Uma noiva para o Magnata Turco
Uma noiva para o Magnata Turco
Por: Julliany Soares
Capítulo Um!

Leyla Ylmaz

Nascemos sem escolher nosso nome, e da mesma forma não escolhemos quem será nossa família, crescemos em meio a um mundo caótico, corrupto e muitas vezes, é no nosso lar que deveria ser um lugar de paz e um ambiente amoroso, onde acabamos sofrendo por um amor doentio, que ultrapassa o respeito e torna a vida de uma família em um pesadelo, essa é a minha lembrança familiar, hoje com meus vinte e oito anos, formada em advocacia, ainda tenho feridas que não foram curadas e a maior parte delas vem de um único homem, aquele que quando eu era criança costumava chamar de pai.

A perda do meu pai ainda era algo que eu não conseguia assimilar completamente. Fazia pouco mais de um mês que ele havia falecido, mas a ausência dele não me afetava da mesma forma que talvez devesse. Não éramos próximos. Na verdade, a última vez que tive uma conversa decente com ele foi há anos, antes de tudo desmoronar de vez.

— Com licença, senhorita — a voz grave e autoritária interrompeu meu pensamento. — Este é um hospital. Talvez você possa falar um pouco mais baixo. Tem gente aqui que precisa de silêncio.

Eu me virei com o rosto ardendo de irritação, pronta para dar uma resposta à altura. O homem que estava diante de mim era... impressionante. Alto, com ombros largos e um terno que parecia custar mais do que meu salário anual. Mas aquele tom de voz? Quem ele pensa que é?

— Ah, sério? Como se eu estivesse aqui de férias! — retruquei, cruzando os braços, deixando claro o meu descontentamento. — Você não faz ideia do que estou passando.

Ele franziu a testa, mantendo a calma, mas seus olhos penetrantes me analisaram como se me conhecesse. Havia algo no jeito que ele me olhava que me deixava desconfortável, como se pudesse ver através de mim.

— Não estou dizendo que seu problema não importa — ele respondeu, com uma firmeza que quase me fez recuar. — Mas aqui, todos têm suas lutas. Um pouco de respeito com o ambiente não faria mal.

Tentei segurar a raiva, mas a tensão entre nós era palpável. Havia algo mais naquele homem além da frieza nas palavras. Uma parte de mim quis continuar aquela discussão, mas outra parte, talvez a mais sensata, decidiu que já bastava. Eu virei as costas sem dizer mais nada e me afastei, ainda sentindo a intensidade daquele encontro.

Lá fora, o vento frio da manhã me atingiu em cheio. Eu precisava de um táxi. Olhei para os lados, mas, claro, nenhum estava à vista. A cidade parecia conspirar contra mim naquele dia.

Quando eu estava prestes a explodir de frustração, o vi novamente. O mesmo homem. Ele estava parado perto de um carro de luxo preto, com o motorista ao lado, esperando. E, para meu espanto, ele caminhou até mim.

Continua...

Eu deveria sentir algum pesar? Talvez. Mas o que sinto é uma mistura de alívio e confusão. Ele era um homem complicado, distante e, acima de tudo, egoísta. Foi o grande responsável por tantas feridas que até hoje carrego. Minha mãe... ah, minha mãe. Ele quebrou o coração dela de um jeito que nunca mais poderia ser consertado. Quando ele a deixou pela amante, minha mãe nunca mais foi a mesma. No fim, ela desistiu. Tomou uma overdose de remédios e nos deixou sozinhas, quebradas, enquanto ele continuava sua vida como se nada tivesse acontecido.

A minha irmã Nazli, era mais velha, quatro anos, nos tornamos inseparáveis, mas agora, ela não conseguia me perdoar, por eu ter aceitado a herança do meu pai, ele que foi o motivo da minha mãe ter tirado a própria vida. Mas a minha irmã não poderia entender, já que eu sou a única filha dele, quando minha mãe conheceu o meu pai, a minha mãe era viúva e Nazli tinha dois anos.

Eu odiava meu pai por isso. Nunca o perdoei, e ele nunca se deu ao trabalho de pedir perdão. A vida dele seguiu como se nossas vidas fossem descartáveis. E agora, ironicamente, ele me deixa uma herança. A herança que por sua amante, deveria ter sido dela, da mulher que destruiu a minha família, e não minha. Isso me sufoca de uma forma que eu não sei lidar. Como se o dinheiro pudesse apagar o que ele fez. Como se eu quisesse qualquer parte daquilo.

Ainda não sei o que vou fazer com essa herança. A cada vez que penso nisso, sinto um peso no peito. Porque, no fundo, a única coisa que eu queria não era dinheiro ou bens. Eu queria que ele tivesse escolhido minha mãe. Que tivesse lutado por ela. Por nós. Mas ele não lutou.

E agora, tudo o que me resta é esse sentimento de vazio, de que, de algum jeito, fui forçada a carregar o legado de um homem que sempre esteve ausente. Não sei se algum dia vou superar isso, mas de uma coisa eu tenho certeza: não vou deixar que essa herança defina quem eu sou, e muito menos que a amante do meu pai, a mulher gananciosa, seja CEO da empresa de advocacia do legado da minha família, onde minha mãe lutou para tornar a empresa do meu pai reconhecida, quando ainda era uma criança, lembro dela se esforçando para que a pequena empresa de advocacia fosse reconhecida e é por ela que me tornei advogada e irei me tornar CEO.

Minha cabeça estava prestes a explodir. O hospital, os exames, os problemas acumulados… tudo parecia girar ao meu redor, me puxando para um redemoinho de preocupações. Finalmente, eu tive o resultado dos exames em mãos, mas mal conseguia processar o que estava acontecendo. Para completar, meu telefone não parava de vibrar com a chamada da cliente mais ansiosa que eu já tive.

— Eu entendo, senhora Mert, mas você precisa ter paciência! — tentei manter a calma enquanto falava ao telefone, mas minha voz começou a se elevar. A tensão estava tomando conta, e eu já não conseguia controlar o volume.

Foi quando senti alguém se aproximar. Não precisei olhar para saber que era alguém intimidante, a presença dele fez o ar ao meu redor mudar.

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