Eduardo BarretoQuando Suzy chegou eu a deixei com Jane e fui resolver algumas questões na delegacia Carlos acabou indo comigo é assim que chegamos o delegado nos deixou ouvir o depoimento de uma das cafetinas, seu nome era Raimunda, mas muitas pessoas a conheciam pelo nome Rayane. Conforme ela contava as coisas que aconteciam com as garotas eu ia ficando enojado, ela deu sorte que eu não sou adepto a violência contra mulher, mesmo que essa mereça não é assim que as coisas funcionam. A mulher contava as situações como se fosse um filme que ela tivesse assistido o que me deixou ainda mais possesso. Como pode uma mulher tratar a outra assim? Estava me fazendo esse questionamento.— Eu sabia que Olavo era um canalha, mas não a esse ponto. Como ele pode se envolver em tráfico humano? – Carlos perguntou e eu não sabia o que dizer apenas olhava para aquela mulher desejando que a pena dela seja muito longa. — Não fica assim Edu, vamos, não vale a pena você ficar aqui ouvindo essas atrocidade
Jane CesárioChegando ao cemitério, me sentei em frente a lápide de Vanessa, antes de começar a falar alguma coisa, fiz um minuto de silêncio e uma oração por sua alma.— Sei que não nos conhecemos pessoalmente, mas gostaria de te agradecer por tudo, principalmente por estar ao meu lado me dando forças a continuar, sei que não nos conhecemos, mas gostaria muito de tê-la como amiga. Espero que de onde estiver se sinta vingada e que sua alma possa enfim ter o descanso merecido, nunca esquecerei você e sempre que puder estarei aqui, mais uma vez muito obrigada. – Senti um vento me envolver e eu sabia que era Vanessa me agradecendo,elevei meus olhos para o céu e agradeci mais uma vez e com o coração mais leve e a sensação de paz voltei para o carro onde encontrei Eduardo a minha espera, ele me deu um beijo e fomos para casa.Os meses a seguir se passaram tranquilamente e aos poucos as pessoas foram retomando suas vidas, minha amiga Suzy foi morar com Carlos, os dois não tem nem um mês qu
— Gostaria que vocês recebessem com palmas, ela a escritora de um dos livros mais vendidos da atualidade brasileira e dona do Projeto Vanessa's Liberation, recebam com uma salva de palmas Jane Cesário Barreto. – Estava muito nervosa, mas eu precisava entrar, então respirei fundo e pisei no palco — Por favor, sente-se Jane. – Me sentei ainda sem acreditar que estou em um dos programas vistos da manhã. — Bom dia Ana Leticia, bom dia plateia e telespectadores de casa. – Estava muito tímida com todos olhando para mim. — E então Ane nos conte um pouco a respeito do seu livro. — O nome do meu livro chama-se vendida (Esposa Modelo) e nele conto a minha história real. — Há um documento assinado por seus pais que viralizou, onde eles te deram em casamento aos dez anos para Olavo Ferrete. Como você se sentiu ao saber disso. — Nada confortável, eu acreditei que meus pais haviam prometido a minha mão aos vinte dois anos, mas eu já era uma criança prometida. – Respirei fundo para que as lágr
Se um tempo atrás alguém me dissesse que acabaria nesta situação em que me encontro, teria gargalhado e chamado a pessoa de insana, não entendeu né? Calma! Já explico minha situação. Agora, deixe-me apresentar: Chamo-me Jane Cesário Brás Ferrete, porém sou conhecida como senhora Ferrete. Por que senhora Ferrete? Vocês devem estar se perguntando, bom, tudo começou há seis anos, após voltar da minha faculdade de administração, na verdade estava retornando do meu curso de fotografia, só que meus pais não sabiam que além da faculdade que eles me obrigaram a fazer eu também fazia o que gostava, mas vamos deixar isso de lado pelo menos por enquanto.Chegando em casa avistei meus pais sentados na sala à minha espera, então eles pedem para que eu os siga até o escritório e o faço imediatamente ignorando a sede que sentia, pois quando eles me chamavam eu tinha que obedecer de pronto, já em seu escritório meu pai me disse que me casaria com Olavo Ferrete dentro de uma semana. Não gostava muito
Uma semana se passou e aqui estou respirando o meu último ar de liberdade. Estava inerte em meus pensamentos quando sinto alguém tocar meus ombros, olho para cima e vejo minha mãe.— Você está tão linda. — Ela diz abraçando meus ombros, mas não retribuo.— Para mim, não há diferença alguma, poderia estar me casando com um chitão que daria no mesmo. Eu não o amo mamãe, por que estão me obrigando a casar-me com esse cara. Sei que podemos dar um jeito nas coisas sem precisar chegar a isso.— Por que ele dará estabilidade à nossa família e seu pai não irá para a cadeia, pense nisso enquanto estiver a caminho do altar e ponha um sorriso nesse rosto. Homens não gostam de mulheres com semblantes amargurados. Ah! Mais uma coisa, quando estiver caminhando pense que Olavo é o único que pode salvar o seu irmão da sarjeta, pois sem dinheiro para os enfermeiros e seu pai na cadeia eu terei que colocar o pobrezinho no orfanato, já parou para pensar o que acontecerá com ele? Quando estiver a caminho
Bárbara me entrega o chá e eu o tomo, enquanto ela liga para uma ginecologista. Ela confidenciou que Soraya é bem discreta e que, inclusive, ajudou a primeira esposa de Olavo. Bárbara me disse que eu preciso descansar e seguir seu conselho. Faço o que ela pede e, assim que me deito na cama, durmo. Um tempo depois, sou acordada por leves batidas na porta e, assim que dou permissão, ela entra com uma mulher esguia de pele bronzeada, aparentando ter meia idade, mas ainda sim linda. Ela olha para mim com pesar, e me sinto desconfortável por isso e acabo desviando o olhar.— Olá Jane, sou a doutora Soraya e, daqui pra frente, serei sua ginecologista e te ajudarei em tudo que estiver ao meu alcance. Não precisa sentir-se envergonhada em minha presença, você não faz ideia da quantidade de mulheres que ajudei em sua condição.Ela me entrega um potinho e pede para que eu encha, e vou diretamente ao banheiro e faço imediatamente o que ela pede.— Muito bem, Jane, agora deite-se que irei examiná
Cinco anos se passaram e deixei todas as minhas vontades e sonhos adormecidos para me tornar o que sou hoje, para a sociedade, uma dama e esposa perfeita e dedicada de um magnata.Como sempre, não tenho autonomia para escolher nem o cardápio, e como sempre tudo fica a critério do meu "querido" esposo. Ontem, por exemplo, ele quis comer lasanha de camarão, e hoje ele quer lagosta ao vinho branco. Bárbara e eu ficamos tontas, pois ainda temos que dar conta da limpeza da casa, já que meu adorável esposo não suporta a ideia de ter mais pessoas andando pela casa.Minha amiga Anny diz que eu deveria chutar "o pau da barraca" e viver minha vida, mas sempre lembro de suas palavras anos atrás, dizendo que ele daria um jeito de sumir com meu irmão. Minha mãe diz que eu deveria arrumar amigas da alta sociedade, e o fato da minha amiga ser cantora de rap e ter uma vida louca não ajuda muito.Ela sabe que odeio aquelas mulheres metidas a besta que me medem de cima a baixo só para dar um "olá, quer
Após a visita da minha mãe, senti saudade de conversar com minha amiga, mas como Olavo sabe cada ligação que fiz, eu desisti e prefiro não usar o telefone. Bárbara me proibiu de pensar em desistir, ela disse que sou jovem e que me ajudará a sair dessa condição, mas eu duvido muito. Porém, uma coisa fica rondando minha mente: pelo o que entendi, Bárbara quer se vingar de Olavo, mas pelo o que? Deixo esses questionamentos de lado e começo a fazer a limpeza. Eu não aguento mais todos os dias fazer a mesma coisa e, no final, ainda ouvir de Olavo que não faço, que as coisas estão sujas. Me teletransporto para momentos felizes.*Flashback On*— Anda logo, Jan, vamos dar uma fugida da escola e se divertir um pouco. – Minha amiga me pede para que eu fuja com ela.— E a matéria do professor? Temos que ter nota para passar, você tem que ter nota, porque eu já passei. – Digo a ela, que revira os olhos.— Então, amiga, viu? Você é a queridinha dos professores, a nerd e boazinha. Vamos lá, Jan, vo