovem e bem cuidada contrastava com sua postura séria e reservada. O rosto anguloso e a barba sempre aparada davam a ele um ar de sofisticação, e ele se vestia de maneira impecável, com camisas sociais ajustadas e ternos elegantes. Henrique é o diretor jurídico da empresa. Ele trabalha diretamente com Vinícius Albuquerque, sendo responsável por toda a estratégia legal da corporação. Além disso, é amigo pessoal de Vinícius, o que torna sua relação com a empresa ainda mais sólida. — Quem é ela? — perguntou ele, claramente confuso. Sabrina deu um sorriso contido. — Esta é Clara... a esposa de Vinícius. Henrique ficou parado por um momento, depois soltou uma risada nervosa. — Esposa? — repetiu ele, incrédulo. — Desde quando Vinícius é casado? Ele nunca mencionou isso. Clara tentou manter a compostura, mas o desconforto era evidente. A pressão da situação a fazia sentir um nó na garganta. — Nos casamos recentemente. Vinícius quis manter tudo em segredo por um tempo — explicou Clara, sua voz um pouco hesitante. Henrique ainda parecia perplexo, mas suspirou, como se estivesse tentando absorver as informações. — Bom, não vim aqui para discutir sobre casamentos — disse ele, com um tom mais sério. — Vim para dizer que encontramos Vinícius. Ele está se recuperando em um hospital na cidade de Novo Horizonte. Ele voltará em alguns dias. O impacto da notícia fez com que o silêncio caísse na sala. Clara arregalou os olhos, um alívio misturado com uma onda de ansiedade. — Ele está... bem? — Clara conseguiu perguntar, a voz embargada. — Sim, ele está bom — respondeu Henrique. — Mas precisaremos de mais detalhes quando ele chegar. Clara respirou fundo, sentindo o peso das emoções transbordarem. A ansiedade e a esperança estavam em conflito dentro dela. Assim que Henrique saiu, Suzana pegou o telefone com rapidez. Sua expressão estava tensa. — Leonardo, preciso que venha até aqui. Agora — disse ela, a voz afiada. Pouco tempo depois, Leonardo chegou à mansão com uma expressão de impaciência. Leonardo Albuquerque, com 28 anos, era um homem de porte atlético e bem cuidado. Seus cabelos escuros e ondulados, combinados com olhos expressivos e uma barba sempre bem aparada, davam a ele uma aparência marcante e sedutora. Ele tinha cerca de 1,80 m de altura e uma presença forte, que costumava atrair atenção. Leonardo era extrovertido e carismático, usando seu charme natural para manipular situações a seu favor. — O que houve agora? — perguntou ele. Suzana deu um longo suspiro antes de falar. — Vinícius foi encontrado. Está voltando para casa em breve, ele está se recuperando. Leonardo ficou visivelmente tenso, franzindo o cenho. — Como assim, encontrado? — perguntou ele, desconfiado. — Achei que... — O plano mudou, Leonardo — cortou Suzana, sua voz dura. — Henrique já sabe sobre o casamento. Não temos como esconder Clara. Leonardo esfregou o rosto com as mãos, claramente frustrado. — E como Henrique descobriu? — perguntou, a voz mais alta agora. — Ele veio aqui hoje. Viu Clara e ficou surpreso quando soube que ela era a esposa de Vinícius — explicou Suzana. Leonardo balançou a cabeça, tentando processar a situação. — E agora o que fazemos? — perguntou, tentando controlar a raiva. — Precisamos conversar com Clara — disse Suzana, decidida. — Vinícius vai querer respostas. E precisamos que ela siga o plano. Leonardo suspirou pesadamente, com um olhar preocupado. — Muito bem. Vamos resolver isso agora. Enquanto isso, Clara estava sentada em seu quarto, o corpo exausto e a mente confusa. A notícia de que Vinícius estava vivo era um alívio, mas o peso das mentiras a fazia sentir-se sufocada. O que havia de errado com essa família? Por que tanto segredo? Deitada na cama, Clara tentava dormir, mas sua mente estava a mil. Pensava no acidente de Vinícius, nas palavras vagas de Suzana, e algo dentro dela gritava que havia mais nessa história. Seu coração disparou com a incerteza do que estava por vir. Pouco depois, Clara foi chamada ao escritório. Quando entrou, viu Leonardo parado ao lado da janela. Sem hesitar, correu até ele e o abraçou. — Vinícius! — exclamou Clara, com lágrimas nos olhos. — Achei que nunca mais te veria! Leonardo permaneceu rígido, o peso da mentira o esmagando. Ele queria dizer que estava ali, que Vinícius voltaria, mas o peso das palavras parecia uma rocha em sua garganta. — Clara... — ele começou, hesitante. Ela se afastou ligeiramente, sem entender o motivo do tom. — O que foi? Você está bem? — Clara perguntou, a voz preocupada. Leonardo respirou fundo e soltou as palavras de uma vez. — Eu... eu não sou Vinícius. Clara recuou, o choque tomando conta de seu rosto. — Como assim? — ela perguntou, a voz trêmula. — Claro que é! Nós nos casamos. Você é Vinícius! Suzana, que estava do outro lado da sala, interveio com sua voz fria. — Clara, precisamos ser diretas com você agora. Leonardo se casou com você usando o nome de Vinícius. Clara balançou a cabeça, sem conseguir processar o que estava ouvindo. — Isso não faz sentido... — ela murmurou, desesperada. — Por quê? Por que mentiram para mim? Leonardo tentou se aproximar, sua voz suavizando. — Clara, eu me casei com você porque queria. Mas as circunstâncias... — ele olhou brevemente para Suzana. — Foram mais complicadas do que você pode imaginar. — Complicadas? — Clara repetiu, em tom de incredulidade. — Meu casamento foi uma mentira? Tudo o que passamos foi uma farsa? Leonardo balançou a cabeça, lutando para encontrar as palavras certas. — Não foi uma mentira para mim. Eu... eu queria isso com você, mas agora, com Vinícius voltando... — Ele fez uma pausa, tentando medir suas palavras. — Precisamos pensar em como lidar com essa situação. Clara deu um passo para trás, as lágrimas escorrendo livremente agora. — Não posso acreditar nisso... — ela murmurou. — E o que vai acontecer agora? Vocês acham que posso simplesmente fingir que nada disso aconteceu? Suzana, sempre prática, interveio novamente. — Clara, entenda uma coisa. Vinícius não pode descobrir essa farsa. Se ele souber... não vai hesitar em acabar com você e sua família. Clara olhou de Suzana para Leonardo, tentando absorver tudo. Sua mente estava um caos. — Minha família? — Clara sussurrou, o pânico começando a tomar conta. Leonardo deu um passo à frente, tentando tranquilizá-la. — Não é isso que queremos, Clara. Mas precisamos que você colabore. Eu juro, não queremos que nada aconteça à sua família. Clara respirou fundo, sentindo-se encurralada. Ela mal conseguia acreditar que estava envolvida em algo tão perverso. Seus olhos se fixaram em Leonardo. — Eu... eu não sei o que fazer. Como posso mentir para ele? Leonardo tentou tocar o braço dela, mas Clara se afastou. — Sei que é muito para processar, mas... por favor, confie em mim. Vamos passar por isso juntos. Eu prometo que nada vai acontecer a você ou à sua família. Clara ficou em silêncio, as lágrimas escorrendo sem parar. Ela não conseguia ver uma saída. — Me deem um tempo... preciso pensar — ela sussurrou, sua voz fraca. Leonardo assentiu, respeitando o espaço dela, enquanto Suzana observava a cena com seus olhos frios e calculistas. Clara saiu do escritório, sentindo-se completamente devastada. Tudo em que acreditava havia sido destruído, e agora ela estava presa em uma teia de mentiras da qual não sabia como escapar.O som da porta se abrindo lentamente fez Clara se sentar na cama, o coração acelerado. Leonardo entrou no quarto, sua expressão sombria e indecifrável. Ele parou perto da porta por um momento, observando-a. — Clara, precisamos conversar — disse ele, a voz baixa, carregada de tensão. Clara sentiu o peito apertar, o eco das revelações recentes ainda a perturbava. O peso da mentira a sufocava, e ela o encarou com desconfiança. — O que você quer, Leonardo? — perguntou Clara, sua voz trêmula. — Já mentiu o suficiente para mim. Leonardo suspirou, passando as mãos pelo cabelo, desconfortável. Ele sabia que não havia mais espaço para adiar a verdade. — Eu sei que você está com raiva, Clara. E você tem razão. Eu menti, e foi errado. Mas agora não há outra saída — admitiu ele, hesitante. Clara balançou a cabeça, incrédula. — Não há outra saída? — ela repetiu, a voz ficando mais firme. — Você me enganou, Leonardo. Eu me casei com você achando que você era outra pessoa! Como pode me pedir p
Vinícius Albuquerque, aos 30 anos, era um homem de presença imponente e charme irresistível. Com 1,85 m de altura e físico atlético, sua postura naturalmente exalava confiança. Seus cabelos castanho-claros curtos e lisos, junto com seus penetrantes olhos verde-mel, muitas vezes pareciam carregar segredos. A mandíbula forte e bem marcada adicionava ao seu rosto uma seriedade que poucos conseguiam ignorar. Com ou sem terno, ele sempre atraía olhares por onde passava. Agora, sentado na cama do hospital, sua habitual imponência parecia atenuada pelas dores nas costelas e pelo cansaço evidente. Os olhos, que antes transmitiam segurança, estavam distantes, perdidos na paisagem lá fora enquanto ele tentava assimilar os acontecimentos recentes. Ao lado dele, sentada com a postura tranquila, estava Júlia, a mulher que o resgatou após o acidente. Aos 27 anos, Júlia era dona de uma beleza discreta, que emanava uma simplicidade natural. Seus longos cabelos castanhos eram, na maioria das vezes, p
O sol já estava começando a descer no horizonte, tingindo o céu de tons de laranja e rosa. Vinícius estava em pé ao lado da cama, os movimentos ainda cautelosos devido às costelas machucadas, enquanto Júlia dobrava com cuidado as roupas que ele usaria na viagem de volta. A decisão de partir havia sido tomada; já se passaram alguns dias desde que Henrique tinha ligado falando sobre o casamento, mesmo com o conselho dos médicos para que ele ficasse mais alguns dias. Vinícius sabia que não podia adiar mais. Júlia, por sua vez, tentava disfarçar o incômodo que sentia ao vê-lo ir embora. Ela sabia que ele tinha assuntos urgentes para resolver, mas uma parte dela desejava que ele ficasse mais um pouco. Ao longo dos dias em que cuidara dele, uma conexão havia se formado, e agora a ideia de se despedir era mais difícil do que ela imaginara. — Acho que é isso — disse ela, entregando a camisa dobrada para ele com um sorriso tímido. — Você está pronto para partir? Vinícius assentiu, vestindo
O avião pousou suavemente, e Vinícius sentiu um leve desconforto ao se mover no assento, as costelas machucadas ainda o incomodavam. Ele suspirou, ansioso para sair daquela situação e entender o que estava realmente acontecendo. O acidente ainda estava fresco em sua mente, mas o que mais o perturbava era o mistério que envolvia seu suposto casamento com Clara. Quando saiu do aeroporto, avistou Henrique esperando por ele perto do carro, com uma expressão contida, mas familiar. Henrique era seu advogado e amigo de longa data. Sempre direto e discreto, Henrique sabia como lidar com situações delicadas. Vinícius avançou até ele, sentindo o peso da situação aumentar. — Vinícius! — Henrique disse, com um sorriso controlado ao apertar sua mão. — Como você está, meu amigo? — Melhorando — respondeu Vinícius, sem muita emoção. — Ainda tentando juntar os pedaços. Henrique assentiu, abrindo a porta do carro para ele. — Imagino que deve ser confuso voltar depois de tudo isso — disse Henri
Enquanto Vinícius tentava se ajustar à nova realidade de seu casamento com Clara, a porta da sala se abriu de repente. Gisele Amorim entrou como um furacão, o rosto tomado pela emoção. Gisele, aos 28 anos, era uma mulher sofisticada e de beleza impressionante. Seus cabelos ruivos e ondulados caíam até os ombros, destacando ainda mais seus penetrantes olhos azuis. Com cerca de 1,70 m de altura, Gisele possuía um corpo elegante e esguio, sempre realçado por trajes finos e bem escolhidos. Sua presença era marcante, com uma postura impecável e um andar confiante que nunca passava despercebido. Ela sempre fora uma amiga leal e próxima de Vinícius, e a família dele frequentemente falava sobre o potencial deles como casal. — Vinícius! — ela gritou, correndo em sua direção, como se estivesse desesperada para garantir que ele realmente estava ali, vivo. Vinícius ficou congelado por um segundo. Gisele sempre foi uma presença constante em sua vida. Antes do acidente, havia um carinho sutil e
Clara sentou-se na beirada da cama, os nervos à flor da pele após a conversa com Leonardo. As palavras dele ainda ecoavam em sua mente, e o medo de que sua vida estivesse prestes a desmoronar crescia a cada segundo.Ela mal teve tempo de processar as ameaças quando ouviu o som da porta se abrindo lentamente. Seu coração disparou. Vinícius entrou no quarto, sua expressão serena, mas com os olhos afiados.— Clara, precisamos conversar — disse ele, com uma voz calma, mas carregada de curiosidade e desconfiança.Clara sentiu o peito apertar. O confronto que ela tanto temia estava se aproximando.— Eu trabalho como aeromoça — disse, tentando sorrir levemente. — Foi assim que nos encontramos naquele voo para Valença.Vinícius franziu o cenho.— Lembro da viagem... — disse ele, devagar. — Mas não sabia que você era aeromoça.Clara assentiu, esforçando-se para manter a compostura.— Sim, eu estava trabalhando no voo. Você pediu meu telefone na volta. Foi aí que começamos a nos ver.Vinícius f
O silêncio continuava pesado no quarto. Vinícius, deitado ao lado de Clara, mantinha-se imóvel, lutando contra seus próprios pensamentos. Mas era Clara quem se sentia mais sufocada pela presença dele, mesmo que ele não se movesse. Virada de costas, Clara tentava encontrar uma posição confortável. A cada pensamento que tinha, o peso no peito aumentava. Sabia que estava jogando um jogo perigoso. E, a cada minuto ao lado dele, o fardo da mentira tornava-se insuportável. "Como vou sair disso?" Ela mordeu o lábio, inquieta. "Como vou pedir o divórcio sem levantar suspeitas?" Clara entendia que o divórcio seria o fim da farsa, mas não via outra saída. Talvez, se jogasse bem suas cartas, conseguisse convencer Vinícius de que o casamento não estava funcionando. Afinal, eles mal se conheciam, e a falta de lembranças dele poderia ser sua desculpa perfeita. "Mas como ele reagiria?" Seu coração acelerou. "Será que ele acreditaria? Ou isso só pioraria as coisas?" Mesmo assim, Clara não c
O jantar havia terminado, e Vinícius continuava observando Clara com a mesma intensidade. O silêncio entre eles era quase sufocante, mas ele não estava disposto a deixar as coisas como estavam. Clara sentia o olhar dele sobre si, e cada segundo que passava aumentava a pressão. Cada movimento dela parecia calculado, e o ar ao redor deles se tornava mais pesado a cada instante. Depois de um momento, Vinícius finalmente quebrou o silêncio. — Clara — disse ele, com a voz baixa, mas firme. — Precisamos conversar sobre o que realmente está acontecendo aqui. Clara congelou. A conversa que vinha temendo havia chegado, e agora não havia mais como escapar. Por dentro, ela sentia como se estivesse prestes a desmoronar, cada palavra que dizia era uma faca que cortava sua própria carne. O medo de falhar, de não conseguir escapar, pulsava em suas veias como uma corrente elétrica. Ela respirou fundo, tentando manter a compostura. "Talvez esse seja o momento," pensou, sentindo o coração acele