Ferman Aksoy
Leyla entrou no carro batendo a porta com uma certa força, como se quisesse deixar claro que não estava exatamente feliz em estar ali. Ela se manteve rígida, braços cruzados, enquanto eu manobrava. Olhei para ela, e um sorriso surgiu sem que eu pudesse evitar. — Não esperava que a mulher que foi tão rude comigo mais cedo fosse minha advogada — provoquei, apenas para ver como ela reagiria. Ela manteve o olhar fixo à frente, mas senti o tom firme na voz dela. — Não estava sendo rude, Ferman. Estava apenas fazendo o meu trabalho. Ri. Ela era determinada, tinha uma presença impenetrável. Silenciosa, mas afiada. Após alguns minutos de silêncio, estacionei em frente à minha casa. Sabia que ela ia reagir. — Não vou entrar. Achei que era só um jantar, não uma visita à sua casa — disse, firme, me desafiando com o olhar. Saí do carro e fui até o lado dela, abrindo a porta e estendendo a mão com um sorriso leve. — É só para jantar, Leyla. E, para ser honesto, você não faz o meu tipo. Ela soltou uma risada contida, olhando para mim com uma sobrancelha arqueada. — Que alívio. Porque você até faz o meu tipo, mas só se fosse em outro milênio, não nesse. Ri com sinceridade. Essa mulher era um enigma. Caminhamos até a entrada, e eu segurei sua mão. Ela tentou recuar, mas não deixei. Quando entramos, a família já estava à mesa, nos esperando, e pude sentir o olhar de surpresa de todos. Eda, minha irmã mais nova, foi a primeira a falar. — Essa é sua nova namorada, Ferman? — perguntou ela, com um sorriso divertido. Antes que Leyla tivesse tempo de responder, eu me adiantei. — Digamos que ela desperta em mim algo que nenhuma outra mulher já tentou. Talvez seja muito mais do que uma namorada. Leyla me lançou um olhar que misturava descrença e sarcasmo. Sorri, aproveitando cada segundo. — Sou a advogada dele — ela disse para todos, deixando claro o limite. — E tenho certeza de que me convidou para jantar com vocês esta noite para me convencer a vencer o caso dele. Afinal, a família é importante para ele, certo? Minha mãe riu, e o clima à mesa se descontraiu. Leyla acabou relaxando, conversando com todos, compartilhando algumas histórias que a faziam se esquecer da formalidade. Eu a observava, admirado pela maneira como ela se integrava, rindo com a minha mãe, respondendo às provocações de Eda. Quando o jantar terminou, ofereci para acompanhá-la até a sua casa. Assim que ficamos sozinhos, eu a encarei, sabendo que era agora ou nunca. — Sabe, Leyla, eu realmente não te trouxe aqui só por causa do caso. Ela cruzou os braços, mantendo o tom desafiador. — Então, por que me trouxe? Hesitei, mas as palavras saíram, mais sérias do que eu pretendia. — Porque, honestamente, nunca conheci alguém que me desafiasse assim e você talvez precise de um amigo, receio que eu posso ser a solução dos seus problemas. —Isso é sério?—ela diz ainda sendo sarcástica. —Você pode não querer ajuda, mas precisa de mim, então quero que seja a melhor advogada que eu já pude ter e que eu tenha a guarda do meu sobrinho, se isso acontecer, você poderá contar comigo para tudo, até mesmo para colocar sua madastra fora da sua empresa. —Eu não preciso que me prometa nada senhor Ferman, eu irei fazer o meu trabalho e você terá seu sobrinho, lhe garanto isso.—disse ela e logo pegou minhas chaves, entrou no carro e saiu de lá dirigindo. —Essa mulher vai me deixar louco.—digo enquanto a vejo saindo com o meu carro, para fora da mansão. continua....Ferman Aksoy Assim que Leyla saiu com meu carro, algo em mim permaneceu parado naquele instante. Olhei para o portão da mansão, imaginando o quão complexa e desafiadora aquela mulher era. Leyla Ylmaz tinha um olhar que parecia atravessar qualquer um, uma determinação inquebrável que a tornava única. Mas não havia tempo para distrações. Voltei para dentro da mansão, e antes que pudesse subir as escadas, fui interrompido por meu irmão, Emir, que já me aguardava na sala. Ele estava ali de pé, braços cruzados, com uma expressão que misturava curiosidade e ceticismo. Sua postura e olhar eram suficientes para me dizer que ele sabia mais do que gostaria. Era óbvio que ele estava pronto para confrontar minhas intenções com Leyla. — Então… você realmente está namorando a senhorita Ylmaz? — a pergunta de Emir veio direta, como se quisesse ver minha reação. Sorri, tentando manter o tom despreocupado. — Ela é minha advogada, Emir. Mas… talvez eu tenha outros planos para ela. Emir lev
Ferman Aksoy O relógio na parede marcava o avançar da noite, mas eu sabia que ainda havia uma última batalha a enfrentar naquele dia. Fui chamado ao escritório de meu pai, Ferhat, o patriarca da nossa família. Entrar naquela sala sempre trazia uma carga de tensão, mas dessa vez parecia ainda mais intensa. Era quase como se o ar estivesse mais denso, me forçando a manter a calma diante do olhar penetrante de meu pai. Ferhat Aksoy, um homem impiedoso e sim, nossa família era da Máfia turca, que foi passado de geração em geração, meu irmão Erkan havia falecido a poucos meses e meu pai se culpava por isso, já que ele quem deveria resolver os assuntos pendentes da máfia Bozkut, nossos maiores inimigos. Sempre me mantive distante dos assuntos da empresa da minha família, apenas assumi o cargo como o CEO e médico do meu hospital, mas as vezes tive que de forma obscura salvar vidas de gangsters que trabalham para a máfia Aksoy, agora só preciso cumprir com o único pedido que meu irmão fez
Ferman Aksoy Subi até o meu quarto sentindo a pressão do dia pesar em meus ombros. As tensões do trabalho, a preocupação com meu sobrinho e... Leyla Yilmaz, a advogata que eu não conseguia tirar da minha cabeça. Joguei a camisa em um canto, liguei o chuveiro, e a água quente lavou a tensão, me permitindo um breve momento de tranquilidade. Depois do banho, vesti uma camisa escura, combinada com um blazer casual. Queria relaxar, e a boate da família era o melhor lugar para isso. Lá, eu poderia deixar de lado as formalidades e a rotina exigente do hospital, aproveitando a companhia de quem eu realmente considerava ser meus amigos. Assim que cheguei, pedi uma taça de vinho e me sentei, observando o movimento em volta. A segunda taça estava pela metade quando vi Lion chegando com sua irmã, Luna, e sua namorada, Nazli. Levantei a taça em saudação, sorrindo. — Então, virou um turco de vez, Lion? Não pode me deixar sozinho no hospital? — brinquei, sabendo que ele era o melhor neurocirurg
Leyla Ylmaz Senti o olhar de Lion me observando com curiosidade enquanto me aproximava. Cumprimentei-o e tentei ser cordial, embora a tensão ainda estivesse pairando no ar depois de minha conversa com Ferman. Lion parecia uma boa pessoa, e Nazli havia falado muito bem dele, o que me deixava mais à vontade. Trocamos algumas palavras sobre sua profissão e sobre sua experiência no hospital, enquanto eu tentava disfarçar a sensação incômoda de que Ferman me observava ao longe. Luna logo se juntou a nós, e começamos a conversar. Aproveitei para desviar a atenção, tentando ignorar Ferman e me concentrar na conversa. Depois de alguns minutos, relaxei um pouco, aliviada ao ver que ele parecia distraído, conversando com uma loira de olhos azuis. Suspirei internamente, contente com a ideia de que talvez ele me deixasse em paz finalmente. Mas minha paz durou pouco. Assim que virei o rosto de volta para Lion e Luna, senti um movimento ao meu lado. Ferman já estava ali novamente. A loira se apr
Ferman Aksoy Sinto o sangue fervendo dentro de mim enquanto caminho de volta para o salão. A cena do beijo dela com aquele cara,seja lá quem ele for, ainda lateja na minha cabeça. É insuportável, e pior ainda é o pensamento de que ela fez aquilo de propósito. Como se não bastasse ter que lidar com Zeynep e sua provocação mesquinha, agora Leyla decide trazer esse tal homem, como se eu não estivesse ali. Ela sabe como me irritar e parece se divertir com isso.Ao me aproximar, vejo que Luna e Nazli estão conversando animadamente, mas, assim que me veem, a conversa esfria. Lion nota minha expressão e fica em silêncio, como se esperasse alguma explosão. E então vejo ele, o homem que beijou a minha advogata, ainda ali, parecendo bastante à vontade. Perfeito.— Então você é o famoso Kerem? — digo, sem disfarçar o tom de sarcasmo na voz. — O que você é da Leyla?Kerem me encara com um sorriso que me irrita ainda mais. Ele é todo confiante, sem a menor ideia de onde está se metendo.— Sim,
Ferman Aksoy Kerem Kaya… então era isso. Um amigo de infância, de volta para o lugar que ele achava que ainda o pertencia. Mas ele teria uma surpresa. Leyla não pertencia a ninguém, muito menos a ele.. Guardei o celular no bolso, decidido a não perder mais tempo com aquilo por hoje. Mas uma coisa era certa: agora que eu sabia quem ele era, Leyla ia descobrir que eu não pretendia me afastar. Afinal, um jogo só é interessante quando um dos lados está disposto a arriscar tudo e eu não desisto de nada e não seria assim com Leyla. Entrei no meu consultório, tranquei a porta e dormi no sofá que se tornava iam bicama. Na manhã seguinte, acordei, tomei um banho e peguei um dos ternos que tinha no meu consultório, afinal o hospital era o meu segundo lar. O meu assistente entrou com o meu café da manhã, eu bebi apenas um pouco do café e em seguida pedi que ligasse para a floricultura e mandasse para a empresa da Leyla, um buquê de flores, sai, fui direto para a empresa da Leyla e quando
Leyla YlmazDeixei Ferman, sozinho na recepção e entrei na minha sala no escritório de advocacia e, pouco depois, Ferman também entrou, com aquele jeito confiante de sempre.— Você tem sido um cliente bastante difícil de lidar, senhor Aksoy — falei, tentando manter o tom profissional.Ferman se aproximou e sentou ao meu lado, tocando de leve os meus cabelos, o que me fez sentir um arrepio involuntário.— Até quando vai fingir que sou apenas um cliente? Parece que gosta de fingir que não sabe que eu me importo com você, Leyla.Me afastei dele, tentando recuperar a compostura.— Podemos começar a reunião antes da audiência? O advogado da avó do seu sobrinho me enviou um acordo, e queria te mostrar.— Quero que saiba que não sou o tipo de homem que aceita acordos, Leyla. Não precisa sequer me mostrar nada a respeito disso.— Eu imaginei que não aceitaria mesmo. Por isso já tomei a liberdade de enviar para o advogado que não estamos buscando um acordo e que iremos ao tribunal pela guarda
Leyla Ylmaz Assim que terminei de colocar meus pensamentos em ordem, tirei o celular do bolso e disquei o número de Kerem. Depois de alguns toques, ele atendeu com aquele tom caloroso que sempre me fazia sorrir.— Kerem, obrigada pelas flores! — comecei, tentando manter a voz leve, como se a situação fosse a coisa mais natural do mundo.Ele ficou em silêncio por um segundo, claramente confuso.— Flores?— Ele soou surpreso. — Leyla, eu não mandei flores para você.Meu coração deu um leve sobressalto, mas não deixei que ele notasse a minha surpresa. Imediatamente, busquei uma desculpa para encerrar a ligação antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa.— Ah... me confundi então! Desculpe. Escuta, acabou de chegar um cliente aqui. A gente se fala depois, tudo bem?Ele riu suavemente, sem insistir.— Claro, boa sorte com o cliente. Falo com você mais tarde meu amor.Desliguei o telefone, o coração ainda acelerado. Então, não tinha sido Kerem. Não havia dúvida, então, as flores eram