ALANA NARRANDOÉ muito difícil resistir ao Hanner. As mãos dele acariciam meu corpo de forma perfeita. É como se elas fossem feitas para isso. Sua boca me beija de uma forma que eu não consigo resistir.Ele desceu a boca por meu queixo e depois atacou meu pescoço. Eu apertei minhas mãos em seus ombros, fechei meus olhos e afundei a cabeça no sofá. Minha respiração, completamente ofegante, revelava o que eu estava sentindo por ele. Sabe, se eu não estivesse convicta do que é certo ou errado, eu faria sem pensar duas vezes. Mas aquele pensamento de que talvez eu esteja cometendo um pecado me assombra, e me faz tentar resistir...Tentar. Tentar com ele por cima de mim, esfregando o quadril no meu e beijando meu pescoço, é bastante difícil. Ele ainda beijava meu pescoço quando alcançou minhas mãos com as dele e as prendeu acima da minha cabeça, de forma dominadora, mas ao mesmo tempo, sem fazer com que eu me sentisse presa ou coisa do tipo. Aquilo só me deixou com mais vontade de me entre
HANNER NARRANDOAcordei e o maldito do gato estava literalmente em cima de mim. Ele me olhava como se eu fosse o servo dele. Estou de barriga pra cima, Alana dorme no meu peitoral e o gato na minha barriga.Eu tirei o gato, depois ajeitei Alana com bastante cuidado para não acordá-la. Deus, ela parece um anjo dormindo. Os cabelos castanhos compridos, levemente caídos em seu rosto e bagunçados... Os olhos fechados com cílios enormes e aquele rosto de quem dorme em paz, com a consciência tranquila. Tudo isso me atrai muito.Tomei um banho rápido e depois me troquei. Quando fui preparar meu café da manhã, lá estava o gato, em cima da bancada da cozinha. Eu o olhava nos olhos e ele me olhava. Ele parece que odeia o mundo, mas sinceramente, quem odeia o mundo deita em cima de alguém?Enquanto a água do café fervia, eu me aproximei dele. Ele se levantou e veio em minha direção. Aproximei minha mão dele, e ele esfregou o rosto nela. Fechou os olhos como se aquele carinho fosse necessário. No
ALANA NARRANDOHanner está se sentindo mal em casa, por causa das costelas. Ele pode estar com dor física, mas eu estou me sentindo muito mal emocionalmente. Sinto que a culpa disso é minha e de certa forma, é sim. Eu envolvi o Hanner em algo que eu não fazia ideia que poderia trazer problema, e o apresentei para meus amigos...Eu aproveitei que Hanner estava dormindo para ir até o mercado, e enquanto fazia compras, Sarah veio ao meu encontro. Combinamos de fazer o mercado juntas. Quando a vi, corri abraça-la, pois estava com saudade.— Amiga, que saudade de você! — Ela disse, me apertando em seus braços. Eu sempre me sinto um anão quando as pessoas me abraçam.— Também senti. Desculpa o sumiço, Hanner está doente... E como eu disse, não posso mais ir à igreja.— Você ficou de me explicar isso direito, não ficou? — Ela questionou.Pegamos as cestinhas, e eu suspirei.— Não sei se devo contar. Mas em resumo... O chefe do Hanner é meio controlador. Já disse que ele trabalha com coisas i
HANNER NARRANDOTive que esperar Alana entrar em um sono profundo para poder sair de casa sem nenhuma interferência. A menina pode ser pequenininha, mas tem um poder sobre mim bastante assustador.Eu dirigi até a casa de Alexander, porque eu já sabia de onde as ameaças vinham. Eu estava tão nervoso que dei diversos socos no volante enquanto dirigia e nem ao menos senti dor nas costelas. O que ele pensa que está fazendo ao atormentar Alana?Entrei na casa de Alexander espumando de ódio. Fiz questão de chegar sem nenhum silêncio, eu queria incomodá-lo. Alexander desceu as escadas enormes de sua casa vestindo um roupão de seda preto, parecendo estressado.— Que barulheira. O que é isso? — Ele disse. Eu bati a porta tão forte que o estrondo ecoou pela casa.— Isso? Isso é pelo incômodo que você me causou hoje a tarde. — Eu me aproximava de queixo levantado, o olhando por cima. Ele me olhava da mesma forma. — Nunca mais se aproxime da minha mulher. Ouviu? Nunca mais.— Você acha que é quem
HANNER NARRANDOEstou comandando uma operação à distância. Estou em meu escritório, observando as câmeras de segurança e ajudando iniciantes a fazerem o que precisam fazer. Os dois parecem tão felizes... Mal sabem o que os espera.— Atirem. — Ordenei. Eles fizeram.Me senti em um jogo de videogame.— Deu certo, Hanner. Acabamos. — Um deles falou no comunicador.— Ótimo. Vão para casa. — Ordenei e os acompanhei com meu olhar até que eles saíssem.Vlad entrou no quarto e pulou no meu colo. Esse gato é folgado demais, acha que a casa é dele. O “miau” que ele deu para mim parecia dizer: “É, humano, a casa é minha”. Mereço.Meu telefone começou a tocar em cima da mesa. Agora, eu não sabia o que vibrava mais: A garganta do gato ou o celular. Ri comigo mesmo e peguei o telefone, o atendendo. Era Ryan.— Oi, Ryan.— Oi, meu amigo. Fiquei sabendo que você tá todo apaixonadinho... — Girei meus olhos.— Diga logo o que você quer, Ryan. — Ele bufou.— Tá. Quero encontrar você para um almoço. Topa
ALANA NARRANDOAparentemente, tudo irá mudar de novo. Tudo. Estou arrumando minhas coisas para ir morar na casa de Ryan, e Hanner irá comigo, mas eu sinto que não será a mesma coisa. Agora eu não tenho mais a igreja, não tenho mais a Sarah tão perto ou qualquer outra coisa que eu ame. Tô sentindo que agora é literalmente eu, Hanner e Deus. Provação atrás de provação, caramba...— Terminou de arrumar as coisas que quer levar? — Hanner apareceu na porta do quarto e eu concordei com a cabeça, entregando uma mala para ele.— Sim, terminei.— Ótimo. Se precisar de alguma coisa... A gente volta aqui e busca. — Sorri ao ouvir.— Obrigada.— Você não está confortável com isso, não é mesmo? — Ele questionou. Colocou a bolsa no chão e eu olhei para baixo, colocando as mãos nos bolsos de trás dos meus próprios jeans.— Não tem como ficar confortável com um casamento falso. Ainda mais... Estando apaixonada por outro.Hanner sorriu de forma lateral e deu um passo a minha frente. Levou uma das mãos
HANNER NARRANDOEu não gosto de morar na casa dos outros, mas aqui estou eu, na casa do Ryan, por causa da Alana. É uma situação muito diferente das coisas que já vivi. Essa menina tem me colocado em caminhos desconhecidos, e por mais que eu goste do que é previsível, estou curtindo toda essa incerteza que ela me traz. A única incerteza que me da medo é a de não tê-la na manhã seguinte, ou de que algum dia ela não possa mais estar comigo. Eu não consigo mais imaginar uma vida sem a Alana, por mais que tenha vivido sozinho de forma tranquila até aqui. Sobreviveria? Sim, sobreviveria. Mas quando a gente entende o que é felicidade, queremos ter a qualquer custo. E eu entendi o que é felicidade ao lado dela.Depois que Alana dormiu, eu decidi dar uma volta pela casa. Eu não consigo dormir em ambientes que desconheço, preciso fazer meio que uma verificação primeiro. Então, comecei a olhar mais uma vez a casa de Ryan, que apesar de já conhecer, sinto que preciso saber detalhes. É uma coisa
ALANA NARRANDOEstou sentada em frente à uma grande penteadeira branca, repleta de joias e com três ou quatro pessoas ao meu redor. Os retoques finais são feitos em mim, como se eu fosse uma boneca de porcelana. Eu estou vestindo um vestido de seda puro, que até que me caiu bem. Tomara que caia, colado ao corpo, decote coração e com uma fenda imensa na lateral. Estou com um coque extremamente chique e quem olha pra mim aposta que tenho uns dez anos a mais do que eu realmente tenho. Estou irreconhecível.Ele escolheu até a cor das minhas unhas: O esmalte se chama renda chantilly. A maquiagem, a cor do batom... As sandálias de salto fino. Preciso me concentrar para não me perder nessa porcaria de personagem, porque é isso que eu me sinto: Presa em um personagem.Quando terminaram de me arrumar, entregaram um buquê de orquídeas brancas tão sem graça quanto meu vestido. Agradeci com um sorriso falso, enquanto colocavam pérolas em minhas orelhas. Acho que o Ryan tinha fetiche de casar com