Leyla Ylmaz Assim que terminei de colocar meus pensamentos em ordem, tirei o celular do bolso e disquei o número de Kerem. Depois de alguns toques, ele atendeu com aquele tom caloroso que sempre me fazia sorrir.— Kerem, obrigada pelas flores! — comecei, tentando manter a voz leve, como se a situação fosse a coisa mais natural do mundo.Ele ficou em silêncio por um segundo, claramente confuso.— Flores?— Ele soou surpreso. — Leyla, eu não mandei flores para você.Meu coração deu um leve sobressalto, mas não deixei que ele notasse a minha surpresa. Imediatamente, busquei uma desculpa para encerrar a ligação antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa.— Ah... me confundi então! Desculpe. Escuta, acabou de chegar um cliente aqui. A gente se fala depois, tudo bem?Ele riu suavemente, sem insistir.— Claro, boa sorte com o cliente. Falo com você mais tarde meu amor.Desliguei o telefone, o coração ainda acelerado. Então, não tinha sido Kerem. Não havia dúvida, então, as flores eram
Ferman AksoySaí do escritório da Leyla com um leve sorriso no rosto, satisfeito com o impacto que deixei. Mas ainda não tinha terminado. Se Kerem Kaya achava que poderia continuar jogando com Leyla como se ela fosse mais uma peça no seu tabuleiro, ele estava muito enganado.Dirigi direto até a empresa de arquitetura dele. Quando cheguei, a recepcionista tentou me impedir, pedindo que aguardasse enquanto avisava Kerem da minha chegada, mas eu não tinha paciência para formalidades. Apenas assenti e continuei andando até a sala dele.Ao abrir a porta, dei de cara com uma cena interessante: Kerem estava perto demais de uma mulher que eu reconheci instantaneamente. Luna. A proximidade entre os dois era evidente, e o olhar surpreso deles ao me ver na porta só confirmou o que eu já imaginava.— Atrapalho algo? — perguntei, mantendo um sorriso no rosto, como se a situação fosse absolutamente normal.Kerem e Luna se entreolharam rapidamente, e ambos pareceram desconfortáveis. Perfeito. Caminh
Leyla Ylmaz Já era perto das dezoito horas, quando sai da empresa e Kerem me aguardava na entrada, era a primeira vez que ele me buscava desde que começamos a namorar. Eu sabia que algo estava errado desde o momento em que Kerem apareceu na entrada da minha empresa. Não era o mesmo homem de sempre, aquele que trazia uma tranquilidade imbatível no olhar e um sorriso despretensioso. Dessa vez, ele estava sério, quase distante. Mas quando me olhou, seus olhos pareciam carregados de um peso invisível. Ainda assim, disfarcei o incômodo e me obriguei a sorrir, querendo acreditar que talvez fosse apenas cansaço. O caminho até o restaurante foi silencioso, e mesmo as poucas palavras trocadas entre nós foram tingidas com uma estranheza. Eu podia sentir a tensão crescendo no ar, mas me recusei a comentar. Talvez fosse melhor apenas esperar, pensei, tentando me convencer de que eu estava exagerando. Quando chegamos ao restaurante, o ambiente intimista e acolhedor me fez pensar que talve
Leyla Ylmaz Eu estava completamente movida pela raiva, não conseguia me controlar, liguei para o Ferman e assim que ele atendeu eu disse: —Senhor Aksoy, preciso te ver imediatamente, onde posso encontrá-lo? —Me encontre em meia hora no Hotel Aksoy, vou te mandar o endereço por mensagem. Desligo a chamada e logo ele me envia a localização, dirigi rapidamente até lá, sem me importar se ele só estaria em meia hora. Assim que chego, entro na recepção do hotel, e então uma recepcionista aproxima-se e me pergunta: —A senhorita se chama Leyla Ylmaz? —Sim!—respondo a jovem recepcionista. —O senhor Aksoy me pediu para levá-la até ele. Entrei no elevador com ela e logo que as portas se fecharam, ela disse: —Ele ainda não chegou, mas já pediu que te levasse à suíte dele. —Claro, isso é realmente a cara dele. Assim que o elevador se abriu, andamos pelo corredor, até chegar em uma porta de madeira rústica e com detalhes únicos, era enorme e dividida, ela abriu as portas e
Ferman AksoyAquele beijo era tudo o que eu imaginava e mais. O gosto dela, a forma como seus lábios se moviam junto aos meus, como se finalmente ela estivesse se entregando àquilo que ambos evitávamos há tanto tempo. Pude sentir o calor do corpo dela, o modo como ela estava dividida entre a raiva e o desejo, e eu não podia negar o prazer que isso me causava.Me afastei por um momento, apenas o suficiente para ver o rosto dela, para captar cada detalhe de sua expressão. Havia confusão, desejo, mas também uma teimosia que eu reconhecia bem. Leyla era uma tempestade, um furacão, e eu sabia que não seria fácil conquistá-la. — Eu sabia que você vinha me culpar — murmurei, com um sorriso de satisfação. — Mas também sei que algo em você queria isso tanto quanto eu. Ela tentou responder, mas eu voltei a beijá-la, desta vez mais devagar, aproveitando cada segundo. Minhas mãos deslizaram pelo seu rosto, sentindo sua pele quente e suave. Sentia sua respiração acelerar, e era impossível resist
Ferman Aksoy O dia da audiência finalmente chegou. Eu estava no tribunal, de pé, tentando manter a postura firme, mas a tensão era inevitável. Não apenas pelo resultado que significaria tudo para mim e para o futuro de Faruk, mas também porque, logo que vi Leyla entrar no recinto, senti um nervosismo inesperado. Ela estava impecável, com um olhar decidido e postura altiva, irradiando uma força que eu só tinha visto poucas vezes. Seu cabelo estava preso, seu terno escuro exalava profissionalismo e segurança, e ao perceber o brilho intenso em seus olhos, soube que ela estava pronta para lutar ao meu lado. Eu me sentei no banco reservado para mim, enquanto Leyla tomou seu lugar com a mesma firmeza, à minha frente. Pouco depois, entrou a avó de Faruk, uma mulher dura, com o rosto marcado pelo tempo e pela amargura que parecia carregar por trás de cada expressão. Ela lançou um olhar na minha direção, cheio de reprovação, e logo depois se fixou em Leyla, como se a estivesse avaliando. M
Leyla Ylmaz Acordei com a cabeça latejando e uma sensação de desorientação completa. Pisquei várias vezes, tentando ajustar minha visão, e fui gradualmente percebendo o ambiente ao meu redor. Estava em um quarto luxuoso, com móveis de madeira escura, cortinas pesadas e uma janela alta que deixava apenas um feixe de luz passar. Tentei me levantar, mas um cansaço estranho parecia pesar nos meus músculos, levantei e me aproximei das portas que estavam trancadas. De repente, um pânico gelado subiu pela minha espinha. Eu segurei a porta e puxei a maçaneta, empurrando com força. Em vão. Comecei a bater nas portas e a gritar por socorro. — Alguém me tire daqui! — minha voz ecoava pelo quarto, misturada com a angústia e confusão que cresciam a cada segundo. Após alguns minutos, ouvi o barulho de uma chave girando na fechadura. Dei um passo para trás, tentando recuperar o fôlego. A porta se abriu, e Ferman entrou, carregando uma bandeja de café da manhã. Ele olhou para mim com um sorriso t
Ferman AksoyEu esperei pacientemente do lado de fora do quarto enquanto Leyla lidava com a realidade de sua nova situação. Ouvi passos rápidos e arrastados, sinais de que ela estava se movendo pelo quarto, talvez tentando encontrar alguma saída, alguma brecha. Era natural que reagisse assim, que tentasse se rebelar contra o inevitável. Mas Leyla ainda não entendia que, quanto mais resistisse, mais forte seria a conexão entre nós. Ela precisava aceitar o que era claro para mim desde o começo.Depois de algumas horas, voltei ao quarto. Quando entrei, o olhar que ela me lançou poderia ter atravessado paredes. Não era apenas raiva, era uma tempestade de sentimentos, uma mistura de ódio e desespero que só me fazia querer estar ainda mais próximo dela.— Ferman, você é insano! — gritou, assim que entrei.Fechei a porta atrás de mim com calma, mantendo o olhar fixo nela, e respondi com a tranquilidade de quem sabe que tem controle total da situação.— Você pode me chamar do que quiser, Leyl