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2 - O Verdadeira Identidade

Sabrina estava sentada à mesa, tomando café, quando a porta da frente se abriu, e uma figura familiar entrou.

— Henrique! — exclamou Sabrina, levantando-se. — O que faz aqui tão cedo?

Henrique Menezes, aos 30 anos, era um homem alto, cerca de 1,80 m, com cabelos loiros bem cortados e olhos azuis intensos. Sua aparência jovem e bem cuidada contrastava com sua postura séria e reservada. O rosto anguloso e a barba sempre aparada davam a ele um ar de sofisticação, e ele se vestia de maneira impecável, com camisas sociais ajustadas e ternos elegantes.

Henrique é o diretor jurídico da empresa. Ele trabalha diretamente com Vinícius Albuquerque, sendo responsável por toda a estratégia legal da corporação. Além disso, é amigo pessoal de Vinícius, o que torna sua relação com a empresa ainda mais sólida.

— Quem é ela? — perguntou ele, claramente confuso.

Sabrina deu um sorriso contido.

— Esta é Clara... a esposa de Vinícius.

Henrique ficou parado por um momento, depois soltou uma risada nervosa.

— Esposa? — repetiu ele, incrédulo. — Desde quando Vinícius é casado? Ele nunca mencionou isso.

Clara tentou manter a compostura, mas o desconforto era evidente. A pressão da situação a fazia sentir um nó na garganta.

— Nos casamos recentemente. Vinícius quis manter tudo em segredo por um tempo — explicou Clara, sua voz um pouco hesitante.

Henrique ainda parecia perplexo, mas suspirou, como se estivesse tentando absorver as informações.

— Bom, não vim aqui para discutir sobre casamentos — disse ele, com um tom mais sério. — Vim para dizer que encontramos Vinícius. Ele está se recuperando em um hospital na cidade de Novo Horizonte. Ele voltará em alguns dias.

O impacto da notícia fez com que o silêncio caísse na sala. Clara arregalou os olhos, um alívio misturado com uma onda de ansiedade.

— Ele está... bem? — Clara conseguiu perguntar, a voz embargada.

— Sim, ele está bom — respondeu Henrique. — Mas precisaremos de mais detalhes quando ele chegar.

Clara respirou fundo, sentindo o peso das emoções transbordarem. A ansiedade e a esperança estavam em conflito dentro dela. Assim que Henrique saiu, Suzana pegou o telefone com rapidez. Sua expressão estava tensa.

— Leonardo, preciso que venha até aqui. Agora — disse ela, a voz afiada.

Pouco tempo depois, Leonardo chegou à mansão com uma expressão de impaciência.

Leonardo Albuquerque, com 28 anos, era um homem de porte atlético e bem cuidado. Seus cabelos escuros e ondulados, combinados com olhos expressivos e uma barba sempre bem aparada, davam a ele uma aparência marcante e sedutora. Ele tinha cerca de 1,80 m de altura e uma presença forte, que costumava atrair atenção. Leonardo era extrovertido e carismático, usando seu charme natural para manipular situações a seu favor.

— O que houve agora? — perguntou ele.

Suzana deu um longo suspiro antes de falar.

— Vinícius foi encontrado. Está voltando para casa em breve, ele está se recuperando.

Leonardo ficou visivelmente tenso, franzindo o cenho.

— Como assim, encontrado? — perguntou ele, desconfiado. — Achei que...

— O plano mudou, Leonardo — cortou Suzana, sua voz dura. — Henrique já sabe sobre o casamento. Não temos como esconder Clara.

Leonardo esfregou o rosto com as mãos, claramente frustrado.

— E como Henrique descobriu? — perguntou, a voz mais alta agora.

— Ele veio aqui hoje. Viu Clara e ficou surpreso quando soube que ela era a esposa de Vinícius — explicou Suzana.

Leonardo balançou a cabeça, tentando processar a situação.

— E agora o que fazemos? — perguntou, tentando controlar a raiva.

— Precisamos conversar com Clara — disse Suzana, decidida. — Vinícius vai querer respostas. E precisamos que ela siga o plano.

Leonardo suspirou pesadamente, com um olhar preocupado.

— Muito bem. Vamos resolver isso agora.

Enquanto isso, Clara estava sentada em seu quarto, o corpo exausto e a mente confusa. A notícia de que Vinícius estava vivo era um alívio, mas o peso das mentiras a fazia sentir-se sufocada. O que havia de errado com essa família? Por que tanto segredo?

Deitada na cama, Clara tentava dormir, mas sua mente estava a mil. Pensava no acidente de Vinícius, nas palavras vagas de Suzana, e algo dentro dela gritava que havia mais nessa história. Seu coração disparou com a incerteza do que estava por vir.

Pouco depois, Clara foi chamada ao escritório. Quando entrou, viu Leonardo parado ao lado da janela. Sem hesitar, correu até ele e o abraçou.

— Vinícius! — exclamou Clara, com lágrimas nos olhos. — Achei que nunca mais te veria!

Leonardo permaneceu rígido, o peso da mentira o esmagando. Ele queria dizer que estava ali, que Vinícius voltaria, mas o peso das palavras parecia uma rocha em sua garganta.

— Clara... — ele começou, hesitante.

Ela se afastou ligeiramente, sem entender o motivo do tom.

— O que foi? Você está bem? — Clara perguntou, a voz preocupada.

Leonardo respirou fundo e soltou as palavras de uma vez.

— Eu... eu não sou Vinícius.

Clara recuou, o choque tomando conta de seu rosto.

— Como assim? — ela perguntou, a voz trêmula. — Claro que é! Nós nos casamos. Você é Vinícius!

Suzana, que estava do outro lado da sala, interveio com sua voz fria.

— Clara, precisamos ser diretas com você agora. Leonardo se casou com você usando o nome de Vinícius.

Clara balançou a cabeça, sem conseguir processar o que estava ouvindo.

— Isso não faz sentido... — ela murmurou, desesperada. — Por quê? Por que mentiram para mim?

Leonardo tentou se aproximar, sua voz suavizando.

— Clara, eu me casei com você porque queria. Mas as circunstâncias... — ele olhou brevemente para Suzana. — Foram mais complicadas do que você pode imaginar.

— Complicadas? — Clara repetiu, em tom de incredulidade. — Meu casamento foi uma mentira? Tudo o que passamos foi uma farsa?

Leonardo balançou a cabeça, lutando para encontrar as palavras certas.

— Não foi uma mentira para mim. Eu... eu queria isso com você, mas agora, com Vinícius voltando... — Ele fez uma pausa, tentando medir suas palavras. — Precisamos pensar em como lidar com essa situação.

Clara deu um passo para trás, as lágrimas escorrendo livremente agora.

— Não posso acreditar nisso... — ela murmurou. — E o que vai acontecer agora? Vocês acham que posso simplesmente fingir que nada disso aconteceu?

Suzana, sempre prática, interveio novamente.

— Clara, entenda uma coisa. Vinícius não pode descobrir essa farsa. Se ele souber... não vai hesitar em acabar com você e sua família.

Clara olhou de Suzana para Leonardo, tentando absorver tudo. Sua mente estava um caos.

— Minha família? — Clara sussurrou, o pânico começando a tomar conta.

Leonardo deu um passo à frente, tentando tranquilizá-la.

— Não é isso que queremos, Clara. Mas precisamos que você colabore. Eu juro, não queremos que nada aconteça à sua família.

Clara respirou fundo, sentindo-se encurralada. Ela mal conseguia acreditar que estava envolvida em algo tão perverso. Seus olhos se fixaram em Leonardo.

— Eu... eu não sei o que fazer. Como posso mentir para ele?

Leonardo tentou tocar o braço dela, mas Clara se afastou.

— Sei que é muito para processar, mas... por favor, confie em mim. Vamos passar por isso juntos. Eu prometo que nada vai acontecer a você ou à sua família.

Clara ficou em silêncio, as lágrimas escorrendo sem parar. Ela não conseguia ver uma saída.

— Me deem um tempo... preciso pensar — ela sussurrou, sua voz fraca.

Leonardo assentiu, respeitando o espaço dela, enquanto Suzana observava a cena com seus olhos frios e calculistas.

Clara saiu do escritório, sentindo-se completamente devastada. Tudo em que acreditava havia sido destruído, e agora ela estava presa em uma teia de mentiras da qual não sabia como escapar.

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