Capítulo Dois!

Leyla Ylmaz

— Sem sorte com o táxi? — perguntou, a voz agora mais suave, quase brincando.Uma mudança desconcertante considerando como havíamos nos falado antes.

Revirei os olhos, lutando contra a tentação de respondê-lo com sarcasmo.

— Nenhuma. E eu não tenho tempo para esperar.

Ele olhou para o motorista e fez um sinal com a cabeça, antes de abrir a porta do carro.

— Eu posso te dar uma carona. Não precisa perder mais tempo.

Eu hesitei. A última coisa que eu queria era aceitar ajuda dele, mas eu realmente não podia me dar ao luxo de recusar. O relógio estava contra mim, e eu precisava chegar ao tribunal o mais rápido possível.

— Tudo bem — murmurei, finalmente cedendo. — Mas fique claro que estou aceitando por necessidade, não por simpatia.

Ele soltou um riso baixo, como se estivesse achando graça na minha irritação.

— Claro. Só uma carona.

Entrei no carro, e o silêncio entre nós era tenso, quase palpável. Ele não disse nada, e eu também não estava com disposição para conversar. Cada minuto no carro parecia uma eternidade, até que finalmente chegamos ao meu destino.

Saí do carro apressada, sem olhar para trás. Tinha coisas mais importantes para focar. O caso da minha cliente, uma jovem mãe que estava lutando pelo que era dela por direito, exigia minha total atenção. Eu não podia deixar aquele homem me distrair.

Dentro do tribunal, apresentei meus argumentos com toda a paixão que pude reunir. Cada palavra que eu dizia era uma batalha contra o ex-marido arrogante da minha cliente. E quando o juiz finalmente deu a sentença favorável, senti o alívio percorrer meu corpo. Nós vencemos.

Com um sorriso de vitória, saí do prédio. Mas, para minha surpresa, lá estava ele de novo. Encostado em seu carro, como se estivesse me esperando. O coração acelerou um pouco, contra a minha vontade. Me aproximei, sem saber exatamente o que pensar.

— Não sabia que você era do tipo cavalheiro que espera para dar carona pela segunda vez — brinquei, tentando esconder a curiosidade por trás do sarcasmo.

Ele ergueu uma sobrancelha, claramente se divertindo.

— Talvez eu só esteja curioso para saber mais sobre quem você é.

Havia algo nos olhos dele que me desarmava. Pela primeira vez desde que nos encontramos, senti que talvez houvesse mais naquela situação do que um simples desentendimento. Ele não era apenas o estranho arrogante do hospital. Algo me dizia que aquele encontro era apenas o início de algo muito maior... algo que eu nunca esperei.

—A propósito, me chamo Ferman Aksoy

E, naquele momento, soube que Ferman Aksoy não sairia tão facilmente da minha vida.

O olhar dele era intrigante, e pela primeira vez, senti que havia algo mais por trás daquela fachada de mandão. Como se aquele encontro inesperado pudesse ser o início de algo que eu nunca esperei encontrar.

—E você como se chama?—ele me perguntou e eu não disse o meu nome a ele.

—Senhorita, chegamos—disse o motorista, parando em frente a empresa de advocacia.

—Obrigada pela carona, senhor Ferman.

Saio do carro sem olhar para trás e entro na empresa, assim que chego no meu escritório, sento e fico ali, absorvendo tudo que me aconteceu naquele dia.

Eu nunca imaginei que estaria aqui, sentada na cadeira de couro macio, no escritório que um dia foi do meu pai. Na verdade, não pensei que um dia sequer entraria por essas portas. Não depois de tudo o que ele fez, deixar minha mãe pela amante, ignorar minha existência por anos, e agora, morto, ele me coloca nesse dilema.

O legado dele, a firma de advocacia que minha mãe e ele construiram do zero, agora está nas minhas mãos. Meu nome, Leyla Ylmaz está gravado na placa de CEO, como uma herança que eu não sabia se queria.

Mas havia um problema maior que apenas assumir o cargo. Ela. A mulher que ele escolheu, a amante que se tornou sua esposa. Eliza. O desgosto em seu rosto quando soube que ele havia deixado a maior parte da empresa para mim era quase palpável. E eu sabia que hoje, meu primeiro dia como CEO, ela faria de tudo para me desafiar.

Assim que entro na sala de conferências, sinto os olhares sobre mim, alguns curiosos, outros julgadores. Mas nada comparado ao olhar afiado de Eliza. Ela se levanta com uma postura rígida e autoritária, e sorri friamente, suas palavras cortando o ar como navalhas.

— Então, você realmente acha que pode ocupar essa posição, Leyla? — ela diz, sua voz carregada de sarcasmo. — Depois de todos esses anos, acha que pode assumir o controle da empresa que seu pai construiu?

Eu podia sentir os olhos dos funcionários sobre nós, aguardando minha resposta. Mas eu não hesitei. Levantei o queixo e a encarei de volta.

continua....

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