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Revelações Obscuras

Após a visita da minha mãe, senti saudade de conversar com minha amiga, mas como Olavo sabe cada ligação que fiz, eu desisti e prefiro não usar o telefone. Bárbara me proibiu de pensar em desistir, ela disse que sou jovem e que me ajudará a sair dessa condição, mas eu duvido muito. Porém, uma coisa fica rondando minha mente: pelo o que entendi, Bárbara quer se vingar de Olavo, mas pelo o que? Deixo esses questionamentos de lado e começo a fazer a limpeza. Eu não aguento mais todos os dias fazer a mesma coisa e, no final, ainda ouvir de Olavo que não faço, que as coisas estão sujas. Me teletransporto para momentos felizes.

*Flashback On*

— Anda logo, Jan, vamos dar uma fugida da escola e se divertir um pouco. – Minha amiga me pede para que eu fuja com ela.

— E a matéria do professor? Temos que ter nota para passar, você tem que ter nota, porque eu já passei. – Digo a ela, que revira os olhos.

— Então, amiga, viu? Você é a queridinha dos professores, a nerd e boazinha. Vamos lá, Jan, você precisa de emoção na sua vida. – Uma coisa eu tenho que admitir: minha amiga é muito insistente e não aceita "não" como resposta.

— Você é chata, Anny, eu já disse não. – Ela é insistente, mas eu sou taxativa.

— Argh! Tem horas que eu odeio você. – Ela me diz, e eu sorrio.

— Você me odeia, mas eu te amo.

— Um dia você vai ver que essas escapadinhas farão falta na sua vida. – Dou de ombros.

— Amiga, eu estarei rodando o mundo com a minha câmera, filmes e lentes especiais.

— Que os céus te ouçam, amiga. – E com isso encerramos a pequena discussão.

*Flashback Off*

Naquela época, eu tinha convicção de que estaria fazendo apenas as coisas que eu queria, mas agora me arrependo amargamente por estar presa aqui nessa casa.

— O que foi, minha querida? – Bárbara pergunta, olhando dentro dos meus olhos.

— Não se preocupe comigo, eu que estou amargurada mesmo. – Limpo uma lágrima que teimou em cair.

— Confia, meu bem, as coisas darão certo no final. – Assim espero. Deixo as minhas questões de lado e vou fazer a limpeza da minha prisão, quer dizer, quarto.

Um tempo depois, eu já tinha limpado o cômodo. Bárbara insistiu para que eu fosse para o jardim descansar, mas eu não achei justo deixá-la sozinha. Estava saindo do quarto quando uma porta chamou a minha atenção. Tentei abri-la, mas estava trancada. Chamo por Bárbara, que rapidamente aparece.

— Aconteceu alguma coisa? – Ela pergunta, e eu nego.

— Tem um quarto trancado, você tem a chave? – Pergunto, e ela me olha de forma estranha. — O que foi, Bárbara?

— Aquele quarto, eu não tenho permissão para deixá-la entrar. – Ela me diz, e fico ainda mais curiosa.

— O que tem de tão importante naquele quarto que eu não posso olhar? – Digo, olhando bem séria para ela.

— Se eu deixá-la entrar, você vai ter que ser forte e não vai poder contar a ninguém. – Quando ela diz isso, fico ainda mais curiosa.

Digo a ela que tudo bem. Bárbara sobe comigo e abre a porta, e assim que entro, o que vejo me assusta. Olavo tem diversas fotos minhas de várias formas inimagináveis: fotos minhas quando mais nova, fotos minhas até dormindo quando pequena. Meu Deus, esse homem é um verdadeiro psicopata.

Olho para Bárbara sem reação, e ela se aproxima de mim e me abraça.

— Ele... – Digo em um fio de voz.

— Esse homem é louco. Ele te deseja desde que você era nova, meu amor. Na verdade, quando ele começou a te desejar, ainda estava casado.

— Não consigo pensar em nada. Será que meus pais sabem disso? – Pergunto, e ela me abraça ainda mais forte.

— Se ele tem fotos suas dormindo, adivinha quem as tirou? – E quando ela fala isso, eu pude entender que meus pais sempre souberam que ele me queria.

Então, por isso, eles esbanjaram sem se preocupar. Pois, se as coisas ficassem apertadas, eles simplesmente me venderiam para Olavo, e seus problemas estariam resolvidos.

— Eu não entendo. – Por que meus pais fariam isso?

— Você sabe a resposta. Vou te confessar algo: eu estava disposta a ir embora e esquecer tudo o que se passou, mas quando eu soube que ele te traria para essa casa, eu soube que não poderia deixar mais uma menina inocente se perder e tomar alguma decisão impensada. Você entende?

Eu nem sei o que dizer, sinceramente. Eu não sei nem se estou raciocinando direito. Abro algumas gavetas e vejo alguns papéis assinados pelos meus pais. Eles me davam como garantia. Eu sou apenas uma moeda de troca.

Deixo que as lágrimas rolem por meus olhos livremente, e agora consigo entender por que ele diz que me comprou por um bom preço. Como meus pais tiveram coragem de fazer isso comigo?

Bárbara percebe que estou trêmula e me tira daquele lugar e o tranca novamente. Ela me ajuda a descer as escadas e me pede para sentar enquanto faz um chá para mim. Tomo todo o líquido sem dizer uma palavra.

— Jane, você está bem? – Ela pergunta, preocupada.

— Só vou estar bem quando conseguir sair desse inferno. – Ela me olha com pesar. — Com ela também foi assim, não foi? Ele tem mania de comprar as mulheres, não é?

Ela afirma, então entendi. Ele vai me usar e me humilhar até eu sentir vontade de deixar esse mundo. Aí ele vai encontrar outra, tão nova quanto eu era no passado, e vai fazer a mesma coisa. Mas dessa vez, eu não vou deixar que aconteça novamente. Essa maldição acabará comigo, mesmo que no processo eu venha a ser destruída. Não permitirei que outras meninas sejam coagidas e se casem com esse psicopata.

— Bárbara, vamos ter que continuar agindo com cautela, mas eu não permitirei que outra menina tenha seu sonho destruído e depois acabe nessa situação. Se você topar me ajudar, pode ter certeza de que eu te ajudarei com sua vingança, seja ela qual for.

Bárbara sorri para mim e pega minha mão, que estava estendida.

— Estamos juntas nessa. – E assim selamos o acordo para destruir Olavo Ferrato.

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