Leyla Ylmaz Eu estava completamente movida pela raiva, não conseguia me controlar, liguei para o Ferman e assim que ele atendeu eu disse: —Senhor Aksoy, preciso te ver imediatamente, onde posso encontrá-lo? —Me encontre em meia hora no Hotel Aksoy, vou te mandar o endereço por mensagem. Desligo a chamada e logo ele me envia a localização, dirigi rapidamente até lá, sem me importar se ele só estaria em meia hora. Assim que chego, entro na recepção do hotel, e então uma recepcionista aproxima-se e me pergunta: —A senhorita se chama Leyla Ylmaz? —Sim!—respondo a jovem recepcionista. —O senhor Aksoy me pediu para levá-la até ele. Entrei no elevador com ela e logo que as portas se fecharam, ela disse: —Ele ainda não chegou, mas já pediu que te levasse à suíte dele. —Claro, isso é realmente a cara dele. Assim que o elevador se abriu, andamos pelo corredor, até chegar em uma porta de madeira rústica e com detalhes únicos, era enorme e dividida, ela abriu as portas e
Ferman AksoyAquele beijo era tudo o que eu imaginava e mais. O gosto dela, a forma como seus lábios se moviam junto aos meus, como se finalmente ela estivesse se entregando àquilo que ambos evitávamos há tanto tempo. Pude sentir o calor do corpo dela, o modo como ela estava dividida entre a raiva e o desejo, e eu não podia negar o prazer que isso me causava.Me afastei por um momento, apenas o suficiente para ver o rosto dela, para captar cada detalhe de sua expressão. Havia confusão, desejo, mas também uma teimosia que eu reconhecia bem. Leyla era uma tempestade, um furacão, e eu sabia que não seria fácil conquistá-la. — Eu sabia que você vinha me culpar — murmurei, com um sorriso de satisfação. — Mas também sei que algo em você queria isso tanto quanto eu. Ela tentou responder, mas eu voltei a beijá-la, desta vez mais devagar, aproveitando cada segundo. Minhas mãos deslizaram pelo seu rosto, sentindo sua pele quente e suave. Sentia sua respiração acelerar, e era impossível resist
Ferman Aksoy O dia da audiência finalmente chegou. Eu estava no tribunal, de pé, tentando manter a postura firme, mas a tensão era inevitável. Não apenas pelo resultado que significaria tudo para mim e para o futuro de Faruk, mas também porque, logo que vi Leyla entrar no recinto, senti um nervosismo inesperado. Ela estava impecável, com um olhar decidido e postura altiva, irradiando uma força que eu só tinha visto poucas vezes. Seu cabelo estava preso, seu terno escuro exalava profissionalismo e segurança, e ao perceber o brilho intenso em seus olhos, soube que ela estava pronta para lutar ao meu lado. Eu me sentei no banco reservado para mim, enquanto Leyla tomou seu lugar com a mesma firmeza, à minha frente. Pouco depois, entrou a avó de Faruk, uma mulher dura, com o rosto marcado pelo tempo e pela amargura que parecia carregar por trás de cada expressão. Ela lançou um olhar na minha direção, cheio de reprovação, e logo depois se fixou em Leyla, como se a estivesse avaliando. M
Leyla Ylmaz Acordei com a cabeça latejando e uma sensação de desorientação completa. Pisquei várias vezes, tentando ajustar minha visão, e fui gradualmente percebendo o ambiente ao meu redor. Estava em um quarto luxuoso, com móveis de madeira escura, cortinas pesadas e uma janela alta que deixava apenas um feixe de luz passar. Tentei me levantar, mas um cansaço estranho parecia pesar nos meus músculos, levantei e me aproximei das portas que estavam trancadas. De repente, um pânico gelado subiu pela minha espinha. Eu segurei a porta e puxei a maçaneta, empurrando com força. Em vão. Comecei a bater nas portas e a gritar por socorro. — Alguém me tire daqui! — minha voz ecoava pelo quarto, misturada com a angústia e confusão que cresciam a cada segundo. Após alguns minutos, ouvi o barulho de uma chave girando na fechadura. Dei um passo para trás, tentando recuperar o fôlego. A porta se abriu, e Ferman entrou, carregando uma bandeja de café da manhã. Ele olhou para mim com um sorriso t
Ferman AksoyEu esperei pacientemente do lado de fora do quarto enquanto Leyla lidava com a realidade de sua nova situação. Ouvi passos rápidos e arrastados, sinais de que ela estava se movendo pelo quarto, talvez tentando encontrar alguma saída, alguma brecha. Era natural que reagisse assim, que tentasse se rebelar contra o inevitável. Mas Leyla ainda não entendia que, quanto mais resistisse, mais forte seria a conexão entre nós. Ela precisava aceitar o que era claro para mim desde o começo.Depois de algumas horas, voltei ao quarto. Quando entrei, o olhar que ela me lançou poderia ter atravessado paredes. Não era apenas raiva, era uma tempestade de sentimentos, uma mistura de ódio e desespero que só me fazia querer estar ainda mais próximo dela.— Ferman, você é insano! — gritou, assim que entrei.Fechei a porta atrás de mim com calma, mantendo o olhar fixo nela, e respondi com a tranquilidade de quem sabe que tem controle total da situação.— Você pode me chamar do que quiser, Leyl
Ferman Aksoy A noite estava silenciosa enquanto Leyla tentava, inutilmente, afastar-se de mim, arrastando-se até o sofá como se isso pudesse impor alguma distância entre nós. Sorri diante da sua tentativa de me desafiar e fui até ela, envolvendo-a em meus braços para trazê-la de volta à cama.— Sabe, Leyla, você é mais teimosa do que imaginei — murmurei, com um toque de admiração genuína.Ela se debateu, mas mantive meus braços firmes, colocando-a novamente ao meu lado na cama. Cada movimento dela era um lembrete do quanto estava decidida a resistir, e essa resistência apenas me incentivava a persistir. Ela poderia lutar contra o que sentia, mas sabia tão bem quanto eu que aquele conflito interno a deixava vulnerável.Leyla tentou se afastar, mas prendi seu pulso suavemente, observando-a com um misto de paciência e determinação. Ela me lançou um olhar furioso, como se aquele contato fosse uma afronta, mas pude perceber que ficou corada, a respiração que se tornava mais curta e rápida
Leyla YlmazEu ainda sentia o calor na palma da minha mão depois do tapa que dei em Ferman. Ele ousou roubar um beijo, um gesto que me fez perder o controle por completo. A raiva e o desespero misturavam-se dentro de mim, e aquele tapa foi o único modo que encontrei de reagir à afronta. Ele apenas sorriu, aquele sorriso convencido de quem achava que sabia tudo sobre mim, que achava que poderia me dobrar. Virei-me de costas para ele e me deitei, determinada a ignorar sua presença, a fingir que ele não estava ali. Meu corpo estava tenso, minha mente girava em mil pensamentos sobre como eu havia sido imprudente em subestimá-lo, em achar que poderia sair fácil daquela situação. Mas o cansaço era maior que minha raiva, e, a cada minuto que passava, meu corpo cedia. Fechei os olhos, tentando escapar daquele quarto, daquele homem, nem que fosse apenas em sonho.Acordei com a luz da manhã filtrando pelas cortinas. Pisquei algumas vezes, tentando clarear a mente. A ideia de ter dormido na mes
Leyla YlmazDirigi pelas estradas ensolaradas da manhã, com o silêncio ocupando o carro de Ferman, enquanto minha mente revirava todos os eventos das últimas horas. Finalmente, eu estava livre. Ele me libertou, mas, de alguma forma, eu me sentia ainda mais prisioneira de pensamentos confusos e sentimentos que tentava ignorar. Havia algo na forma como Ferman me olhara ao se despedir que deixava uma pontada de hesitação. Ele não era só o homem que me mantivera sob controle; era também alguém que parecia capaz de despertar em mim uma fúria e, contraditoriamente, uma atração inexplicável.Quando cheguei em casa, Nazli estava sentada no sofá, e logo ergueu o olhar, surpresa ao me ver entrando.— Já voltou, irmã?Suspirei, tentando processar tudo o que tinha acontecido.— Eu estava sendo prisioneira do Ferman, irmã. Ele é louco, mas parece que, de algum jeito, recobrou o juízo e me deixou ir embora.Ela hesitou, mas então me olhou com aquele olhar compreensivo que só uma irmã mais velha s