Leyla Ylmaz
— Não é questão de achar, Eliza — respondi, com firmeza. — Eu sou a dona agora, e não importa quem você foi para ele. Nenhum de nós pode mudar o testamento. Nem mesmo você pode passar por cima de mim, e está empresa só foi criada, anos atrás, por causa da minha mãe, então não ouse falar novamente sobre isso. Eliza parecia prestes a rebater, mas mantive minha postura. Eu não estava ali para me encolher. A empresa agora era minha, e ninguém muito menos ela, iria me impedir de fazer o que fosse necessário. Assim que a reunião terminou, voltei para minha sala. Havia outros desafios para enfrentar, e o maior deles acabava de chegar. A minha secretária disse que era um dos meus clientes mais importantes que estava prestes a entrar. Olhei o nome no arquivo à minha frente: Ferman . Aksoy O nome soava familiar, mas nada me prepararia para o impacto de vê-lo pessoalmente. A porta se abriu e lá estava ele. Um homem impressionante, alto, com uma presença que tomava todo o ambiente. Seu rosto era esculpido com uma frieza que parecia quase irreal, como se ele tivesse nascido em meio a uma nevasca. E seus olhos... eles me atravessavam, analisando cada parte de mim como se já soubesse todos os meus segredos. Por um breve momento, me senti vulnerável, exposta sob aquele olhar intenso. Mas eu não podia me deixar abalar. Eu era Leyla Ylmaz, CEO e advogada. Era o meu trabalho manter o controle. — Senhor Ferman, por favor, sente-se — eu disse, gesticulando para a cadeira à minha frente. Ele assentiu levemente, mas seu olhar nunca desviou dos meus, logo lembrei que era o mesmo homem que me deu a carona. — Estou aqui por um motivo muito simples, senhorita Leyla Ylmaz — sua voz era baixa, fria, como uma brisa gelada que atravessa o corpo. — Preciso que você consiga a guarda do meu sobrinho. Hesitei por um segundo. Ele continuou: — Os pais dela foram assassinados, em um assalto, ele é filho do meu irmão Firat e agora a avó por parte de mãe está com a guarda dele. Mas eu encontrei um documento que atesta que sou o responsável legal. Quero que você garanta que isso seja reconhecido em juízo. Engoli em seco, forçando minha concentração de volta ao caso. Um caso de guarda de menor era delicado, mas com os fatos que ele apresentou, eu sabia que tínhamos boas chances. — Vamos vencer essa causa, senhor Aksoy. Eu vou garantir que você obtenha a guarda de seu sobrinho— afirmei, com toda a confiança que consegui reunir. Ele se levantou, seus olhos ainda estavam cravados em mim. — Eu espero nada menos do que a vitória na audiência, senhorita Leyla— E com isso, ele se virou e saiu da sala, deixando-me com uma estranha sensação de inquietação. Enquanto ele se afastava, eu me permiti um suspiro silencioso. Aquele homem era perigoso, não apenas por seu poder e frieza, mas por algo mais. Algo que me incomodava, mas que eu não conseguia explicar. Ainda assim, eu tinha um trabalho a fazer. E agora, mais do que nunca, precisava mostrar que eu era capaz de vencer. Após trabalhar por mais alguns minutos, peguei minha bolsa e desci, estava exausta e tudo que precisava era da minha cama. —Senhorita YLmaz, seu táxi já está a aguardando—disse minha secretária, eu agradeci e descemos juntas. Tento procurar o meu táxi e não o vejo, então um carro luxuoso aparece diante de mim e era ele, Ferman, com seu olhar devasso. —Entre, temos que jantar. —O que te faz pensar que irei jantar com o senhor?—pergunto o encarando. —Eu não estou pedindo, o seu táxi já foi embora e receio que sua secretária também, então entra, te dou uma carona, mas antes iremos jantar. continua...Ferman AksoyLeyla entrou no carro batendo a porta com uma certa força, como se quisesse deixar claro que não estava exatamente feliz em estar ali. Ela se manteve rígida, braços cruzados, enquanto eu manobrava. Olhei para ela, e um sorriso surgiu sem que eu pudesse evitar.— Não esperava que a mulher que foi tão rude comigo mais cedo fosse minha advogada — provoquei, apenas para ver como ela reagiria.Ela manteve o olhar fixo à frente, mas senti o tom firme na voz dela.— Não estava sendo rude, Ferman. Estava apenas fazendo o meu trabalho.Ri. Ela era determinada, tinha uma presença impenetrável. Silenciosa, mas afiada. Após alguns minutos de silêncio, estacionei em frente à minha casa. Sabia que ela ia reagir.— Não vou entrar. Achei que era só um jantar, não uma visita à sua casa — disse, firme, me desafiando com o olhar.Saí do carro e fui até o lado dela, abrindo a porta e estendendo a mão com um sorriso leve.— É só para jantar, Leyla. E, para ser honesto, você não faz o meu tipo
Ferman Aksoy Assim que Leyla saiu com meu carro, algo em mim permaneceu parado naquele instante. Olhei para o portão da mansão, imaginando o quão complexa e desafiadora aquela mulher era. Leyla Ylmaz tinha um olhar que parecia atravessar qualquer um, uma determinação inquebrável que a tornava única. Mas não havia tempo para distrações. Voltei para dentro da mansão, e antes que pudesse subir as escadas, fui interrompido por meu irmão, Emir, que já me aguardava na sala. Ele estava ali de pé, braços cruzados, com uma expressão que misturava curiosidade e ceticismo. Sua postura e olhar eram suficientes para me dizer que ele sabia mais do que gostaria. Era óbvio que ele estava pronto para confrontar minhas intenções com Leyla. — Então… você realmente está namorando a senhorita Ylmaz? — a pergunta de Emir veio direta, como se quisesse ver minha reação. Sorri, tentando manter o tom despreocupado. — Ela é minha advogada, Emir. Mas… talvez eu tenha outros planos para ela. Emir lev
Ferman Aksoy O relógio na parede marcava o avançar da noite, mas eu sabia que ainda havia uma última batalha a enfrentar naquele dia. Fui chamado ao escritório de meu pai, Ferhat, o patriarca da nossa família. Entrar naquela sala sempre trazia uma carga de tensão, mas dessa vez parecia ainda mais intensa. Era quase como se o ar estivesse mais denso, me forçando a manter a calma diante do olhar penetrante de meu pai. Ferhat Aksoy, um homem impiedoso e sim, nossa família era da Máfia turca, que foi passado de geração em geração, meu irmão Erkan havia falecido a poucos meses e meu pai se culpava por isso, já que ele quem deveria resolver os assuntos pendentes da máfia Bozkut, nossos maiores inimigos. Sempre me mantive distante dos assuntos da empresa da minha família, apenas assumi o cargo como o CEO e médico do meu hospital, mas as vezes tive que de forma obscura salvar vidas de gangsters que trabalham para a máfia Aksoy, agora só preciso cumprir com o único pedido que meu irmão fez
Ferman Aksoy Subi até o meu quarto sentindo a pressão do dia pesar em meus ombros. As tensões do trabalho, a preocupação com meu sobrinho e... Leyla Yilmaz, a advogata que eu não conseguia tirar da minha cabeça. Joguei a camisa em um canto, liguei o chuveiro, e a água quente lavou a tensão, me permitindo um breve momento de tranquilidade. Depois do banho, vesti uma camisa escura, combinada com um blazer casual. Queria relaxar, e a boate da família era o melhor lugar para isso. Lá, eu poderia deixar de lado as formalidades e a rotina exigente do hospital, aproveitando a companhia de quem eu realmente considerava ser meus amigos. Assim que cheguei, pedi uma taça de vinho e me sentei, observando o movimento em volta. A segunda taça estava pela metade quando vi Lion chegando com sua irmã, Luna, e sua namorada, Nazli. Levantei a taça em saudação, sorrindo. — Então, virou um turco de vez, Lion? Não pode me deixar sozinho no hospital? — brinquei, sabendo que ele era o melhor neurocirurg
Leyla Ylmaz Senti o olhar de Lion me observando com curiosidade enquanto me aproximava. Cumprimentei-o e tentei ser cordial, embora a tensão ainda estivesse pairando no ar depois de minha conversa com Ferman. Lion parecia uma boa pessoa, e Nazli havia falado muito bem dele, o que me deixava mais à vontade. Trocamos algumas palavras sobre sua profissão e sobre sua experiência no hospital, enquanto eu tentava disfarçar a sensação incômoda de que Ferman me observava ao longe. Luna logo se juntou a nós, e começamos a conversar. Aproveitei para desviar a atenção, tentando ignorar Ferman e me concentrar na conversa. Depois de alguns minutos, relaxei um pouco, aliviada ao ver que ele parecia distraído, conversando com uma loira de olhos azuis. Suspirei internamente, contente com a ideia de que talvez ele me deixasse em paz finalmente. Mas minha paz durou pouco. Assim que virei o rosto de volta para Lion e Luna, senti um movimento ao meu lado. Ferman já estava ali novamente. A loira se apr
Ferman Aksoy Sinto o sangue fervendo dentro de mim enquanto caminho de volta para o salão. A cena do beijo dela com aquele cara,seja lá quem ele for, ainda lateja na minha cabeça. É insuportável, e pior ainda é o pensamento de que ela fez aquilo de propósito. Como se não bastasse ter que lidar com Zeynep e sua provocação mesquinha, agora Leyla decide trazer esse tal homem, como se eu não estivesse ali. Ela sabe como me irritar e parece se divertir com isso.Ao me aproximar, vejo que Luna e Nazli estão conversando animadamente, mas, assim que me veem, a conversa esfria. Lion nota minha expressão e fica em silêncio, como se esperasse alguma explosão. E então vejo ele, o homem que beijou a minha advogata, ainda ali, parecendo bastante à vontade. Perfeito.— Então você é o famoso Kerem? — digo, sem disfarçar o tom de sarcasmo na voz. — O que você é da Leyla?Kerem me encara com um sorriso que me irrita ainda mais. Ele é todo confiante, sem a menor ideia de onde está se metendo.— Sim,
Ferman Aksoy Kerem Kaya… então era isso. Um amigo de infância, de volta para o lugar que ele achava que ainda o pertencia. Mas ele teria uma surpresa. Leyla não pertencia a ninguém, muito menos a ele.. Guardei o celular no bolso, decidido a não perder mais tempo com aquilo por hoje. Mas uma coisa era certa: agora que eu sabia quem ele era, Leyla ia descobrir que eu não pretendia me afastar. Afinal, um jogo só é interessante quando um dos lados está disposto a arriscar tudo e eu não desisto de nada e não seria assim com Leyla. Entrei no meu consultório, tranquei a porta e dormi no sofá que se tornava iam bicama. Na manhã seguinte, acordei, tomei um banho e peguei um dos ternos que tinha no meu consultório, afinal o hospital era o meu segundo lar. O meu assistente entrou com o meu café da manhã, eu bebi apenas um pouco do café e em seguida pedi que ligasse para a floricultura e mandasse para a empresa da Leyla, um buquê de flores, sai, fui direto para a empresa da Leyla e quando
Leyla YlmazDeixei Ferman, sozinho na recepção e entrei na minha sala no escritório de advocacia e, pouco depois, Ferman também entrou, com aquele jeito confiante de sempre.— Você tem sido um cliente bastante difícil de lidar, senhor Aksoy — falei, tentando manter o tom profissional.Ferman se aproximou e sentou ao meu lado, tocando de leve os meus cabelos, o que me fez sentir um arrepio involuntário.— Até quando vai fingir que sou apenas um cliente? Parece que gosta de fingir que não sabe que eu me importo com você, Leyla.Me afastei dele, tentando recuperar a compostura.— Podemos começar a reunião antes da audiência? O advogado da avó do seu sobrinho me enviou um acordo, e queria te mostrar.— Quero que saiba que não sou o tipo de homem que aceita acordos, Leyla. Não precisa sequer me mostrar nada a respeito disso.— Eu imaginei que não aceitaria mesmo. Por isso já tomei a liberdade de enviar para o advogado que não estamos buscando um acordo e que iremos ao tribunal pela guarda