Ferman Aksoy
Assim que Leyla saiu com meu carro, algo em mim permaneceu parado naquele instante. Olhei para o portão da mansão, imaginando o quão complexa e desafiadora aquela mulher era. Leyla Ylmaz tinha um olhar que parecia atravessar qualquer um, uma determinação inquebrável que a tornava única. Mas não havia tempo para distrações. Voltei para dentro da mansão, e antes que pudesse subir as escadas, fui interrompido por meu irmão, Emir, que já me aguardava na sala. Ele estava ali de pé, braços cruzados, com uma expressão que misturava curiosidade e ceticismo. Sua postura e olhar eram suficientes para me dizer que ele sabia mais do que gostaria. Era óbvio que ele estava pronto para confrontar minhas intenções com Leyla. — Então… você realmente está namorando a senhorita Ylmaz? — a pergunta de Emir veio direta, como se quisesse ver minha reação. Sorri, tentando manter o tom despreocupado. — Ela é minha advogada, Emir. Mas… talvez eu tenha outros planos para ela. Emir levantou uma sobrancelha, parecendo cada vez mais intrigado. — Ferman, você que sempre se recusou a falar sobre casamento, agora de repente decide que quer se casar? Sério? — O tom dele era de puro espanto. — O que mudou? Suspirei, sentindo o peso das responsabilidades e de tudo o que estava em jogo. — Não é só uma decisão minha, Emir. Nosso pai quer que eu me case, e, além disso, a guarda de Faruk está em risco. Você sabe como nosso pai é influente aqui em Istambul. Mesmo que Leyla fosse a melhor advogada do país, ele pode facilmente interferir se decidir que eu não sou o melhor guardião para Faruk. E Faruk precisa de nós. Emir permaneceu em silêncio por alguns instantes, seu olhar se suavizando um pouco, mas não ao ponto de concordar comigo. Ele parecia ponderar minhas palavras, tentando avaliar minhas reais intenções. — Sei o quanto você é obstinado, Ferman. Mas Leyla não é o tipo de mulher que aceita as coisas facilmente. Desde que o pai dela morreu, ela assumiu o escritório de advocacia e comanda tudo com pulso firme. Acha que ela aceitaria um casamento arranjado só porque você precisa de uma “esposa”? Sorri novamente, um sorriso um tanto desafiador. — Eu sei que ela não é fácil, Emir. E é exatamente isso que a torna interessante. Ela me desafia, e preciso de alguém assim. Além disso, farei o que for preciso para provar a ela que sou o homem certo. Se for necessário convencê-la, farei isso. Ela vai perceber que serei o esposo perfeito, mesmo que leve tempo. Emir balançou a cabeça, soltando um suspiro resignado. — Sabe… você está se metendo em algo grande. Espero que saiba o que está fazendo, irmão. Porque Leyla não parece alguém que vai simplesmente se deixar levar pelas suas intenções. Assenti, sentindo a determinação crescer dentro de mim. — Ela não vai me deixar ganhar facilmente, mas estou preparado. Não é apenas por mim ou por qualquer egoísmo, Emir. É por Faruk. Ele merece um lar, uma família. E, se for necessário casar para garantir isso, então é o que farei. Emir pareceu refletir sobre minhas palavras, seus olhos percorrendo meu rosto em busca de qualquer sinal de hesitação. Mas não encontrou nada além de determinação. Ele então deu um leve sorriso, quase imperceptível. — Só me prometa uma coisa, Ferman. Não brinque com os sentimentos dela. Seja honesto, pelo menos isso. O olhar sério de Emir me fez perceber o quanto ele se importava, tanto com Faruk quanto com a possível confusão emocional que eu poderia causar em Leyla. — Prometo, irmão. Nunca mentiria sobre isso. O que eu sinto e o que pretendo são reais. Emir finalmente pareceu relaxar, ainda que ligeiramente cético. Ele sabia que, uma vez que eu decidisse algo, era quase impossível me fazer voltar atrás. E com Leyla, eu estava mais certo do que nunca. Naquele momento, tive plena convicção de que conseguiria convencê-la, pois em Leyla eu havia encontrado alguém que, além de me desafiar, me completava. continua..Ferman Aksoy O relógio na parede marcava o avançar da noite, mas eu sabia que ainda havia uma última batalha a enfrentar naquele dia. Fui chamado ao escritório de meu pai, Ferhat, o patriarca da nossa família. Entrar naquela sala sempre trazia uma carga de tensão, mas dessa vez parecia ainda mais intensa. Era quase como se o ar estivesse mais denso, me forçando a manter a calma diante do olhar penetrante de meu pai. Ferhat Aksoy, um homem impiedoso e sim, nossa família era da Máfia turca, que foi passado de geração em geração, meu irmão Erkan havia falecido a poucos meses e meu pai se culpava por isso, já que ele quem deveria resolver os assuntos pendentes da máfia Bozkut, nossos maiores inimigos. Sempre me mantive distante dos assuntos da empresa da minha família, apenas assumi o cargo como o CEO e médico do meu hospital, mas as vezes tive que de forma obscura salvar vidas de gangsters que trabalham para a máfia Aksoy, agora só preciso cumprir com o único pedido que meu irmão fez
Ferman Aksoy Subi até o meu quarto sentindo a pressão do dia pesar em meus ombros. As tensões do trabalho, a preocupação com meu sobrinho e... Leyla Yilmaz, a advogata que eu não conseguia tirar da minha cabeça. Joguei a camisa em um canto, liguei o chuveiro, e a água quente lavou a tensão, me permitindo um breve momento de tranquilidade. Depois do banho, vesti uma camisa escura, combinada com um blazer casual. Queria relaxar, e a boate da família era o melhor lugar para isso. Lá, eu poderia deixar de lado as formalidades e a rotina exigente do hospital, aproveitando a companhia de quem eu realmente considerava ser meus amigos. Assim que cheguei, pedi uma taça de vinho e me sentei, observando o movimento em volta. A segunda taça estava pela metade quando vi Lion chegando com sua irmã, Luna, e sua namorada, Nazli. Levantei a taça em saudação, sorrindo. — Então, virou um turco de vez, Lion? Não pode me deixar sozinho no hospital? — brinquei, sabendo que ele era o melhor neurocirurg
Leyla Ylmaz Senti o olhar de Lion me observando com curiosidade enquanto me aproximava. Cumprimentei-o e tentei ser cordial, embora a tensão ainda estivesse pairando no ar depois de minha conversa com Ferman. Lion parecia uma boa pessoa, e Nazli havia falado muito bem dele, o que me deixava mais à vontade. Trocamos algumas palavras sobre sua profissão e sobre sua experiência no hospital, enquanto eu tentava disfarçar a sensação incômoda de que Ferman me observava ao longe. Luna logo se juntou a nós, e começamos a conversar. Aproveitei para desviar a atenção, tentando ignorar Ferman e me concentrar na conversa. Depois de alguns minutos, relaxei um pouco, aliviada ao ver que ele parecia distraído, conversando com uma loira de olhos azuis. Suspirei internamente, contente com a ideia de que talvez ele me deixasse em paz finalmente. Mas minha paz durou pouco. Assim que virei o rosto de volta para Lion e Luna, senti um movimento ao meu lado. Ferman já estava ali novamente. A loira se apr
Ferman Aksoy Sinto o sangue fervendo dentro de mim enquanto caminho de volta para o salão. A cena do beijo dela com aquele cara,seja lá quem ele for, ainda lateja na minha cabeça. É insuportável, e pior ainda é o pensamento de que ela fez aquilo de propósito. Como se não bastasse ter que lidar com Zeynep e sua provocação mesquinha, agora Leyla decide trazer esse tal homem, como se eu não estivesse ali. Ela sabe como me irritar e parece se divertir com isso.Ao me aproximar, vejo que Luna e Nazli estão conversando animadamente, mas, assim que me veem, a conversa esfria. Lion nota minha expressão e fica em silêncio, como se esperasse alguma explosão. E então vejo ele, o homem que beijou a minha advogata, ainda ali, parecendo bastante à vontade. Perfeito.— Então você é o famoso Kerem? — digo, sem disfarçar o tom de sarcasmo na voz. — O que você é da Leyla?Kerem me encara com um sorriso que me irrita ainda mais. Ele é todo confiante, sem a menor ideia de onde está se metendo.— Sim,
Ferman Aksoy Kerem Kaya… então era isso. Um amigo de infância, de volta para o lugar que ele achava que ainda o pertencia. Mas ele teria uma surpresa. Leyla não pertencia a ninguém, muito menos a ele.. Guardei o celular no bolso, decidido a não perder mais tempo com aquilo por hoje. Mas uma coisa era certa: agora que eu sabia quem ele era, Leyla ia descobrir que eu não pretendia me afastar. Afinal, um jogo só é interessante quando um dos lados está disposto a arriscar tudo e eu não desisto de nada e não seria assim com Leyla. Entrei no meu consultório, tranquei a porta e dormi no sofá que se tornava iam bicama. Na manhã seguinte, acordei, tomei um banho e peguei um dos ternos que tinha no meu consultório, afinal o hospital era o meu segundo lar. O meu assistente entrou com o meu café da manhã, eu bebi apenas um pouco do café e em seguida pedi que ligasse para a floricultura e mandasse para a empresa da Leyla, um buquê de flores, sai, fui direto para a empresa da Leyla e quando
Leyla YlmazDeixei Ferman, sozinho na recepção e entrei na minha sala no escritório de advocacia e, pouco depois, Ferman também entrou, com aquele jeito confiante de sempre.— Você tem sido um cliente bastante difícil de lidar, senhor Aksoy — falei, tentando manter o tom profissional.Ferman se aproximou e sentou ao meu lado, tocando de leve os meus cabelos, o que me fez sentir um arrepio involuntário.— Até quando vai fingir que sou apenas um cliente? Parece que gosta de fingir que não sabe que eu me importo com você, Leyla.Me afastei dele, tentando recuperar a compostura.— Podemos começar a reunião antes da audiência? O advogado da avó do seu sobrinho me enviou um acordo, e queria te mostrar.— Quero que saiba que não sou o tipo de homem que aceita acordos, Leyla. Não precisa sequer me mostrar nada a respeito disso.— Eu imaginei que não aceitaria mesmo. Por isso já tomei a liberdade de enviar para o advogado que não estamos buscando um acordo e que iremos ao tribunal pela guarda
Leyla Ylmaz Assim que terminei de colocar meus pensamentos em ordem, tirei o celular do bolso e disquei o número de Kerem. Depois de alguns toques, ele atendeu com aquele tom caloroso que sempre me fazia sorrir.— Kerem, obrigada pelas flores! — comecei, tentando manter a voz leve, como se a situação fosse a coisa mais natural do mundo.Ele ficou em silêncio por um segundo, claramente confuso.— Flores?— Ele soou surpreso. — Leyla, eu não mandei flores para você.Meu coração deu um leve sobressalto, mas não deixei que ele notasse a minha surpresa. Imediatamente, busquei uma desculpa para encerrar a ligação antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa.— Ah... me confundi então! Desculpe. Escuta, acabou de chegar um cliente aqui. A gente se fala depois, tudo bem?Ele riu suavemente, sem insistir.— Claro, boa sorte com o cliente. Falo com você mais tarde meu amor.Desliguei o telefone, o coração ainda acelerado. Então, não tinha sido Kerem. Não havia dúvida, então, as flores eram
Ferman AksoySaí do escritório da Leyla com um leve sorriso no rosto, satisfeito com o impacto que deixei. Mas ainda não tinha terminado. Se Kerem Kaya achava que poderia continuar jogando com Leyla como se ela fosse mais uma peça no seu tabuleiro, ele estava muito enganado.Dirigi direto até a empresa de arquitetura dele. Quando cheguei, a recepcionista tentou me impedir, pedindo que aguardasse enquanto avisava Kerem da minha chegada, mas eu não tinha paciência para formalidades. Apenas assenti e continuei andando até a sala dele.Ao abrir a porta, dei de cara com uma cena interessante: Kerem estava perto demais de uma mulher que eu reconheci instantaneamente. Luna. A proximidade entre os dois era evidente, e o olhar surpreso deles ao me ver na porta só confirmou o que eu já imaginava.— Atrapalho algo? — perguntei, mantendo um sorriso no rosto, como se a situação fosse absolutamente normal.Kerem e Luna se entreolharam rapidamente, e ambos pareceram desconfortáveis. Perfeito. Caminh