Hollie estava saindo do provador e o queixo de Lennon foi ao chão. Ele estava vendo a mulher se mover em câmera lenta. “Dane-se, Hollie é minha!”— Você tá magnífica! — Lennon disse e Hollie olhou para baixo, para o vestido. — Não acha que está colado demais? — Não! Tá desconfortável? — Não — Hollie respondeu e a vendedora suspirou de alívio. Aquele era o quinto vestido e a mulher era exigente demais. — Vamos levar! — Lennon disse e a atendente assentiu rapidamente, quase correndo para o caixa, com medo de que os clientes mudassem de ideia. Hollie segurou a manga de Lennon, antes de voltar para o provador. — Lennon, esse vestido é uma fortuna! — Não se preocupe com isso. — Eu me preocupo! É um desperdício! — ela balançou a cabeça, afinal, aquele dinheiro teria melhor uso para ajudar a mãe e ao irmão dela, do que ser gasto em um pedaço de pano apenas para impressionar os outros. — Nada é um desperdício pra você, Hollie. Agora, seja boazinha, vá trocar de roupa e me deixa ir pag
— A explicação é muito simples, pai: Hollie e eu não somos bem-vindos na sua casa. Stanley inspirou fundo, indicando que a paciência dele estava se esgotando, mas isso não fez Lennon mudar de posição enquanto dirigia. — A sua mãe me contou como você foi desrespeitoso. E eu não admito isso! — Se por desrespeitoso o senhor se refere a eu não querer terminar com a minha noiva para ficar com Chelsea, então sim, eu fui. — Sua mãe só se preocupa com você. E ela me disse que essa tal Hollie criou uma baita confusão… — A mamãe nem estava lá, pai. Ela simplesmente tomou a palavra de Chelsea como verdadeira. Chelsea, a que humilhou a minha noiva apenas porque ela não estava vestida como uma madame. Isso só me fez ter certeza de que eu posso me casar até com outra, mas com Chelsea, não. Stanley não era cego quanto aquela moça como Nia era. Ele via muito bem que Chelsea não passava de uma moça mimada, acostumada a ter todos aos seus pés. E que Lennon era o objeto de desejo dela há anos. O
Lennon parou de andar e ele e a mãe cruzaram os olhares. — Nia! — Stanley a recriminou e olhou para Hollie, que estava com os lábios tremendo. — Desculpe por isso. Eu sou Stanley Dodson, pai do Lennon. Hollie apertou a mão do homem e Nia olhou de um para o outro. — Você não vai me apresentar? — ela questionou o marido. — Fala isso você mesma, já que gosta tanto de falar — Stanley inspirou fundo, enquanto Nia levou a mão ao peito. — Se preferirem, podemos nos retirar. Não queremos estragar o jantar de vocês. Lennon estava tentado a dizer que sim, que eles “metessem o pé” dali, porém, ele não começaria as coisas ruins. Não quando o pai dele parecia aberto a Hollie. Ele puxou a cadeira para Hollie e sorriu para ela, oferecendo a mão. Ela aceitou e se sentou, ainda sentindo-se estranha por estar com aquelas pessoas. Stanley era uma versão mais velha de Lennon, porém com cabelos mais claros. Nia permaneceu calada e se recusou a apertar a mão de Hollie, o que não passou despercebido
Hollie olhou para baixo. Ela compreendeu que Lennon não queria continuar com o acordo entre eles, afinal, pra quê ficar arranjando confusão com a família dele? — Eu entendo — ela disse tristemente. Lennon franziu a testa, mas o sinal ficou verde e ele precisou voltar a dirigir. — Entende? — ele perguntou e Hollie assentiu. — Sim — a morena falou em voz alta, lembrando que Lennon não poderia olhar para ela, já que estava dirigindo. — E você concorda? — Claro. Essa decisão é sua, Lennon. Ele levantou as sobrancelhas e sorriu. — Mas é sua, também. Você tem que me dizer se concorda de verdade ou tá falando isso na emoção do momento. Hollie inspirou fundo. — Eu concordo. As coisas são como elas são. Lennon abriu ainda mais o sorriso e mudou de rumo. Hollie percebeu que eles não estavam indo para a casa dela, após alguns minutos. — Lennon, para onde estamos indo? — Ué, pro cartório! — ele falou como se fosse óbvio. — Eu não quero esperar mais nenhum dia pra casarmos. E já que vo
— Como ele está, doutor? — Nia perguntava, nervosa. — Ele quebrou duas costelas, mas sem danos maiores — o médico respondeu e Nia suspirou aliviada. Assim que o médico se afastou, ela se virou para Hollie. — Veja só o que aconteceu com Lennon por sua culpa! — ela esbravejou, apontando para Hollie. — Pare com isso, Nia! — Stanley a repreendeu e olhou simpático para Hollie. — Não foi culpa sua. — Claro que foi! Se Lennon não tivesse brigado conosco por culpa dela, ele não estaria na rua para sofrer agressão e atropelamento! Hollie olhou para baixo, sentindo-se pior ainda. — Se você não tivesse se feito de sonsa e convidado a Chelsea para jantar, o jantar no qual Lennon pediria a mão de Hollie em casamento! A única inconveniente foi você! Nia levou a mão ao peito e os lábios começaram a tremer. — Tio, não fale assim com a tia! — Chelsea se meteu e abraçou Nia. — Lennon se machucou e ela está nervosa. É normal! Então, Chelsea se virou para Hollie. — A tia não falou por mal. Hol
— Sim, sou eu — Lennon respondeu, mas também olhou para o pai dele. — Ele também é o senhor Dodson. O policial olhou para Stanley e de volta para Lennon. — É com o senhor mesmo, senhor Lennon Dodson — o homem disse, o rosto sério.— Certo. Em que posso ajudar, senhor policial? — Lennon perguntou, amaldiçoando o quanto o homem era inconveniente. — Recebi uma denúncia do senhor Price. O senhor e ele discutiram na rua e, então, o senhor destruiu o carro dele. Lennon franziu o cenho. — Com todo o respeito, mas o senhor está vendo que eu estou aqui, numa cama de hospital, depois de ser atingido por um veículo porque eu fui empurrado para a pista. O policial não demonstrou qualquer mudança na expressão. — O senhor Price nos procurou… Lennon levantou a mão e o policial parou de falar. — O senhor Price é o motorista que bateu em mim, ou o homem bêbado que me empurrou. — Não é o homem que atingiu o senhor com o carro — foi a resposta do policial. — Certo. Então é o bêbado que me emp
A primeira coisa que aconteceu foi Hollie ter o rosto virado e a ardência na bochecha. — Sua vagabundinha morta de fome! — Chelsea a empurrou, mas a fala dela foi alta o suficiente para atrair a atenção de pessoas que estavam por ali. — Se acha que eu vou deixar você ficar com o meu homem, está muito enganada! Hollie precisou de um momento para poder se recompor, já que tudo foi tão rápido que ela ficou estupefata. — Lennon não é o seu homem — Hollie falou e viu uma pequena multidão ali perto. — Ele é o meu noivo! — Noivo? — Chelsea soltou uma risada e olhou em volta, apontando para Hollie. — Essa mulher seduziu o meu namorado, para que ele fosse inclusive contra a família dele! — Que horror! — uma mulher disse e Hollie sacudiu a cabeça. — Isso não é verdade! — Hollie falou mais alto. — Lennon e eu nos conhecemos meses atrás e ficamos amigos. E ele não está contra a família! — Ele foi até atropelado por sua culpa! E veja só… você está aqui, como se nada tivesse acontecido, enqu
— O que eu quero beber você não vai me dar — ele disse e Hollie demorou alguns segundos para entender o significado das palavras dele. — Lennon, você não tem vergonha? — Claro que não! — ele deu de ombros e sorriu abertamente. — Por que eu teria vergonha de dizer a verdade? Eu tô louco por você. Hollie ficou mais séria. — Nosso noivado e, depois casamento, não são de verdade.Lennon franziu o cenho.— Claro que são. Por que não seriam? — Lennon se virou e fez uma careta, mas pegou a mão de Hollie. — Nós estamos além de “gostar” um do outro. Então, não vejo porque nosso relacionamento não seria de verdade. Eu sei que combinamos em namorarmos e tal… e continuaremos a fazer isso. Só que eu sinto, bem aqui — ele levou a mão livre para o coração — que ficaremos juntos. Eles se beijaram docemente e ficaram ali, sentados, conversando amenidades, até que Hollie começou a cochilar. Maryah chegou e viu os dois no sofá. Lennon despertou e olhou rápido para Hollie, antes de levar o dedo ind