Com todas as provas, o julgamento não demorou muito mais a acontecer. Primeiro, foi o de Cameron. Ele foi definitivamente culpado e Everleigh não sofreu qualquer sanção. A legítima defesa era óbvia. Havia uma pessoa, uma testemunha, que era quem acompanhava a criança com quem Eve falou, ao tentar fugir. Essa pessoa se manteve quieta, com medo, porém, decidiu aparecer quando a hora chegou e recebeu todo o suporte da polícia quanto à segurança dela. Eve não sabia, mas a mãe dela tinha morrido. Quando a filha fugiu, ela ficou desesperada e Charlie a largou sozinha, presa em casa, para ir atrás da enteada. Ele não retornou e, a mulher, bebeu até desmaiar. Sem ajuda, ela sucumbiu ali mesmo, sendo encontrada por um vizinho, por conta do mau cheiro. Cameron tinha ficado um tempo afastado, e, ao saber que a mãe de Eve tinha partido, ele se alegrou. Nunca tinha gostado dela e, então, ele pôde ficar com a casa só pra ele e esperava que Eve voltasse. Eve sentiu um peso sendo tirado dela, qua
— O senhor Dirk Davidson estava de fato de plantão naquela noite. Ele não só foi quem apareceu no seu apartamento, quando a polícia foi chamada, como a senhorita bem sabe, mas ele estava responsável pelos exames. No entanto — a promotora parecia satisfeita — ele informou à delegada que lhe conhecia. E não era ético da parte dele se envolver daquela maneira nesse caso. O rosto de Deborah parecia prestes a derreter de raiva. A promotora continuou.— Ele foi falar com a senhorita, sim. E gravou toda a conversa. A senhorita tentou suborná-lo. A iniciativa partiu da senhorita, e não dele. — A gravação foi entregue ao juiz. — Ele apenas repassou tudo para a delegada e se afastou. Ele não fez o exame no corpo da senhora Yvonne LaRue. — Isso, isso… — Deborah desmaiou. O julgamento continuou, assim que ela acordou e o médico afirmou que ela poderia continuar. Todas as provas foram expostas e a sentença foi clara: Deborah Harmon era culpada. No fim, ela acabou dizendo que empurrou a tia, ma
— O senhor não pode tá falando sério, né? — Lennon olhou para o pai, que já estava se recuperando do tiro que levou. — Eu estou falando muito sério, Lennon. Ou você casa e tem um bebê, em um ano e meio, ou não vai ter a presidência da empresa. — Stanley olhou para o filho e, apesar de estar em uma cama de hospital, com olheiras, seu olhar era imponente. — Eu passo para outro acionista, mas você não vai herdar se continuar perambulando por aí, com mulheres desconhecidas e sem firmar um compromisso! Se não consegue nem lidar com a própria vida pessoal, como vai lidar com uma empresa? Lennon inspirou fundo. — Pai, eu estou apenas abaixo do senhor, e tenho demonstrado minha capacidade. Como é que um casamento vai provar mais do que isso? — Você faz sim um ótimo trabalho, não tiro o seu mérito, mas quantas vezes eu liguei para que você fizesse um “extra” e você me apareceu de ressaca, Lennon? E por quê? Porque passou a noite na farra! Com uma esposa, com uma família, você não vai fazer
— Não — Hollie respondeu, incrédula. — Não? Mas… por quê? — Lennon pensou que Hollie gostasse dele, então, ela aceitaria se casar. Eles vinham falando e Lennon não namorava. Para ele, era quase isso o que eles vinham fazendo. Lennon não ficava sério com as mulheres e não se apegava a elas. E nem prometia exclusividade, porém, desde que conheceu Hollie, ele vinha se mantendo longe das mulheres, já que não conseguia mesmo se desvencilhar dos pensamentos sobre aquela morena bonita. — Lennon, a gente não… nós nem mesmo namoramos, como pode querer casar? — Hollie respondeu como se aquilo fosse óbvio. E era. — Eu sei… — Lennon coçou a nuca e sorriu. — Hollie, eu gosto de você e vou ser sincero, aqui. Meu pai está me pressionando e ou eu caso, ou perco a minha posição na empresa. Não tenho irmãos, portanto, caiu em mim a obrigação de continuar a linhagem. Hollie gostou da primeira parte, mas logo o sorriso dela murchou ao ouvir o restante. — Então, você quer casar comigo por conta de um
— Lennon, amanhã não dá! Eu… eu nem estou pronta pra isso! — ela balançou a cabeça. — Preciso comprar algo para vestir. — Eu te levo — Lennon respondeu, sorrindo. — Amanhã eu te pego de manhã, vamos às compras… — Nós vamos às compras? — ela cruzou os braços na frente do peito e o olhou desconfiada. — Não consigo te imaginar fazendo compras numa loja feminina do meu bairro. Lennon fez cara de quem não tinha entendido. — Seu bairro? Hollie, eu vou te levar nas lojas que tem… — ele suspirou. — Você vai precisar de um vestido mais… como posso descrever?— Burguês. — Isso, burguês! — Lennon sorriu e apertou os lábios, como se pedindo desculpas. — Não posso pagar por esse tipo de coisa. Se você quer que eu conheça os seus pais, eles vão me conhecer do jeito que eu sou. — É que… eu sugiro que, dessa vez, pelo menos, você vá com algo mais no estilo… — Eu entendi. Mais chique. Mais caro. Só que eu não posso. — Eu vou pagar. — Nem pensar! — Hollie falou mais alto e se remexeu desconfo
— E se eu disser que sim? — Lennon olhou nos olhos de Archer. — Eu gosto da Hollie, e não vou largá-la na primeira dificuldade. Archer se aproximou dele e colocou a mão no ombro do amigo. — Eu espero que não, Lennon. Eu considero você pra caralho, mas assim como você me socou por ter sido imbecil com a Eve, eu não vou pensar duas vezes antes de cair em cima, se você magoar a Hollie. Ela não é apenas a babá da nossa filha, ela é uma amiga. Depois disso, Archer foi embora e Lennon se deixou cair no sofá. Ele realmente largaria tudo para ficar com Hollie? Ele não sabia responder. No dia seguinte, Maryah estava tomando café quando Hollie saiu do quarto. — Querida, sente-se aqui, sim? — Hollie mordeu o lábio e fez o que Maryah pediu. — Eu sei que você e o senhor Dodson estão saindo. — Maryah… Maryah levantou a mão e Hollie se calou. — Eu não estou dizendo que é errado. Mas eu quero que pense bem. Eu já conheci os pais dele. O pai nem é o problema maior. Mas a mãe… — Maryah segurou a
— Chelsea, oi — Lennon respondeu sem muito entusiasmo, ainda que a mulher estivesse quase brilhando de tanta alegria. Ele se virou para a mais velha. — Senhora Beaulne, eu perguntei o que está acontecendo aqui. A mulher olhou para Hollie com desprezo e não percebeu que Lennon estreitou os olhos perante isso. — Nada que o senhor precise se preocupar. A senhorita Calhoun foi maltratada por essa… essa moça aqui. Que já está de saída! — ela se virou para Lennon e sorriu. — Eu peço desculpas. Chelsea se segurou no braço de Lennon e fez beicinho. — Eu estou bem, Lê. Não fique bravo com essa moça. — Eu vou embora — Hollie disse e Lennon se soltou de Chelsea, passando o braço pelos ombros da morena. — Meu amor, me desculpa por ter te trazido para um lugar assim. Pensei que o atendimento fosse melhor — ele segurou uma das mãos de Hollie e a beijou, deixando tanto Chelsea quanto a gerente de boca aberta. Esta última finalmente compreendeu que tinha cometido um erro. — Amor? — Chelsea perg
Hollie estava saindo do provador e o queixo de Lennon foi ao chão. Ele estava vendo a mulher se mover em câmera lenta. “Dane-se, Hollie é minha!”— Você tá magnífica! — Lennon disse e Hollie olhou para baixo, para o vestido. — Não acha que está colado demais? — Não! Tá desconfortável? — Não — Hollie respondeu e a vendedora suspirou de alívio. Aquele era o quinto vestido e a mulher era exigente demais. — Vamos levar! — Lennon disse e a atendente assentiu rapidamente, quase correndo para o caixa, com medo de que os clientes mudassem de ideia. Hollie segurou a manga de Lennon, antes de voltar para o provador. — Lennon, esse vestido é uma fortuna! — Não se preocupe com isso. — Eu me preocupo! É um desperdício! — ela balançou a cabeça, afinal, aquele dinheiro teria melhor uso para ajudar a mãe e ao irmão dela, do que ser gasto em um pedaço de pano apenas para impressionar os outros. — Nada é um desperdício pra você, Hollie. Agora, seja boazinha, vá trocar de roupa e me deixa ir pag