Leyla Ylmaz
— Sem sorte com o táxi? — perguntou, a voz agora mais suave, quase brincando.Uma mudança desconcertante considerando como havíamos nos falado antes. Revirei os olhos, lutando contra a tentação de respondê-lo com sarcasmo. — Nenhuma. E eu não tenho tempo para esperar. Ele olhou para o motorista e fez um sinal com a cabeça, antes de abrir a porta do carro. — Eu posso te dar uma carona. Não precisa perder mais tempo. Eu hesitei. A última coisa que eu queria era aceitar ajuda dele, mas eu realmente não podia me dar ao luxo de recusar. O relógio estava contra mim, e eu precisava chegar ao tribunal o mais rápido possível. — Tudo bem — murmurei, finalmente cedendo. — Mas fique claro que estou aceitando por necessidade, não por simpatia. Ele soltou um riso baixo, como se estivesse achando graça na minha irritação. — Claro. Só uma carona. Entrei no carro, e o silêncio entre nós era tenso, quase palpável. Ele não disse nada, e eu também não estava com disposição para conversar. Cada minuto no carro parecia uma eternidade, até que finalmente chegamos ao meu destino. Saí do carro apressada, sem olhar para trás. Tinha coisas mais importantes para focar. O caso da minha cliente, uma jovem mãe que estava lutando pelo que era dela por direito, exigia minha total atenção. Eu não podia deixar aquele homem me distrair. Dentro do tribunal, apresentei meus argumentos com toda a paixão que pude reunir. Cada palavra que eu dizia era uma batalha contra o ex-marido arrogante da minha cliente. E quando o juiz finalmente deu a sentença favorável, senti o alívio percorrer meu corpo. Nós vencemos. Com um sorriso de vitória, saí do prédio. Mas, para minha surpresa, lá estava ele de novo. Encostado em seu carro, como se estivesse me esperando. O coração acelerou um pouco, contra a minha vontade. Me aproximei, sem saber exatamente o que pensar. — Não sabia que você era do tipo cavalheiro que espera para dar carona pela segunda vez — brinquei, tentando esconder a curiosidade por trás do sarcasmo. Ele ergueu uma sobrancelha, claramente se divertindo. — Talvez eu só esteja curioso para saber mais sobre quem você é. Havia algo nos olhos dele que me desarmava. Pela primeira vez desde que nos encontramos, senti que talvez houvesse mais naquela situação do que um simples desentendimento. Ele não era apenas o estranho arrogante do hospital. Algo me dizia que aquele encontro era apenas o início de algo muito maior... algo que eu nunca esperei. —A propósito, me chamo Ferman Aksoy E, naquele momento, soube que Ferman Aksoy não sairia tão facilmente da minha vida. O olhar dele era intrigante, e pela primeira vez, senti que havia algo mais por trás daquela fachada de mandão. Como se aquele encontro inesperado pudesse ser o início de algo que eu nunca esperei encontrar. —E você como se chama?—ele me perguntou e eu não disse o meu nome a ele. —Senhorita, chegamos—disse o motorista, parando em frente a empresa de advocacia. —Obrigada pela carona, senhor Ferman. Saio do carro sem olhar para trás e entro na empresa, assim que chego no meu escritório, sento e fico ali, absorvendo tudo que me aconteceu naquele dia. Eu nunca imaginei que estaria aqui, sentada na cadeira de couro macio, no escritório que um dia foi do meu pai. Na verdade, não pensei que um dia sequer entraria por essas portas. Não depois de tudo o que ele fez, deixar minha mãe pela amante, ignorar minha existência por anos, e agora, morto, ele me coloca nesse dilema. O legado dele, a firma de advocacia que minha mãe e ele construiram do zero, agora está nas minhas mãos. Meu nome, Leyla Ylmaz está gravado na placa de CEO, como uma herança que eu não sabia se queria. Mas havia um problema maior que apenas assumir o cargo. Ela. A mulher que ele escolheu, a amante que se tornou sua esposa. Eliza. O desgosto em seu rosto quando soube que ele havia deixado a maior parte da empresa para mim era quase palpável. E eu sabia que hoje, meu primeiro dia como CEO, ela faria de tudo para me desafiar. Assim que entro na sala de conferências, sinto os olhares sobre mim, alguns curiosos, outros julgadores. Mas nada comparado ao olhar afiado de Eliza. Ela se levanta com uma postura rígida e autoritária, e sorri friamente, suas palavras cortando o ar como navalhas. — Então, você realmente acha que pode ocupar essa posição, Leyla? — ela diz, sua voz carregada de sarcasmo. — Depois de todos esses anos, acha que pode assumir o controle da empresa que seu pai construiu? Eu podia sentir os olhos dos funcionários sobre nós, aguardando minha resposta. Mas eu não hesitei. Levantei o queixo e a encarei de volta. continua....Leyla Ylmaz— Não é questão de achar, Eliza — respondi, com firmeza. — Eu sou a dona agora, e não importa quem você foi para ele. Nenhum de nós pode mudar o testamento. Nem mesmo você pode passar por cima de mim, e está empresa só foi criada, anos atrás, por causa da minha mãe, então não ouse falar novamente sobre isso. Eliza parecia prestes a rebater, mas mantive minha postura. Eu não estava ali para me encolher. A empresa agora era minha, e ninguém muito menos ela, iria me impedir de fazer o que fosse necessário. Assim que a reunião terminou, voltei para minha sala. Havia outros desafios para enfrentar, e o maior deles acabava de chegar. A minha secretária disse que era um dos meus clientes mais importantes que estava prestes a entrar. Olhei o nome no arquivo à minha frente: Ferman . Aksoy O nome soava familiar, mas nada me prepararia para o impacto de vê-lo pessoalmente. A porta se abriu e lá estava ele. Um homem impressionante, alto, com uma presença que tomava todo o ambien
Ferman AksoyLeyla entrou no carro batendo a porta com uma certa força, como se quisesse deixar claro que não estava exatamente feliz em estar ali. Ela se manteve rígida, braços cruzados, enquanto eu manobrava. Olhei para ela, e um sorriso surgiu sem que eu pudesse evitar.— Não esperava que a mulher que foi tão rude comigo mais cedo fosse minha advogada — provoquei, apenas para ver como ela reagiria.Ela manteve o olhar fixo à frente, mas senti o tom firme na voz dela.— Não estava sendo rude, Ferman. Estava apenas fazendo o meu trabalho.Ri. Ela era determinada, tinha uma presença impenetrável. Silenciosa, mas afiada. Após alguns minutos de silêncio, estacionei em frente à minha casa. Sabia que ela ia reagir.— Não vou entrar. Achei que era só um jantar, não uma visita à sua casa — disse, firme, me desafiando com o olhar.Saí do carro e fui até o lado dela, abrindo a porta e estendendo a mão com um sorriso leve.— É só para jantar, Leyla. E, para ser honesto, você não faz o meu tipo
Ferman Aksoy Assim que Leyla saiu com meu carro, algo em mim permaneceu parado naquele instante. Olhei para o portão da mansão, imaginando o quão complexa e desafiadora aquela mulher era. Leyla Ylmaz tinha um olhar que parecia atravessar qualquer um, uma determinação inquebrável que a tornava única. Mas não havia tempo para distrações. Voltei para dentro da mansão, e antes que pudesse subir as escadas, fui interrompido por meu irmão, Emir, que já me aguardava na sala. Ele estava ali de pé, braços cruzados, com uma expressão que misturava curiosidade e ceticismo. Sua postura e olhar eram suficientes para me dizer que ele sabia mais do que gostaria. Era óbvio que ele estava pronto para confrontar minhas intenções com Leyla. — Então… você realmente está namorando a senhorita Ylmaz? — a pergunta de Emir veio direta, como se quisesse ver minha reação. Sorri, tentando manter o tom despreocupado. — Ela é minha advogada, Emir. Mas… talvez eu tenha outros planos para ela. Emir lev
Ferman Aksoy O relógio na parede marcava o avançar da noite, mas eu sabia que ainda havia uma última batalha a enfrentar naquele dia. Fui chamado ao escritório de meu pai, Ferhat, o patriarca da nossa família. Entrar naquela sala sempre trazia uma carga de tensão, mas dessa vez parecia ainda mais intensa. Era quase como se o ar estivesse mais denso, me forçando a manter a calma diante do olhar penetrante de meu pai. Ferhat Aksoy, um homem impiedoso e sim, nossa família era da Máfia turca, que foi passado de geração em geração, meu irmão Erkan havia falecido a poucos meses e meu pai se culpava por isso, já que ele quem deveria resolver os assuntos pendentes da máfia Bozkut, nossos maiores inimigos. Sempre me mantive distante dos assuntos da empresa da minha família, apenas assumi o cargo como o CEO e médico do meu hospital, mas as vezes tive que de forma obscura salvar vidas de gangsters que trabalham para a máfia Aksoy, agora só preciso cumprir com o único pedido que meu irmão fez
Ferman Aksoy Subi até o meu quarto sentindo a pressão do dia pesar em meus ombros. As tensões do trabalho, a preocupação com meu sobrinho e... Leyla Yilmaz, a advogata que eu não conseguia tirar da minha cabeça. Joguei a camisa em um canto, liguei o chuveiro, e a água quente lavou a tensão, me permitindo um breve momento de tranquilidade. Depois do banho, vesti uma camisa escura, combinada com um blazer casual. Queria relaxar, e a boate da família era o melhor lugar para isso. Lá, eu poderia deixar de lado as formalidades e a rotina exigente do hospital, aproveitando a companhia de quem eu realmente considerava ser meus amigos. Assim que cheguei, pedi uma taça de vinho e me sentei, observando o movimento em volta. A segunda taça estava pela metade quando vi Lion chegando com sua irmã, Luna, e sua namorada, Nazli. Levantei a taça em saudação, sorrindo. — Então, virou um turco de vez, Lion? Não pode me deixar sozinho no hospital? — brinquei, sabendo que ele era o melhor neurocirurg
Leyla Ylmaz Senti o olhar de Lion me observando com curiosidade enquanto me aproximava. Cumprimentei-o e tentei ser cordial, embora a tensão ainda estivesse pairando no ar depois de minha conversa com Ferman. Lion parecia uma boa pessoa, e Nazli havia falado muito bem dele, o que me deixava mais à vontade. Trocamos algumas palavras sobre sua profissão e sobre sua experiência no hospital, enquanto eu tentava disfarçar a sensação incômoda de que Ferman me observava ao longe. Luna logo se juntou a nós, e começamos a conversar. Aproveitei para desviar a atenção, tentando ignorar Ferman e me concentrar na conversa. Depois de alguns minutos, relaxei um pouco, aliviada ao ver que ele parecia distraído, conversando com uma loira de olhos azuis. Suspirei internamente, contente com a ideia de que talvez ele me deixasse em paz finalmente. Mas minha paz durou pouco. Assim que virei o rosto de volta para Lion e Luna, senti um movimento ao meu lado. Ferman já estava ali novamente. A loira se apr
Ferman Aksoy Sinto o sangue fervendo dentro de mim enquanto caminho de volta para o salão. A cena do beijo dela com aquele cara,seja lá quem ele for, ainda lateja na minha cabeça. É insuportável, e pior ainda é o pensamento de que ela fez aquilo de propósito. Como se não bastasse ter que lidar com Zeynep e sua provocação mesquinha, agora Leyla decide trazer esse tal homem, como se eu não estivesse ali. Ela sabe como me irritar e parece se divertir com isso.Ao me aproximar, vejo que Luna e Nazli estão conversando animadamente, mas, assim que me veem, a conversa esfria. Lion nota minha expressão e fica em silêncio, como se esperasse alguma explosão. E então vejo ele, o homem que beijou a minha advogata, ainda ali, parecendo bastante à vontade. Perfeito.— Então você é o famoso Kerem? — digo, sem disfarçar o tom de sarcasmo na voz. — O que você é da Leyla?Kerem me encara com um sorriso que me irrita ainda mais. Ele é todo confiante, sem a menor ideia de onde está se metendo.— Sim,
Ferman Aksoy Kerem Kaya… então era isso. Um amigo de infância, de volta para o lugar que ele achava que ainda o pertencia. Mas ele teria uma surpresa. Leyla não pertencia a ninguém, muito menos a ele.. Guardei o celular no bolso, decidido a não perder mais tempo com aquilo por hoje. Mas uma coisa era certa: agora que eu sabia quem ele era, Leyla ia descobrir que eu não pretendia me afastar. Afinal, um jogo só é interessante quando um dos lados está disposto a arriscar tudo e eu não desisto de nada e não seria assim com Leyla. Entrei no meu consultório, tranquei a porta e dormi no sofá que se tornava iam bicama. Na manhã seguinte, acordei, tomei um banho e peguei um dos ternos que tinha no meu consultório, afinal o hospital era o meu segundo lar. O meu assistente entrou com o meu café da manhã, eu bebi apenas um pouco do café e em seguida pedi que ligasse para a floricultura e mandasse para a empresa da Leyla, um buquê de flores, sai, fui direto para a empresa da Leyla e quando