Deixei Bárbara limpando o quarto e fui para o jardim, pois estava muito curiosa para ler aquela carta, me sentei no banco e abri a carta para ler.
Querida atual esposa do meu marido;
Se você está lendo esta carta é porque eu desisti de viver, não pense que sou fraca só porque desistir,mas é que esse mundo já não tinha mais esperanças para mim, assim como você eu também fui “vendida pelos meus pais” que não se importaram com a minha dor, só se importavam com seu bem estar e dinheiro e isso Olavo tem de sobra a oferecer.
Quando eu não aguentava mais esse sofrimento, ele me trancou em um quarto e não me deixava me alimentar adequadamente, por favor não seja como eu, faça de tudo para fugir desse inferno que ele chama de mansão, Olavo é uma pessoa cruel e que não mede esforços para conseguir o que quer. Faça tudo que puder para escapar e outra coisa meu bem não confie em Bárbara, pois ela é a maior responsável por muita coisa que me aconteceu, mas uma coisa no terceiro quarto de hóspedes, há uma chave, ela te dá acesso a uma porta secreta no jardim, por lá você poderá entrar e sair sem vista.
Por favor tente não ser pega, se cuide e tenha todo o cuidado possível, ah! Eu também tenho um diário onde você pode descobrir muitas outras coisas, ele está enterrado no jardim ao lado das minhas adoravéis tulipas.
Espero que tudo que eu te disse até agora te ajude a conseguir escapar das garras de Olavo Ferrete.
Fico chocada com tudo que leio, como pode Bárbara não ser o que aparenta? Ouço sua voz e rapidamente escondo a carta e limpo as lágrimas, ela me observa mas não diz e fico curiosa para saber o que essa mulher tão linda passou para que achasse que a morte era a única solução. Ajudei Bárbara em tudo o que ela pediu e mesmo percebendo que eu estava mais calada que o normal não me indagou o que agradeci.
Olavo ligou e disse que viria em casa buscar algumas roupas para uma viagem que ele faria com urgência e nem posso dizer o quão isso é satisfatório para mim. Preparei a sua bagagem e esperei que ele chegasse, assim que chegou me mandou que pusesse seu jantar e depois me chamou para o quarto, fiz tudo o que ele ordenou e depois de tudo pronto ele se foi, mas antes deixou uma lista de recomendações e me disse que ligaria.
— Todo o dia te ligarei às onze da manhã e às dezoito da noite e espero que você atenda para o seu bem, meus seguranças estarão aqui fora, então não tente gracinhas. – Ele diz se vai.
Bárbara apareceu e perguntou se eu precisava de algo e disse que iria me deitar, assim que cheguei no quarto de hóspedes, liguei para minha amiga e avisei a novidade a ela.
— Amiga, isso é perfeito, nós podemos sair, para encher a cara. – Ela diz como se fosse tão fácil assim para mim não ser vista.
— Você sabe que eu não sou de bebidas e outra coisa eu preciso me livrar dos seguranças.
— Ai, amiga, sério que não tem um jeito de você escapar, mesmo que seja para ficarmos em uma praça conversando, eu juro que levo apenas coca-cola, vamos amiga, você precisa se distrair nem que seja um pouquinho, por favor amiga.
— Não é que não queira sair, mas o problema é que não sei como? – E como um passe de mágica me lembrei da passagem secreta no jardim, fui para o terceiro quarto de hóspedes e comecei a vasculhar a procura da chave.
— Amiga me responde. – Ela pediu mais uma vez.
— Cala a boca e espera um pouco e espera um pouco, vasculhei todo o quarto e não achei a chave, parei para pensar, quando olhei para a cama e resolvi olhei debaixo e depois de muita espera finalmente encontrei a chave presa no estrado da cama — amiga, vem me buscar umas vinte horas, pois nesse horário os seguranças estão menos atento.
— Que bom que você vai conseguir sair um pouco da torre, vou te esperar na rua de baixo.
— Obrigada amiga. – Digo a ela sincera.
Desligo o telefone e escolho uma das minhas roupas e que não são chamativas para poder sair sem ser percebida.
Assim que Bárbara foi dormir eu me arrumei e fui até o jardim procurar pela a porta escondida e não demorou muito a encontrei, passei a chave no portão e sai, fui me esgueirando pelos muros até encontrar o carro da minha amiga.
— Anda Ane, entra logo. – Ela me diz e eu entro no carro. — Estou tão feliz que você saiu da toca do coelho.
— Amiga decide, ou sou a Cinderela, ou a Bela Adormecida, ou a Alice no país das maravilhas. – Digo a ela que solta uma gargalhada.
— Você é uma mistura de todos os contos de fadas amiga. – Ela manda eu pôr o cinto e arranca com o carro.
Ela foi falando animadamente durante todo o trajeto e parecia que estávamos de volta a adolescência, estar perto da Anny de certa forma me faz voltar ao passado.
*Flashback On*
— Oi amiga, vamos à sorveteria, o pessoal do futebol vai estar lá, tem cada gatinho e você sabe que eu tenho um crush no Julinho. – Ela diz toda empolgada.
— Suzanny só você mesmo, esqueceu que eu tenho que estudar, meus pais não são tão compreensivos quanto os seus. – Minha amiga revirou os olhos.
— Você é certinha demais. – Ela me diz e dou de ombros.
— Essa sua fala está ultrapassada. – Me pergunto o que tem demais eu focar nos estudos?
— Falou nerd. – Mostro a língua para ela. — O jardim de infância mandou lembrança.
— Você é insuportável.
— Eu te amo Jane. – Ela me abraça. — Vamos para casa dona certinha.
*Flashback Off*
— O que está pensando? – Anny me perguntou.
— Somente lembranças do passado, nossa está demorando para chegar, vamos parar em uma praça qualquer.
— Espera chata, tem uma praça legal que quero levar você – ela voltou a dirigir e um tempo depois chegamos, ela estava certa a praça era linda e muito iluminada.
Suzanny forrou uma toalha e pegou uma bolsa térmica, ela preparou tudo e me entregou uma lata de coca-cola.
— Amiga me conta o que tem acontecido com você. – Ela pede e eu respiro fundo e começo a contar tudo que eu descobri. — Que desgraçado amiga eu quero matar ele amiga.
— Não amiga, eu quero destruí-lo para que ele não faça isso com mais ninguém. – Ela me abraça.
— Como os seus pais puderam ter vendido você para aquele patético? – Minha amiga está super irritada. — E a Bárbara o que você vai fazer?
— Acho que amanhã vou ter uma conversa séria com ela e por os "pingos nos is".
— Isso mesmo amiga,mas por hora vamos nos concentrar em nos divertir.
Passei uma noite maravilhosa com minha amiga e quando tive que voltar para casa estava triste, minha vontade era de nunca mais poder voltar, mas eu preciso dar um jeito em Olavo e nos meus pais e conseguir salvar o meu irmãozinho daquela casa e daquelas pessoas que não gostam dele. Cheguei em casa respirei fundo e fui me deitar.
Olavo FerreteMe casar com Jane foi um ótimo negócio, pois ela é tonta e não faz perguntas sobre o meu trabalho, na verdade eu a desejava desde que tinha dez anos, podem me chamar de pedófilo, mas eu nunca toquei em um fio de seu cabelo até que ela completasse a maioridade. Na verdade, desde os onze anos ela é minha, seus pais me deram ela como garantia da dívida quando emprestei dinheiro para eles manterem a boa vida, os dois nunca se importaram com ela e se não fosse eu seria um idota qualquer. Aquele corpo macio e jovem a meu dispor me faz sentir rejuvenescido, mas não impede de que eu tenha uns casos por fora, porque ela é muito inexperiente ainda, mesmo passando cinco anos.— Está pensando em que patrão? – Um dos meus funcionários do clube clandestino perguntou.— Pensando seriamente em mandar minha mulher passar uma temporada aqui para que ela aprenda um pouco mais.— O senhor, vai deixar que outros homens a toquem? – Ele perguntou e eu sorri.— Só os autorizados.— O senhor é m
Jane Cesário FerreteNo dia seguinte acordei cedo e fui preparar o café enquanto esperava por Bárbara, assim que ela desceu se juntou a mim na cozinha.— Bom dia Jane, o Olavo não está aqui, você não precisa acordar tão cedo – ela me diz pegando o bule das minhas mãos.— Trabalhar me ajuda a pensar.— Você precisa descansar, eu vi você voltando ontem sabe como é arriscado, já pensou se o senhor Olavo descobre que você saiu a noite, ele pode te castigar e Deus sabe lá como. – Fiquei olhando para a cara dela por um tempo e não gostei nada desse papo que ela acabou de dizer.— Mas você não me trairia, não é? – Pergunto a ela que negou — Barbara, somos duas adultas e estar na hora de pormos as cartas na mesa, eu sei que você traiu a Vanessa, em partes você foi responsável pelo o que aconteceu a ela.Barbara começou a chorar e eu deixei que ela se acalmasse para me contar o que havia acontecido, ela ficou chorando por um bom tempo e quando finalmente se acalmou começou a me contar.— É ve
Eduardo Barreto No dia seguinte eu vi meu celular e tinha uma mensagem de Jane.“Senhor Eduardo Barreto, li o livro que me emprestou durante a madrugada e devo confessar que gostei bastante, amei de cara a Camila o ponto alto era ela ser estabanada. Já o Lucas eu achei ele meio idiota no começo, mas depois eu passei a gostar, o final eu amei de verdade, mal posso esperar pelo proximo livro, espero que seja tão surpreendente.” Um sorriso brotou dos meus lábios, sabia que ela iria gostar do livro.— Senhor Eduardo Barreto, tem um homem estranho aqui para vê-lo. – Meu mordomo me avisa e eu sabia exatamente de quem se tratava— Bernard, peça para que ele entre, por favor – ele se vai e não demora muito retorna com Denis. — Pode ir agora Bernard, obrigado.— Fala ai Ed – Denis diz estendendo a mão e eu a aperto.— Quais são as novidades?— Tá tudo de boa. Você tá tão diferente, patrão? – Ele diz olhando para mim e fecho a cara.— O que você tem haver com isso? – Pergunto a ele que rapi
A semana passou rapidamente e amanhã Olavo estará de volta para a minha tristeza, minha amiga perguntou se eu gostaria de sair com ela a noite e topei na hora, quando todos foram dormir eu consegui dar uma escapa e me encontrei com minha amiga fomos para uma praça e ficamos conversando por um bom tempo, eu não tinha a menor vontade de voltar para casa, mas depois de ler o diário de Vanessa resolvi ser a melhor esposa que Olavo gostaria de ter.— Amiga, não vejo a hora de você se livrar daquele traste que chama de marido. – Ela deu uma risadinha.— Eu sei Anny, mas a cada página do diário que leio, mais medo eu tenho de Olavo. – Isso é uma verdade.— Jane, acho que você deveria parar de ler esse diário, pois ele está mexendo com a sua cabeça e não de uma forma positiva.— Eu até tenho vontade de parar de ler ele, mas a cada vez que passa eu descubro mais coisa sobre Olavo, você sabia que ele trancava a Vanessa no quarto sem comida e isso só porque ela se recusava a fazer amor com ele.
Fui para a cozinha ver como estava o que precisava ser feito e não demorou muito a minha amiga apareceu com olhar pesaroso.— O que houve amiga, por que está com essa carinha triste? – Pergunto a ela que suspira.— Eu estava conversando com Carlos e o celular dele tocou e o idiota ficou todo animadinho e depois nem me deu mais ideia e começou a conversar animadamente o desgraçado me deixou plantada falando sozinha.— Amiga, você sabe que ele é um cafajeste, não sabe?— Mas ele é o amor da minha vida amiga. – Acho que ela não aprendeu nada, não adianta.Bárbara diz que está tudo sob controle e eu levo minha amiga para meu quarto, assim que ela entra e se arrepia.— O que houve Anny?— Amiga, esse lugar é mórbido, como consegue dormir aqui? – Ela pergunta alisando seu braço.— Dormindo amiga. – Anny olhou para mim como se eu fosse louca.Ficamos conversando por um bom tempo até minha mãe aparecer e ralhar comigo por não estar com os meus “convidados”, só ela mesma para agir desse jeit
— O que aconteceu com você Jane? Estava tentando me humilhar no jantar ou o que? Sinceramente você me irritou muito, principalmente quando me afrontou por conta do retardo do seu irmão. – Eu até estava ouvindo tudo calada, mas quando ele começou a falar da condição do meu irmão eu não aguentei.— Já te pedi para não tratar o meu irmão desse jeito, ele não pediu para nascer com deficiência.— E novamente você está me repreendendo, você já esqueceu o que te digo: Você não é ninguém para me repreender, mas essa não é nem o assunto mais grave.— Eu não quero ver você falando com Eduardo novamente e outra, não gostei nenhum pouco dele ter dado um beijo em seu rosto.— Mas eu não fiz nada, foi ele que me beijou.— Ele te beijou duas vezes e você permitiu sim, estava parecendo uma vagabunda.— Você está passando dos limites. Eduardo não fez nada demais, ele se despediu de mim na frente de todos e eu não vi… – Antes que eu pudesse me pronunciar senti meu rosto ardendo e na hora as lágrimas ro
No dia seguinte acordei bem cedo e fui para cozinha ajudar Bárbara, assim que me viu ela pediu para que eu me sentasse, mas preferi ocupar a minha mente.— Menina, vá se sentar, o seu rosto com certeza está todo dolorido. – Ela diz com ternura.— Eu sei, mas prefiro trabalhar, sabe como é aquele ditado: “Cabeça vazia oficina do diabo.” – Ela começou a rir.— Menina, só você mesmo para me fazer rir.Estávamos conversando quando Olavo desceu, sentou na mesa e ficou esperando ser servido eu estava com ódio dele, mas não podia deixar transparecer.— Esse seu rosto está uma nojeira, vai tratar dele porque não quero ouvir meu irmão dizendo que eu fiz alguma coisa com você. – Apenas assinto e começo a servir o seu café, depois de saciado ele se levanta para ir ao serviço. — Não espere por mim, pois chegarei tarde e mais uma coisa eu iria te proibir de ir ao jardim, mas depois de ver o estado do seu rosto resolvi te dar mais uma chance, só que é a última e lembre-se da próxima vez não sei tão
Depois daquele dia Olavo começou a chegar cada vez mais tarde, ontem mesmo ele chegou com um perfume adocicado e eu sabia que era de mulher, mas não me atrevi a questionar, depois de somar minhas experiências com o diario de Vanessa eu começo a entendê-la chega realmente uma hora que você simplesmente desiste de lutar, doutora aparecia para me aplicar a injeção e verificar o meu estado, ela sempre me olhava com pesar e aquilo me deixava sem graça, minha mãe ligou para saber se eu estava seguindo a risca as coisas com meu marido, ela nunca se preocupa em perguntar o meu estado, as únicas coisas que me alegravam eram receber as mensagens e ligações da minha amiga e de Eduardo, se não fosse pelos dois eu não sei o que seria da minha vida, Olavo me ligou e mandou que preparasse sua bagagem para cinco dias de viagem, fiquei muito contente quando soube da notícia, Bárbara perguntou porque eu estava dançando animada e contei a novidade para ela.— Você está igual Vanessa, ela ficava desse je