Início / Romance / Vendida (Esposa Modelo) / Aprisionada em um matrimônio opressor: A luta pela sobrevivência
Aprisionada em um matrimônio opressor: A luta pela sobrevivência

Bárbara me entrega o chá e eu o tomo, enquanto ela liga para uma ginecologista. Ela confidenciou que Soraya é bem discreta e que, inclusive, ajudou a primeira esposa de Olavo. Bárbara me disse que eu preciso descansar e seguir seu conselho. Faço o que ela pede e, assim que me deito na cama, durmo. Um tempo depois, sou acordada por leves batidas na porta e, assim que dou permissão, ela entra com uma mulher esguia de pele bronzeada, aparentando ter meia idade, mas ainda sim linda. Ela olha para mim com pesar, e me sinto desconfortável por isso e acabo desviando o olhar.

— Olá Jane, sou a doutora Soraya e, daqui pra frente, serei sua ginecologista e te ajudarei em tudo que estiver ao meu alcance. Não precisa sentir-se envergonhada em minha presença, você não faz ideia da quantidade de mulheres que ajudei em sua condição.

Ela me entrega um potinho e pede para que eu encha, e vou diretamente ao banheiro e faço imediatamente o que ela pede.

— Muito bem, Jane, agora deite-se que irei examiná-la. – Mais uma vez faço o que ela me pede, e com a luva ela introduz a mão dentro de mim. Sinto um pequeno desconforto. Ela faz uma careta indecifrável e retira a mão de dentro de mim. Ela pede para que eu tome um comprimido e me diz que devo tomá-lo novamente amanhã.

— Está tudo bem comigo, doutora? – Pergunto, pois ela não disse nada.

— Vou te passar um remédio para o seu desconforto. Agora, irei fazer uma pergunta, e me responda com sinceridade. – Assinto, e ela continua. — Você quer ter um filho do Olavo?

No mesmo instante, balanço a cabeça em negativa. Pode parecer errado, mas eu não quero ficar grávida de Olavo. Na verdade, eu aguento tudo pelo bem-estar do meu irmãozinho.

— Vou te aplicar uma injeção anticoncepcional, para evitar que isso aconteça. – A mulher me olha e sorri.

— Obrigada! – Digo sucinta.

— Não precisa me agradecer, meu bem. O que precisar, estarei aqui, e isso que estamos fazendo ficará entre nós. – Ela me abraça e vai embora.

Bárbara retorna e, ao ver que estou um pouco perdida, me explica que Soraya era amiga de Vanessa, e que a mesma sofreu muito nas mãos de Olavo. Achando que não tinha outra saída, acabou tirando a própria vida.

— Meu Deus, o que ele fez para que ela tomasse essa atitude? – Depois de saber disso, fiquei muito preocupada comigo mesma. O que será que ele fez a ela? Por que ela achou que não tinha outra saída a não ser a morte?

— Não vou ficar pondo caraminholas em sua cabeça, meu bem. Saiba que estarei aqui, e não deixarei que isso aconteça com você. Em mim, você terá uma amiga.

— Obrigada, por tudo — Digo sincera.

— Vamos preparar o jantar antes que o senhor Olavo chegue e faça algo com você. – E me pergunto o motivo que a faz trabalhar para ele.

Fizemos a carne assada como ele ordenou e deixamos tudo limpo. Bárbara me explica que Olavo é um homem muito difícil de lidar e que não confia em ninguém, principalmente dentro de sua casa. Ela me avisa que a limpeza ficará a nosso encargo. Casei-me ontem, e minha vida mudou dessa forma, pelo lado negativo. Olavo chegou sem falar conosco, tomou banho e retornou sentando-se à mesa.

Ele me manda que lhe sirva o almoço, e logo o faço. Assim que ele termina o jantar, me aproximo timidamente e pergunto o que acontecerá comigo.

— Então, quer dizer que você quer continuar seus estudos? – Ele pergunta sem expressão.

— E não basta ser a dona de casa e esposa de um magnata?

— Eu já estou me formando, por favor, Olavo, eu quero muito me formar. – Ele deposita sua xícara de café na mesa com uma força excessiva e olha-me de um jeito que me dá arrepio.

— Eu não dou permissão para que estude. Já te disse que não sairá desta casa. — Me pergunto por que motivo ele quer me prender aqui.

— Por favor, me deixa estudar. – Imploro mais uma vez.

— Já disse que não. Pare de me importunar com essa história.

Ele pega a xícara, e eu não desisto facilmente. Eu quero e vou voltar para a faculdade.

— Olavo… Eu…

— Basta, Jane! – Ele me olha irritado.

— Posso tolerar seus cães de guarda me seguindo para todo o lado, mas não me faça abrir mão dos meus estudos. Isso eu não vou obedecer. – Digo decidida, e ele me olha com irritação.

De repente, ouço um barulho e sinto minha face fumegar. Ele me deu um tapa? Ponho a mão no local e impeço que as lágrimas caiam. Esse homem não merece que eu chore em sua presença.

— A culpa é completamente sua. Você me irritou tanto que acabei me descontrolando. – Ele diz calmamente.

Ele se aproxima de mim, e eu me encolho. Olavo levanta meu rosto e olha dentro dos meus olhos, e aquilo me faz estremecer.

— Paguei uma grande soma de dinheiro por você. Então, de hoje em diante, você é minha propriedade. Lembre-se sempre disso. Eu comprei a sua vida miserável, então eu sou seu dono, e se você me irritar, eu posso colocar o seu pai na cadeia e o seu querido irmãozinho, aquele aleijado que não serve para nada e que você tanto ama, pode simplesmente sumir. Se não quer que isso ocorra, fará apenas o que eu mandar, e nada mais além disso. Agora, limpe essa cozinha rápido, pois estou te esperando no quarto para ter os meus direitos de marido. Como você é jovem, poderá me dar um herdeiro rapidamente. Não demore, ou sofrerá as consequências.

Ele se levanta, e quando não ouço mais os seus passos, permito que minhas lágrimas caiam. Meus pais me casaram com um monstro. Como eles puderam me vender? Lavo a louça enquanto controlo meus soluços. Meu Deus, o que farei? O que será da minha vida de agora em diante? Preciso suportar tudo pelo meu irmãozinho, que não tem culpa de nada.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo